Segunda-feira

VALOR

Investidor monitora disputa comercial no exterior e ‘efeito Lula’

Depois de uma agitada semana para os mercados brasileiros, em que o dólar subiu acima de R$ 4,16 e o Ibovespa caiu até 107 mil pontos, os investidores irão monitorar os desdobramentos políticos no Brasil, com a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também o avanço da difícil negociação comercial entre EUA e China.

Na visão de gestores e analistas, esses eventos devem continuar pautando os ativos no curto prazo, embora os impactos possam se dissolver com o tempo, levando em conta os bons fundamentos do país. Na mesma semana em que marcou um novo recorde, indo acima dos 109 mil pontos, o Ibovespa anulou todos os ganhos e acumulou baixa de 0,52% no período. Já o dólar comercial, que até ameaçou uma volta aos R$ 3,99, encerrou com forte valorização de 4,31% a semana passada, de volta aos R$ 4,166.

A frustração, que começou com os leilões do pré-sal e piorou com novos sinais sobre a guerra comercial entre China e EUA, terminou ainda mais forte na última sexta-feira, depois que Lula foi colocado em liberdade, como resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisões em segunda instância.

As eleições presidenciais no Brasil ainda estão distantes, em 2022, mas o efeito psicológico provocado pela saída de Lula da cadeia estimulou investidores a tentar colocar no preço eventuais articulações políticas que poderão ser feitas pelo petista agora. Além disso, dizem especialistas, há um temor grande em termos de segurança institucional, que pode afastar o estrangeiro em um momento em que o país disputa o interesse do capital internacional.

“A insegurança jurídica passou a ser um fator relevante agora. Estamos iniciando um processo de venda de ativos via privatizações, concessões e leilões, e o que ocorreu no STF aumenta o fator de risco para o capital estrangeiro, que já está distante do Brasil”, afirma Fernando Barroso, diretor da asset da CM Capital Markets.

Com uma cena internacional já difícil para os emergentes, que oscilam conforme o avanço ou retrocesso no pacto comercial sino-americano, o “efeito Lula” deve manter os mercados em alerta, mas há quem veja uma diluição do impacto da semana passada com o passar do tempo. “O Magazine Luiza não vai vender menos televisões porque o Lula foi solto”, diz Luiz Fernando Alves Júnior, sócio e gestor da Versa Asset.

“A polarização é grande, mas as eleições estão longe, não faz sentido precificar isso agora.” “Não podemos menosprezar a capacidade de aglutinação da esquerda e de Lula contra o atual governo e a agenda econômica de reformas. Mas isso não altera o cenário de longo prazo. Neste momento, não estamos alterando nossa visão em relação ao cenário local”, afirma o diretor de investimento da TAG, Dan Kawa.

 

ESTADÃO

Retomada da economia pode destravar carteira de R$ 1 tri em ‘créditos podres’

A foto ao lado de uma Ferrari gerou muitos cliques no Instagram, mas também foi a pista que a Enforce, controlada pelo BTG Pactual, precisava para executar a cobrança de uma dívida milionária que esse devedor se recusava a pagar, alegando não ter condições financeiras. Empresas especializadas em recuperação de débitos em atraso, os chamados créditos podres, têm usado cada vez mais a inteligência artificial para levantar parte dessas dívidas consideradas já perdidas.

O tamanho do mercado de dívidas em aberto no Brasil – de pessoas físicas e empresas – é estimada em cerca de R$ 600 bilhões até o segundo trimestre deste ano, valor considerado recorde, segundo a Prime Yield, consultoria portuguesa de avaliação patrimonial. Mas, se considerado dos débitos acumulados nos últimos 15 anos, chega a quase R$ 1 trilhão: R$ 915 bilhões, sem correção da inflação, de acordo com levantamento da Ivix, especializada em reestruturação de empresas em crise, a pedido do Estado.

“Até há pouco tempo as negociações de créditos podres no Brasil não existiam, estavam mais restritas às carteiras de pessoas físicas. Esse mercado ganhou maior importância depois da recessão, quando as empresas passaram por um dos seus momentos mais críticos, engrossando os pedidos de recuperação judicial e falência”, disse Pedro Guizzo, sócio da Ivix.

“Com a expectativa do crescimento do PIB brasileiro, o mercado de inadimplência tornou-se atraente para agentes internacionais que buscam investimentos estruturados e podem contribuir para o saneamento de empresas e setores da economia”, destacou Nestor Rêgo, presidente da Prime Yield

A carteira de inadimplência do mercado imobiliário, por exemplo, tornou-se mais valorizada para esses negociadores, uma vez que o setor ensaia uma retomada mais robusta.

Concentração

Os cinco maiores bancos concentram o bolo dessas dívidas, de acordo com Guizzo. No levantamento feito pela Ivix, o Itaú responde pelas maiores perdas (de cerca de R$ 250,4 bilhões no acumulado de 2004 até primeiro semestre deste ano), seguido pelo Banco do Brasil (R$ 218,5 bilhões), Bradesco (R$ 172,5 bilhões), Santander (R$ 141,7 bilhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 131,6 bilhões).

Para Guizzo, o potencial é de recuperar entre R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões desse montante total. “As dívidas corporativas são mais recuperáveis (respondem por um pouco mais da metade dos quase R$ 1 trilhão). As chances são de recuperação de 30% desse montante corporativo entre 18 meses e 24 meses,”

Com uma carteira de inadimplência de R$ 35 bilhões, a Enforce, do BTG Pactual, vê um ambiente mais favorável para recuperação desses créditos daqui para frente, uma vez que o mercado brasileiro ganha maturidade nesse setor. “Os bancos têm dois caminhos: ou eles mesmos correm atrás desses créditos ou contratam empresas especializadas nisso”, afirmou Alexandre Câmara, presidente da Enforce.

A empresa do BTG foi criada no fim de 2016, um ano depois de o banco de André Esteves ter vendido a Recovery, especializada em recuperação de crédito, para o Itaú, que também aposta no crescimento desse mercado.

Fundada em 2010, a gestora de recursos Jive tem cerca de R$ 3,2 bilhões sob gestão, com cerca de 8 mil processos de cobrança nas ruas. “A digitalização aumentou a velocidade de andamento dos processos judiciários e melhora a perspectiva de recuperação de parte dessas carteiras”, afirmou Guilherme Ferreira, sócio da gestora.

Em agosto em 2015, no auge da recessão, a Jive levantou um fundo de R$ 500 milhões – que resultou em investimentos de R$ 1,16 bilhão até janeiro de 2018.

Crise

“Durante a crise, entre 2015 e 2016, os bancos ainda não tinham informações suficientes sobre o potencial de recuperação da saúde financeira de seus clientes, nem espaço para otimizar essas vendas de créditos. Havia um risco de piora da crise. Eles preferiram aguardar. O momento atual é mais benéfico para que todos os agentes recupere parte desses créditos.”

Procurados, Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil não comentaram. A Caixa não retornou aos pedidos de entrevista.

 

Governo lança nesta segunda pacote de incentivo à contratação de jovens e trabalhadores acima de 55

 O governo lança nesta segunda-feira, 11, sua maior ofensiva para a criação de empregos. Batizado de “Programa Verde Amarelo”, será anunciado com pompa pelo presidente Jair Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto, às 17h, do qual também participarão ministros.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o novo programa terá foco em jovens de 18 a 29 anos e trabalhadores acima de 55 anos e prevê a redução de encargos trabalhistas para os empregadores. O governo espera criar 4 milhões de empregos nos próximos três anos com os benefícios e a estimativa é que o custo de contratação seja reduzido em 32%.

O programa deverá ser criado por medida provisória, que passa a valer imediatamente, mas ainda passará pelo crivo do Congresso Nacional. Pelas regras, as empresas não pagarão a contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (de 20% sobre a folha), as alíquotas do Sistema S, do salário-educação e do Incra.

Além disso, a contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) cairá de 8% para 2%. O valor da multa será de 20% sobre o saldo em caso de demissão sem justa causa, ante 40% para os outros contratos.

Para evitar que as empresas substituam funcionários de outra faixa etária pelos da idade prevista no programa, o benefício será limitado a trabalhadores com remuneração de até 1,5 salário mínimo, ou R$ 1.497. Haverá ainda uma limitação no número de funcionários que poderão ser contratos por empresa com os benefícios.

As novas regras só valerão para a ampliação da força de trabalho e, para evitar que as empresas substituam os atuais funcionários, haverá um período de carência para recontratação, pelas novas regras, de um empregado que for demitido.

A desoneração total da folha valerá por até dois anos. Depois dese período, caso a empresa mantenha o profissional, poderá haver uma “escada” para que as contribuições aumentem aos poucos.

O “Verde Amarelo” é uma espécie de programa piloto da desoneração ampla da folha de pagamentos, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Nas discussões da reforma tributária, a ideia era recriar uma contribuição nos moldes da CPMF para compensar a desoneração, mas acabou esbarrando na oposição do presidente Jair Bolsonaro ao tributo e foi enterrada depois da demissão do ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra.

Ao desonerar a folha de pagamentos, o programa repete uma iniciativa adotada nos governos petistas. Se nos anos anteriores foram “eleitos” setores para a desoneração, a adoção de uma faixa de idade é alvo de críticas agora por incentivar um tipo específico de contratação, o que poderá criar distorções no mercado. Estudos mostraram que a desoneração no governo petista representou um alto custo para os cofres públicos e não contribuiu para aumentar o número de empregos.

As novas medidas têm como alvo um público que hoje está com mais dificuldade para achar trabalho. De acordo com o IBGE, 7,966 milhões de pessoas acima de 60 anos estavam na força de trabalho no 2º trimestre de 2019, 450 mil a mais do que em igual período de 2018. A taxa de desemprego desse grupo etário, porém, passou de 4,4% entre abril e junho de 2018 para 4,8% no segundo trimestre deste ano.

Entre 18 e 24 anos, o número de vagas geradas foi suficiente para reduzir a taxa de desemprego de 26,6% para 25,8% no mesmo período. O IBGE, porém, capta a abertura de postos tanto formais quanto informais. Isso significa que nem sempre o emprego gerado é com carteira assinada.

A intenção do governo é tentar, por meio da desoneração das empresas, incentivar a formalização do emprego, para que o trabalhador tenha acesso à aposentadoria do INSS, 13º salário e do FGTS, ainda que menor.

 

Juros de empréstimos caem, mas ainda não voltam ao nível pré-crise

Apesar do cenário econômico mais favorável à oferta de crédito no Brasil, os juros para empréstimos às pessoas físicas ainda não voltaram ao patamar pré-crise no País. Em 2013, a taxa média de juros que os clientes encontravam no mercado para o chamado crédito livre – que envolve cheque especial, rotativo do cartão, consignados, entre outras linhas voltadas para o consumo – era de 43,1% ao ano. No ápice da crise, em 2016, essa taxa chegou a 72%. Para 2019, a previsão é de que ela feche o ano em 46,9%, com o retorno ao nível experimentado até 2013 previsto apenas para 2023, de acordo com dados do Banco Central analisados pela consultoria Tendências.

A taxa básica de juros da economia, a Selic, que chegou a 14,25% ao ano em agosto de 2016, hoje está na mínima histórica de 5%. Nesse período de cortes, praticamente todas as linhas de crédito livre baixaram as taxas. No caso do rotativo do cartão de crédito, uma das modalidades com a taxa mais alta, a queda foi de 475% ao ano para 307,8%. Esses números são ressaltados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), quando questionada sobre o repasse da queda da taxa básica de juros ao consumidor. No entanto, para especialistas, o patamar que os juros alcançaram antes dessas quedas é o problema.

“A questão é que os juros continuam em níveis altos quando a Selic já está em níveis historicamente baixos. Como eles já estavam muito maiores que a taxa básica, teriam de ter caído de maneira mais intensa para compensar”, diz Isabela Tavares, economista especialista em crédito da Tendências. Ela explica que, embora as reduções de juros até setembro deste ano não tenham alcançado o patamar de antes da crise, a oferta de crédito por parte dos bancos já alcançou os níveis de 2013.

No mês de setembro, dado mais recente disponível no BC, a oferta de crédito livre às pessoas físicas no País chegou a R$ 1,05 trilhão ante R$ 1,01 trilhão em dezembro de 2013.

Fatores

Para Isabela, a redução da Selic e o aumento de oferta não repercutiram como poderiam nos juros por razões que envolvem desemprego, inadimplência e pouca competição no sistema financeiro. “Vemos, daqui para frente, as taxas caindo de forma mais gradual. E, a partir do próximo ano, uma queda consistente do spread bancário (diferença entre o custo do dinheiro para o banco, quanto ele paga ao tomar empréstimo, e quanto cobra para o consumidor na operação de crédito)”, diz.

Ela cita iniciativas como o cadastro positivo, uma lista de bons pagadores, em vigor desde julho, e o open banking como fatores que podem acirrar a competição entre bancos e pressionar as taxas para baixo. O Banco Central já deu início à implementação do sistema financeiro aberto – open banking. Em fase de discussões, a medida deve proporcionar maior acesso das instituições financeiras às informações dos clientes, o que deve aumentar o oferta de crédito e de juros mais condizentes com o histórico de pagamento de cada contratante.

“O open banking permite ao cliente abrir seus dados para instituições de crédito. Nesse sistema, os dados são do cliente e não dos bancos”, diz Isabela. Ela explica que a possibilidade de ter mais informações sobre o histórico dos tomadores de crédito deve levar empresas mais jovens a oferecem taxas de juros melhores.

Na mesma linha, a planejadora financeira da Planejar e professora da Fundação Getulio Vargas Myriam Lund, afirma que “os bancos não têm obrigatoriedade de acompanhar as quedas da Selic, portanto, sobem ou baixam os juros por questões estratégicas. Eles só reduziriam as taxas, se a demanda por crédito diminuísse. Por isso, o estímulo do Banco Central à entrada de fintechs (as startups do setor financeiro) e cooperativas de crédito no mercado é tão importante para aumentar a competição nesse setor”.

O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, afirma que o spread bancário é composto por uma série de fatores que não mudam, necessariamente com a taxa de juros mais baixa. Inadimplência, custos administrativos e tributação são alguns deles.

Cliente mais informado

Para quem precisa de crédito, a saída ainda é a pesquisa. Myriam Lund afirma que as condições dos grandes bancos no oferecimento de crédito são parecidas entre si, por isso, aconselha que quem está em busca de empréstimo faça uma varredura online em todas as possibilidades que bancos, fintechs e cooperativas de crédito oferecem. “Se houver insegurança, basta checar se a financeira está listada no Banco Central.”

 

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