Terça-feira

FOLHA

Mercado imobiliário retoma lançamentos, mas crédito para os mais pobres preocupa

O mercado imobiliário brasileiro começa a se recuperar. A melhora no volume de lançamentos e de unidades residenciais vendidas no terceiro trimestre deste ano são indicativos de um ciclo consistente de retomada.

Esse momento favorável pode ser abalado, segundo o setor, pela redução de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) disponíveis para habitação e o corte nos repasses e subsídios do Minha Casa Minha Vida.

O programa habitacional ainda responde por mais da metade dos (56,9%) dos lançamentos no terceiro trimestre deste ano.

Os indicadores imobiliários divulgados pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) nesta segunda-feira (25) mostram um aumento de 23,9% no volume de lançamentos no país no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nos primeiros nove meses deste ano, o número de lançamentos ficou em 82.044 unidades, conforme antecipou o Painel S.A. nesta segunda. Em 2018, entre janeiro e setembro foram registrados 70.059 lançamentos.

Para o presidente da Cbic, José Carlos Martins, os números demonstram consistência na recuperação do setor, que aposta em resultados ainda melhores no trimestre final deste ano.

O resultado das vendas no terceiro trimestre também estão positivos; a alta é de 15,4%. Foram 32.575 unidades residenciais comercializadas, ante 28.218 no mesmo período em 2018.

Ante o trimestre anterior, as vendas caíram 4,9%. José Carlos diz que a queda é sazonal e já esperada, ocorrendo tradicionalmente nos primeiros e terceiros trimestres de cada ano.

Os números são positivos em São Paulo e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Curitiba, por exemplo. Segundo a Cbic, a recuperação chega mais cedo e de modo mais consistente onde a economia depende menos do estado.

“São Paulo é quem está puxando o mercado imobiliário, mas outras regiões começam a manter os resultados”, afirma o presidente da Cbic.

Os números vão bem, mas o financiamento da habitação popular preocupa. O Minha Casa Minha Vida ainda responde a 56,9% dos lançamentos no terceiro trimestre deste ano. A participação é relevante também em São Paulo, onde representa 44% dos lançamentos e 46% das vendas.

Crítico da liberação de recursos do FGTS para o estímulo ao consumo, o presidente da Cbic diz que a habitação de médio e alta padrão encontrará outros caminhos para o crédito, mas que o crédito para os mais pobres ainda precisa de soluções.

“Todas as projeções são de otimismo, mas a fonte de financiamento é uma preocupação. Temos certeza que o mercado de classe média vai embora, vai em frente, mas nos preocupa o orçamento cada vez menor justamente onde se concentra o déficit”, diz.

Na região Sudeste, que concentra o volume de lançamentos e vendas no país, 9.749 unidades lançadas no terceiro trimestre integram o Minha Casa Minha Vida. Nos demais padrões foram 8.880.

O vice-presidente da área imobiliária da Cbic, Celso Petrucci, avalia que o patamar de juros e inflação baixos, e o novo modelo de financiamento iniciado pela Caixa, que considera o IPCA (inflação oficial) na correção, abrem a possibilidade de entrada de novos modelos de concessão de crédito, com outros agentes e novos produtos.

No fim de outubro, a Caixa anunciou a redução na taxa mínima de juros do crédito imobiliário. Em agosto, lançou a operação que substitui os juros fixos pelo IPCA, e prevê lançar em 2020 um modelo de crédito prefixado.

“Para famílias com renda acima de R$ 2.600, não temos dúvidas de que o mercado resolverá a questão, mas quem está abaixo disso, ainda há a necessidade de subsídio ou desconto”, explica.

O mercado para famílias mais pobres está diante de cortes e atrasos no Minha Casa Minha Vida e a redução no orçamento do FGTS para habitação. Além disso, o governo federal vem estudando a redução no acesso de famílias de baixa renda a imóveis subsidiados pelo programa.

Para 2020, o Minha Casa Minha Vida terá o menor volume de recursos da história. Neste ano, o governo está devendo R$ 500 milhões a empresas que, em sua maioria, fazem habitações na faixa 1 do programa, para famílias com renda mensal até R$ 1.800.

A redução do volume de recursos do fundo de garantia para a habitação vem sendo alvo de críticas do setor imobiliário, que quer ouvir do governo uma solução também para os subsídios. Há a previsão de uma reunião com a equipe econômica para discutir o assunto.

Cálculos do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário de SP) apontam que as liberações de saque do FGTS colocam os financiamentos da habitação popular em risco para 2020 e 2021. Para 2022, a perspectiva é de já não haja dinheiro para crédito mais.

Além dos lançamentos, o balanço de indicadores da Cbic apontou melhora nas vendas de unidades, que cresceram 15,4% no terceiro trimestre,

mas caíram 4,9% na comparação com o período anterior. José Carlos diz que a queda é sazonal e já esperada, ocorrendo tradicionalmente nos primeiros e terceiros trimestres de cada ano.

De julho a setembro deste ano, 32.575 unidades residenciais foram vendidas nas 17 cidades e dez regiões metropolitanas analisadas pela Cbic. No mesmo trimestre em 2018 foram 28.219. Em 12 meses até setembro, o setor acumula 129.139 unidades vendidas.

Os números são positivos em São Paulo e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Curitiba, por exemplo. Segundo a Cbic, a recuperação chega mais cedo e de modo mais consistente onde a economia depende menos do estado. “São Paulo é quem está puxando o mercado imobiliário, mas outras regiões começam a manter os resultados”, afirma o presidente da Cbic.

 

Emprego na indústria da construção alcança maior nível em sete anos

Os indicadores de atividade e de emprego na indústria da construção brasileira alcançaram em outubro o maior nível dos últimos sete anos, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta segunda-feira, 25. O Índice de Nível de Atividade alcançou 49,9 pontos no mês passado, semelhante ao registrado no fim de 2012, enquanto o Índice de Número de Empregados ficou em 48,5 pontos, também o mais alto desde outubro de 2012. A pesquisa foi feita de 1º a 12 de novembro com 483 indústrias da construção – 167 pequenas, 208 médias e 108 de grande porte. Segundo a CNI, os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100 pontos e, quando estão abaixo de 50 pontos, mostram queda da atividade e do emprego. “Os resultados consolidam a tendência de crescimento do setor”, diz nota da confederação. A utilização da capacidade operacional ficou em 62%, nível 3 pontos percentuais acima do o registrado há um ano e igual à média histórica do setor. Para a economista da CNI Dea Fioravante, a previsibilidade do setor aumenta em um contexto de inflação controlada e juros baixos. “Contribuindo para que os empresários fiquem mais propensos a investir e assumir riscos.” O Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icei- -Construção) subiu para 62 pontos neste mês. Com o crescimento de 3,2 pontos em relação a outubro, o indicador está 8,4 pontos acima da média histórica, que é de 53,6 pontos. Para os próximos seis meses, todos os indicadores de expectativas ficaram acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o crescimento da atividade, do emprego, da compra de matérias-primas e de novos empreendimentos e serviços nesse período.

 

VALOR

 

Crédito livre ainda não influencia rumo da inflação

A expansão do crédito livre e do mercado de capitais ainda não representa uma “transformação de grandes proporções” a ponto de influenciar consideravelmente a trajetória de inflação. A avaliação é de José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IbreFGV).

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), alguns membros “destacaram que as mudanças no mercado de crédito e na intermediação financeira, como o maior papel desempenhado pelo crédito com recursos livres e pelo mercado de capitais, podem impactar a transmissão da política monetária”.

Para Senna, a preocupação é “legítima” e o Banco Central “continuará monitorando de perto” as mudanças. “De imediato, porém, não parece que estejamos diante de uma transformação de grandes proporções”, afirma, no Boletim Macro do Ibre-FGV de novembro. O encolhimento do crédito direcionado e a expansão do crédito livre, por exemplo, têm “ampliado a sensibilidade de variáveis como a atividade e a inflação a alterações de política monetária”. “Mas tal ampliação possivelmente ainda se mostra modesta, uma vez que permanece elevada a segmentação do mercado de crédito”, diz.

Do fim de 2015 até setembro deste ano, os empréstimos direcionados passaram de 49,2% do total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) para 43,5%, “número que ainda revela alto grau de segmentação do sistema”. Além disso, mesmo com o encolhimento recente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda é responsável por 12% de participação no crédito total da economia, uma “parcela elevada”, de acordo com Senna.

Ele também faz ressalvas a respeito da influência do crescimento do mercado de capitais sobre a atividade econômica e a inflação. Isso porque as recentes emissões de ações e renda fixa no “ainda não trazem sinais de mobilização das empresas em torno de novos projetos de investimento”, o que aumentaria o impacto da política monetária. Entre janeiro e outubro deste ano, foram emitidos R$ 204,4 bilhões em debêntures, notas promissórias e outros.

No entanto, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) mostram que 34,8% dessa quantia foi usada para reestruturação de passivos e 29,2%, como capital de giro. “Apenas 14,7% das emissões diziam respeito a financiamento de investimentos em infraestrutura”, diz Senna. Em relação ao crescimento do crédito pessoal, Senna afirma que a expansão de 18,2% neste ano do financiamento para veículos “permite realmente uma interpretação positiva”.

“Mas talvez o mesmo não possa ser dito a respeito da expansão do crédito bancário pessoal e no cartão [de crédito]”, afirma, citando duas modalidades em que os empréstimos tiveram alta de 13,7% e 20,1%, respectivamente. “Com a renda média crescendo apenas modestamente e mais de 12 milhões de desempregados, fica difícil admitir que a elevação do endividamento pessoal seja algo positivo”, afirma.

 

Guiados pelo exterior e pelo câmbio, juros futuros fecham em alta

Os juros futuros abandonaram o viés de queda observado no início do dia e fecharam a sessão regular desta segunda-feira (25) em alta, em um dia marcado por liquidez reduzida por conta da semana curta nos Estados Unidos que comemora, na quinta (28), o Dia de Ação de Graças. Enquanto as relações comerciais sinoamericanas se mantiveram no radar dos investidores, o dólar alçou novos voos e ensaiou tocar R$ 4,22, o que ajudou a levar as taxas futuras para cima.

No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou estável a 4,65%; a do DI para janeiro de 2022 avançou de 5,33% para 5,38%; a do contrato para janeiro de 2023 subiu de 5,88% para 5,93% e a do DI para janeiro de 2025 foi de 6,45% para 6,53%. No mesmo horário, o dólar era cotado a R$ 4,2124 no segmento à vista, depois de ir a R$ 4,2199 na máxima do dia.

Sem grandes catalisadores, a curva a termo refletiu a valorização do dólar, e, também, as incertezas relacionadas às questões comerciais entre Estados Unidos e China, que continuam no foco dos agentes do mercado. “A questão do acordo comercial continua a mostrar indecisão dos players e, assim, fica difícil para o mercado, aqui, precificar. Há, ainda, uma especulação por falta de liquidez. O mercado abriu bem tranquilo, sem nenhuma notícia extraordinária, mas temos de lembrar que há falta de liquidez devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos”, afirmou Heber Vieira, operador de renda fixa da Terra Investimentos.

Ao mesmo tempo em que as questões comerciais continuaram no foco, o câmbio também se manteve protagonista dos movimentos no mercado de juros. Dados abaixo do esperado do setor externo fizeram o dólar abandonar a leve queda ostentada nos primeiros negócios do dia e levaram a moeda americana a níveis acima de R$ 4,21. No Boletim Focus, do Banco Central, o ponto médio das estimativas do mercado para o dólar no fim deste ano subiu de R$ 4,00 para R$ 4,10. “O BC sinalizou que essa desvalorização do real poderia ser combatida via política monetária, empurrando a curva para cima”, disse Altair Pereira, economista do Bradesco BBI. Segundo ele, as apostas de cortes mais agressivos na Selic minguaram.

Mesmo assim, o aumento nas expectativas de inflação fez o juro real de curtíssimo prazo ser comprimido “até atingir o campo negativo pela primeira vez, desde o início da trajetória de queda da Selic”. Segundo o BBI, a taxa indicativa da NTN-B para agosto de 2020 recuou 26 pontos-base na semana passada e atingiu um juro real de -0,15%.

Também nesta segunda, a Fundação Getulio Vargas informou que o índice de confiança do consumidor caiu de 89,4 pontos, em outubro, para 88,9 pontos, neste mês, o menor nível desde julho. “A confiança do consumidor brasileiro está praticamente estável desde junho, mas com caminhos divergentes entre os componentes de expectativas e de situação atual. No geral, o caminho esperado é o de aceleração do crescimento, que deve apoiar uma maior confiança do consumidor mais à frente”, afirmaram os economistas do Citi.

 

FOLHA

'Não se assustem se alguém pedir o AI-5', diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (25) que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.

Durante entrevista coletiva em Washington, Guedes comentava a convulsão social e institucional em países da América Latina e disse que era preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas para ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que estimule manifestações do mesmo tipo.

"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática."

O ministro afirmou que declarações sobre a edição de um novo AI-5 no Brasil, como a feita por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foi uma reação ao que chamou de convocações feitas pela esquerda, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo depois de ser solto, há pouco mais de duas semanas.

Guedes disse que era "uma insanidade" o petista pedir a presença do povo nas ruas –assim que saiu da cadeia, Lula disse que os jovens deveriam fazer protestos como os da Bolívia e Chile– e sugeriu que o projeto de lei que prevê o excludente de ilicitude seria também uma resposta de Bolsonaro ao petista.

"Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI5, aí todo mundo assusta, fala o que que é? (...) Aí bate mais no outro. É isso o jogo? É isso o que a gente quer? Eu acho uma insanidade chamar o povo para rua para fazer bagunça. Acho uma insanidade."

No mês passado, Eduardo afirmou que, se a esquerda radicalizasse no Brasil, como ocorria nos protestos no Chile naquele momento, era preciso "ter uma resposta que pode ser via um novo AI-5."

"Assim que ele [Lula] chamou para a confusão, veio logo o outro lado e disse é, 'sai para a rua', vamos botar um excludente de ilicitude, vamos botar o AI-5, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo. Que coisa boa, né? Que clima bom."

O filho do presidente falou sobre a volta do Ato Constitucional de 1968, medida mais dura do regime militar, que institucionalizou a tortura e revogou direitos fundamentais no país, durante uma entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada no fim do mês passado.

O ministro admitiu que o ritmo das reformas desaceleraram no Congresso após a aprovação das mudanças na Previdência e disse que, quando as pessoas começam a ir para as ruas "sem motivo aparente", é preciso "entender o que está acontecendo" e avaliar se é possível prosseguir com a agenda liberal.

"Qualquer país democrático, quando vê o povo saindo para a rua, se pergunta se vale a pena fazer tantas reformas ao mesmo tempo."

Guedes foi questionado por um dos jornalistas se essa aparente diminuição do ritmo das reformas não era medo do ex-presidente Lula, que iniciou um discurso de forte crítica à agenda econômica do governo Bolsonaro. Na avaliação do petista, as medidas comandadas por Guedes retiram direitos dos trabalhadores e prejudicam os mais pobres.

"Aparentemente digo que não (Bolsonaro não está com medo do Lula). Ele só pediu o excludente de ilicitude. Não está com medo nenhum, coloca um excludente de ilicitude. Vam'bora."

Após quase duas horas de entrevista coletiva, o ministro afirmou que estava dando declarações em off, jargão jornalístico para delimitar que não se pode publicar as informações. No entanto, a entrevista havia sido convocada por sua assessoria e estava na agenda oficial de Guedes antes mesmo de ele embarcar para os EUA.

Ele também foi avisado que as agências de notícia e emissoras de televisão faziam transmissões em tempo real.

Depois do debate sobre a publicação das informações, autorizada pelo ministro, Guedes foi questionado se achava a volta do AI-5 concebível em alguma circunstância e, então, ele negou que uma medida como essa fosse aceita em uma democracia.

"É inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas, invada tudo, quebre e derrube à força o Palácio do Planalto, jamais apoiaria o AI-5, isso é inconcebível. Não aceitaria jamais isso. Está satisfeita?", afirmou, dirigindo-se à repórter.

"Isso é uma ironia, ministro, o senhor está nos ironizando?", disse a jornalista. "De forma alguma", retrucou Guedes.

Em seguida, o ministro fez uma declaração dizendo que gostaria de fazê-la "ao vivo para o Brasil."

"É irresponsável chamar alguém para rua agora para fazer quebradeira. Para dizer que tem que tomar o poder. Se você acredita numa democracia, quem acredita numa democracia espera vencer e ser eleito. Não chama ninguém para quebrar nada na rua. Este é o recado para quem está ao vivo no Brasil inteiro", disse.

 "Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática."

 

É bom se acostumar com juros mais baixos e câmbio mais alto, afirma Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou não estar preocupado com o novo recorde de cotação do dólar, que fechou nesta segunda-feira (25) em R$ 4,215, e acrescentou que é bom o país se acostumar com o elevado patamar da moeda estrangeira ainda por um bom tempo.

Na avaliação de Guedes, a alta do dólar é reflexo de uma mudança na política econômica brasileira, com juros mais baixos e câmbio de equilíbrio alto, que ainda não foi compreendida pela maior parte da população.

Segundo o ministro, a principal consequência do câmbio flutuante hoje será o aumento das importações e a queda das exportações brasileiras.

"O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele [dólar alto] está causando. Vamos importar um pouco mais e exportar um pouco menos", afirmou o ministro nesta segunda em Washington. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo."

A cotação do dólar subiu 0,45% nesta segunda e fechou a R$ 4,215, novo recorde nominal desde a criação do Plano Real.

O recorde anterior era da segunda-feira passada (18), quando a moeda foi a R$ 4,2070 e superou a marca anterior, de R$ 4,197, no período eleitoral de 2018.

Para Guedes, é "normal" que países que tenham maior controle fiscal exerçam uma política monetária mais frouxa e, consequentemente, enfrentem um câmbio de equilíbrio alto, o que, na sua avaliação, vai gerar movimento interessante para a volta do investimento no país.

Os investidores estrangeiros têm adiado suas apostas no Brasil porque, apesar do discurso de reformas do governo, que agrada ao mercado financeiro, ainda não houve reflexos nos índices de crescimento do país. Este ano, o PIB (Produto Interno Bruto) deve ficar abaixo de 1% e a previsão para 2020 é 2%.

Questionado se o aumento constante da cotação da moeda estrangeira é confortável para o Brasil, Guedes respondeu que "quem vai responder isso será a economia."

"Se ele [dólar] continuar subindo, não era confortável."

Na capital americana, o ministro participou de reunião do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA, com presença do secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, e vinte empresários, dez de cada país.

O governo Bolsonaro tem interesse em fechar um acordo comercial amplo com os EUA, mas sabe dos obstáculos e interesses políticos para a derrubada de algumas tarifas, como sobre o açúcar, por exemplo.

Por isso, diplomatas brasileiros em Washington afirmam que é preciso trabalhar em outras frentes, com medidas de facilitação de negócios, consideradas um passo anterior à abertura formal das tratativas de um acordo mais abrangente entre os dois países. A reunião dos altos executivos brasileiros e americanos foi uma das ações neste sentido.

No entanto, Guedes não detalhou nenhuma medida concreta que tenha saído do encontro, além do anúncio do início da fase de teste para a participação do Brasil no programa Global Entry, que facilita a entrada de viajantes frequentes e pré-aprovados nos EUA, mas não os isenta de visto.

A implementação efetiva do programa, porém, ainda não tem data definida.

A reativação do fórum foi estabelecida durante a visita de Bolsonaro a Washington, em março. Ali ficou estabelecido quais seriam os participantes de cada país e que um encontro formal seria feito no segundo semestre do ano. Do lado dos EUA, há representantes da Baxter International, Dow Silicones, Vermeer Corporation, entre outras; do brasileiro, participam Natura, Votorantim, Embraer e Gerdau, por exemplo.

A semana escolhida para a reunião, porém, foi a do feriado de Thanksgiving, importante no calendário dos americanos e, portanto, bastante esvaziada em Washington. O Congresso entrou de recesso na sexta-feira (23) e só voltará às atividades no início de dezembro.

 

ESTADÃO

Mercado ajusta projeção para a inflação em 2019, mas mantém IPCA abaixo da meta para o ano

Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, e também para o crescimento da economia em 2019. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,33% para 3,46%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%.

A projeção dos economistas está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,10% em outubro. No ano, a taxa acumulada é de 2,60% e, em 12 meses até outubro, de 2,54%.

Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4%. No caso de 2020, está em 3,6% e, para 2021, em 3,5%.

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,92% para 0,99%. Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta de 2,17% para 2,20%.

Neste mês, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) teve expansão de 0,44% em setembro ante agosto, na série com ajustes sazonais. No até setembro, o indicador acumulou alta de 0,80%, na série sem ajustes.

Em setembro, o BC atualizou sua projeção para o PIB em 2019, de aumento de 0,8% para elevação de 0,9%.

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