Terça-feira

VALOR

MRV quer ampliar presença na classe média

A queda dos juros pode estimular o financiamento imobiliáriopara a classe média, por meio do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que usa recursos da poupança, segundo a MRV Engenharia.

Maior construtora residencial do país, a MRV quer aumentar para 30% a fatia de lançamentos no SBPE, em três anos.

“Até 2014, 30% dos lançamentos da MRV eram feitos dentro do SBPE, e 70%, do Minha Casa Minha Vida. De lá para cá, o que a gente enxergou: desemprego subindo, taxa Selic muito alta, taxa de juros de financiamento imobiliário dos bancos privados subindo, então optamos por ficar de fora dessa faixa do SBPE nos últimos anos”, diz o diretor-executivo de finanças da construtora, Ricardo Paixão.

Segundo ele, o cenário melhorou para esse tipo de financiamento desde 2018.“Não em relação ao desemprego, mas a taxa de juros baixou, com a volta de recursos para a caderneta de poupança. Então escolhemos voltar para esse segmento de média renda. Devemos fechar o ano com 5% dos lançamentos no SBPE.”

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (15), economistas esperam que a Selic deva cair dos atuais 6,5% para 5,5% ao final de 2019.

A aposta no SBPE faz parte de uma estratégia da construtora de diversificar suas atividades, o que inclui uma nova empresa, a Luggo, com imóveis voltados para o aluguel.

A diversificação não significa, entretanto, que a empresa pretenda diminuir a participação no MCMV, diz Paixão.

“O programa habitacional está dado, com a taxa de desemprego nesse nível, vai ser isso aí, entre 350 mil e 400 mil unidades por ano”, afirma.

“A diversificação passa por uma manutenção de um número alto de projetos do MCMV, que hoje é quase 100% do lucro da MRV.”

A empresa divulgou nesta segunda a prévia operacional do segundo trimestre de 2019, em que destaca a retomada da geração de caixa, após uma queda no início do ano. A MRV consumiu R$ 19 milhões de seu caixa no primeiro trimestre de 2019, em razão de atrasos nos repasses do governo para o MCMV.

Já no segundo trimestre, houve geração positiva de R$ 62 milhões. Paixão diz que, de março em diante, os repasses se normalizaram.

Na prévia, a MRV diz que teve um recorde de produção em um segundo trimestre, com 10.624 unidades, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2018.

Segundo Paixão, isso está ligado a uma mudança no método construtivo. “Aumentamos o uso de formas de alumínio, e esse processo de construção é mais rápido.”

Nos lançamentos, Paixão considera que há uma estabilidade em relação a 2018.

Comparado com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 2,6% no número de unidades lançadas, mas um aumento de 5,8% no VGV (Valor Geral de Vendas) —soma do valor potencial de comercialização de todas as unidades de um empreendimento.

“A gente continua tão otimista como sempre, o mercado de baixa renda é muito forte e tem muita demanda.”

 

Mercado local absorve euforia e passa por nova correção

Os mercados brasileiros começaram a semana em compasso de espera. Depois da euforia com a aprovação, em primeiro turno, do projeto da reforma da Previdência, os investidores deram uma pausa na onda de compras de ativos locais, agora que uma nova análise do projeto só deve acontecer em agosto. Até lá, o movimento por aqui deve continuar se equilibrando entre o otimismo, de um lado, e o interesse por embolsar ganhos, de outro.

Na bolsa de valores, o Ibovespa teve leve baixa de 0,10%, aos 103.803 pontos, com giro financeiro de R$ 10,1 bilhões - abaixo da média diária dos pregões de 2019, em R$ 12 bilhões. Já no câmbio, o dólar comercial subiu 0,48%, a R$ 3,7563, mesmo com o sinal positivo para moedas emergentes no exterior. Importante medida de risco, os contratos futuros de juros tiveram um ajuste bastante marginal no dia: o contrato de DI para janeiro de 2025 foi a 6,89%, de 6,88% no ajuste anterior, enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu a 5,57%, de 5,6% na véspera.

Principal catalisador do mercado interno nos últimos meses, o tema da Previdência deve ficar sem notícias relevantes nas próximas duas semanas, enquanto durar o recesso parlamentar. Nesse ínterim, a expectativa é que o dólar se mantenha oscilando dentro dos atuais patamares, avalia Roberto Campos, sócio e gestor da Absolute Investimentos.

Comportamento semelhante deve adotar o Ibovespa, que tenta encontrar patamares de acomodação depois da euforia que se viu na semana passada e que colocou o índice na histórica marca dos 106 mil pontos. "O mercado andou muito nas últimas semanas em função da reforma da Previdência. Lá fora também houve grande movimentação com a perspectiva de juros mais baixos do Federal Reserve", diz Campos.

"Acredito que, nas próximas semanas, o real deve se acomodar nesses níveis, com o risco de alguma piora vir do noticiário de fora." O gestor da Absolute também acredita que, mesmo após a entrada de agosto, é possível que o câmbio não tenha tanto espaço para andar, uma vez que a perspectiva é que, no Senado, os contornos do atual projeto da Previdência sejam mantidos ou inclusive reforçados. "O que pode acontecer é, no fim do mês, algumas apostas em função do tamanho dos cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos."

Com o mercado em modo de espera, a política monetária volta com força para o foco dos investidores de juros futuros e os próximos passos do Banco Central (BC) devem ser o principal item a influenciar os negócios. Agora, o mercado tenta ajustar as apostas entre corte de 0,25 ponto e 0,50 ponto percentual no fim do mês.

A aprovação da reforma em primeiro turno na Câmara, com a apreciação dos destaques, deve alcançar a linha dos "avanços concretos" citados pelo BC nas suas comunicações recentes, na visão de Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank Brasil. Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, vai na mesma linha e espera a ação do BC já no fim do mês.

Na renda variável, um corte de juros deve consolidar a visão positiva dos gestores para os fundamentos da economia brasileira, mas o desempenho das ações deve esbarrar no interesse do investidor em colocar o pé no freio e embolsar os ganhos obtidos no curtíssimo prazo. "Nesse intervalo antes da aprovação final da reforma, não se vê mais tanto 'upside' [potencial de alta]. Ficamos mais suscetíveis à realização de lucros e ao exterior", diz Eduardo Prado, sócio e responsável pela mesa de renda variável da RJ Investimentos.

 

O ajuste fino na política monetária

Os movimentos e palavras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão sendo vigiados com atenção redobrada pelo mercado financeiro depois que ele cumpriu o período inicial de afirmação de sua credibilidade e começou a indicar a retomada dos cortes na taxa básica de juros. Para alguns, ele passará a agir com maior liberdade na condução da política monetária, valendo-se mais de sua experiência de operador do mercado financeiro e ficando menos preso ao roteiro teórico mais convencional do regime de metas de inflação.

Uma visão popular é que os juros são o único instrumento disponível no governo Bolsonaro para dar um impulso na economia. Sem uma reação mais forte da atividade, o apoio às reformas econômicas liberais deverá se reduzir. Se essa mudança vai de fato ocorrer, só o tempo dirá, mas por enquanto todos os movimentos de Campos seguem os passos de seu antecessor, Ilan Goldfajn, inclusive quanto à possibilidade de cortes na taxa básica de juros.

Mais para o começo do ano, Ilan disse algumas vezes que considerava que, com a Selic em 6,5% ao ano com taxas reais "ex-ante" perto de 3% ao ano, a política monetária estava no campo estimulativo. Segundo ele, mais adiante, depois de observar a economia por algum tempo, poderia se discutir se o grau de estímulo era suficiente ou não.

Campos vem mantendo um discurso semelhante desde a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de junho, que manteve os juros em 6,5% ao ano e indicou pela primeira vez que as projeções de inflação comportam estímulos monetários adicionais, uma vez superado o que o colegiado chama de risco "dominante" da aprovação das reformas fiscais.

Ele tem enfatizado a sequência na definição dos juros pelo colegiado. Primeiro, o Copom checa se os juros nos patamares atuais são estimulativos ou não; segundo, verifica se o grau de estímulo é adequado; terceiro, avalia se o balanço de riscos para a inflação permite cortes na taxa básica de juros. Sobre o primeiro ponto - se os juros são estimulativos -, o Copom e seu presidente vêm repetindo o entendimento de que, de fato, são, com a ressalva de que essa é uma avaliação sujeita a reavaliação contínua.

A tese do Copom é que, se a economia não está crescendo, não é porque os juros não foram reduzidos para abaixo da taxa estrutural. O fraco desempenho reflete a sequência de choques e incertezas que atingiram a economia desde o ano passado, a começar pela greve dos caminhoneiros. À medida que esses efeitos se dissipam, a força dos estímulos monetários aparece.

Campos, na entrevista coletiva do Relatório de Inflação de junho, lembrou que a situação dos países desenvolvidos - onde caiu a taxa de juros estrutural - é diferente da brasileira. Por lá, pesam fatores como mudanças demográficas e novas tecnologias, enquanto que aqui a situação tem as suas próprias peculiaridades. "Temos uma situação bastante diferenciada, uma parte demográfica que não está exatamente no mesmo nível."

O Banco Central tem sustentado, desde a gestão Ilan, que fatores como o prêmio de risco da economia brasileira têm peso muito importante na taxa estrutural. Mas os ganhos obtidos com as reformas, em boa medida, já foram incorporados nas estimativas para a taxa estrutural, já que uma das premissas adotadas nos modelos de projeção do Copom é que as medidas de ajuste fiscal sejam aprovadas.

Alguns analistas econômicos acham, por outro lado, que Campos poderá encontrar espaço para cortar mais os juros se mudar a avaliação do Copom sobre a conjuntura econômica. Se, por exemplo, o colegiado incorporar um cenário de atividade mais fraca, em tese o grau de estímulo deve ser ainda maior do que sugerem as projeções do Banco Central.

A esse respeito, um trecho da ata do Copom de junho tem chamado muito a atenção de alguns dos analistas: "Diante das evidências de desaceleração econômica em vários países, alguns membros do Copom ponderaram que o ambiente global pode ser fator mais relevante para a dinâmica da atividade econômica do que o antevisto".

Alguns especialistas viram, nesse trecho da ata, um ponto de discordância entre os membros do Copom que, nas próximas reuniões do colegiado, poderia levar a mais cortes de juros. Em um pronunciamento em Zurique, Campos citou esse risco internacional sem atribuí-lo a membros do colegiado, o que para muitos é um sinal de que ele é o dono dessa visão minoritária.

Presidentes do Banco Central já usaram, no passado, mudanças no cenário internacional para justificar juros menos apertados - mas hoje é menos provável que isso ocorra. A citação incompleta da ata do Copom parece mais ser um descuido sem maiores repercussões. Campos manteve toda a linha analítica que vinha sendo adotada pelo Copom quando Ilan deixou o colegiado, incluindo o cenário básico, balanço de riscos e certa atitude de cautela na sinalização dos juros.

Ele tem afirmado que a política monetária deu certo nos últimos anos e que, portanto, não vê motivos para mudanças. O Copom, como colegiado, se fortaleceu desde a gestão Ilan, depois que as comunicação de política monetária se tornou mais transparente e, sobretudo, institucional, o que amarra mais os seus passos. Hoje, ele é formado por mais especialistas em política monetária. Isso faz com que teses individuais e isoladas do presidente do BC sejam mais difíceis de prosperar.

Campos começou a formar a sua própria equipe, mas, até agora, os nomes escolhidos não desfazem esse predomínio mais técnico do colegiado. A indicação de Fernanda Nechio para substituir Tiago Berriel na diretoria de Assuntos Internacionais é um forte sinal de continuidade. Ela é contemporânea do diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, nos bancos da Universidade de Princeton, com quem produziu pelo menos 12 trabalhos acadêmicos.

O que pode se esperar, portanto, são decisões dentro do arcabouço já comunicado. As projeções de inflação mostravam, em junho, que os juros podem cair a 5,75% ao ano sem colocar em risco as metas de inflação. Podem até cair mais, num ajuste fino da política monetária, mas para tanto são necessárias melhoras no quadro inflacionário sem descontinuidade da narrativa que até agora foi adotada pelo Copom.

 

Melhora da massa salarial no 1º tri fica restrita a famílias das classes A e B

O início do ano foi marcado pela ascensão mais veloz da massa salarial das famílias das classes A e B, o topo da pirâmide social, mostram cálculos da consultoria Tendências. Pelos diferentes "Brasis", essa elite da renda teve um desempenho distinto, melhor na região Sul e mais negativo na região Norte.

Conforme os cálculos da consultoria, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a massa de renda do trabalho cresceu 7,2% para as famílias da classe A no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. Para a classe B, o avanço foi de 7,4% O bolo da renda das famílias da classe C ficou praticamente estável, com aumento de apenas 0,2% por essa base de comparação.

 Para as classes D/E, o quadro foi pior, com queda de 0,9% na massa salarial no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Camila Saito, analista da Tendências e autora dos cálculos, o resultado melhor das famílias de maior renda pode ser explicado pela recuperação do mercado de trabalho concentrado em pessoas de escolaridade mais elevada, característica mais marcada na classe A - que soma 2,6 milhões de famílias.

Dados do IBGE mostram que o número de trabalhadores ocupados cresceu 1,8% no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Entre as pessoas de ensino fundamental, a ocupação recuou 3,1%. Já o número de ocupados com ensino superior completo ou incompleto avançou 7,2%. Outro fator para o melhor desempenho da classe A seria a maior presença de empregadores.

São desde pequenos empreendedores até grandes empresários, que têm parte da renda atrelada ao lucro do negócio. O lucro das empresas tem crescido, mesmo com a lenta recuperação da atividade econômica. "Em períodos de recessão, a massa de renda das famílias da classe A tende a mostrar pior desempenho e uma das razões é a maior concentração de empregadores. Em oposição, em períodos de retomada, a recuperação também tende a ser mais rápida nas famílias da classe A", disse a economista da Tendências.

A consultoria estabelece que as famílias da classe A são aquelas com renda familiar total ao mês de R$ 18.462. Esse valor médio de renda cai a cada degrau social, para as classes B (de R$ 5.929 a R$ 18.461), C (de R$ 2.459 a R$ 5.928), D e E (até 2.459). O critério é da própria consultoria, já que não existe um critério oficial.

Na abertura do resultado por regiões, os destaques de avanço da massa da classe A foram as regiões Sul (21%) e Nordeste (15,5%) no primeiro trimestre, frente ao mesmo período de 2018. No Norte do país, a massa de renda da classe A apresentou queda de 8%, o pior desempenho das cinco grandes regiões. "A região Sul apresenta melhores desempenhos em quase todos os indicadores de alta frequência neste ano, como na produção industrial, nas vendas do comércio e na massa de renda. A região tem desemprego estruturalmente menor que as demais regiões e informalidade também bem menor", diz Camila.

O estudo mostra ainda que 19,1% das famílias brasileiras pertencem às classes A e B neste início de ano. Isso corresponde a cerca de 13,1 milhões de famílias. A proporção permanece inferior àquela registrada antes da recessão, quando 19,5% das famílias brasileiras pertenciam a esse topo da renda nacional.

O estudo também estima que 25,7% das famílias brasileiras estão na chamada "nova classe média" brasileira, a classe C. Essa classe respondia por 28,6% das famílias em 2016. No caso das classes D/E, são 41 milhões de famílias, mais do que a metade da população brasileira (55,7%). "A grave crise político-econômica tem forte consequência na reversão do processo de mobilidade social", diz a economista. "O menor dinamismo da economia, aliado a um mercado de trabalho com aumento da informalidade, é um fator que limita a retomada da mobilidade das classes."

 

FOLHA

Bancos de desenvolvimento vão continuar a ser importantes, diz Joaquim Levy

O economista Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) defendeu nesta segunda-feira (15) a importância dos bancos de desenvolvimento e da democratização do acesso ao crédito.

"Os bancos de desenvolvimento vão continuar a ser importantes. Apesar de a gente estar em um mundo em que o capital é abundante, ele não chega sempre no lugar que deve chegar, exatamente pelas imperfeições de mercado", disse em evento sobre abertura econômica na FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Rio de Janeiro.

"Há a possibilidade de você democratizar mais o acesso ao crédito. Isso é muito importante", completou.

Há cerca de um mês, Levy pediu demissão da presidência do banco depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou que o economista estava "com a cabeça a prêmio" e que estava "por aqui" com ele.

Levy encontrava resistência por ter sido ministro da Fazenda no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Membros da área econômica do governo Bolsonaro também afirmaram à Folha que o economista tinha dificuldade de atender algumas das principais determinações relativas à administração do banco.

 A avaliação é de que o economista não teria dado andamento a uma revisão das grandes operações feitas pelo BNDES nos últimos anos, principalmente durante a gestão petista.

Nesta segunda (15), Levy também defendeu a importância do BNDES em viabilizar o acesso de bancos menores a recursos competitivos.

"Através dos recursos do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], o BNDES é capaz de irrigar uma porção de bancos médios e pequenos que só podem emprestar em condições competitivas se têm acesso a recursos estáveis e relativamente baratos", disse.

 

Recuperação de crédito tem queda de 2,4% em 12 meses até junho

Dados sobre recuperação de crédito, obtidos com as exclusões dos registros de inadimplentes, estão em queda neste ano, apesar de os indicadores que mostram calotes dos consumidores estarem recuando, mostrou levantamento da Boa Vista. De acordo com a empresa de análise de informação de crédito, em 12 meses até junho, o indicador de recuperação de crédito caiu 2,4% em relação ao mesmo período de 2018. A queda é a maior desde junho do ano passado.

Tá difícil. Para a Boa Vista, esse é um sinal de que os consumidores ainda enfrentam dificuldades para saldar dívidas e saírem do cadastro de inadimplentes. De janeiro a junho deste ano, houve contração de 7% em relação ao mesmo intervalo de 2018, enquanto no comparativo de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 6,6%.

Por outro lado… A DMCard, administradora de cartões private label, ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em faturamento apenas no primeiro semestre, a despeito da economia ainda andar de lado. A cifra representa crescimento de 32,5% nos gastos dos consumidores comparados com o mesmo período do ano passado, quando foram movimentados menos de R$ 700 milhões.

 

Empresas antecipam planos e número de ofertas de ações pode bater recorde em 2019

Diante do otimismo do mercado impulsionado com a aprovação em primeiro turnoda reforma da Previdência na Câmara, empresas brasileiras antecipam planos para a realização de ofertas de ações. A corrida das companhias tem sido para aproveitar o apetite dos investidores, já provado nas últimas ofertas na B3, a Bolsa de São Paulo.

Até o final do mês são esperados mais de R$ 20 bilhões em emissões, grande parte proveniente das ofertas bilionárias da rede de combustíveis BR Distribuidora e do ressegurador IRB Brasil Re. Nesse ritmo, as ofertas de ações em 2019 podem superar o recorde de 2007, quando as emissões movimentaram cerca de R$ 70 bilhões.

No fim da semana passada, a operadora de planos de saúde Hapvida e a locadora de veículos Movida anunciaram suas ofertas, se aproveitando do momento do mercado. A ação da Hapvida subiu quase 50% em um ano e a da Movida avançou 210% no mesmo período.

Até mesmo a oferta da Tecnisa, considerada de "segunda linha", tem encontrado demanda entre os investidores. Segundo uma fonte de um banco de investimento, outras ofertas subsequentes (follow ons) que estão na gaveta poderão ser lançadas, para aproveitar o momento de mercado.

O otimismo já se reflete nos números das emissões. Na primeira metade do ano, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as ofertas de ações somaram R$ 29,3 bilhões, valor recorde desde o início da série histórica, em 2002.

O vice-presidente da associação, José Eduardo Laloni, disse que está muito otimista em relação às ofertas para o próximo semestre. Ele comentou que os investidores estrangeiros, que até agora demonstraram cautela para direcionar os fluxos de capital ao Brasil, devem começar a se reposicionar. "Tivemos um belo sinal (com a aprovação da reforma em primeiro turno) de que os investidores estrangeiros devem nos olhar de forma diferente", comentou.

Das ofertas que ocorreram na primeira metade do ano, a participação dos fundos de investimentos nas ofertas de ações no Brasil na primeira metade do ano quase dobrou. Do volume de ofertas de ações neste ano, 50% foi incorporado pelos fundos locais, ante média de 26,6% no mesmo período do ano passado.

O chefe de mercados globais do Bradesco BBI, Juan Briano, destaca que as ofertas subsequentes, por já terem liquidez em Bolsa, encontram mais facilmente espaço entre os investidores, já que são histórias já conhecidas dos investidores. Mais para frente, as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) também devem ter mais espaço. Neste ano Centauro e Neoenergia estrearam na bolsa brasileira, sendo que o restante das ofertas foram todas subsequentes.

Mais volume

Outras ofertas de peso estão na fila para irem para a rua. Dentre elas estão as vendas relevantes de participações detidas pela Caixa Econômica Federal no Banco do Brasil e elétrica Alupar. Na primeira metade do ano, os desinvestimentos da Caixa também foram relevantes, com a venda de fatia do IRB e da totalidade de sua participação na Petrobrás.

Fora os follow ons, o banco público já anunciou o desejo de levar a mercado quatro de suas subsidiárias: Seguridade, de Cartões, a lotérica e sua gestora, emissões que acrescentarão bilhões de reais ao volume de ofertas do ano.

Outro volume que poderá ser acrescentado a essa conta neste ano são as vendas esperadas de participações detidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que é aguardado com a chegada de Gustavo Montezano à chefia do banco público.

"Para mim parece estranho não se vender, por exemplo, a JBS depois de a ação subir 100% no ano", comenta um gestor. Além de ações do frigorífico, o banco público de fomento possui participações em empresas como a Petrobras, Vale, Suzano, Klabin, Embraer, dentre outras.

 

 

 

 

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