Sexta-feira

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Copom cauteloso força avanço dos juros futuros

Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central adotar uma postura mais cautelosa sobre o rumo dos juros no Brasil, os investidores correram para reajustar posições e retirar dos preços o cenário de Selic abaixo de 4,5% ainda este ano. O resultado foi uma movimentação forte no mercado de juros futuros, enquanto os investidores de bolsa e de câmbio se aproveitaram do aumento da aversão ao risco no exterior para se refugiar no dólar e vender ações.

Mercado mais sensível à política monetária, os juros futuros anotaram uma recomposição de prêmio de risco nos vértices de prazo mais curto. Sem apostas tão agressivas de um afrouxamento monetário no curto prazo, fica a leitura de que os juros não terão de subir muito mais no futuro. Sob intenso volume de negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 4,35% no ajuste anterior para 4,48% no fim da sessão regular.

Já no caso do mercado de ações, o receio com o avanço do acordo comercial entre EUA e China voltou a dar as caras, levando o Ibovespa a se afastar das máximas. No fechamento, o índice caiu 1,10%, aos 107.220 pontos, após tocar os 106.356 pontos no pior momento do dia. A força vendedora ficou traduzida no intenso giro financeiro: R$ 15,1 bilhões, acima da média diária dos pregões do ano.

 A aversão ao risco que conduziu a alta do dólar no exterior foi tão forte que deixou de lado qualquer efeito da decisão de juros e das sinalizações do Copom. A moeda americana subiu 0,57% ontem, cotada a R$ 4,0098. Em geral, uma indicação de política monetária mais cautelosa tende a trazer atratividade para o real na comparação com o dólar. Com a elevada busca por proteção, porém, moedas emergentes, consideradas mais arriscadas, perdem espaço para a divisa americana.

A assinatura de um acordo comercial preliminar entre EUA e China fez com que outubro reservasse ganhos para o Ibovespa e para o real: o índice subiu 2,36% no acumulado do mês, enquanto a moeda americana anotou queda de 3,5%. Agora, entretanto, os investidores chegam a novembro enfrentando sinais de novo recrudescimento das tensões, após relatos de que Pequim tem dúvidas sobre um acordo de longo prazo com os americanos.

Internamente, os sinais do Copom foram claros: uma Selic abaixo de 4% é um cenário menos provável.

“No pré-Copom, tínhamos uma precificação de corte superior a 0,50 ponto na Selic, o que gerou um ajuste principalmente nos vencimentos de curto prazo dos juros futuros” diz Cássio Andrade Xavier, gestor de renda fixa da Sicredi Asset. Segundo Xavier, a comunicação do Copom deixou claro que haverá um corte adicional de 0,50 ponto na última decisão do ano, em dezembro, descartando uma aceleração do ritmo de baixa.

Ainda assim, o BC manteve a porta aberta para novas reduções nas taxas, embora estejam condicionados ao comportamento da economia. Esse cenário de juros baixos por mais tempo provocou o chamado “achatamento da curva de juros”, ou seja, a redução do prêmio entre os vencimentos mais curtos e os mais longos. “Não há uma reversão de expectativa do lado da atividade, mas o Copom deixou claro que o ciclo está perto do fim”, afirma Vitor Carvalho, gestor e sócio da Laic-HFM.

“Assim, o mercado corrigiu bem os juros curtos, que tinham embutida muita posição.” Como nenhum outro fundamento sofreu alterações, prossegue o gestor da LaicHFM, o achatamento da curva se faz normal. Ele ressalta, contudo, que não necessariamente o movimento é permanente.

Em relatório enviado a clientes, o Citi diz acreditar que o juro básico começará a ser normalizado apenas no terceiro trimestre de 2021, ano em que a Selic chegaria a dezembro em 5,75%. No curto prazo, ainda há algum espaço para aplicar um pouco mais de estímulo, já que as projeções de inflação do Copom continuam bem abaixo das metas. “Interpretamos o termo ‘cautela’ como significando cortes de 25 pontos-base [0,25 ponto percentual] no início de 2020 em vez de uma pausa.

Assim, esperamos que a taxa Selic atinja 4% no fim do primeiro trimestre de 2020, permanecendo inalterada a partir daí”, dizem os economistas do Citi. Antes, o banco estimava que o juro a 4,50% no fim deste ano e ao longo de 2020. Um cenário de taxas de juros mais baixas veio para ficar.

É no que acredita o economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, ao afirmar que, provavelmente, “a taxa de juros real neutra do Brasil é mais baixa do que a maioria parece pensar”. Nesse sentido, a consultoria inglesa defende que, após ser reduzido a 4,50% no fim deste ano, o juro básico permaneça nesse nível ao longo de 2020 e de 2021.

 

FOLHA

Informalidade no trabalho volta a bater recorde, diz IBGE

A informalidade continua batendo recordes no mercado de trabalho brasileiro, informou nesta quinta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o instituto, 11,8 milhões de pessoas trabalhavam sem carteira assinada no setor privado no terceiro trimestre do ano, um crescimento de 2,9% (338 mil pessoas) com relação ao trimestre encerrado em junho.

Os trabalhadores por conta própria, atividade em que a maioria deles é informal, atingiram 24,4 milhões de pessoas, alta de 1,2% (293 mil pessoas).

Ambas as marcas são novos recordes na série histórica do IBGE.

"Temos mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

O número de informais considera empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

O total de trabalhadores domésticos sem carteira fechou em 4,5 milhões no período, enquanto os trabalhadores familiares auxiliares e empregadores sem CNPJ ficaram em 2,1 milhões e 800 mil, respectivamente.

Os aumentos também são vistos na comparação com o mesmo período de 2018. As altas foram de 3,4% (384 mil) entre os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada e de 4,3% (1 milhão) entre os conta própria.

No trimestre encerrado em setembro, 38,8 milhões dos trabalhadores eram informais, ou 41,4% do total.

O economista Cosmo Donato, da LCA Consultores, disse que o perfil dos postos de trabalho mudou após a crise, o que motivou a criação dos empregos informais.

"O trabalho informal é um colchão amortecedor da crise, absorve pessoas no mercado quando a economia ainda não tem condições de trazer as pessoas de volta", disse.

Segundo ele, o fechamento de postos parou desde que o país começou a sair da crise. "A economia cresceu pouco e as empresas ainda estão sem condições de contratar na CLT, mas apareceram novas formas de trabalho, com o crescimento de postos sem carteira e por conta própria".

Por conta da informalidade, a população ocupada registrou um recorde na série histórica que teve início em 2012: 93,8 milhões de pessoas. Desse total, 33,1 milhões têm carteira assinada, número que ficou estável, segundo o IBGE.

Para Renan Pieri, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FGV, os dados são positivos e indicam recuperação econômica. "É menor do que a gente precisava ter, mas ela é positiva, os empregos estão acontecendo", analisou.

Pieri afirmou o trabalho formal deve voltar a crescer quando o mercado melhorar. O informal, disse, serve em um primeiro momento como forma de expandir a produção em cenário ainda de incertezas.

Com o avanço do emprego calcado na informalidade, a taxa de desocupação caiu de 12% para 11,8% na passagem do trimestre que teve fim em junho para aquele terminado em setembro.

No mesmo trimestre de 2018, a taxa era de 11,9%.

Segundo a analista do IBGE, a queda na taxa é comum nos meses de setembro. "É uma sazonalidade típica do mercado de trabalho", apontou Beringuy.

"O ano geralmente começa com mais pessoas procurando trabalho. No terceiro trimestre, há tendência de reversão."

O aumento na população ocupada foi de 459 mil pessoas (0,5%) na comparação com o trimestre encerrado em junho, e 1,5 milhão de pessoas (1,6%) na análise com o mesmo período de 2018.

A categoria construção foi a que mais cresceu: 254 mil pessoas (3,8%), mas também por conta da informalidade.

"São obras e reformas em pequenos prédios, com profissionais que trabalham por conta própria”, disse Beringuy.

Já na comparação com igual período do ano passado, o destaque foi a categoria transporte, armazenagem e correio registrou aumento de 279 mil pessoas (6,1%). É nesta categoria que estão, por exemplo, os motoristas de aplicativos.

Outro ramo com alta foi informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com mais 404 mil pessoas (4%).

Já o número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas caiu 4,2% (311 mil pessoas) na comparação com o trimestre móvel anterior, atingindo 7 milhões de brasileiros.

De acordo com o IBGE, 12,5 milhões de pessoas ainda estão desempregadas no Brasil.

 

ESTADÃO

Com juros e preços mais baixos, imóveis podem compensar no longo prazo

Com a taxa básica de juros mais baixa, hoje em 5% ao ano, investimentos de renda fixa com liquidez diária perdem a atratividade. Alguns deles, como a poupança e parte dos fundos de investimento de renda fixa, os chamados fundos DI, passam a não render o suficiente para repor a inflação. Por outro lado, para quem pensa em comprar um imóvel ou investir de alguma maneira no setor imobiliário, os recentes anúncios de redução dos juros no crédito imobiliário - motivados pela queda da Selic - são uma boa notícia. O planejador financeiro da Planejar, Rodrigo Assumpção, esteve no Estado para tirar dúvidas dos investidores sobre como alocar melhor os recursos no cenário de juros baixos. Abaixo, a entrevista.

A Selic mais baixa é uma oportunidade para investir em imóveis?

Sim, é uma oportunidade, mas não só porque o crédito está mais barato. A gente vem de alguns anos de recessão no País e o mercado imobiliário está parado há algum tempo. O preço dos imóveis ainda não voltou a patamares vistos anteriormentes, então a negociação fica melhor para o cliente. A casa própria não precisa ser vista como um investimento, como parte de uma carteira que se monta quando há uma reserva de recursos. Ela é um patrimônio que você adquire para seu uso. Mesmo assim, se o objetivo é diversificar a carteira de investimentos, estamos em um bom patamar para quem tem horizonte de longo prazo. Para o preço do imóvel voltar a subir, a economia precisa se recuperar e as taxas de desemprego melhorarem. Esse não é um movimento rápido. Para quem investe em imóveis não dá para pensar em um horizonte menor que três a quatro anos.

Qual outra forma de investir nesse setor que está aquecido?

Os fundos imobiliários são uma forma de investir nesse mercado. É um instrumento com características diferentes de ‘comprar o imóvel’, porque tem mais liquidez. Ou seja, o investidor pode colocar ou tirar os recursos quando quiser. A sensação de segurança também muda. Os fundos mostram diariamente a variação de preço dos ativos, enquanto um imóvel só demonstra essa variação anos depois, quando o investidor decide vendê-lo. A oscilação de preços, porém, acontece nos dois casos, a diferença é que no fundo você pode vê-la o tempo todo.

Quais investimentos correm risco de não repor mais a inflação com os próximos cortes da Selic? O Tesouro Selic é um deles?

Com os cortes na taxa de juros, todos os investimentos atrelados ao CDI vão perder atratividade: CDB, fundos DI, LCI, a própria poupança. No entanto, temos de olhar para os investimentos mais no longo prazo. Se enxergarmos apenas 12 meses para frente, em um cenário de Selic muito baixa, é possível que esses investimentos não reponham nem a inflação. No médio prazo, porém, a economia deve voltar a tracionar, puxar a inflação e, assim, a Selic também deve ser reajustada, o que melhora a rentabilidade desses ativos.

Alongar prazos na renda fixa já é tomar mais riscos?

Sim. Para tomar riscos e aumentar a rentabilidade, ir para a Bolsa não é a única opção. Buscar títulos mais longos, que não podem ser resgatados antes do prazo, também vai oferecer rentabilidade maior. O importante é saber que não há como adivinhar o momento certo de comprar cada título de determinado prazo. Por isso diversificar a carteira é tão relevante. Além disso, buscar um profissional capacitado também é positivo para acertar nessa diversificação.

Para guardar dinheiro com liquidez e vencer a inflação, ainda tem solução?

Ainda tem. O Tesouro Selic ainda rende um pouco acima da inflação, assim como fundos de renda fixa com taxa de administração menor. Investimentos de mais risco, mesmo com liquidez diária - como fundos multimercado - exigem mais tempo para que o investidor alcance rentabilidade. Do contrário, ele pode deixar o dinheiro ali em alguns meses ruins e não ter tempo de esperar os rendimentos de meses melhores.

E para quem quer começar a investir na Bolsa de Valores?

O primeiro conselho é ir com calma. Com juros mais baixos, aumenta-se a perspectiva de lucro das empresas listadas na Bolsa. No entanto, sem experiência o investidor corre o risco de comprar ações na alta e vender na baixa, que é o contrário do que se espera. Meu conselho é que o investidor não tente prever esses momentos de sobe e desce. O ideal é montar uma carteira de ações aos poucos, olhando o longo prazo, e assim começar a entender melhor o mercado.

 

 

 

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