Segunda-feira

VALOR

Corte de juros ganha adesão apesar de surpresa com inflação

A surpresa com o repique da inflação nas últimas semanas não parece ter abalado as expectativas de corte de juros em 2019. Pelo contrário, o cenário de queda da Selic tem até ganhado espaço entre analistas, que atrelam o salto dos índices de preços a fatores transitórios, sem grande influência sobre o caminho esperado para a política monetária. A eventual mudança no juro básico justifica-se na atividade persistentemente fraca.

Cada vez mais especialistas esperam que o Banco Central incentive mais a economia. Mas não antes de a confiança na aprovação da reforma da Previdência aumentar. De 62 economistas ouvidos pelo Valor, 61 esperam a manutenção da Selic no patamar atual de 6,5% no fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontece na terça e quarta-feira desta semana. Há quem acredite que a necessidade de estímulos é tamanha que o BC deveria cortar a Selic já nesta reunião de maio.

É o caso da Austin Rating, que aposta na redução da taxa em 0,50 ponto percentual. Embora isolada, a casa antecipa um movimento defendido por cerca de um terço do mercado para até o fim de ano. Das casas consultadas, 22 acreditam na redução da Selic até o fim de dezembro, 39 mantêm a aposta na manutenção e uma instituição vê alta até lá.

O grupo que defende o corte da Selic até aumentou um pouco desde a última decisão do Copom, em março. De lá para cá, esses analistas passaram a representar 35% do total dos entrevistados, acima dos 26% consultados pouco antes do anúncio anterior do colegiado. A Selic está em 6,5% ao ano desde março de 2018. "A inflação foi alta nos meses de março, abril e até maio, mas trata-se de uma situação conjuntural. Já a atividade econômica fraca é uma situação estrutural e os dados da produção industrial reforçaram isso", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin.

O raciocínio na instituição é que o espaço para o BC dar um impulso na economia está se esgotando, dada a defasagem do efeito das decisões do Copom na atividade. Assim, seria preciso vir logo com corte de juros. Evidência da anêmica recuperação econômica, a produção industrial sofreu contração de 1,3% em março ante fevereiro, num resultado que ficou abaixo da média esperada pelos analistas, de queda de 0,7%.

O resultado fraco da produção industrial aumenta o risco de um Produto Interno Bruto (PIB) negativo no primeiro trimestre, alerta Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs. Na pesquisa Focus, a projeção do crescimento em 2019 tem sido revisada para baixo, semana após semana, desde o começo de março, saindo de 2,5% para 1,7%.

O risco de frustração com a reforma da Previdência impede, no entanto, que os demais especialistas confiem na flexibilização imediata da política monetária. Camila de Faria Lima, economista-chefe da Canvas, espera o corte em algum momento do segundo semestre de forma a chegar no fim de dezembro com 5,75%. "Um encaminhamento satisfatório da agenda de reformas, em especial a da Previdência, conjugado a um cenário externo benigno, tende a contribuir diretamente para a redução dos juros", afirma.

O mercado de juros futuros, da B3, que reage de maneira mais dinâmica aos indicadores econômicos, voltou a embutir uma probabilidade pequena de corte da Selic em 2019 após os dados de produção industrial. Antes disso, porém, o segmento passou por uma firme correção nas últimas semanas, quando praticamente zerou a chance de flexibilização em 2019, na esteira da surpresa com o avanço do IPCA de março e do IPCA-15 do mês seguinte. Para alguns analistas, os choques inflacionários de curto prazo, assim como o salto do dólar para mais de R$ 3,90, podem ser considerados ruídos para a política monetária.

"Ou seja, não alteram a tendência benigna e o cenário geral para a inflação, mas podem levar o Banco Central a utilizar mais tempo para a reavaliação de política monetária e, portanto, adiar de alguma forma o corte de juros", diz Rafael Cardoso, economista da Daycoval Asset Management.

Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank Brasil, ainda vê mais probabilidade de estabilidade na política do BC, mas reconhece que o cenário de corte tem chance significativa de se concretizar. Por ora, ele atribui 60% de probabilidade para o cenário de manutenção, contra 40% de corte, e explica que os fatores mais relevantes nas decisões até o fim do ano são a evolução das reformas, expectativas de inflação e atividade econômica. "O meu cenário base ainda é de manutenção, mas reconheço que a chance de corte aumentou de um tempo para cá, em função da atividade econômica fraca. Esse é um fator importante", diz Oreng.

Por outro lado, destaca, não faz sentido o BC se antecipar aos fatos e, por exemplo, começar a cortar juros antes da aprovação da reforma da Previdência. "Nesse caso, é o risco é de os estímulos não se transmitirem para economia, por causa dos juros de longo prazo ainda elevados, e da própria confiança baixa. A transmissão fica comprometida se as condições não estiverem lá."

 

Bolsas da China fecham em baixa e sofrem as maiores perdas desde 2016

As bolsas da China fecharam o dia com perdas acentuadas, com a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de elevar tarifas sobre o país, em meio a sinais de novos obstáculos em direção a um entendimento sobre a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Na China continental, o Xangai Composto fechou em queda de 5,58%, a 2.906,46 pontos, enquanto o índice de referência de Shenzhen perdeu 7,38%, a 1.515,80 pontos, no que foram as maiores perdas para as ações chinesas desde o início de 2016 - os mercados estavam fechadoos no país, à exceção de Hong Kong, desde a última quarta-feira, pela celebração do Dia do Trabalho.

O índice ChiNext foi o mais afetado hoje, em queda de 7,9%. Ainda assim, os índices da China continental, que lideraram os ganhos da Ásia no primeiro trimestre, seguem com desempenho destacado no ano, com o Xangai Composto acumulando agora avanço de 16,54% e o de Shenzhen, de 19,55%, em 2018. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu hoje 2,90%, a 29.209,82 pontos, mas ainda acumula ganho de 13,02% no ano.

A Bolsa de Tóquio permaneceu fechada nesta segunda-feira, pelo feriado do Dia da Criança, o último dos feriados da chamada Golden Week, que começou em 27 de abril e se estendeu até hoje, por 10 dias. Os negócios serão retomados amanhã, terça-feira.

Também não houve negócios hoje em Seul, também em celebração ao Dia da Criança, na Coreia do Sul. Em um tuíte no domingo, o presidente Trump ameaçou aumentar as tarifas americanas de 10% para 25% sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas, possivelmente por estar descontente com os rumos das negociações entre os dois países.

Os tuítes podem fazer com que a China desista de enviar seus negociadores a Washington nesta semana, para aquela que seria a rodada decisiva de conversas entre os dois países para encerrar a guerra comercial que já dura um ano. "Os investidores estão preocupados porque a ameaça persistente de uma guerra comercial pesou sobre os ativos de risco em 2018, especialmente na Ásia", escreveu em comunicado Tai Hui, estrategista-chefe de mercado para a Ásia-Pacífico da J.P. Morgan Asset Management.

Ele disse que a perspectiva de um recuo do mercado nesta segunda-feira poderia forçar Trump a conter sua retórica sobre o comércio com os chineses, semelhante ao que ocorreu no fim do ano passado, quando ambos os lados pediram uma trégua.

 

ESTADÃO

Crédito aumentará com aprovação de reforma, diz Bracher

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, espera que o crescimento do carteira de crédito do banco se acelere ao longo deste ano com a aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre. “Tivemos um bom crescimento do crédito neste primeiro trimestre e o ritmo das concessões, principalmente em março, nos encoraja a acreditar que nossa meta de crédito é factível para este ano”, afirmou, em conversa com jornalistas.

A carteira de crédito do Itaú somou R$ 647 bilhões ao fim de março, aumento de 1,6% ante dezembro e de 7,7% em um ano. O banco manteve a projeção para a expansão dos empréstimos neste ano, entre 8% e 11%. “Contamos com aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre para acelerar os investimentos, o crédito”, disse ele.

Do lado da inadimplência, Bracher disse que o aumento do custo do crédito no primeiro trimestre está em linha com o de outros anos. Reflete, porém, aumento dos atrasos no mesmo período do ano passado “excepcionalmente baixo” e ainda dois casos de pessoas jurídicas que entraram em atraso no período, mas que já estavam 100% provisionados.

Maquininhas

Bracher, afirmou ainda que vê com muito bons olhos o movimento capitaneado pela concorrente Cielo, que sugeriu aos órgãos reguladores a implementação de um custo efetivo total (CET) no mercado de maquininhas. “Se o custo efetivo total for levado a frente vamos apoiar”, afirmou.

Controlada por Bradesco e Banco do Brasil, a Cielo sugere que o CET seja a soma de todas as despesas que varejistas e empreendedores têm para aceitar transações com cartões em seus negócios, incluindo a compra ou aluguel do terminal, as taxas de desconto cobradas por transações e ainda o preço para antecipar os recebíveis de cada estabelecimento.

No setor bancário, o movimento de inclusão do custo efetivo total ocorreu em 2007. A implementação do CET na concessão de crédito foi bem aceita à época, à medida que trouxe mais transparência para os consumidores do quanto pesava no bolso determinado empréstimo, incluindo os juros, tarifas e seguros cobrados pelas instituições financeiras.

A falta de transparência nas ofertas feitas no setor de maquininhas se tornou uma das principais queixas dos varejistas. Representantes defendem a comunicação mais clara e regras bem definidas em um mercado cuja concorrência disparou.

A Rede, do Itaú, começou a praticar esta semana taxa de até 3,49% para antecipar recebíveis a lojistas com faturamento anual de no máximo R$ 30 milhões, pagando os clientes en dois dias e não mais nos tradicionais 30 dias. Com a ofensiva, eliminou uma das taxas, consolidando apenas um custo desde que o comerciante receba seus pagamentos no Itaú.

Ao rebater críticas de concorrentes de que a medida de sua controlada de isentar a antecipação de recebíveis a lojistas se justifica pelo poder econômico do banco, Bracher afirmou que todos os adquirentes têm condições de se financiarem no mercado a “taxas competitivas” e seguir o mesmo movimento.

“O guidance (expectativas) que reduzimos reflete o aumento da competição no mercado de adquirência e cartão. Não tenho nenhuma ilusão de que a competição vai se arrefecer”, disse Bracher.

 

 

 

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