VALOR
Alcolumbre adia votação da reformada Previdência para quarta-feira
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), adiou em um dia a votação da reforma da Previdência, que estava marcada para acontecer nesta terça-feira (24), em primeiro turno, no Plenário do Senado. Agora a proposta deve ser apreciada pelos senadores na sessão de quarta-feira (25), às 16h.
A razão é que Alcolumbre convocou sessão do Congresso Nacional para amanhã, com o objetivo de votar créditos orçamentários e avaliar vetos presidenciais, entre eles os do projeto que define o crime de abuso de autoridade. Ainda assim, a reforma da Previdência será votada amanhã, pela manhã, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
O relatório a ser analisado foi apresentado na semana passada pelo relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), quando o tucano decidiu acatar uma única emenda, que beneficia principalmente servidores públicos estaduais que já receberam gratificação por desempenho como parte do salário. Após passar pela CCJ, a proposta fica pronta para ser votada em Plenário.
Juro real bate mínima histórica com aposta em queda adicional da Selic
O forte recuo das taxas de mercado aliado à perspectiva de que a inflação seguirá bastante contida, num mundo em desaceleração, derrubou os juros reais para suas mínimas históricas. Analistas apontam que parte do movimento se deve a fatores cíclicos e ainda haveria algum espaço para quedas adicionais no curto prazo, mas destacam que este ainda não pode ser considerado um “novo normal” para a economia brasileira.
Cálculo do Valor Data a partir do contrato de swap de juro de 360 dias descontada a projeção de inflação para um ano indica uma taxa de juro real de 1,37%, o nível mais baixo em toda a série histórica iniciada em 2002. Com isso, as projeções de mercado dão um passo além do que foi observado entre 2012 e 2013, quando a taxa real chegou a bater 1,39%. Na época, porém, a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida de forma quase que artificial, na visão de muitos economistas. A Selic caiu, em outubro de 2012, para 7,25% ao ano, mas a inflação superou os 5%, acima da meta de 4,5%
Desta vez, o cenário parece ser mais sustentável, já que apresenta apostas de juros cada vez mais baixos e a perspectiva de que a inflação manterá alguma distância do centro da meta oficial. De acordo com as novas projeções do Banco Central, divulgadas na semana passada, o índice de preços ao consumidor (IPCA) deve ficar em 3,8% em 2020 — abaixo do alvo de 4% — mesmo num cenário de dólar constante a R$ 4,05 e Selic de 5% até o fim do ano que vem.
Analistas apontam que o componente cíclico do cenário para o juro real envolve a recuperação lenta da atividade no Brasil e o risco de desaceleração da economia global, o que inibe pressões inflacionárias. Inclusive, grandes instituições financeiras têm revisado seus cenários e colocado a Selic em menos de 5% até o fim deste ano.
“Em função da elevada capacidade ociosa da economia e o cenário de inflação baixa, é possível que haja necessidade de estímulos monetários por algum tempo, o que implicaria uma taxa de juro real próxima aos níveis atuais por um período mais longo”, afirma Isabela Guarino, economista-chefe da XP Asset Management. Além do fator cíclico, ainda há um componente estrutural que seria representado pela taxa de juro neutro — aquela que produz o máximo de crescimento sem gerar inflação.
De acordo com os analistas, o ajuste de contas públicas — encabeçado pela lei do Teto de Gastos e pela reforma da Previdência, junto com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e a redução do estímulo fiscal do governo via BNDES — ajuda a colocar a taxa em níveis mais baixos e até abre espaço para quedas adicionais da Selic. “O juro neutro tem caído com o avanço de reformas e com o cenário internacional que também traz juros reais de equilíbrio menores”, afirma Solange Srour, economista-chefe da ARX.
No entanto, o nível atual dos juros reais não é o mesmo da taxa neutra e deve voltar a subir quando a economia ganhar força. “Eu não acho que este é o novo normal no Brasil, porque o crescimento que estamos vendo hoje está muito aquém do potencial. Não estamos ocupando nossa capacidade ociosa. O equilíbrio só ocorre quando a economia cresce perto do potencial.” Ou seja, a agenda de reformas que vem sendo tocada desde 2017 traz um suporte estrutural para a queda do juro real, mas analistas apontam que a mudança não chega a colocar a taxa de equilíbrio em 1%.
“O nível atual do juro real é passageiro, mas um ‘novo normal’ para as taxas pode incluir níveis mais baixos que os anteriores”, afirma Fernando Rocha, economista-chefe da JGP. Quedas adicionais do juro neutro da economia exigem novos avanços no ajuste fiscal, principalmente na redução de gastos obrigatórios, afirma Solange, da ARX. “Se a gente não avançar nessa agenda e o Teto de Gastos for ameaçado, por exemplo, a taxa de juro neutra que vem caindo nos últimos anos vai voltar a subir”, alerta.
Todo o contexto fiscal e a credibilidade do governo ganham ainda mais relevância num quadro de fraqueza da economia. Isso porque a taxa de juro baixa não resolve, sozinha, o problema de crescimento. “É preciso que haja confiança. Nesse ponto, ainda estamos tateando”, aponta Rocha, da JGP. O índice de incerteza econômica da FGV ainda está longe de mostrar um ambiente de confiança, por exemplo.
De acordo com as estimativas coletadas na Pesquisa Focus, os analistas acreditam que a economia crescerá apenas 0,87% neste ano, mas poderá ganhar algum fôlego em 2020, com expansão esperada de 2%. Já a inflação deve ficar em 3,44% em 2019 e 3,80% em 2020 — tudo isso com Selic a 5%.
Analistas comentam que o crescimento baixo é gerado por inúmeros fatores, como as incertezas globais com fatores geopolíticos e o próprio efeito defasado dos juros baixos na atividade. No entanto, alguns problemas estruturais também estão pesando na economia. “O setor de construção civil pesada foi duramente afetado pela Lava-Jato. Praticamente todas as empresas grandes do setor pararam de operar.
Além disso, a redução do gasto fiscal e parafiscal teve um efeito grande. É preciso fazer o ‘crowding in’, ou seja, o setor privado ocupar o espaço que o setor público ocupava. Isso leva tempo. A receita é persistência. A transição leva tempo, mas costuma compensar”, aponta Rocha, da JGP.
FOLHA
Paulo Guedes diz que proposta de reforma tributária deve ser apresentada na próxima semana
O ministro Paulo Guedes afirmou nesta segunda-feira (23) que o governo deve apresentar sua proposta para a reforma tributária na próxima semana ao Congresso Nacional.
“Estamos rearrumando a turma, para ver quem vai dançar, e vamos entrar lá e dançar já, já. Semana que vem acho que a gente já começa a entrar com a nossa proposta tributária”, afirmou o ministro.
Na fala em um evento do promovido pelo Instituto de Formação de Líderes (IFL), em Belo Horizonte, Guedes também explicou porque o governo freou a apresentação da proposta de reestruturação do pacto federativo logo depois da reforma à previdência.
Usando metáforas de dança, ele disse que foi preciso acertar o passo, já que “às vezes um pisa no pé do outro”, para afinar o tom com o Congresso depois das pautas de reforma tributária levantadas pelo deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) e pelo ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), e do imposto único pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE).
“Tem uma questão de timing político. Se eu quiser fazer uma reforma do pacto federativo, e a Câmara e o Senado disserem que não, que vão fazer a tributária, eu tenho que recuar e falar que temos que fazer a tributária”, afirmou ele.
Guedes não deu mais detalhes sobre o que estará incluído na proposta tributária a ser apresentada e ressaltou que a reforma do pacto federativo ainda é vista como “a coisa mais importante no momento” pelo governo.
Há menos de duas semanas, o então secretário especial da Receita, Marcos Cintra, foi demitido após defender publicamente a criação de um imposto sobre pagamentos como forma de substituir ou reduzir outros impostos, um dos pilares da reforma planejada pela equipe econômica.
Ainda nesta segunda, o próprio Guedes voltou a defender a ideia do imposto (comparado à antiga CPMF) em entrevista à rádio Jovem Pan. Para ele, o tributo serviria para baixar outras alíquotas e não seria “cruel” como encargos trabalhistas.
No evento em Minas Gerais, defendendo “mais Brasil, menos Brasília”, o ministro criticou ainda o sistema que compromete orçamentos de estados e municípios para determinados setores e defendeu que os entes federativos tenham mais liberdade para decidir o destino das verbas.
“Estamos comprometidos com a descentralização do poder, a descentralização dos recursos. Queremos que a república federativa brasileira seja construída de baixo para cima, e não de cima para baixo”, disse ele.
Guedes também voltou a responder às críticas de que o governo não estaria entregando o que prometeu e adiando metas. Segundo o ministro, o primeiro ano é de sacrifício e de plantar. No segundo, a economia já começará a se mover melhor; no terceiro, decolará e, no quarto, terá “velocidade de cruzeiro”.
“Não queremos cair no problema que a Argentina caiu, de hesitar no primeiro ano, hesitar no terceiro, no final está tudo degringolando. E aí a tragédia final, voltam os que quebraram. A turma que quebra volta para acabar de quebrar. Eu não posso falar isso porque é um governo novo que vem aí. Tenho que fazer assim [faz gestos de positivo com os dedos] e dizer que ‘tamô junto’”.
PRIVATIZAÇÕES
No início de sua fala, Guedes lembrou que estudou na UFMG e viveu em Belo Horizonte entre os dois e os 22 anos de idade. O ministro prometeu ainda dar apoio para o governo de Romeu Zema (Novo), que também se identifica como liberal, para a privatização de estatais.
“Ao invés de ele sacar tudo e entregar para quem quebrou depois, deixa pelo menos ele ter uma antecipaçãozinha e dar um canudinho para ele respirar aí um tempo. Ele merece”, declarou. Guedes defendeu que o BNDES também será usado para viabilizar privatizações.
Zema abriu o mesmo Fórum Liberdade e Democracia, na tarde de segunda. O governador de Minas Gerais voltou a defender pautas que tem tratado em todas seus discursos recentes, como as reformas como a da previdência e a tributária e a necessidade de rever o papel do Estado .
“Quero ser o governador de Minas que mais vai perder poder durante o seu mandato. Quero perder todas as estatais. Já perdi nove secretarias, como eu disse eram 21 e ficaram 12, e ainda quero perder muito mais, porque o poder não é do Estado, o poder pertence a vocês e ao povo”, afirmou ele.
Paulo Guedes também defendeu a ideologia do governo de Jair Bolsonaro (PSL), dizendo que a população votou em “conservadores nos costumes, liberais [na economia]” depois do que ele vê como mais de 30 anos de esquerda e social-democracia no poder. O governo atual, diz ele, é de centro-direita, com "democracia vibrante".
“Normalmente, os liberais são chamados para reconstruir. Tocaram fogo no Chile, 30 anos atrás, economia miserável, pobre, numa hiperinflação, exatamente o que está acontecendo na Venezuela hoje. A economia foi degenerando, a hiperinflação subindo, de repente vem um choque liberal. O Chile hoje tem uma renda per capita de quase duas vezes a do Brasil”, declarou.
ESTADÃO
Focus reduz expectativa de inflação e mantém previsão de Selic a 5%
Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2019 e 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 23, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,45% para elevação de 3,44%. Há um mês, estava em 3,65%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 3,80%. Quatro semanas atrás, estava em 3,85%.
Além disso, na esteira da decisão do Banco Central sobre juros, na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2019 e 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 5% ao ano.
O Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,5%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,3%. No caso de 2020, está em 3,6%.
Em 6 de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA avançou 0,11% em agosto. No ano, a taxa acumulada é de 2,54% e, em 12 meses até agosto, de 3,43%.
No Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 seguiu em 3,4%. Para 2020, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,73%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,51% e 3,9%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,8%, ante 3,75% de um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 permaneceu em 3,75%, ante 3,6% de quatro semanas antes.
PIB
A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,87%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,8%.
Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em alta de 2%. Quatro semanas atrás, estava em 2,1%. No fim de agosto, o IBGE informou que o PIB do segundo trimestre de 2019 subiu 0,4% em relação ao primeiro trimestre.
No fim de junho, o BC havia atualizado, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 2% para elevação de 0,8%. Essa projeção será novamente atualizada na próxima quinta-feira, também pelo RTI.
A projeção para a produção industrial de 2019 passou de baixa de 0,47% para retração de 0,53%. Há um mês, estava em alta de 0,08%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 2,48% para 2,29%, ante 2,5% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 foi de 56,10% para 56,05%. Há um mês, estava em 56,39%. Para 2020, a expectativa passou de 58,3% para 58%, ante 58,5% de um mês atrás.
SELIC
O Focus apontou ainda que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 5%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 5% ao ano, ante 5,25% de quatro semanas atrás.
No caso de 2021, a projeção foi de 7% para 6,75%, igual a um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
Na semana passada, o Copom cortou a Selic em 0,5 ponto porcentual, de 6% para 5,5% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que o cenário externo, apesar de incerto, está favorável para países emergentes. Além disso, reconheceu avanços nas reformas econômicas e divulgou projeções comportadas de inflação para 2019 e 2020. Nesse contexto, a instituição também indicou que pode promover novos cortes na Selic.
No grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 foi de 5% para 4,75% ao ano, ante 5% de um mês antes. No caso de 2020, passou de 5% para 4,75% ao ano, ante 5,13% de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2021 no Top 5 permaneceu em 6,5%. Há um mês, estava em 7%. Para 2022, a projeção do Top 5 seguiu em 6,5% ao ano, ante 7% de um mês antes.
CÂMBIO
O relatório Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano foi de R$ 3,90 para R$ 3,95, ante R$ 3,80 de um mês atrás.
Para o próximo ano, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 3,90, ante R$ 3,81 de quatro pesquisas atrás.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.