Segunda-feira

VALOR

Confiança dos empresários cai 2,7 pontos de fevereiro para março

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 2,7 pontos de fevereiro para março deste ano. Com a queda, o indicador chegou a 94 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde outubro de 2018. O índice ficou 0,5 ponto abaixo de março do ano passado.

O ICE é calculado com base em entrevistas feitas com empresários dos setores da indústria, de serviços, do comércio e da construção.

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários no presente, caiu 1,5 ponto em março, para 89,9 pontos, voltando ao nível de novembro de 2018. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 2,9 pontos e fechou o trimestre em 98,1, o menor nível desde outubro do ano passado.

Todos os setores tiveram queda da confiança de fevereiro para março: indústria (-1,8 ponto), serviços (-3,5 pontos), comércio (-3,2 pontos) e construção (-2,5 pontos). Em março, a confiança avançou somente em 22% dos 49 segmentos que integram o ICE. No mês passado, a disseminação de alta havia alcançado 41% dos segmentos.

 

Dólar tem maior salto para o mês de março desde 2015

Em meio à apreensão com a cena política, o dólar termina o mês de março acumulando firme alta contra o real. Apesar da relativa estabilidade na sessão de hoje, a moeda americana soma alta mensal de 4,31% e agora é cotada a R$ 3,9150. Foi o maior avanço para o mês de março desde a alta de 11,80% em 2015. Com o salto nas últimas semanas, o dólar também consolida um ganho de 1,05% no acumulado do trimestre. O movimento chama a atenção porque o período é marcado tradicionalmente pela baixa do dólar. Nos últimos dez anos, apenas dois outros avanços foram observados no primeiro trimestre, em 2015 (+20,02%) e 2010 (+2,18%).

Analistas de grandes instituições locais e estrangeiras alertam que a tendência de curto prazo não é muito favorável, mas ainda nutrem apostas de uma melhora até o fim do ano. Isso porque cresceu a percepção de que o caminho da reforma da Previdência não será fácil, mas ainda deve desembocar na aprovação da medida. Só nos últimos dias, o dólar subiu para R$ 4,00 nos primeiros negócios de quinta-feira, reverteu a direção e fechou a semana quase no mesmo lugar da última sexta-feira.

O vaivém mais recente foi um reflexo claro do nervosismo no campo político. A disputa de poder entre Executivo e Legislativo elevou a temperatura no mercado, e só deu lugar ao alívio com sinais de reconciliação, que alimentam expectativas de avanço na pauta reformista. No entanto, o panorama em Brasília ainda parece ser frágil e exige uma dose reforçada de cautela, ainda mais em um contexto de desaceleração das principais economias do mundo. Profissionais de mercado comentam que, agora, será difícil ver a taxa de câmbio retomar a marca de R$ 3,65, quando o real encabeçava os melhores desempenhos dentre as moedas globais no ano.

O risco de que a economia brasileira saia dos trilhos, sem a aprovação da reforma da Previdência, cobra um preço elevado do mercado de câmbio. Alguns modelos de análise sugerem que o dólar estaria cotado hoje em nível bem mais próximo de R$ 3,60 caso fosse direcionado apenas pelos fundamentos econômicos. Ou seja, o prêmio da desconfiança no mercado chega a aproximadamente 10% da taxa efetiva de câmbio.

Essa é a avaliação do professor Emerson Fernandes Marçal, que coordena o Centro de Estudos em Macroeconomia Aplicada da FGV EESP. "Se você olhar friamente para os números da economia, a tendência seria de uma taxa de câmbio mais baixa, não o que vemos agora", diz.

O valor da moeda americana contra o real até ensaiou uma queda após a eleição e no começo do ano, mas depois passou a enfrentar momentos de maior instabilidade. O descompasso se arrasta há algum tempo, na avaliação do especialista. Tanto é que os modelos indicam que o real brasileiro fechou o ano de 2018 em R$ 3,8742 por dólar, cerca de 12% mais fraco que seus fundamentos sugeriam, calcula Marçal, com base em dados divulgados até dezembro.

"Acreditamos que o mercado cambial tende a caminhar na direção de normalização e diminuição do desalinhamento ao longo de 2019, mas eventuais turbulências não estão descartadas por causa de incertezas sobre o ritmo e avanço de agenda de reformas econômicas e de consolidação fiscal", diz. A reforma está agora na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, depois passará pela Comissão Especial da casa para, enfim, ser votada em plenário pelos deputados. "As preocupações de que a reforma não será aprovada surgirão de tempos em tempos, o que deve colocar o real sob pressão de depreciação", diz You-Na Park, estrategista do Commerzbank em Frankfurt.

No entanto, mesmo com uma estrada tortuosa pela frente, a expectativa é de que a reforma será aprovada. "A maioria dos políticos parece entender que a reforma é altamente necessária para as finanças do Estado", diz a analista. You-Na Park trabalha com cenário de queda do dólar a partir do segundo semestre para a taxa de R$ 3,60 no final do ano e R$ 3,40 no final de 2020, o que também leva em conta a previsão de dólar mais fraco no mundo.

 

'Tuíte pra lá, pra cá, reforma será aprovada', diz Itaú

O embate político em torno da reforma da Previdência e a desvalorização recente da bolsa brasileira não alteraram o otimismo do chefe de investimentos do private banking do Itaú, Nicholas McCarthy. É ele quem define estratégias repassadas a clientes endinheirados. Na manhã de ontem, McCarthy e um grupo de executivos, incluindo o economista-chefe, Mario Mesquita, receberam um grupo seleto de correntistas no escritório do banco na Biscayne Boulevard, centro financeiro de Miami.

As perguntas giraram em torno da caótica articulação política e de como isso se reflete no portfólio. "Hoje estamos com uma recomendação otimista para bolsa. Estava otimista no começo do ano, uma semana atrás e hoje, mesmo tendo oscilado 10% para baixo", diz McCarthy. A recomendação vem desde outubro, quando o índice estava em 97 mil pontos. "De lá para cá já bateu 100 mil, já voltou para 91 mil, mas a visão permanece."

A avaliação é feita com base em fundamentos, não em posições táticas que consideram a volatilidade diária. "O tático traz muita emoção, mas não tanto resultado. Olhamos alocações perenes no médio prazo, já considerando que os ativos sobem e caem no tempo." A tranquilidade do estrategista está relacionada ao cenário base da equipe econômica e de investimentos do banco, em que a reforma da Previdência será aprovada este ano.

Para o Itaú, havia um otimismo exagerado no mercado sobre a velocidade e a tranquilidade com que ocorreria a votação, desconsiderando a fase inicial de aprendizado do novo governo. "Os eventos recentes não mudam minha percepção sobre o Brasil. O dia a dia é essa discussão de passou, não passou, tuíte pra cá, tuíte pra lá, mas o foco está no fundamento", diz.

A avaliação é que o Brasil tem hoje políticas monetária e macroeconômica prudentes, e empresas que fizeram ajustes de tamanho e endividamento durante a recessão e, por isso, tendem a voltar a crescer. O banco não trabalha com cenário alternativo, em que a reforma não é aprovada. "É claro que isso mudaria o preço dos ativos, com bolsa para baixo e dólar para cima. Mas todo mundo precisa dessa reforma, o Congresso, os Estados, o presidente, o país", diz Luiz Severiano, chefe global do Itaú Private.

 

ESTADÃO

ARTIGO

Baixas taxas de juros e lento crescimento

Affonso Celso Pastore, O Estado de S.Paulo

Se não bastassem as dificuldades domésticas, o Brasil enfrenta uma mudança no cenário internacional com características de alta persistência. Ao contrário do período no qual tivemos uma “bonança externa”, agora enfrentamos um longo ciclo de baixo crescimento nos países maduros, que Larry Summers denominou de “estagnação global”.

A estagnação japonesa de muitos anos, mesmo com taxas de juros extremamente baixas, dá uma clara visão do comportamento previsto para os países maduros nos próximos anos. Tudo se inicia com a transição demográfica – a queda contínua das taxas de natalidade e de mortalidade. Os jovens trabalham e poupam, acumulando ativos para sustentar seu consumo na velhice, enquanto os mais idosos sustentam seu consumo pago pelos ativos acumulados na juventude, e têm uma taxa de poupança negativa. Em consequência, os países cujas populações envelhecem têm um aumento de sua taxa de poupança e um encolhimento do consumo das famílias.

A segunda consequência da transição demográfica é a queda da taxa real neutra de juros. Esta nada mais é do que a taxa real de juros que iguala a poupança aos investimentos, e quando as poupanças se elevam, cai a taxa real de juros equilíbrio – a taxa neutra de juros. Desde 1990 assistimos a uma tendência de acentuado declínio das taxas de juros nos países maduros. Tal queda ocorreu antes no Japão, cuja taxa de juros dos títulos de dívida pública de 10 anos se situa abaixo de 2% ao ano desde o final dos anos noventa, mas é também clara nos EUA, na Europa, no Reino Unido e no Canadá.

A queda das taxas de juros nesses países não é um passe de mágica de suas autoridades monetárias, e sim consequência da queda de suas taxas neutras. Em seu pronunciamento após a última reunião do FED, quando anunciou que não haveria mais elevações na taxa de juros em 2019, Jerome Powell afirmou que as estimativas indicam que a taxa real neutra de juros nos EUA está próxima ou abaixo de 0,5%, quando na década dos anos noventa flutuava entre 2,5% e 3,5% ao ano. Utilizando os mesmos procedimentos econométricos, as estimativas indicam que na área do euro a taxa real de juros neutra se situa atualmente em torno de zero.

Por algum tempo chegamos a acreditar que a queda da taxa real de juros nos países maduros era um fenômeno transitório, derivado da “Grande Recessão” de 2008/2009. Mas a uma distância de dez anos do fim daquela crise, com o mundo em plena recuperação, as taxas de juros continuaram a cair, exigindo outra explicação, que nos foi oferecida por Summers.

O saber convencional da grande maioria dos empresários afirma que taxas de juros baixas deveriam levar a um crescimento maior, mas aquele “saber” não sobrevive à incômoda evidência de que assistimos simultaneamente a taxas de juros baixas e taxas baixas de crescimento econômico. O enigma começa a ser esclarecido quando introduzimos na equação o aumento da taxa de poupança produzido pela transição demográfica. Com a queda no fluxo de consumo das famílias ocorre um desestímulo ao crescimento, como fica meridianamente claro quando se observa o comportamento da economia japonesa. O comportamento do Japão nas últimas décadas é um sinal de como deverá ser nos próximos anos o comportamento das economias mais maduras.

É claro que a economia mundial não depende apenas dos países economicamente maduros. Nos últimos anos nos acostumamos a ver a maior contribuição ao crescimento mundial vinda dos países emergentes, com predomínio da China, atualmente em desaceleração persistente, ainda que por razões diversas das subjacentes à hipótese da estagnação global. O país vem transitando de um modelo de crescimento voltado às exportações para um modelo voltado ao consumo interno, que requer que os salários reais cresçam em termos dos preços dos bens tradables.

A desaceleração do crescimento chinês reforça a tendência à estagnação global vinda dos efeitos demográficos sobre as poupanças dos países maduros, e pinta quadro internacional muito diferente do que estávamos acostumados. Com o fim da “bonança externa” que nos beneficiou até recentemente, teremos que buscar estímulos ao crescimento vindos de nossas próprias forças.

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS