Quinta-feira

VALOR

Caixa reduz taxas para imóveis e lança programa para renegociar dívida

A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros para novos contratos de financiamento da casa própria e lançou um programa de renegociação de financiamento imobiliário em atraso no valor de R$ 10,1 bilhões.

Os novos contratos seguem indexados à Taxa Referencial (TR), mas as taxas máximas passaram de 11% para 9,75% ao ano, enquanto as mínimas foram reduzidas de 8,75% para 8,5% ao ano -- aproximando-se das mínimas já praticadas por alguns dos concorrentes. Os valores valem para as operações que têm como funding os recursos da caderneta de poupança (SBPE) e englobam tanto o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), para imóveis de até R$ 1,5 milhão, como o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), acima desse patamar. As taxas de ambos foram igualadas.

O corte de taxas vem num momento em que o governo tenta reaquecer a economia. Ao mesmo tempo, dá mais munição para a Caixa acelerar no crédito imobiliário depois de um recuo nos últimos dois anos, quando precisou equacionar sua posição de capital. O banco estatal já retomou a liderança nas operações com funding da poupança neste ano e, mesmo entre os concorrentes, a expectativa é que continue assim.

Em meados de 2017, o Santander iniciou um movimento de corte nas taxas do crédito imobiliário, seguido pelos demais bancos privados, em resposta à Selic mais baixa. A Caixa demorou meses para acompanhar os concorrentes. Nesta quarta, após o anúncio da nova rodada de redução, nenhum outro banco tinha previsão de rever suas taxas.

No Bradesco, a mínima está em 8 85% ao ano. No Santander em 8 99% O Banco do Brasil tem opções a partir de 8,49%. O Itaú Unibanco tem taxas a partir de 8,3%. As condições para tomar um financiamento pelo patamar mínimo variam entre os bancos.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, acrescentou que o banco também vai aumentar a oferta de contratos pela chamada Tabela Price, que prevê um aumento do valor das prestações ao longo do tempo. Hoje, os contratos da instituição fora do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) funcionam essencialmente com base no Sistema de Amortização Constante (SAC), com valores de prestação fixos ou decrescentes.

Segundo Guimarães, a oferta de contratos com custos crescentes pode ter um apelo porque muitos brasileiros enfrentam problemas financeiros que podem ser superados à frente. "Não estamos trocando SAC por Price, a escolha será do consumidor", afirmou, acrescentando que a iniciativa está em linha com orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de "deixar o mercado fluir".

As novas taxas passam a valer a partir da próxima segunda-feira. Guimarães disse que, em poucas semanas, o banco lançará também linhas habitacionais indexadas ao IPCA. Ele reiterou que a modalidade viabiliza a securitização das carteiras de crédito, o que vai gerar mais funding para a Caixa ofertar financiamento habitacional.

Questionado se a alternativa não impõe riscos ao tomador de crédito, no caso de aumento da inflação, Guimarães afirmou que o risco é maior no caso de contratos referenciados à TR. A taxa, atualmente zerada, é fixada pelo governo com base em fórmula que pode ser alterada a qualquer momento pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). "A TR também sobe com alta de inflação, mas ninguém sabe qual vai ser [a taxa]", disse.

A possibilidade de atrelar os contratos imobiliários a outro indexador que não a TR foi aberta em agosto, quando o CMN aprovou o fim da restrição para contratos que não sejam financiados pelo comprador com dinheiro da sua conta no FGTS. A Caixa é o primeiro grande banco a anunciar a intenção de lançar linhas com IPCA. A questão é tratada com cautela pelos rivais.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., por exemplo, afirmou recentemente que, em princípio, não planeja aderir à modalidade. "Tenho o sério receio de, se alguma coisa der errado e tiver inflação novamente, a pessoa não ter dinheiro para pagar." Guimarães afirmou também que o programa de renegociação de créditos habitacionais ficará em vigor por tempo indeterminado.

O banco tem 589 mil contratos com prestações em atraso, ou 11% da carteira de 5,2 milhões de contratos ativos. Os pagamentos em atraso somam R$ 10,1 bilhões. As alternativas de renegociação variam, dependendo do valor, das garantias e da quantidades de prestações. Para a maioria das famílias (237 mil contratos, no valor de R$ 4 bilhões) será oferecida a possibilidade de pagamento da prestação mais antiga atualizada e a incorporação das demais ao saldo devedor.

Alguns tomadores com atraso superior a 180 dias poderão ter dispensa de multa e juros de mora se pagarem uma prestação de entrada. A data de vencimento das parcelas poderá ser alterada a critério do devedor. Guimarães disse que a Caixa pode ter um ganho financeiro de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão no primeiro ano com a volta dos pagamento.

 

Ibovespa fecha em queda em dia de cautela e realização de lucros

O bom humor predominante no Ibovespa nas últimas semanas deu espaço a precaução dos investidores nesta quarta-feira. O Ibovespa operou em queda durante praticamente todo o dia e encerrou com uma desvalorização de 1,42%, aos 95.999 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,8 bilhões, abaixo da média anual. Os números refletem a cautela do investidor frente ao noticiário político e também a oportunidade de realização de lucros.

Para Eduardo Prado, sócio e responsável pela mesa de renda variável da RJ Investimentos, as incertezas políticas pesaram mais no Ibovespa ao longo do dia. "Vejo uma oportunidade para a realização de lucros após algumas subidas fortes que vimos na semana passada. Foi o momento da realização técnica enquanto o mercado espera o que vem a seguir, principalmente em relação à essas pautas que estão no Congresso", diz.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vota neste momento as medidas cautelares nas ações de inconstitucionalidade que questionam a Lei das Estatais. O principal ponto dessas ações é a permissão para venda de ativos de estatais sem licitação, o que impede a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras, impactando os papéis da petroleira: Petrobras ON fechou em queda de 1,41%. Petrobras PN encerrou o dia cedendo 1,30%. Hoje os preços do petróleo fecharam em baixa, o que também influenciou essas desvalorizações.

As cotações são pressionadas pela divulgação dos dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que apontaram uma forte elevação nos estoques da commodity no país. Assim, os contratos futuros do petróleo tipo Brent fecharam com baixa de 2,16%, enquanto o WTI recuava 3,36%. Também estava prevista para esta quarta-feira as votações do pedido de crédito suplementar, no total de R$ 248,9 bilhões, para cumprir a Regra de Ouro e a proposta do Orçamento Impositivo.

No entanto, sem acordo, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou a discussão do tema. A análise da proposta ficou para a semana que vem. Toda a indefinição e as incertezas sobre esses temas aumentou o nível de precaução dos investidores, afirma Marco Antonio Tulli Siqueira, chefe de mesa de operações da corretora Coinvalores. "A postura será de cautela até que haja alguma novidade boa vindo de Brasília, não tem jeito. O investidor quer saber o que vem a seguir".

Outra elemento que ajudou a puxar o Ibovespa para baixo é a notícia de que o governo discute flexibilizar teto de gastos após a reforma da Previdência, a fim de ganhar fôlego fiscal, informa a Bloomberg. A possibilidade causou ruídos no mercado e levanta dúvidas sobre o compromisso da equipe econômica com o equilíbrio fiscal.

Siqueira ainda afirma que a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que ainda não há votos suficientes para votar a reforma da Previdência também não foi bem vista no mercado. Em entrevista ao Programa do Ratinho na noite de terça-feira, Bolsonaro reconheceu que tem tido dificuldade em montar uma base no Congresso para aprovar a proposta.

Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que há uma discussão para um acordo parlamentar para que estados e municípios aprovem suas reformas por maioria simples nas Assembleias Legislativas. Alguns parlamentares não querem essa inclusão no projeto proposto pelo governo.

Apesar da expectativa de que o relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresente seu parecer ainda nesta semana, ele já teria avisado aliados que "está trabalhando" para concluir as negociações sobre o projeto somente na segunda-feira.

Estão previstas reuniões para trata o tema entre hoje e domingo, com foco nos impasses do projeto, como a regra de transição e o regime de capitalização, além da questão dos Estados e municípios. Entre as principais quedas do Ibovespa hoje, além de Petrobras, estão Vale ON (-1,47%); CSN ON (-3,63%); TIM Brasil ON (-3,62%); Via Varejo (-4,32%) e BRF ON (-3,42%).

Apesar da sinalização da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que a suspensão de de embarques de carne bovina à China por causa do mal da vaca louca não deve passar de uma semana, o mercado ainda tem dúvidas sobre essa possibilidade, afetando os papéis do setor: Marfrig ON fechou em queda de 2,66%, enquanto JBS ON recuava 1,34% no encerramento do pregão.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, José Guilherme Leal, viajou hoje para Pequim com a missão de agilizar a retomada das exportações brasileiras. Além disso, o mercado também está inseguro em relação a capacidade de geração de sinergias na potencial fusão entre Marfrig e BRF, com alguns pontos pendentes de esclarecimento.

Entre as poucas altas do Ibovespa no dia estavam Klabin ON (1,45%); Cielo ON (0,91%) e Gol PN (0,57%), que informou hoje que a oferta total de voos, medida em passageiros-quilômetros disponíveis (ASK, na sigla em inglês), cresceu 5,8% em maio, na comparação anual. Já a demanda, medida em passageiros-quilômetros transportados (RPK, na sigla em inglês), teve um avanço de 12,5%.

 

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