Terça-feira

VALOR

Guedes prevê déficit primário abaixo de R$ 80 bi neste ano

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, no primeiro ano, o governo Jair Bolsonaro deve fechar com déficit primário um pouco abaixo dos R$ 80 bilhões — o que é uma queda significativa perto da meta de déficit de R$ 139 bilhões para o período. Segundo ele, o ano de 2019 foi difícil porque a receita veio abaixo do esperado, reflexo do baixo crescimento econômico.

“Tivemos que fazer alguns contingenciamentos e estamos chegando ao final de ano com situação melhor, porque tivemos receitas extraordinárias”, frisou o ministro, em Brasília. “Acabamos então descontingenciando o que havíamos preventivamente contingenciado”, disse.

Para o ministro, o ano está correndo dentro da expectativa de gastos de vários ministérios. Segundo ele, o país pegou uma economia de baixo crescimento, que não foi causado pela atual equipe econômica.

“A economia brasileira estava abatida, estava praticamente estagnada”, afirmou, ressaltando que o governo conseguiu reverter a situação.

Guedes afirmou que, do ponto de vista fiscal, 2019 "foi um ano bastante acima das expectativas" e que, apesar das pressões, o governo não abriu mão do teto de gastos e que insiste em enxugar os gastos públicos.

Ele citou ainda o compartilhamento de recursos do petróleo com Estados e municípios, com o objetivo de descentralizar poderes. "Conseguimos lançar raízes da colaboração com o Legislativo e o Judiciário", observou. Ele citou que o TCU ajudou a acelerar o processo da cessão onerosa e o STF deu bases para o desinvestimento da Petrobras, com a venda da TAG.

Previsão para 2020

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o governo vai manter a meta de déficit primário de R$ 124 bilhões para o governo central em 2020. Ele antecipou, no entanto, que o número será “dezenas de bilhões de reais” melhor. O otimismo se deve, por exemplo, à perspectiva de realização dos leilões das duas áreas dos excedentes da cessão onerosa que não receberam proposta no leilão realizado no último dia 6 — Atapu e Sépia.

Além disso, o secretário espera reação da arrecadação, em função da retomada da atividade econômica. Na próxima semana, o governo enviará ao Congresso uma mensagem modificativa do Orçamento de 2020, já incorporando o efeito de medidas encaminhadas este ano. Os números, no entanto, não foram informados.

 

Dólar bate R$ 4,20 e renova recorde com tensão China-EUA

Após passar a maior parte do pregão perto da estabilidade, equilibrando entre o ajuste em baixa do feriado e notícias da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o dólar comercial registrou uma leve acelerada na reta final do pregão, que foi suficiente para superar a marca histórica de fechamento.

No fim dos negócios, a moeda americana foi cotada a US$ 4,2060, a primeira vez que encerrou acima dos R$ 4,20 e também acima dos R$ 4,1952 registrados em 13 de setembro do ano passado, o recorde anterior. Naquele momento, os ativos brasileiros reagiam com grande volatilidade ao fluxo de pesquisas na reta final antes do início da campanha para a disputa presidencial.

Desta vez, no entanto, participantes de mercado não viram um catalisador específico para o comportamento nas horas finais de negociação. A moeda americana, porém, já operava próximo desse patamar desde a semana passada. Além disso, o volume de negociações pode ter ficado baixo neste pregão - o contrato para dezembro, o mais negociado, movimentou R$ 63,2 bilhões, abaixo da média dos últimos dez pregões, que é de R$ 79,1 bilhões.

Para Vitor Carvalho, gestor da Laic, o risco agora é dólar suba de degrau e comece a ser negociado no intervalo de R$ 4,20 a R$ 4,30. E essa tendência, diz, é influenciada pelo fluxo cambial, que até outubro já é o pior da série histórica do BC e deve continuar negativo. “Enquanto o fluxo cambial for ruim, não tem motivo para comprar real”, afirma o profissional.

Ele ressalta, por outro lado, que não vê motivo para intervenção do Banco Central neste momento. “O mercado está apresentando disfuncionalidades. Então não teria motivo para intervenção do BC”, diz. Nesta manhã, a autoridade monetária voltou a ofertar dólares juntamente com swap cambial reverso. Desta vez, no entanto, vendu apenas US$ 200 milhões dos US$ 600 milhões ofertados.

Lá fora, o dólar também se fortaleceu contra a maior parte dos pares emergentes e ligados a commodities, em especial o rand sul-africano (0,71%) e o peso colombiano (0,47%), na esteira de uma maior cautela diante do vai e vem do noticiário sobre a disputa comercial entre as duas maiores economias do planeta.

Desta vez, esses ativos repercutiram uma notícia da CNBC dando conta de que integrantes do governo chinês estavam pessimistas sobre o acordo, citando dificuldades em fazer o governo americano reverter tarifas já impostas e também preocupações com o processo de impeachment do presidente Donald Trump.

O avanço do dólar no Brasil na semana passada não tirou o otimismo do Morgan Stanley sobre a perspectiva da moeda. O banco americano acredita que o real irá se beneficiar da retomada no ano que vem. "Embora não seja um favorito sem ressalvas, o Brasil se destaca em base relativa devido a uma narrativa idiossincrática bastante atraente, excesso de prêmio no curto prazo e altas taxas de juro real na comparação com outros países da região", diz o Morgan Stanley em relatório.

O Citi também mantém sua aposta para o Brasil, mas aplicou um hedge sobre suas posições na moeda brasileira, citando ruídos da disputa comercial e a frustração com a cessão onerosa. O banco também passou sua recomendação para o ativo de “overweight” para “marketweight”

 

Políticas monetárias podem perder efeito, diz Ray Dalio

O mundo caminha para um ambiente em que os extremos do populismo se tornarão ainda mais radicais, e no qual haverá “uma ausência de efeitos das políticas monetárias”, segundo o bilionário Ray Dalio, em entrevista à rede americana “ CNBC ”. O co-presidente da Brigdewater Associates, maior “hedge fund” do mundo, com US$ 160 bilhões em ativos sob gestão, classificou o período no qual os mercados estão entrando como desafiador.

“Os bancos centrais globais não têm como baixar mais as taxas e vamos entrar em um período mais desafiador de uma batalha entre extremos no populismo. Será um ambiente que terá grande impacto nos mercados, com ausência de efeito da políticas monetárias e exacerbação de conflitos que temos visto no mundo.”

Na avaliação do investidor, “estamos indo em direção a um ambiente como uma guerra”. O gestor chamou novamente a atenção para os desequilíbrios gerados pela política de dinheiro fácil adotadas pelos BCs. “Os investidores estão inundados de dinheiro, comprando retornos muito baixos ou sonhos em lugar de lucros no mercado de ações”, disse. Dalio reiterou que, apesar da elevada liquidez nos mercados, o mecanismo de transmissão de riqueza “está quebrado”.

Segundo o copresidente da Bridgwater, o sistema atual mantém o dinheiro circulando no mercado financeiro, sem escorrer para as camadas mais baixas por meio de distribuição da lucratividade e do acesso ao crédito barato. O gestor ressaltou ser preciso “produzir mais oportunidades iguais” a todas às pessoas. “Há muitos bons investimentos [para isso], como em educação, que podem produzir maiores retornos”, disse.

De acordo com o bilionário, a solução para os desequilíbrios é “criar produtividade” para elevar a geração de riqueza e reduzir a desigualdade. Conforme Dalio, “o aprofundamento das taxas negativas está se esgotando e vai levar a uma necessidade de coordenação entre as políticas fiscal e monetária”. Mas, diferentemente de várias vozes que defendem esse tipo de solução, o gestor considera essa combinação “algo muito perigoso”, ao incentivar a ampliação dos déficits orçamentários.

Para Dalio, no futuro “teremos déficits cada vez maiores e teremos de financiá-los e isso terá um impacto sobre o câmbio no longo prazo”. Se for necessário subir impostos para financiar esses grandes déficits, “isso mudaria a natureza do mercado”. Apesar da visão crítica sobre as ações dos BCs, Dalio reforçou não ver como resposta uma reversão dos estímulos.

Para o gestor, seria apenas criar mais problemas, porque já existe uma dinâmica econômica e de mercados estabelecida. “Não existe uma solução só, mas acho que seriam necessárias várias ações fragmentadas”, em uma espécie de reengenharia de um sistema que produz desigualdades para outro que impulsione a produtividade na economia.

Dalio também afirmou não enxergar os mercados excessivamente comprados ou à beira de uma ruptura. “Há muito dinheiro lá fora colocado pelos BCs e os retornos de todas as classes de ativos caíram para níveis mais baixos. Enquanto continuar essa dinâmica, não vejo uma ruptura. Há muitas coisas boas por trás disso e não vejo por que se perturbar com as coisas ruins.”

Na entrevista à “CNBC”, Dalio alertou ainda para o fato de que o maior erro dos investidores do varejo no momento atual seria acreditar que os mercados que subiram recentemente são “oportunidades melhores”, em lugar de vê-las como “oportunidades caras”.

 

Com dólar a R$ 4,20, juros futuros fecham em alta

Os juros futuros encerraram a sessão regular desta segunda-feira (18) em leve alta em reação ao comportamento do câmbio, com o dólar tocando o nível psicológico de R$ 4,20. A perspectiva de aceleração da atividade econômica também esteve no radar dos investidores e voltou a fortificar o cenário de uma Selic estável após dezembro, o que minou o fechamento da curva a termo observado no início do dia.

No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 4,64%, no ajuste anterior, para 4,65%; a do DI para janeiro de 2022 passou de 5,25% para 5,27%; a do contrato para janeiro de 2023 avançou de 5,75% para 5,77% e a do DI para janeiro de 2025 foi de 6,33% para 6,34%.

No mesmo horário, o dólar era cotado a R$ 4,2005 (alta de 0,19%). Após uma sexta-feira (15) com o mercado fechado por aqui, devido ao feriado da Proclamação da República, os juros futuros iniciaram a segunda-feira em queda e se mantiveram em baixa até momentos antes do fim da sessão regular, diante de um ajuste de posições dos investidores.

Na ponta curta da curva, porém, as taxas oscilaram perto da estabilidade desde o início do dia, em reação a indicadores recentes, que reforçam a percepção de que a Selic pode ficar inalterada após um corte de 0,50 ponto em dezembro. De acordo com o economista Altair Pereira, do Bradesco BBI, os setores de serviço, indústria e vendas no varejo mostraram retomada da atividade, “aumentando as apostas de que o fim do ciclo de afrouxamento monetário poderá estar próximo do fim”.

No Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, embora as expectativas para o IPCA continuem em níveis confortáveis, o ponto médio das estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano passou de 2,08% para 2,17%, enquanto a mediana das projeções para a Selic no fim de 2020 caiu de 4,50% para 4,25%.

Em relatório, Pereira nota que as curvas dos títulos públicos subiram na semana passada, especialmente as NTN-Bs de longuíssimo prazo, o que aumentou a inclinação da curva de juro real. “Esse movimento ocorreu em razão da alta expressiva da inflação implícita de curto prazo, com a de dois anos subindo 14 pontos-base na semana, atingindo 4,12%, e alta de 55 pontos-base em um mês”, afirmou o economista do Bradesco BBI.

Nos cálculos do banco, a inclinação da curva de juro real medida pela diferença entre o título de 10 e de 2 anos chegou ao maior nível desde outubro de 2018, em 195 pontos-base. Apesar da inclinação recente nas curvas de juros, a equipe de estratégia do Morgan Stanley projeta um cenário de achatamento.

“As declarações do Banco Central sugerem que o espaço para diminuir as taxas de juros neste ciclo a níveis muito mais baixos pode ser limitado”, afirmaram os economistas do banco americano. Para eles, a Selic deve cair para 4,25% em fevereiro e permanecer nesse nível até meados de 2021, ano que terminaria com juro básico a 5,50%. Apesar do crescimento acima do potencial, a inflação deve continuar comportada diante do amplo hiato do produto, pontua o Morgan Stanley.

 

ESTADÃO

Mercado reduz projeção para os juros em 2020

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros, a Selic, no fim de 2019, mas alteraram a expectativa para 2020. Segundo o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 4,50% e, para 2020, passou de 4,50% para 4,25% ao ano - quatro semanas atrás a estimativa estava em 4,75%.

Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,50% para 5,00% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude". O próximo encontro do Copom ocorre em dezembro e será o último do ano. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de preços, de 2019 teve leve alteração, passando de alta de 3,31% para 3,33%. A estimativa para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%.

Os números estão abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%).

No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,10% em outubro. No ano, a taxa acumulada é de 2,60% e, em 12 meses até outubro, de 2,54%.

No mês passado, o Copom atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4% e, para 2020, em 3,6%.

 PIB

A expectativa de crescimento da economia este ano seguiu em 0,92%. Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,08% para 2,17%.

Na quinta-feira passada, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, teve expansão de 0,44% em setembro ante agosto, na série com ajustes sazonais. No até setembro, o indicador acumulou alta de 0,80%, na série sem ajustes. 

Em setembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de aumento de 0,8% para elevação de 0,9%.

 

 

 

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS