Sexta-feira

VALOR

Trump contesta ‘fake news’ e reitera apoio ao Brasil na OCDE

Usando letras maiúsculas em um tuíte, o presidente Donald Trump chamou de “fake news” a informação de que os Estados Unidos deixaram de apoiar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“A declaração conjunta lançada com Presidente Bolsonaro em março deixa absolutamente claro que eu apoio o Brasil no início do processo de incorporação plena à OCDE. Os Estados Unidos mantêm aquela declaração e estão do lado de @jairbolsonaro”, escreveu.

Trump postou a reportagem da agência “Bloomberg” que relevou a existência de carta assinada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, explicitando apoio apenas à entrada da Argentina e da Romênia. “Esse artigo é FAKE NEWS!”, finalizou o presidente americano.

Na carta, cujo teor foi confirmado pelo Valor, os EUA defendem uma expansão da OCDE em “ritmo comedido”, sem mencionar o Brasil. Isso vai na contramão da declaração pública de apoio do presidente Trump ao Brasil, em visita oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos, em março, citada no tuíte do presidente americano.

Horas depois da divulgação da notícia, Pompeo escreveu no Twitter que os Estados Unidos são “apoiadores entusiasmados” do ingresso do Brasil e prometem “grande esforço” para garantir esse objetivo. A questão central, porém, permanece: os Estados Unidos não fixam uma data para a entrada do Brasil na OCDE ou para o início do processo de adesão, o que na prática é um descumprimento da barganha acertada entre Trump e Bolsonaro em março, pelo qual o Brasil aceitou uma série de condições em troca do acesso.

 

Alívio externo tem efeito limitado no mercado

As perspectivas de que China e Estados Unidos vão sentar para discutir um acordo comercial, ainda que preliminar, permitiram uma recuperação bastante limitada para os ativos brasileiros. Na visão de especialistas, o mercado continua esbarrando na realidade de falta de crescimento econômico aqui e de medo de recessão no mundo, fatores que ainda impõem ajustes para câmbio, juros e bolsa.

O investidor se ressente da demora para que o ciclo de crescimento econômico no Brasil se inicie, movimento que pode blindar, de alguma forma, os mercados locais frente à forte turbulência no exterior. Ontem, o Ibovespa chegou a tocar uma máxima nos 102 mil pontos, mas perdeu tração e fechou com alta de 0,56%, aos 101.817 pontos.

O dólar comercial foi na contramão do exterior e avançou 0,50%, a R$ 4,1228. Já os juros futuros embutiram perspectiva de mais cortes da Selic, depois que dados no varejo brasileiro vieram abaixo do esperado.

Na bolsa, ações líquidas, como de bancos, e ligadas a commodities internacionais, como Petrobras e Vale, replicaram o que se viu entre as bolsas americanas, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que vai se encontrar com o vicepremiê chinês, Liu He.

Isso ajudou a alimentar a procura por risco no mundo, com a percepção de que haverá algum acordo entre as duas economias, depois de uma semana marcada por recrudescimento da retórica e ataques mútuos.

Só que o real brasileiro não seguiu a dinâmica e, entre as possíveis causas citadas por analistas, estão as incertezas trazidas pelo adiamento da votação da reforma da Previdência no Senado e dados econômicos que reforçam a expectativa por um ciclo de cortes da Selic mais intenso por aqui - baixas do juro diminui o diferencial de taxas com o exterior e, por conseguinte, a atratividade da divisa local contra outras moedas.

O volume de vendas no varejo restrito cresceu 0,1% em agosto, contrariando a expectativa de 0,3%. O indicador reforça a perspectiva de retomada mais lenta da economia e uma leitura de novos afrouxamentos monetários para enfrentar o cenário - a taxa do DI mais longo, para janeiro de 2025, caiu de 6,48% para 6,46% na sessão regular de ontem, por causa disso. “Os dados de varejo vieram mais fracos e reforçam a precificação de uma Selic a 4,5% no começo do ano que vem”, diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

“O número corrobora o resultado do IPCA, que mostrou deflação em setembro.” Para o Commerzbank, a queda dos juros nominais no Brasil deve pesar sobre a perspectiva de curto prazo da moeda brasileira. “O real é uma divisa vulnerável a momentos de aversão ao risco. O país não é grau de investimento há algum tempo e, apesar de melhor, o déficit orçamentário ainda é grande. Caso os juros reais continuem a cair, esta dinâmica deve intensificar a vulnerabilidade do real.”

É precisamente por essa leitura que, mesmo com a queda de juro no Brasil e certa melhora na percepção de risco no exterior, o Ibovespa vem patinando para se recuperar - em outubro, a baixa do índice ainda é de 2,8%.

A virada de setembro para outubro reservou uma disparada na busca por segurança no mundo, que já se reflete em saídas líquidas dos estrangeiros do mercado de ações, mesmo considerando as ofertas iniciais e subsequentes de novos papéis. Entre ações já listadas (mercado secundário) e novas ações (mercado primário), essa classe de investidor já tirou R$ 3,56 bilhões da B3.

No segmento primário, as entradas somam R$ 25,9 bilhões no ano até o dia 8 de outubro, mas as saídas do segmento secundário chegaram a R$ 29,5 bilhões. As pessoas físicas mantêm um aporte de R$ 11,5 bilhões em 2019, enquanto os institucionais estão alocados em R$ 25,1 bilhões.

 

ESTADÃO

Bolsonaro diz que existe possibilidade de juros básicos terminarem o ano em 4,5%

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira em sua transmissão semanal ao vivo pelo Facebook que, como a inflação está baixa e deve ficar abaixo do meio da meta, existe a possibilidade de a taxa Selic (taxa básica de juros) chegar ao fim do ano em 4,5% - hoje, está em 5,5%.

Ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, Bolsonaro comentou sobre o efeito da queda de juro sobre a dívida pública. Ele observou que, a cada ponto porcentual de queda no juro básico, a redução da dívida é da ordem de R$ 40,5 bilhões.

A Selic vem recuando no Brasil desde outubro de 2016, quando estava em 14,25% ao ano. No mês passado, o Banco Central anunciou um novo corte da taxa, para 5,50% ao ano – o menor patamar da série histórica. Uma Selic menor significa, na prática, uma redução do custo de captação de recursos pelos bancos. Em tese, isso abre espaço para que eles reduzam as taxas cobradas nas operações com as empresas e famílias.

Bolsonaro reconheceu, porém, que, apesar da Selic recuar, as taxas de juros do cheque especial continuam elevadas. Ele perguntou para o Guimarães sobre as taxas dessa linha, que deve ser emergencial, no banco estatal. O presidente da Caixa respondeu que o juro do cheque especial na instituição caiu de 14,99% para 8,99%.

Ao comentar sobre as taxas de juros praticadas pela Caixa, Bolsonaro frisou que não existe nenhuma interferência dele na Caixa. Bolsonaro afirmou que a Caixa é o banco "da matemática, de todos os brasileiros e dos mais humildes".

Na transmissão, Bolsonaro elogiou sua equipe ministerial e, em especial, o ministro da Economia, Paulo Guedes. "O Brasil praticamente recuperou a confiança na Economia", disse o presidente. Bolsonaro ainda afirmou que Paulo Guedes foi responsável pela transformação: "Mudou a minha cabeça em muita coisa".

 

E o BC tinha razão

O IPCA de setembro, de -0,04%, no piso das expectativas das Projeções Broadcast e abaixo da mediana (0,02%), reforça a ideia de que foi bem calibrada a surpresa “dovish” na comunicação e nas projeções do Banco Central, a partir do comunicado da reunião de Copom de setembro.

“O Banco Central tomou a dianteira do mercado, e teve quem dissesse que o modelo deles estava muito otimista – mas a realidade está mostrando que o BC tinha razão”, comenta Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Claro que a leitura de apenas um mês não pode ser usada para conclusões definitivas, mas a inflação de setembro foi mais uma pincelada num quadro extremamente benigno.

O IPCA em 12 meses está correndo em 2,89%, e a média de todos os núcleos considerados pelo BC está em 2,81%. Praticamente não há lado para o qual se olhe em que a inflação não esteja dando sinais baixistas.

Para o baixo IPCA de setembro, houve contribuição da deflação de alimentos, mas a surpresa baixista ficou por conta dos serviços, que subiram apenas 0,04%

Thadeu nota que o Rio de Janeiro, um Estado que vem tendo um desempenho particularmente ruim na lenta retomada da economia brasileira, vem dando uma contribuição especial para conter a inflação de serviços.

No caso do subitem “refeições” da alimentação fora de casa, houve deflação de 0,4% no Rio, comparado a recuo nacional de 0,06%.

Flavio Serrano, economista-chefe do Haitong Bank, também acha que o IPCA de setembro está em linha com o cenário traçado pela recente comunicação do BC, embora frise que o importante é o quadro geral, e não o dado de um mês.

Em setembro em particular, ele chama a atenção para a média de todos os núcleos de somente 0,09%, abaixo da sua expectativa de 0,17%.

Com as boas notícias no front inflacionário, é natural que as projeções de Selic dos economistas e aquelas implícitas nos juros de mercado recuem. Hoje, estas últimas caem expressivamente.

Thadeu tem projeções bem fortes (na direção baixista) tanto para a inflação quanto para a Selic. A previsão de IPCA este ano foi alterada de 3,08% para 3,03%, e, para 2020, está em 3,44%. Com as metas em 2019 e no próximo ano são de, respectivamente, 4,25% e 4%, haveria amplo espaço para a Selic cair.

O economista da Ativa já pensa que a Selic pode chegar ao fim de 2020 em 4%.

Serrano tem projeções menos agressivas, de IPCA de 3,26% este ano e de 3,80% em 2020. De qualquer forma, também estão confortavelmente abaixo das metas. A previsão do Haitong de Selic ao fim do ciclo de queda é de 4,75%.

Serrano nota, entretanto que, hoje (quando esta coluna foi apurada), no embalo do IPCA de setembro, a estrutura a termo dos juros já sinaliza algo próximo a 4,5% de Selic no final do ciclo.

Ambos os economistas ouvidos pela coluna destacam um cenário macroeconômico muito favorável à queda da inflação dos juros.

Internamente, a retomada segue em seu ritmo muito gradual (que estaria até um pouco mais firme, pelos sinais mais recentes da atividade). Isto, por sua vez, deve permitir uma aceleração do crescimento que vai reduzir a capacidade ociosa da economia de forma igualmente gradativa.

Adicionalmente, inflação e juros também sofrem pressões baixistas no mundo como um todo (com exceções, claro).

O BC está com a tesoura e a Selic nas mãos para conduzir o Brasil a níveis baixos impensáveis em termos de juros, salvo grandes surpresas negativas domésticas ou externas.

 

 

 

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