Quinta-feira

VALOR

Copom reduz taxa Selic em 0,5 ponto, para 6% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou nesta quarta-feira a taxa básica de juros, de 6,5% ao ano para 6%. Com o corte, o colegiado retoma o processo de queda da Selic, interrompido no primeiro semestre do ano passado. A decisão veio em linha com a expectativa dos economistas de mercado. Para a autoridade monetária, o corte “é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária”.

Esse calendário inclui o ano de 2020, para o qual a meta de inflação é de 4%. Em comunicado, o Banco Central (BC) fez uma leitura mais positiva dos núcleos de inflação e vê sinais de retomada da economia nos indicadores de atividade. “O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente encontram-se em níveis confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, diz o comunicado.

Na sua reunião de julho, a avaliação do Copom era que os núcleos de inflação eram apropriados. Na linguagem do Copom, “apropriados” são núcleos perto do certo da meta; “confortáveis” são aqueles entre o centro da meta e o piso da meta. Para o Copom, “indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira.”

Segundo o colegiado, o cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em ritmo gradual. No setor externo, o BC avalia que “o cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias”. Mas ressalta que, entretanto, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem. Com o corte, o BC coloca fim ao período mais longo em que a Selic permaneceu em um mesmo patamar.

Ao todo, o país somou quase 500 dias, mais de 16 meses completos ou 11 reuniões do Copom, com a taxa básica de juros em 6,5% ao ano — até então, o menor patamar da série histórica. Na semana passada, o Valor apontou que, entre 48 instituições financeiras ou consultorias, 44 (ou 92%) esperavam corte da Selic nesta reunião. Ao todo, 25 (ou 52%) projetavam um corte de 0,5 ponto percentual.

Outras 19 calculavam queda de 0,25 ponto e quatro esperavam estabilidade. O colegiado volta a se reunir nos dias 17 e 18 de setembro. Inflação O Comitê afirmou que permanecem fatores de risco para a inflação em ambas as direções. “Por um lado, o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado”, diz.

“Por outro lado, uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”, afirma. De acordo com o colegiado, esse último risco se “intensifica no caso de reversão do cenário externo benigno para economias emergentes”.

O Copom ainda afirma que o balanço de riscos “evoluiu de maneira favorável”. No entanto, o risco ligado à frustração das reformas “ainda é preponderante”. O Copom destaca que “a evolução do cenário básico e, em especial, do balanço de riscos prescreve ajuste no grau de estímulo monetário”.

O colegiado ressalta também “que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”. Mas faz a ressalva “que a comunicação dessa avaliação não restringe sua próxima decisão”. “Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, diz.

Reformas

O Copom reconheceu, no comunicado, um avanço com a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no Congresso (embora não tenham citado explicitamente esse evento), mas enfatizou a necessidade de continuidade do processo de reformas econômicas.

“O Copom reconhece que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural da economia”.

“O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, diz o documento. “Em particular, o comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva.”

 

Fed realiza primeiro corte no juro dos EUA em uma década

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduziu a taxa de juro em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 2% a 2,25% ao ano. Foi o primeiro corte no juro desde 2008, visando apoiar a economia americana enquanto enfrenta ameaças ao crescimento diante da disputa comercial com a China.

Muitos analistas esperavam que a autoridade monetária dos Estados Unidos anunciasse uma redução de 0,25 ponto no juro de curto prazo. Sob a direção de Jerome Powell, o Fed tem sofrido pressões para aliviar o crédito desde que promoveu um ajuste na taxa em dezembro de 2018, quando aumentou o custo do dinheiro em 0,25 ponto, para 2,5%.

Os preços das ações caíram e houve críticas, sobretudo por parte do presidente americano, Donald Trump, que disse que o Fed estava restringindo demais o crédito e ameaçando a economia. Em linha com esperado, o Federal Reserve decidiu cortar a taxa de juros de referência para o curto prazo em 0,25 ponto percentual, para 2,00% a 2,25%, O Fed citou “pressões inflacionárias neutras” e as “implicações dos desdobramentos globais”.

A decisão foi tomada por 8 votos a 2, com duas dissidências, do presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, e da presidente do Fed de Kansas City, Esther George, dois integrantes que votaram pela manutenção dos juros.

Em comunicado, o Fed disse também que em agosto, dois meses antes do previsto, encerrará o programa de redução da carteira de bônus da instituição. Hoje, a carteira ainda está em US$ 3,85 trilhões.

 O Fed caracterizou a economia como sólida, mas integrantes da instituição mostraram preocupação com a desaceleração do investimento das empresas, associada às incertezas sobre a disputa comercial em curso entre EUA e China, que parecem ter enfraquecido o dinamismo econômico global.

 

Futuros de juros nos EUA apontam novo corte de 0,25 ponto em setembro

A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de cortar os juros em 0,25 ponto percentual, anunciada nesta quarta-feira, deixou os investidores mais confiantes de que a autoridade monetária dos EUA vai reduzir as taxas novamente em setembro.

No mercado de juros, os contratos futuros de Fed funds negociados nesta tarde mostram que o mercado aponta agora probabilidade de 79% de que o Fed voltará a cortar a taxa de referência dos EUA em 25 pontos-base, ou 0,25 ponto percentual, em setembro, quando o comitê de política monetária (Fomc) volta a se reunir. No início da sessão de hoje, tal probabilidade era estimada em 60% e, ontem, em 54%, de acordo com dados da CME.

 

Novos cortes de juros dependem da Previdência, dizem economistas

O tamanho do corte da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a taxa básica em 0,50 ponto percentual, mostra que o Banco Central enxerga um caminho tranquilo para a aprovação da reforma da Previdência, além de um cenário externo favorável, avaliam analistas e economistas ouvidos pelo Valor.

O comunicado sinalizou ainda, conforme os especialistas, uma tendência de a autoridade efetuar um novo corte de 0,50 ponto percentual na reunião de setembro, se o cenário positivo se consolidar. A possibilidade de novos cortes continua condicionada à aprovação da reforma da Previdência no segundo turno na Câmara e também a um avanço rápido no Senado, avalia o economista do Santander, Jankiel dos Santos.

“A perspectiva é de que esse processo será célere no Senado. Caso comece a haver sinalizações de que o trâmite pode ser enroscado, isso acaba se transmitindo para o câmbio.” Se a evolução positiva dos cenários interno e externo se mantiver, o Copom pode até mesmo fazer um terceiro ajuste para baixo até o fim do ano, afirma Thais Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados.

A consultoria mantém a estimativa de taxa básica em 5,50% para 2019, mas, segundo Thais, “podemos ajustar a curva no final do ano”, incorporando um novo corte de 0,25 ponto, dependendo da evolução dos mercados, das reformas, da inflação e das condições globais. O Santander já aposta em corte de 0,5 ponto na reunião de setembro e outro de 0,25 em outubro. “A questão que fica agora é se em outubro o BC vai buscar os 5% e isso vai depender muito do cenário externo e da questão doméstica”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e diretora de macroeconomia da Tendências.

De acordo com a economista, a nota do Copom sobre a decisão também mostra que o BC mudou a perspectiva em relação ao cenário externo. O gestor do fundo multimercado Opportunity Total, Marcos Mollica, acredita que o comunicado permite inferir um ciclo de cortes neste ano entre 1,25 ponto e 1,50 ponto percentual. “Ou seja, 50 pontos-base na próxima reunião e entre 25 e 50 na terceira, dependendo da evolução do cenário.”

Para o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, “o que pode acontecer é que, dependendo do grau de retomada da economia e da inflação, o corte pode ser maior do que o modelo do BC hoje sugere”. Conforme o especialista, “quando se vê que a inflação está em 3,90% com Selic a 5,5% este ano, então o modelo autoriza um corte um pouco maior que 100 pontosbase. Como foram 50 pontos, isso indica mais 50 na próxima reunião e 25 na seguinte.”

Os fatores que podem atrapalhar essa trajetória vêm, principalmente, do processo de aprovação da reforma da Previdência. Mas o ambiente externo também pode pesar, uma vez que os mercados têm incorporado as expectativas de mais estímulos pelos bancos centrais globais. Para Santos, do Santander, “quem acreditava em uma Selic mais baixa, caindo até abaixo de 5% este ano, pode ter sua visão comprometida, já que a ampla liquidez esperada lá fora já não é mais garantia”.

Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), ressalta que, se o Fed tivesse evitado cortar os juros, o tamanho da redução da Selic teria sido menor, de 25 pontos-base. “O Fed sinalizou que não pretende fazer o corte que os mercados esperavam. Como resultado o dólar se valorizou. Então, se, por algum motivo, um cenário de alta da moeda americana se consolidar, o Copom teria mais dificuldade de avançar em mais estímulos.”

Mollica, do Opportunity, ressalva, porém, que seria preciso uma forte desvalorização cambial para deixar o BC em alerta. “Obviamente que o cenário externo influencia, mas [os comentários de Jerome Powell, presidente do Fed] estão longe de trazer mudança significativa. Precisaria de um impacto muito grande no câmbio para que isso seja transmitido ao Copom.”

Na avaliação de Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG, o banco central americano optou por uma postura cautelosa, mas pode acelerar os estímulos, caso o cenário mostre necessidade. “Se piorar o sinal da atividade, o Fed vai atuar, ele só não quis sinalizar. Vejo, nesse contexto, possibilidade de mais volatilidade no mercado.” Entre as classes de ativos brasileiros, a que tem mais a ganhar com a decisão do Copom desta quarta é a bolsa, dada a “assimetria positiva” que as ações guardam em relação a outros mercados, como câmbio e juros, afirma Guilherme Loureiro, economista-chefe da Trafalgar Investimentos.

Segundo o analista, nos juros, a maior parte do movimento já ocorreu, depois que o mercado embutiu nos preços um corte de 0,50 ponto percentual da Selic agora e outro na próxima reunião, de setembro. O economista da Trafalgar pondera que, a partir de agora, é preciso monitorar a evolução da atividade. Quanto mais fraco vier o crescimento, mais isso poderia permitir um ciclo maior de corte de juros. Não é, porém, o cenário mais provável em sua visão.

 

BB reduz taxas de juros a pessoas físicas e jurídicas após Copom

O Banco do Brasil (BB) reduziu as taxas de juros de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas e do financiamento imobiliário, seguindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual ao ano.

A taxa mínima para financiamento imobiliário à pessoa física foi reduzida de 8,49% para 8,29% ao ano no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) — em que o comprador pode usar recursos de sua conta no FGTS — e de 8,85% para 8,65% ao ano na carteira hipotecária.

No financiamento a veículos novos e seminovos, as taxas mínimas praticadas pelo BB serão reduzidas de 0,88% para 0,84% ao mês nas contratações feitas por meio dos aplicativos para celular. O BB também reduziu de 1,57% para 1,53% ao mês a taxa mínima de empréstimos pessoais em que o cliente oferece seu veículo como garantia, com contratação via aplicativo.

Nos empréstimos pessoais sem garantia, a taxa mínima cairá de 2,99% para 2,95% ao mês. No cheque especial, será reduzida de 1,99% para 1,95% ao mês. Empresas O BB também reduziu as taxas de juros cobradas nas operações com empresas. No desconto de cheques, as mínimas passarão de 1,26% para 1,22% ao mês.

O desconto de títulos, com referência em um mês, passará a ser de 1,12%, ante taxa mínima de 1,16% praticada anteriormente. Nas modalidades de capital de giro, os juros foram reduzidos de 2,52% para 2,48% ao mês no caso do BB Giro Digital e de 0,95% para 0,91% ao mês no BB Giro Empresa em operações de até 360 dias.

 

Itaú Unibanco anuncia redução de taxas de juros após Copom

O Itaú Unibanco anunciou redução nas taxas de juros de suas linhas de crédito, repassando integralmente aos clientes o corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica (Selic), anunciado nesta quarta-feira (31) pelo Copom. Segundo a instituição, para pessoa física, a redução será no empréstimo pessoal e, no caso de pessoa jurídica, no capital de giro.

“O Itaú está empenhado em sempre oferecer as melhores opções e condições para produtos e serviços aos clientes, de acordo com suas necessidades, sem abrir mão da oferta de qualidade”, disse o comunicado. O Banco do Brasil também anunciou redução de suas taxas de juros após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

 

Economia ganha novo alento de bancos centrais

Em dia de decisões importantes para o desempenho das economias americana e brasileira nos próximos meses, o Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária dos EUA, e o Banco Central (BC) baixaram ontem as taxas básicas de juros, que servem de referência para os mercados dos dois países - no caso do Fed, também para o restante do mundo. Em suas justificativas, as duas instituições alegaram inflação baixa e necessidade de estímulo adicional à atividade econômica.

O Fed reduziu o juro em 0,25 ponto percentual, para a faixa de variação entre 2% e 2,25% ao ano. Foi o primeiro corte desde 2008, quando a economia americana se tornou o epicentro da mais grave crise mundial desde 1929. No Brasil, o BC reduziu a taxa Selic de 6,5% para 6% ao ano, novo recorde de baixa, e sinalizou em sua comunicação que fará, na próxima reunião, pelo menos mais um corte, entendido pelo mercado como de 0,5 ponto percentual.

Em seu comunicado, o Fed citou "pressões inflacionárias neutras" e "implicações dos desdobramentos globais" - uma referência aos efeitos negativos da guerra comercial entre China e EUA - como razões para cortar os juros. Embora a maior economia do mundo siga avançando em bom ritmo, há sinais de desaceleração dos investimentos.

A decisão do Fed era esperada, mas durante entrevista, o presidente da instituição, Jerome Powell, emitiu sinais dúbios sobre os próximos passos. Até ontem, a expectativa criada por Powell era a de que o Fed iniciaria novo ciclo de afrouxamento monetário. Ele disse, porém, que a redução foi apenas um "ajuste de meio de ciclo" e não o início de um longo período de cortes. Depois, ressaltou que, em outras ocasiões, o Fed fez pequenos ajustes nos juros, sugerindo que a expectativa do mercado de dois a três cortes até dezembro não seria irracional.

Essa dubiedade derrubou os mercados, fazendo com que a bolsa de Nova York recuasse 1,23% e provocasse efeito dominó nos principais mercados acionários pelo mundo. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 1,09%, para 101.812 pontos.

Ao contrário do que ocorre quando os juros caem nos EUA, o dólar valorizou-se diante das outras moedas. No mercado brasileiro, o dólar teve alta de 0,73%, para R$ 3,81. Os objetivos dos dois bancos centrais são semelhantes. No caso americano, trata-se de evitar uma desaceleração acentuada da economia. No brasileiro, de retomar o crescimento.

 

Caixa corta juros em até 40% e lança pacote de serviço com custo reembolsável

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem uma redução de até 40% nas taxas de juros de diversas modalidades de crédito a partir de hoje. O cheque especial para pessoa física e jurídica terá taxa máxima de 9,99% ao mês. O banco também passará a oferecer uma nova cesta de serviço a um custo de R$ 25, que serão 100% reembolsáveis na forma de bônus de celular. Entre as novidades, está ainda um pacote de serviços, com cheque especial a partir de 8,99% ao mês (redução de 33%) e crédito pessoal a 2,29% ao mês (corte de 21%) e um novo cartão de crédito internacional sem anuidade, com rotativo a 8,99% ao mês.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, reconheceu que a redução de juros pode provocar uma perda mínima de receita para o banco, mas que será compensada com o aumento das operações. O vice-presidente de Modelos de Negócios de Varejo, Júlio Vopp, ressaltou que o impacto será "marginal".

Guimarães afirmou que, ao longo de quatro anos, pretende, por exemplo, aumentar o volume de cartão de crédito para 20 milhões. Hoje o banco tem 7 milhões de cartão de crédito emitidos. " Quando tem aumento de carteira não precisa ter juros tão altos", disse. O presidente da Caixa destacou que não é razoável cobrar 10% a 15% ao mês de taxas de juros e que espera um movimento contínuo de queda de juros nos produtos do banco. "Espero que continuemos a fazer [diminuição dos juros] com condição técnica e matemática", disse.

Para os clientes pessoa jurídica com cesta de serviço contratada serão oferecidos cheque especial com taxa também a 8,99% ao mês, representando uma redução de aproximadamente 40%, além de capital de giro a partir de 0,95% ao mês, antecipação de recebíveis a 1,85% ao mês, e cartão de crédito com a primeira anuidade gratuita.

A Caixa também deve anunciar, entre 45 a 60 dias, um novo aplicativo do banco focado na população de baixa renda. A ferramenta será mais simples e mais leve do que o atual App da Caixa. A ideia é aumentar o acesso aos serviços da instituição por pessoas que têm celulares mais simples e acesso a pacotes de dados de internet menores. Guimarães afirmou que estuda uma mudança no crédito imobiliário, que chamou de revolucionária.

O executivo ressalvou, no entanto, precisar de uma autorização do Banco Central (BC). Ele afirmou que, por exemplo, a criação de modalidades de crédito imobiliário com base no IPCA não deve sair antes de um mês.

Guimarães disse ainda que o resultado financeiro do banco será divulgado em duas semanas e deve refletir todas as medidas que a instituição vem implementando para redução de custos e ampliação de receitas. Segundo ele, o resultado financeiro da Caixa é forte e possibilita o anúncio de diminuição da taxa de juros para os clientes pessoa física e jurídica.

Guimarães destacou também que as ofertas de ações já feitas e outras que o banco deve fazer também ajudarão no resultado da instituição financeira. "Temos uma série de medidas e todas geraram resultado positivo grande para a Caixa", disse o presidente da Caixa. Ele disse ainda que está finalizando negociações na área de seguridade. "Viremos com anuncio em breve", frisou. Ele citou também negociações na área de cartão de crédito. "Área de seguridade e de cartão de crédito estamos discutido sociedades operacionais", contou, complementando que teve ainda grande valorização no Banco Pan.

 O presidente da Caixa ainda afirmou que vai anunciar dois produtos para a baixa renda com instrumento de tecnologia que seja mais simples. "Produtos que estaremos lançando na próxima semana serão focados na renda mais baixa", contou. Guimarães destacou ainda que o banco está preparado para atender os saques de FGTS e PIS. "Será uma tarefa titânica e Caixa está preparada para isso", disse.

 

Ciclo de corte de juros em curso é sustentável, diz Torós

Após muitos anos, o Brasil finalmente vê as políticas monetária e fiscal andando na mesma direção. E isso é o que permite que o país experimente taxas de juros historicamente baixas, mais compatíveis com o resto do mundo, na visão do exdiretor de política monetária do Banco Central, Mario Torós, hoje sócio da Ibiuna Investimentos. Essa mudança, observada claramente nos últimos três anos, coloca o Brasil numa situação de normalidade. "Essa queda de juros consolida a visão de que o país mudou de patamar. Passamos a ter uma taxa de juros compatível com o resto do mundo, indo na direção de um país muito mais normal", afirma.

"Desde que estou no mercado financeiro, este é o ciclo mais sustentável que eu já vi." De todo modo, alerta, esse avanço pode ser revertido muito rapidamente caso haja uma frustração com as reformas estruturais. A atenção a essa agenda como condição essencial para que o juro volte a cair também foi expressa pelo comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu ontem a Selic em 0,5 ponto percentual, para 6% ao ano.

Mas, para Torós, é possível dizer que, hoje, o cenário básico é de cortes adicionais. Replicando o modelo de projeções de inflação do BC, a avaliação da Ibiuna é a de que há espaço para uma redução adicional de 1 ponto percentual da Selic, o que levaria a taxa para 5% ao ano.

 Valor: Podemos dizer que o Brasil tem hoje uma oportunidade histórica de reduzir a taxa de juros?

Mario Torós: Há dois pontos bem importantes a serem observados nessa queda da taxa de juros. O primeiro é que a gente segue, ainda que em intensidade diferente, o movimento de "easing" [alívio monetário] que se vê no mundo. De um grupo de 31 BCs, 14 já estão cortando os juros e quatro estão dando a mensagem de que vão cortar os juros. Ou seja, mais da metade está engajada em um processo de easing. Só dois estão subindo os juros. Essa é uma mensagem muito boa. O Brasil conseguiu convergir para um ciclo mundial, mesmo não sendo investment grade, coisa que não conseguimos fazer em 2013, 2014, 2015. A principal razão para isso é que você passou a ter política monetária e política fiscal andando na mesma direção. Essa é uma boa notícia. Outro ponto é sobre a importância de se consolidar os ganhos obtidos. O Brasil tem uma taxa de juro real desde 1991 muito acima do resto do mundo. E agora essa queda de juros de hoje [ontem] consolida a visão de que o país mudou de patamar. Passamos a ter uma taxa de juros compatível com o mundo emergente, com o resto do mundo, indo na direção de um país muito mais normal. Já estávamos com juro real e nominal baixos para os padrões brasileiros, e mesmo assim foi possível baixar mais.

Valor: É possível acreditar que o novo patamar da taxa de juros, agora em 6% anuais, é um movimento sustentável?

Torós: Desde que eu estou no mercado financeiro, de fato este é o ciclo [de alívio monetário] mais sustentável. E isso por causa de uma sucessão de coisas, sendo a principal delas o fato de o país ter agora políticas monetária e fiscal andando juntas. Isso não se vê no Brasil há vários anos, e poucas vezes desde 1991. Há três anos, o fato de as políticas monetária e fiscal andarem na mesma direção permitiu que se ancorasse as expectativas de inflação. Todas as medidas que vêm sendo tomadas desde 2016 são no sentido de ajustar o setor público. É o reconhecimento de que as despesas estavam muito altas e cresceram de forma acelerada, o que levou à criação do teto de gastos. E uma série de outras medidas, como o realinhamento dos preços relativos, a lei das estatais, coroada com a aprovação agora da reforma da Previdência em primeiro turno, que levaram a política fiscal a ajudar a política monetária. O lado ruim é que a atividade econômica se recupera muito pouco. Isso faz com que a inflação esteja ainda mais baixa.

Valor: O que pode atrapalhar esse cenário?

Torós: Uma frustração das reformas pode reverter esse cenário muito rapidamente. A situação de partida é extremamente delicada e, por isso, a continuidade ou não dessa agenda, que inclui a reestruturação do Estado, abertura da economia, privatização, reforma da Previdência, pode levar a uma deterioração muito rápida.

Valor: Como você interpretou a decisão do Copom?

Torós: Quando se está fazendo a sintonia fina, é importante observar qual é a estratégia de política monetária. Nesse sentido, o que o BC coloca no comunicado é bem condizente com a redução de 0,5 ponto. Tem duas mensagens que eu considero importantes. A primeira delas é a mudança de todos os índices de inflação de "apropriados" para "confortáveis". Os dados vieram muito bons, principalmente o último indicador de inflação. Tanto a inflação quanto os núcleos estavam em níveis extremamente confortáveis e adequados e, portanto, permitiriam tomar uma ação mais forte. Foi isso que ele fez. Isso, conjugado com o cenário externo favorável a isso. Essa é uma primeira mensagem importante. A outra mensagem é que as projeções de inflação, o guia que ele tem para tomar suas decisões, e em especial o balanço de riscos, que circunda o cenário básico, permitem baixar 0,5 ponto. E indica que poderá baixar mais 0,5 ponto na próxima reunião. Acho que é uma mensagem bastante clara. Tem uma estratégia de política monetária.

Valor: A partir dessas mensagens, qual a sua expectativa para o ciclo à frente?

Torós: Entendo que deve vir outro corte de 0,5 ponto na próxima reunião. O Copom diz que é isso que está em sua cabeça, ainda que não esteja se comprometendo com isso. O que em geral acontece, quando o BC começa a cortar o juro, é que ele tem uma ideia de quanto mais ou menos vai cortar. O guia central é o cenário básico e a análise do balanço de riscos associado àquele cenário básico. Então, o BC está sendo claro de que pode baixar novamente 0,5 ponto e que analisará o balanço de riscos. Nós reproduzimos o modelo de projeções de inflação do Banco Central e ele mostra que, no cenário básico, com uma redução de 150 pontos-base [no ciclo total], é perfeitamente possível manter a inflação na meta. E o BC diz que o balanço de riscos está favorável: a economia está fraca e expectativa de inflação ancorada.

Valor: Qual o efeito desse corte de juros para o mercado financeiro e também para a economia real?

Torós: É importante dizer que não é bem o efeito do corte de juros em si, mas todo o afrouxamento das condições financeiras que estão associadas a esse corte que produzem efeito. A curva de juros já caiu e pode cair muito mais. No ano, já houve uma redução de cerca de 2,50 pontos percentuais, olhando para os juros com prazo de dois a cinco anos. Nos últimos 3 meses, de cerca de 1,50 ponto. Então, curva, de alguma forma, já teve um afrouxamento, desde que ficou claro que o BC poderia baixar mais os juros. Então, já houve um afrouxamento das condições financeiras que vai ajudar a economia. Na verdade, a queda da taxa de juros é quase a consolidação desse movimento. Dito isso, há de fato um relevante relaxamento das condições financeiras, mas isso não vai resolver a situação da economia. Do ponto de vista conjuntural, estamos vivendo um momento em que você tira muito do peso do Estado sobre a atividade econômica e o setor privado entra numa velocidade distinta. Mas, persistindo na agenda e com essas condições proporcionadas, em algum momento a atividade econômica retoma. Difícil dizer quando. Essa queda dos juros já proporcionou uma subida da bolsa. O valor das empresas aumenta dado que a taxa de desconto das empresas diminuiu. Mas o efeito sobre os ativos e sobre a economia real acontece em velocidade diferente, que pode convergir no longo prazo.

Valor: A despeito de todos esses avanços na gestão da política fiscal e do alívio monetário no mundo, o investidor estrangeiro ainda não voltou ao mercado brasileiro. Por quê?

Torós: Não dá para esperar ser "investment grade" [grau de investimento] para ter fluxo. Em geral, você tem fluxo antes de ter esse selo, e vai demorar bastante para o Brasil voltar a ser investment grade. Os fundamentos estão indo numa direção correta, mas partem de um ponto muito ruim. O que a gente pode imaginar é que os fluxos voltarão, sobretudo na conta financeira, ex-conta de capital, na medida em que o país vai caminhando no ajuste da economia como um todo. Até aqui, o grande movimento [de corte de juro] não pegou. Mas acho que a parte de investimento direto vai crescer, haverá privatizações. Há elementos que podem fazer com que esses fluxos retornem. E, na verdade, a volta desses fluxos ajuda o país a ser recuperar o investment grade.

Valor: O mercado reagiu mal à decisão do Federal Reserve, que reduziu o juro em 0,25 ponto percentual, deixando dúvidas sobre os próximos passos. Houve problema de comunicação ou a expectativa do mercado era elevada demais?

Torós: Foi a combinação das duas coisas: expectativa elevada e uma comunicação que deixou um pouco a desejar. Na última reunião, o Fed não subiu os juros, mas divulgou os "dots", que indicavam duas quedas para este ano. Ele comunicou isso, agora, de uma maneira não muito clara, que a ideia é dar mais duas quedas, mas o mercado esperava três quedas para este ano. Agora, o que vai dizer se são mais duas ou três quedas é a análise de dados. Ele disse isso. Mas, como o mercado esperava mais, houve um ajuste de preços. Temos que olhar como isso vai se desenvolver nos próximos dias. Se for um ajuste fenomenal, em que o S&P vai cair 15% ou 20%, isso muda a conversa. Mas, neste primeiro momento, acho que o tipo de ajuste não nos afeta. Não parece que o cenário benigno esteja em risco. O que a gente tá vendo no mundo, mais do que tudo, é muito mais uma desaceleração cíclica das economias. Não é uma crise. As economias cresceram muito, mesmo acima do potencial. Então, o cenário base é viver uma desaceleração cíclica, que é perfeitamente absorvida pelos países que têm fundamentos, que é o caso do Brasil. Manter o juro lá baixando, caindo pode ser positivo, desde que isso não transborde para uma crise, para uma recessão, o que geraria uma aversão a risco global.

Valor: Qual o efeito desse cenário para o dólar?

Torós: O dólar esteve em alta nos últimos três anos por causa da mudança do diferencial de taxa de juros dos Estados Unidos. Esse movimento existiu, hoje está num pico e começou a baixar no momento em que o Fed começou a dar indicação de que começaria a afrouxar sua política monetária. Hoje, um pedaço dele começou a se reverter, dado que o Fed não será tão agressivo no corte de juros como se esperava. Em resumo, o dólar está bastante apreciado ante todas as moedas do mundo, tanto é que o Trump está reclamando de dólar forte. Na medida em que o diferencial de juros continue, o dólar tende a ficar forte de uma forma geral. Mas, mais uma vez, se não for um cenário de desaceleração muito forte, esse fortalecimento do dólar, em grande medida, já ocorreu.

Valor: E para o real, dado que o Copom parece cortar o juro com mais força do que o Fed, esse efeito pode prosseguir?

Torós: O real, em grande medida, se desvalorizou a partir da fortaleza do dólar nesses últimos anos combinada com a redução do diferencial dos juros. Não dá para saber se esse movimento acabou. Esse movimento se manifesta de várias formas. O hedge fica mais barato, é possível substituir emissão de dívidas em dólar por emissão em reais, é um conjunto de fatores que pressiona o dólar-real para além da valorização do dólar. Esse fenômeno não acabou, mas é difícil de dizer em que estágio ele está.

 

País transita entre o emprego e o desalento

Nunca houve tanta gente empregada no Brasil - em termos absolutos. E nunca houve tanta gente desalentada, sem esperança de conseguir trabalho. É entre esses dois mundos que vive o brasileiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O órgão mostrou que a taxa de desemprego caiu para 12% no segundo trimestre deste ano, de 12,7% no primeiro quarto de 2019 e de 12,4% no mesmo período do ano passado. Na comparação do trimestre móvel de junho com o de maio também houve uma pequena queda, de 12,3% para 12%. Feito o ajuste sazonal tudo continua em 11,9%, taxa que se repete há alguns meses.

O desemprego continua em níveis historicamente altos diante da fraqueza da recuperação da economia. Em números absolutos, a população empregada chegou ao recorde de 93,342 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano. Um número relevante de 1,5 milhão de pessoas conseguiu uma ocupação ante o primeiro trimestre. Na comparação com o ano passado, o aumento é maior ainda: 2,4 milhões.

Mas o trabalho informal foi responsável por cerca de 70% das vagas criadas, incluídos aí o trabalhador por conta própria sem CNPJ, de longe o segmento que mais gerou trabalho no período. Formal ou informal, o número de trabalhadores por conta própria é outro que também bateu recorde: 24,1 milhões.

Cimar Azeredo, coordenador da Pnad Contínua, chama atenção para o aumento de 0,9% no emprego com carteira assinada na comparação com o trimestre anterior, a primeira em cinco anos, e também com o ano passado (1,4%). Mas o contingente de 33,2 milhões de trabalhadores está bem aquém do recorde de 2014 (36 milhões). "O resultado é positivo porque gera postos de trabalho, mas ainda está longe de uma virada", diz.

Há 12,8 milhões de desempregados, enquanto o número de desalentados continua no recorde de 4,9 milhões de pessoas. Também o número de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas, aqueles que gostariam de trabalhar mais e não conseguem, é o maior da série: 7,4 milhões.

No total, a população subutilizada (desempregados, desalentados e todos os tipos de subocupados) é de 28,4 milhões (24,8% da força de trabalho). Dados que evidenciam um mercado de trabalho ainda muito fraco, observaram economistas do banco Safra. Há mais emprego, mas há também menos renda. O rendimento real na média de todos os trabalhadores caiu 1,3% na comparação com primeiro trimestre e recuou 0,2% ante o ano passado.

Assim, o crescimento da massa de salários, que acaba por determinar a demanda das famílias, estancou. A despeito da forte geração de vagas, a massa só aumentou 0,2% no segundo trimestre sobre o primeiro, após queda de 0,3% no primeiro, e cresceu 2,4% na comparação com o ano passado, ante crescimento de 3,3% no período anterior.

A queda da renda média está relacionada ao emprego informal e também reflete o limitado poder de barganha dos trabalhadores, em um cenário em que o desemprego ainda é muito alto, observa o economista Mauricio Nakahodo, do banco MUFG Brasil. "A inflação está mais moderada que no primeiro trimestre, o que poderia levar a um aumento real de renda, mas o poder de barganha tem sido limitado. E as empresas enfrentam dificuldade para conceder reajustes reais", afirma.

Os salários caíram tanto para quem tem carteira assinada quanto para informais como os conta própria. Nakahodo também chama atenção para o recorde no número de pessoas que trabalham menos horas do que gostariam, o que também influencia na renda. Certamente, há mais gente concorrendo por trabalho. A taxa de participação, que mede o percentual de pessoas que estão na força (empregados e desempregados) em relação a toda a população que está em idade de trabalhar, alcançou em junho o recorde da série da Pnad Contínua, iniciada em 2012, 62,1%. "As pessoas precisam ganhar dinheiro e estão ofertando trabalho independentemente da qualidade e dos salários oferecidos", afirma Laísa Rachter, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

Na avaliação da Guide Investimentos, o crescimento dessa taxa mostra que as pessoas estão voltando ao mercado de forma consistente, influenciadas pela queda ainda que tímida do desemprego. Em junho, por exemplo, a oferta extra de mão de obra foi totalmente absorvida pela criação de vagas. O crescimento lento da atividade indica que o desemprego deve continuar a cair de forma gradual, afirma Nakahodo, do MUFG Brasil, que estima a taxa de desemprego média de 2019 em 11,8%, pouco abaixo da atual. Para o Itaú Unibanco, em um cenário de crescimento do PIB de 0,8% em 2019 e 1,7% em 2020 a taxa deve recuar a 11,8% no fim deste ano e para 11,6% em dezembro do ano que vem.

 

O GLOBO

Queda do desemprego e de juros abre caminho para recuperação da economia

O mercado de trabalho deu um sinal de alento para a economia, com aredução da taxa de desemprego para 12% , no mesmo dia em que o Banco Central reduziu os juros para 6% . Trata-se do menor patamar desde que foi implantado o regime de metas de inflação, em 1999.

Na avaliação de especialistas, as duas medidas podem abrir espaço para a recuperação da economia,  caso seus efeitos se mostrem mais duradouros. A taxa de desemprego caiu para 12% no segundo trimestre.

As vagas informais ainda respondem por 60% das novas colocações, mas a indústria, setor que historicamente mais contrata com carteira, voltou a gerar postos de trabalho: foram 319 mil, o equivalente à metade dos empregos formais criados no período.

A melhora do emprego com carteira assinada, especialmente na indústria, pode impulsionar o consumo das famílias, elemento que pesa mais de 60% no Produto Interno Bruto (PIB).

De outro lado, a queda dos juros funciona como um estímulo à atividade e tem potencial para contribuir para alavancar o investimento, que patinou no primeiro trimestre. No entanto, apesar do corte da taxa Selic de 6,5% ao ano para 6%, os juros no Brasil ainda estão entre os mais altos do mundo .

— Os dados são favoráveis e podem indicar o início de um ciclo positivo. As reformas estão na direção correta, porém o emprego formal costuma reagir mais lentamente. A economia está começando a andar. O corte de juros deve contribuir para a retomada do crescimento na medida em que incentiva investimentos no setor produtivo — avalia Bruno Ottoni, pesquisador do Ibre/FGV.

Ele avalia que a geração de empregos só não foi maior por causa do aumento da procura por vagas:

— Isso demonstra que mais pessoas estão voltando a procurar emprego e com esperança de conseguir uma vaga.

Ottoni pondera ainda que o corte de juros pode contribuir para que novas contratações sejam feitas no período de agosto a setembro, quando a indústria tradicionalmente abre vagas para atender às encomendas para o fim do ano. Para Vivian Almeida, professora de Economia do Ibmec-RJ, a tendência de melhora ainda precisa se confirmar nos próximos meses:

— Se a indústria volta a contratar, estamos pelo menos assistindo a uma redução da capacidade ociosa do setor, que estava patinando há vários meses. É sem dúvida um indicador muito importante. Para confirmarmos se é uma tendência no mercado de trabalho, ainda precisaremos observar o próximo trimestre.

A redução nos juros funciona como uma tentativa de injetar ânimo na economia, que enfrenta um cenário de inflação baixa e desemprego ainda alto — são 12,8 milhões em busca de uma vaga. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que existe a possibilidade de cortar mais os juros adiante. Os diretores do colegiado reconhecem que esta pode ser uma ferramenta para estimular a economia.

Para os especialistas, porém, uma recuperação mais sustentável da economia dependerá ainda do avanço de outras medidas, como a reforma da Previdência e tributária.

— O corte de juros melhora um pouco a confiança, mas as ações de política monetária têm um efeito defasado na economia. É um impulso mais para o ano que vem. Para sairmos do buraco do baixo crescimento, precisamos de reformas estruturais — afirma Flavio Serrano, economista-chefe do banco Haitong.

 

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