Natal tem déficit habitacional de 60 mil moradias
A cidade de Natal tem um déficit de 60 mil habitações, segundo estimativas da Secretaria de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe). Essa carência leva famílias que não têm para onde ir a sub-moradias e ocupações e mesmo a aumentar a população de rua. Ainda de acordo com a secretaria, são 92 mil pessoas cadastradas, em alguns casos, membros da mesma família.
Alguns desses natalenses, sem ter para onde ir, passam a ocupar prédios públicos, sejam abandonados e até em situações em que o equipamento foi inaugurado mas sem uso, como é o caso do Cemitério Público Parque das Rosas, que atualmente tem uma ocupação com 150 famílias, no Planalto, na zona Sul de Natal. Há também situações mais recentes, como é o caso da inacabada obra da Unidade Básica de Saúde (UBS) no Alto da Torre, na Redinha, ocupado por pessoas em situação de rua.
“Essas famílias têm um perfil diferente. Elas pagavam aluguel, moravam de favores, foram despejadas. É uma forma que o movimento encontra para garantir que o poder público garanta uma moradia digna para elas”, explica Wellington Bernardo, coordenador do Movimento de Luta por Moradia Popular (MLMP).
Atualmente, de acordo com Wellington, o movimento que ele coordena quatro ocupações na capital potiguar: uma em Felipe Camarão (Tiradentes), outra no Planalto (Olga Benário), uma no Parque dos Coqueiros (Eleni Ferreira), na zona Norte, e outra nas proximidades do Detran-RN. Juntas, segundo ele, são cerca de 420 famílias na busca por moradia.
De acordo com Carlson Gomes, titular da secretaria responsável por essas questões, os projetos tocados pela Seharpe atualmente estão caminhando para a finalização do condomínio residencial Village de Prata. Ao todo, de acordo com ele, seis etapas já foram entregues, com 224 chaves por etapa, o que totaliza 1.344 casas entregues.
“Vamos entregar uma nova etapa do Village de Prata. Fechamos a data com a Caixa Econômica para entregar 224 unidades até dezembro e mais 224 até março”, explica. A última etapa entregue foi em dezembro do ano passado, no condomínio Humberto Nesi. Ao final, serão 1.952 moradias.
Nessas situações, de acordo com Carlson, serão famílias advindas de uma antiga área ocupada na Chesf, embaixo da Ponte Newton Navarro e também famílias do Passo da Pátria, que residem próximo ao cemitério do local, considerada área de risco pelas autoridades.
Carlson Gomes explica ainda que as pretensões da secretaria é tocar um processo licitatório junto à Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov) até o final do ano para iniciar as obras do Residencial Mãe Luiza, que vai contar com 29 habitações. O espaço vai abrigar pessoas que carecem de moradia devido à tragédia no bairro, em junho de 2014.
Caixa planeja lançar crédito imobiliário prefixado em 2020
A Caixa planeja oferecer crédito imobiliário prefixado até o fim do primeiro semestre de 2020, disse o presidente do banco, Pedro Guimarães. “O objetivo é até junho do ano que vem lançar crédito imobiliário sem IPCA e sem TR, ou seja, sem nenhum tipo de correção”, afirmou a jornalistas, após evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Esse tipo de financiamento é o natural em todo o mundo, segundo o executivo. “É o mais fácil para poder securitizar e é o mais fácil para você, como cliente, comparar”, explicou.
Os demais bancos devem fazer o mesmo, na visão de Guimarães. Isso porque fica apenas o risco financeiro na operação. “O banco que emprestar, vai estar fazendo, via tesouraria, o seu hedge para variações de inflação”. A Caixa já está discutindo a securitização do crédito imobiliário atrelado ao IPCA, segundo ele.
“Até que ponto no Brasil conseguimos efetivamente securitizar? Se nós conseguirmos securitizar, ou seja, vender o crédito que originamos de uma maneira mais rápida, lançaremos mais rápido o crédito imobiliário sem correção”.
O banco previa ter uma carteira de R$ 10 bilhões de crédito imobiliário atrelado ao IPCA em um ano e atingiu essa demanda em 45 dias.
FGTS
Guimarães, disse que uma possível diminuição da remuneração que o banco recebe pela administração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é considerado algo natural, no contexto de redução de custos imposta pelo uso da tecnologia. “Essa é uma coisa que estamos totalmente abertos. Com o avanço da tecnologia é uma coisa natural. Nós fizemos o pagamento das primeiras três etapas do FGTS e 82% do pagamento na etapa de clientes poupança na Caixa foram pelo celular. Isso não tinha acontecido dois anos atrás”, disse. Guimarães.
Sobre a gestão de recursos do FGTS, Guimarães afirmou que nenhum outro banco pode fazer isso “pelo Brasil inteiro”. “Teriam bancos que têm agências em Ipanema ou no Leblon, mas no interior do Acre, e outros lugares que eu fui, só tem a Caixa. Em alguns lugares nem a Caixa, apenas lotéricas”, disse.
O executivo afirmou ainda que qualquer banco pode emprestar dinheiro utilizando recursos do FGTS no Minha Casa Minha Vida, mas o interesse é baixo e a maioria do crédito é fornecida pela Caixa. A discussão para uma remodelação do programa habitacional ocorre no âmbito do governo.
Guimarães disse que a faixa 3, que não tem subsídio do governo sofreu um impacto com o lançamento, pela Caixa, do crédito imobiliário atrelado ao IPCA, que passou a ser mais barato que o faixa 3. “Nós conseguimos uma redução de 30% a 50% nas mensalidades. Com isso, o faixa 3 foi muito impactado. Então, claramente o foco [do Minha Casa Minha Vida] é na baixa renda e na baixa renda não tem muita alteração. A diretriz do presidente [Jair] Bolsonaro é o foco nas pessoas que não tem acesso. A discussão toda é no meio do caminho, que está sendo amadurecida”.
Guimarães prevê que a oferta inicial de ações da Caixa Seguridade aconteça no primeiro trimestre de 2020, seguida pela Caixa Cartões, Caixa Loterias, e da Caixa Asset, unidade que ainda será criada.
O presidente da Caixa também comentou a melhora da prestação de serviços e da eficiência do banco. “Hoje, a Caixa é o terceiro maior banco de investimentos do Brasil. Até dezembro de 2018, não tinha feito nenhuma operação de mercado de capitais. Este ano já fizemos oito. Só estamos atrás do Itaú e do Bank of America”, afirmou, durante a palestra.
A Caixa ainda é o único banco que não tem serviços de adquirência e “está perdendo centenas de milhões de reais facilmente”, segundo o executivo. “Só nós não temos uma DTVM”, afirmou, comparando com outros bancos do mercado. A estrutura está sendo montada, segundo ele.
Juros futuros fecham em queda com perspectivas para a inflação no foco
O comportamento da inflação voltou ao foco dos investidores nesta quarta-feira (23) e, com o dólar voltando a se aproximar de R$ 4, os juros futuros exibiram nova rodada de redução de prêmio de risco, com queda mais pronunciada na ponta longa da curva.
No pano de fundo, esteve a aprovação da reforma da Previdência no Senado, enquanto a perspectiva de continuidade do afrouxamento monetário foi mantida no radar na semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “Hoje há muito mais espaço de política monetária contracíclica do que no passado, mesmo a despeito dos choques externos”, afirmam os economistas Artur Wichmann e Daniel Leichsenring, da Verde Asset Management.
Para eles, há uma “evolução notável” nos fundamentos da inflação do Brasil e, não por acaso, “a inflação tem sido muito baixa, com núcleos muito baixos”. A expectativa de índices de preços mais comportados continua a acontecer.
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes recuou de 5,1% em setembro para 4,9% em outubro, nível próximo da mínima histórica de julho de 2007 (4,8%).
Nesse contexto, a economista Renata de Mello Franco, da FGV, defende que “há uma grande chance” de que o índice continue a desacelerar e estabeleça novo piso histórico nos próximos meses. Baixa inflação, necessidade política de impulsionar o crescimento econômico, menor preocupação do BC quanto à depreciação do real, aprovação da reforma previdenciária e desaceleração econômica da China são os cinco fatores que levaram o banco de investimentos francês Natixis a revisar suas expectativas para novos cortes na Selic.
Agora, a instituição espera que a Selic caia a 4% ante 4,75% projetados anteriormente de taxa terminal. O economista-chefe para América Latina do Natixis, Benito Berber, afirma que, após a reunião de semana passada do Fundo Monetário Internacional (FMI), a impressão é de que “Campos Neto não tem medo de uma depreciação mais profunda do real”.
Em Washington, o presidente do BC afirmou que esperava certa apreciação do real no curto prazo em relação à moeda americana. Hoje, o dólar voltou a se aproximar da marca psicológica de R$ 4 e ajudou a puxar para baixo as taxas futuras. No fim da sessão regular desta quarta, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 recuou de 4,85%, no ajuste anterior, para 4,84%; a do DI para janeiro de 2021 cedeu de 4,54% para 4,51%; a do contrato para janeiro de 2023 passou de 5,52% para 5,45%; e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,20% para 6,12%.
O IPCA-15 de outubro levantou a pulga atrás da orelha dos investidores quanto ao ritmo de aceleração da inflação, o que gerou ajustes na curva. Hoje, porém, quase todo o avanço das taxas futuras foi apagado. “Apesar do indicador ‘cheio’ ligeiramente diferente, os núcleos do IPCA-15 mostram que o ambiente continua saudável e indicam que a economia está na mesma batida”, diz Cássio Andrade Xavier, gestor de renda fixa da Sicredi Asset.
Na avaliação de Xavier, “as informações e os dados que têm saído dão apoio à hipótese de um ciclo maior de corte nos juros”. A Sicredi Asset espera que a Selic sofra mais três cortes de 0,50 ponto percentual, terminando o período de afrouxamento atual em 4%. Contudo, o gestor nota que, “em nossas últimas revisões de cenário, a possibilidade de cortes de 0,75 ponto entrou na nossa pauta de discussões”, tendo em vista que, para a Sicredi, o BC tem espaço para acelerar o ritmo de cortes.
Um dos fatores a proporcionar reduções nas taxas de juros foi a perspectiva de aprovação de reformas. A principal, a da Previdência, foi aprovada nesta quarta-feira no Senado. Trader da Nova Futura Investimentos, André Alírio diz que a aprovação em segundo turno da reforma previdenciária no Senado “traz um efeito positivo para os negócios, ainda mais após os episódios de crise no PSL”, que os agentes continuam a monitorar.
Após Previdência, Fitch vê necessidade de medidas de ajuste fiscal
A agência de classificação de risco Fitch afirmou em nota que a aprovação da reforma da Previdência, embora diluída e com economias menores no curto prazo, deve gerar uma redução de gastos substancial no médio a longo prazo. Ainda assim, acrescentou que novas medidas de ajuste fiscal serão necessárias para facilitar o cumprimento do teto de gastos nos próximos anos e colocar as contas públicas em uma base mais sólida.
“A aprovação destaca que, apesar da fragmentação do Congresso e a falta de uma base aliada forte e estável da administração Bolsonaro, os atores políticos foram capazes de formar um consenso sobre uma reforma difícil”, diz em nota Shelly Shetty, diretora sênior de ratings soberanos da Fitch. “Vamos continuar a monitorar a evolução futura das reformas para impulsionar o crescimento e corrigir desequilíbrios fiscais”.
Reforma dará tração à economia, diz Bradesco; Santander vê efeito na confiança
O presidente do banco Bradesco, Octavio de Lazari, divulgou nota em que comemora a aprovação da reforma da Previdência no Senado. “A curto prazo, há aumento da previsibilidade dos cenários da economia brasileira e a percepção de que haverá condições de um ganho de qualidade na gestão da equipe econômica”, afirmou o executivo.
Lazari disse que a reforma permitirá dar mais “tração” à economia, que na sua visão já vem dando sinais de recuperação no emprego e no crédito, algo que deve se consolidar no médio prazo. Um dos efeitos, segundo o executivo, é o aumento da confiança do mercado internacional no Brasil, com mais fluxo de investimentos para aplicações diretas e a bolsa, que já começou a atrair recursos externos ontem.
“Numa visão de longo prazo, percebemos que o Brasil ganha legado de confiança, que vai além da economia. As famílias ganharam a possibilidade de voltar a lutar por seus sonhos, vencer seus desafios e alcançar novos padrões de qualidade de vida”, disse.
O executivo afirmou esperar que a proposta da Previdência seja o carro “abre alas” para as demais reformas necessárias ao País. Reequilíbrio fiscal Também em nota, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, afirmou que a aprovação da reforma da Previdência é, sem dúvida, o passo mais importante para o reequilíbrio fiscal do País no longo prazo e, ainda que já estivesse precificada pelo mercado, terá impacto positivo na retomada da confiança dos investidores.
Ainda assim, ele ressaltou ser “fundamental que o governo e o Congresso continuem a avançar em outras frentes, como as reformas administrativa e tributária, além de medidas que destravem a economia e aumentem a competição nos setores mais importantes da atividade.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.