Segunda-feira

VALOR

Ata do Copom e relatório de inflação concentram atenções

Depois de uma semana agitada marcada por decisões de política monetária no Brasil e no exterior, os mercados brasileiros voltam as atenções aos desdobramentos da guerra comercial entre China e EUA, enquanto esperam por mais indicações sobre a trajetória do juro básico no país e nas economias globais.

Na última semana, o Ibovespa acumulou valorização de 1,27%, amparado por uma certa melhora na perspectiva de um acordo entre Pequim e Washington e, principalmente, pela trajetória de baixa do juro básico por aqui, depois que o Banco Central (BC) deixou sinais de que há espaço para mais reduções da Selic.

No entanto, o movimento do dólar - a moeda americana subiu 1,63% na semana passada - ainda demonstra que o ambiente para ativos de risco é incerto, sobretudo porque o reduzido diferencial de juros entre Brasil e EUA afasta o interesse do investidor global por ativos locais.

Agora, a agenda que mais deve chamar a atenção do mercado é justamente aquela que pode dar mais sinais para a trajetória dos juros daqui para frente: a ata da última reunião do Copom, amanhã, e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta. Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a indicação de que há espaço para mais cortes da Selic pode manter o real sob pressão.

“O juro neutro sugere que medidas de acomodação adicionais são possíveis, mas isso dependerá do real e das reformas”, afirma a consultoria Pantheon Macroeconomics, em nota a clientes. “As maiores restrições a mais cortes nas taxas [de juros] são os riscos de deterioração acelerada das condições globais, o que penalizaria as moedas emergentes ainda mais.”

A perda de força do real e sua relação com a política monetária também foi notada pelo Wells Fargo. Para o estrategista Brendan McKenna, “o desempenho do real, que tem estado sob pressão particular depois que o Banco Central sinalizou cortes agressivos nos juros, pode fazer com que apenas mais um corte de 50 pontos-base na Selic seja efetuado”.

Na casa, a estimativa é que o juro vá até 5%, patamar que deverá ser mantido até o fim de 2020. Na bolsa de valores, boa parte dos ganhos da última semana ficou concentrado em ações de varejo, como B2W (13,8%) e Via Varejo (7,4%), além de administradoras de shoppings - Multiplan acumulou alta de 10,6%, Iguatemi avançou 8,2% e brMalls subiu 8,4% - e construtoras, como Cyrela (6,2%) e MRV (3,4%).

Por outro lado, com o exterior ainda como ponto de pressão, algumas das mais importantes quedas do índice ficaram justamente em papéis de commodities metálicas e bancos, que são os de maior peso no Ibovespa. Entre os destaques, a mineradora Vale e o Itaú Unibanco fecharam ambos com uma baixa de 3,1%.

Em relatório de análise gráfica, o Itaú BBA afirma que o Ibovespa tem como desafio, após superar a faixa dos 104.800 pontos, bater a máxima histórica perto dos 106.700 pontos. O movimento do índice no Brasil está fortemente correlacionado ao que se vê no S&P 500, que também está próximo das resistências - regiões que acabam sendo mais convidativas a uma realização de lucro dos investidores.

 

FOLHA

Bancos resistem em baixar juros ao consumidor após queda da Selic

Banco do Brasil, Bradesco e Itaú anunciaram que vão reduzir os juros a clientes após o corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic. Na última quarta-feira (18), o Banco Central definiu a taxa básica de juros em 5,5% ao ano, nova mínima histórica.

Apesar do anúncio, os cortes de juros, quando detalhados pelas instituições financeiras, são limitados a poucas linhas de crédito.

O Banco do Brasil informou que vai reduzir os juros a partir desta segunda (23). Para pessoas físicas, o corte vai ser nas taxas de crédito salário (com débito em conta no dia que o pagamento é creditado), crédito pessoal e crediário. Para empresas, a redução será apenas na modalidade desconto de cheque.

O Bradesco comunicou que também reduzirá os juros de suas principais linhas a partir desta segunda, mas não detalhou quais e nem qual seria o tamanho da redução.

Já o Itaú Unibanco afirmou que fez o repasse integral do corte na Selic nesta sexta-feira (20), mas a medida foi restrita a duas linhas de crédito.

Para clientes pessoa física, o banco disse ter reduzido o custo de novas contratações de empréstimo pessoal. Para pessoas jurídicas, o repasse é no empréstimo para capital de giro.

O banco também afirmou em nota que reduziria a taxa mínima da linha de crédito imobiliário de 8,3% ao ano para 8,1% ao ano —nos dois casos, há a correção pela TR, atualmente zerada.

No entanto, em agosto o banco havia afirmado em nota à Folha que o crédito para a compra da casa própria já custava a partir de 8,1% ao ano mais TR.

Procurada pela reportagem, a Caixa Econômica Federal disse que não havia uma definição sobre queda de juros.

Já o Santander não respondeu à reportagem.

Ao baixar os juros, o Banco Central visa estimular o consumo para reanimar a economia. Com juros mais baixo, investimentos ficam menos rentáveis enquanto o custo do crédito deveria cair.

Em tese, isso estimularia os brasileiros a irem às compras. Para isso funcionar, porém, as taxas de juros cobradas do consumidor precisam efetivamente ser reduzidas.

A Selic é a taxa básica de juros da economia. Isso significa o custo do dinheiro para o banco. Quando ela cai, o custo para os bancos diminui e isso abriria espaço para um repasse ao consumidor.

Se eles mantêm os juros, o spread (a diferença entre o custo do dinheiro e o juro cobrado do consumidor) cresce, e tende a crescer também o lucro do banco.

 

ESTADÃO

Só o crédito imobiliário acompanha o ritmo de queda da taxa de juros Selic

Com a decisão do Comitê de Política Monetária Nacional (Copom) da semana passada, a taxa de juros Selic caiu 61,40% em um espaço de 24 meses – saindo de 14,25% para os atuais 5,50% ao ano. O novo patamar muda a vida do investidor, que tem visto seu dinheiro render menos na renda fixa, e em tese deixa mais fácil a vida do tomador de empréstimo, que conta com linhas mais acessíveis no mercado. Será?

Em teoria, sim, os gráficos apontam que está mais barato pegar dinheiro emprestado. Na prática, pouca gente percebe essa nova realidade. Isso porque o crédito no Brasil caiu de um patamar que os economistas classificam de “extremamente alto” para “muito alto”. Das linhas de financiamento pessoal, só a de aquisição da casa própria e, em menor escala, a de compra de automóveis novos seguem o ritmo de queda da taxa Selic.

Desconsiderando essa duas modalidades de financiamento – o imobiliário e automotivo – o crédito para pessoa física ficou 25,18% mais barato no Brasil desde o início do atual ciclo de corte da Selic, iniciado em setembro de 2017, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Miguel de Oliveira, que dirige a entidade, diz que é natural que os bancos operem bem acima da Selic para o consumidor. Segundo ele, o crédito imobiliário cai mais rápido porque o tomador dá o imóvel como garantia – “se não pagou, o banco toma”. Nos demais, outras variáveis importam até mais que a taxa básica de juros.

De forma geral, diz, as pessoas superestimam a Selic na formação dos preços no mercado financeiro. “A Selic é importante, mas é só um fator que impacta na hora de definir o preço do crédito”, aponta. “É como se eu fosse comprar uma camiseta. Eu pago pelo tecido, pela costureira, pelo transporte. No crédito, além da Selic, tem o risco de inadimplência, tem o depósito compulsório do banco, tem muitas outras coisas.”

Para a economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, falta também concorrência no mercado. “A gente não está vendo essa redução da Selic chegar para o consumidor final. Mas o mercado é muito concentrado”, afirma. O Banco Central aponta que os cinco principais bancos do País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) respondem por 85% do volume de crédito.

Os especialistas não esperam grandes mudanças nesse cenário, mesmo que a Selic volte a cair daqui a um mês e meio, e o mercado já fala em 5% ao ano no fim de 2019. Segundo eles, uma queda mais acentuada nas modalidades de crédito pessoal depende da retomada econômica. “Aumento do PIB e melhora do emprego são os fatores que afetam o crédito”, afirma o superintende executivo de negócios imobiliários do Banco Santander.

Por falar em imóveis, o crédito para habitação saiu de uma taxa de quase 11% ao ano em setembro de 2017 para 8,4% agora, de acordo com a média dos contratos dos cinco principais bancos capturada pela fintech Melhor Taxa. Antes da reunião do Copom da semana passada, a diferença entre essa taxa média dos financiamentos e a Selic era de 2,4 pontos porcentuais, considerada a menor da história. Agora, é de 2,9 pontos porcentuais.

Rafael Sasso, da Melhor Taxa, já vê nisso pressão para um novo corte por parte dos bancos. “Provavelmente vai ter mais queda de taxa rápido”, diz ele, que espera um movimento nos próximos dois ou três meses.

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