Quarta-feira

CLIPPING (09.10.2019)

VALOR

Pico de tensão com EUA-China faz Ibovespa perder os 100 mil pontos

A volta da escalada de tensões entre China e EUA levou o Ibovespa a encerrar na faixa dos 99 mil pontos pela primeira vez em mais de um mês. O índice já tinha, recentemente, atingido o menor nível de fechamento desde o começo de setembro, mas rompeu o suporte em 100 mil pontos no encerramento apenas hoje.

O movimento foi resultado direto do nervosismo provocado pela evidente dificuldade de Pequim e Washington darem fim aos desentendimentos comerciais e à retórica dura, com ataques mútuos entre ambos.

O Ibovespa teve, em boa medida, uma performance melhor do que as bolsas americanas — as perdas do S&P 500, Nasdaq e Dow Jones superaram 1% hoje —, mas isso não bastou para impedir o índice de ir ao menor patamar desde 3 de setembro: caiu hoje 0,59%, aos 99.981 pontos. Naquele pregão, o índice foi aos 99.680 pontos. Na mínima de hoje, chegou a tocar os 99.868 pontos. O governo americano impôs restrições aos vistos de autoridades chinesas supostamente envolvidas em abusos contra minorias étnicas e religiosas na região de Xinjiang, na China.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou, segundo a CNBC, que a medida tem como alvo funcionários do governo que “seriam responsáveis, ou complacentes, pela detenção e abusos contra minorias Uigur, Kazakh e outras de orientação muçulmana no noroeste da China”. A administração do presidente americano, Donald Trump, já havia anunciado ontem a colocação de 28 entidades chinesas, incluindo oito companhias de tecnologia, numa lista negra, como resposta à perseguição conduzida contra minorias étnicas. O movimento acontece na mesma semana em que está agendado um encontro entre as duas economias para dar um rumo ao acordo comercial, ainda que preliminar.

Antes da informação circular nas mesas de operação, o Ibovespa ameaçava um pregão levemente positivo, sem um grande fluxo de notícias na frente externa ou doméstica. Após as informações, o giro financeiro disparou, com o mercado por aqui sendo inundado pela onda de vendas: o volume do Ibovespa terminou em R$ 10,9 bilhões hoje, ainda abaixo da média diária negociada em 2019 (R$ 12,5 bilhões), mas muito mais forte do que vinha se desenhando até então. Entre as maiores quedas de hoje, papéis tipicamente associados à demanda chinesa, como o setor de siderurgia e mineração, sofreram mais.

A CSN ON (-4,31%) foi a maior perda do Ibovespa, enquanto a Vale ON caiu 1,56%. A Petrobras também terminou em queda (-0,63% a ON e -0,57% a PN), mesma direção de alguns bancos, como Itaú Unibanco (-0,43%). “Qualquer notícia que possa representar mais dificuldades para as conversas [entre EUA e China no âmbito comercial] pesam. Se sair algo como um acordo restrito, os mercados poderiam responder bem, mas, se nada avançar, difícil não ter algum reflexo por aqui”, afirma Carlos Carvalho Junior, sócio e gestor da Saga Capital.

Em um ambiente de procura por segurança no mundo, os investidores acabam utilizando o mercado brasileiro para frear as perdas nas carteiras globais. Por isso, ainda que os gestores classifiquem o movimento como algo de curto prazo e notem a resiliência do mercado de ações por aqui na comparação com o exterior, o Brasil vai continuar sofrendo com os impactos dos fluxos globais. “Essa notícia ajuda a piorar as condições do acordo comercial, que já estão difíceis”, afirma Fernando Barroso, gestor da asset da CM Capital Markets. Ele reafirma que esse tipo de informação faz o investidor global buscar mais proteção, já que a escalada nos conflitos comerciais tem potencial para afetar o já deprimido crescimento econômico global.

 

Caixa faz redução nos juros do financiamento habitacional

A Caixa anunciou nesta terça-feira a redução de até 1 ponto porcentual na taxa de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

O corte se aplica a financiamentos com saldo atualizado pela Taxa Referencial (TR) no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH ) e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Assim, a taxa efetiva para imóveis residenciais será de TR mais 7,50% ao ano, com taxa máxima de TR mais 9,50% ao ano. Segundo a Caixa, o volume de contratos habitacionais em atraso que foram renegociados chega a R$ 10,1 bilhões, com regularização de dívidas por parte de 114 mil mutuários.

A regularização de pagamentos, os cortes nas taxas de juros e o lançamento dos contratos corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fazem parte de um programa de facilitação de acesso a moradias. “Estamos realizando redução consistente da taxa de juros. Vamos reagir a toda redução de taxas do Banco Central”, afirmou o presidente da instituição, Pedro Guimarães.

 Essa estratégia, segundo o executivo, vale para financiamentos corrigidos pela TR. Para os corrigidos pelo IPCA, disse ele, não haverá alteração da taxa por pelo menos seis meses. Questionado se o movimento de cortar juros acompanhou as medidas anunciadas por outros bancos, Guimarães disse que a Caixa tem uma linha de crédito habitacional com custo “substancialmente menor”, que é a nova modalidade corrigida pelo IPCA.

Segundo o executivo, de janeiro a setembro deste ano a Caixa executou R$ 62 bilhões em financiamentos habitacionais nas modalidades SBPE e "Minha Casa Minha Vida". O uso desses recursos gerou 1,6 milhão de postos de trabalho. No período, foram entregues 434 mil unidades.

 

Santander vê crescimento de 10% do crédito até 2022

O Santander divulgou ontem pela primeira vez no Brasil metas de resultados (“guidance”) para os próximos três anos, com manutenção do ritmo de crescimento da carteira de crédito e do patamar de rentabilidade. “Nosso guidance considera que o Brasil cresce, com juros baixos e inflação baixa”, disse Sergio Rial, presidente do banco. “Mas num contexto mais competitivo do ponto de vista estrutural.”

A carteira de crédito deve avançar a uma taxa média anual acima de 10% até 2022, segundo dados divulgados após o fechamento do mercado. No primeiro semestre, o estoque somava R$ 317,625 bilhões, alta de 9,3% em 12 meses. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE), por sua vez, deve ficar em torno de 21%, praticamente o resultado do primeiro semestre, de 21,3%.

A eficiência será de 38% em 2022, em comparação a 39,4% em junho. O executivo afirmou que a rentabilidade pode ser impactada por um maior volume dos negócios, pela melhora da eficiência e pelo lado do custo de captação. Ele vê possibilidade de flexibilização de regras sobre poupança e compulsório, as quais, disse ele, não fazem mais sentido num país no patamar de inflação e juros do Brasil. “Tudo isso vai ser desconstruído e gera potencialmente liberação de crédito adicional”, disse.

Analistas consideraram o guidance do banco para carteira de crédito conservador, tendo em vista o processo de retomada da economia. Já para o ROE, no entanto, disseram ser desafiador. “É agressiva a projeção de manter o patamar atual, em um mercado com maior competição”, diz Carlos Daltozo, da Eleven Financial Research.

Rial afirmou que a realidade do juro baixo deve permanecer no longo prazo, uma vez que a Selic está em 5,5% ao ano, mínimo histórico. “Acabou o período no Brasil das grandes alavancagens. Passamos de trading para ser banco de cliente, isso traz uma chance de gerar valor.” A contribuição dos clientes para o lucro antes de impostos subiu de 56% em 2015 para 91% nos sete primeiros meses deste ano. Já atividades como tesouraria caíram de uma participação de 44% para 9%. Uma das carteiras de crédito que tem mais crescido para o banco é a de consignado.

Há cinco anos, o banco não tinha exposição na modalidade, mas deve alcançar R$ 40 bilhões neste ano. Para o futuro, Rial aposta em imobiliário e automóveis. Em relação à concorrência, Rial afirmou que, com a redução dos subsídios, bancos públicos começam a competir de igual para igual com os privados. “Todos vão competir de forma igualitária, e as assimetrias vão diminuir.”

A regulamentação, disse o executivo, será outra fonte de promoção da concorrência. No entanto, frente às novas plataformas financeiras que surgem com a inovação, ele diz que “a arte de crescer ganhando dinheiro é conhecida por poucos.” No mercado de cartões, em que a competição tem sido evidente, o objetivo é alcançar uma participação de 14% a 15% até o final do ano, posicionando-se como o segundo maior em emissões de plásticos no país.

Na adquirência, atividade responsável pela captura de transações, a ideia é alcançar a venda de 1 milhão de maquininhas a pessoas físicas até o primeiro semestre de 2020. Pedro Coutinho, presidente da Getnet, disse que vai disponibilizar um aplicativo para quem não trabalha com nenhum adquirente poder usar a rede da credenciadora do Santander para receber pagamentos.

Segundo o executivo, por meio do GetPay e do aplicativo Santander Way é possível usar um QR Code para pagar e receber compras. “O GetPay é uma oportunidade para aquele cliente que não tem adquirência, que não tem maquininha, poder transacionar com a Getnet sem comprar a maquininha”, disse.

 

FOLHA

Volpon e a qualidade da retomada

Tony Volpon, economista-chefe do UBS Brasil (e colunista do Broadcast) combina duas afirmações que, à primeira vista, podem parecer contraditórias: ele está relativamente otimista com a economia brasileira, mas o PIB em 2020 deve crescer apenas 1,5%.

A contradição é apenas aparente, porque essa projeção de crescimento em 2020 abaixo da previsão de mercado (a mediana do Focus é de 2%) não deriva de problemas da economia brasileira, mas da internacional. Volpon, ex-diretor do Banco Central, explica que o cenário do UBS para o mundo é mais pessimista que a visão média dos analistas.

Em relação ao Brasil, o economista identifica uma mudança de modelo econômico em curso: o setor privado, que estava “viciado” no apoio do Estado, viu-se de uma hora para outra às voltas com a tarefa de crescer por si mesmo.

“O setor privado entrou em pânico, mas um processo bastante gradual de ‘crowding in’ já está ocorrendo”, diz Volpon, referindo-se ao financiamento privado em substituição ao público.

Ele apresenta de forma bem sintética a sua visão sobre a economia brasileira desde a década passada, que pode ser encontrada, de maneira mais detalhada, no seu livro recém-lançado “Pragmatismo com Coação: petismo e economia em um mundo de crises”.

Toda a análise é perpassada pelo forte papel da China nas transformações globais das duas últimas décadas, que no livro ele desenvolve particularmente para o caso dos Estados Unidos e do Brasil.

Em relação ao Brasil especificamente, Volpon vê um ciclo de crescimento turbinado pela alta de commodities de 2004 a 2010, e um novo ciclo mais lento e falho de 2011 a 2014, que se tentou turbinar pelo intervencionismo estatal.

A crise de 2015, de natureza essencialmente fiscal, desmama subitamente o setor privado da ajuda do Estado. Depois de dois anos (2015 e 2016) em que houve quedas terríveis do PIB, acima de 3% em cada ano, a economia passou a crescer a um ritmo anual de apenas 1%.

Porém, apesar da marcha lenta da retomada, Volpon vê nela certa qualidade superior. É um crescimento dependente do setor privado, isto é, sem anabolizantes. Por ser financiado e determinado pelo setor privado, é um crescimento mais promissor em termos alocativos e de produtividade, na sua visão.

É verdade que, embora o consumo das famílias já esteja retomando a um nível mais razoável, o mesmo não acontece com os investimentos, “que ainda estão em recessão”, segundo o economista.

Mas há sinais positivos de que a retomada pode perdurar e, em algum momento, chegar ao investimento.

Enquanto o crédito direcionado continua em contração, o crédito a taxas de mercado já está se expandindo a quase 10% ano contra ano. O mercado de debêntures saiu de pouco mais de 6,5% do PIB em 2017 para quase 9,5% em 2019. As emissões primárias de ações este ano já chegam a R$ 54 bilhões, próximo dos R$ 60 bilhões de 2017, o recorde desde 2012.

Em termos de cenário externo, entretanto, em linha com o UBS, Volpon tem uma visão bastante cautelosa. Ele considera bem possível uma recessão global, e vê o conflito comercial entre Estados Unidos e a China como o início de um processo de efetivo recuo da globalização e de fechamento de economias.

Assim, mesmo com condições promissoras para a continuidade da retomada brasileira em 2020, os ventos externos vão atrapalhar. A partir de 2021, entretanto, ele acha que o País já terá melhorado o suficiente para crescer mais rapidamente, aproveitando-se da ociosidade persistente da economia.

Uma pré-condição, porém, é a continuidade da agenda de reformas da economia, especialmente aquelas ligadas à eficiência e produtividade, como a reforma tributária e as medidas de melhora do ambiente de negócios.

“Não basta entregar a economia ao setor privado para voltar a crescer, é preciso também melhorar as condições para que o setor privado invista e se expanda”, conclui o economista do UBS.

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