Terça-feira

VALOR

Puxado pelo consumo, PIB do 3º tri deve confirmar retomada

A melhora mais espraiada da atividade em setembro garantiu crescimento da economia no terceiro trimestre, depois de dois meses com sinais mistos, mas não foi desta vez que a recuperação ganhou fôlego adicional. Segundo a estimativa mediana de 35 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,4% de julho a setembro em relação aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais, mesmo ritmo registrado no segundo trimestre.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga amanhã o resultado das contas nacionais trimestrais. Para a comparação com o trimestre imediatamente anterior, as projeções vão desde alta de 0,2% até 0,9%. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a expectativa mediana é que a economia brasileira tenha crescido 1%, magnitude idêntica à observada na medição anterior. E esse também é o ritmo esperado para o avanço do PIB na média de 2019.

De acordo com analistas, a atividade vive uma retomada, mas ainda modesta, e desigual entre os setores. Com a redução dos juros e o impulso do crédito, o maior beneficiado é o consumo das famílias, que, neste trimestre, ainda contou com o efeito inicial dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por isso, mediana de 12 projeções aponta alta de 0,6% do consumo de julho a setembro.

A incipiente reação da construção civil tornou, ainda, a dinâmica dos investimentos um pouco mais favorável. Treze instituições projetam expansão de 1,3% da formação bruta de capital fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construção civil e inovação) no período de julho a setembro.

Por outro lado, a combinação de desaceleração da economia global, escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China e recessão mais forte na Argentina derrubou as exportações, que, segundo 12 economistas, recuaram 2,3% do segundo para o terceiro trimestre.

Do lado da oferta, o setor mais prejudicado pela piora do ambiente externo foi a indústria, cujo PIB deve ter praticamente andando de lado no período, com alta de 0,1%, calculam 13 analistas. A agropecuária deve ter mostrado crescimento mais sólido, ao avançar 1,8% nos trimestre encerrado em setembro, de acordo com 13 projeções de especialistas.

Como o setor tem peso reduzido no PIB, no entanto, essa alta não foi suficiente para puxar a economia como um todo. Já o setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB brasileiro, deve ter crescido 0,4% na comparação trimestral, também de acordo com a mediana de 13 instituições.

Economistas observam, no entanto, que o terceiro trimestre conta com incerteza adicional nas projeções: é sempre neste período do ano que o IBGE divulga revisões de resultados anteriores das contas nacionais. Desta vez, a base de 2018 será revista. O terceiro trimestre terminou com comportamento mais positivo da atividade, que cresceu no comércio, nos serviços e até na indústria em setembro, mas mesmo assim ainda não há sinais de recuperação consistente para toda a economia, avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Em seus cálculos, o PIB aumentou 0,5% na passagem do segundo para o terceiro trimestre. “Não vemos reação em todos os segmentos da economia. Isso tende a acontecer em 2020, com alguma melhora da indústria e o investimento voltando a crescer com concessões”, diz Vale.

No trimestre atual, no entanto, o economista trabalha com redução de 0,6% do PIB industrial na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O setor de transformação tem sido afetado pela crise argentina, que piorou e atingiu em cheio as exportações. Dentro do PIB, as vendas externas de bens e serviços devem ter diminuído 6,3% de julho a setembro, estima a MB.

Os serviços, por sua vez, ganharam força no terceiro trimestre, com melhora no comportamento dos ramos de intermediação financeira, do comércio e de atividades imobiliárias, afirma Vale, para quem o PIB do setor cresceu 1,1% no período, sempre na comparação anual.

De acordo com Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter - que também estima expansão de 0,5% do PIB no terceiro trimestre - o grande estímulo à atividade tem sido a queda dos juros e a consequente retomada das concessões de crédito. Outra ajuda veio do estímulo do FGTS: os saques de até R$ 500 de contas ativas e inativas tiveram início em setembro. Por isso, Rafaela avalia que a demanda das famílias voltou a crescer no terceiro trimestre.

Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama e professor de economia do Ibmec, também tem uma visão mais positiva sobre o crescimento, que deve ter ficado em 0,5% nos três meses até setembro. “O juro real muito baixo, indo para quase 1%, faz muita diferença num país com crescimento tão represado”, aponta o economista. Essa queda é importante não só para o consumo, mas também para projetos de investimentos privados, disse, que ficam mais rentáveis.

Rafaela, do Inter, destaca, ainda, que os investimentos também devem ter bom desempenho, em razão da construção civil, cujo PIB avançou 1,9% de abril a junho. “A construção já foi uma surpresa positiva no segundo trimestre e os dados do setor para o terceiro trimestre foram bons, tanto das empresas que já divulgaram resultados, quanto no lançamento e vendas de imóveis e no crédito imobiliário.”

Além da construção, Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong, acrescenta que a importação de bens de capital vem em trajetória de alta, o que, em suas estimativas, levou a formação bruta a aumentar 1,1% entre o segundo e o terceiro trimestres. Na contramão, o setor externo teve impacto negativo sobre a economia, avalia Serrano, uma vez que as exportações devem ter caído 2,5% no trimestre, e as importações subiram 2,2%. Em seus cálculos, as vendas externas, já líquidas das importações, devem retirar 0,1 ponto do PIB no terceiro trimestre, mas a demanda interna dará contribuição positiva de 0,4 ponto ao crescimento.

 

PIB de 2019 deve fechar acima de 1%, diz Caio Megale

O Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 "está com cara de que vai fechar acima de 1%", afirmou nesta segunda-feira Caio Megale, chefe da assessoria especial de relações institucionais do Ministério da Economia. Segundo ele, com estímulos de curto prazo, como a queda de juros e as mudanças no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aliados a estratégias de longo prazo, como a reforma da Previdência, "os sinais de recuperação estão aparecendo".

"Os índices de confiança estão voltando, a produção industrial dá sinais de melhora, as vendas no varejo também se recuperam, o mercado de crédito privado está crescendo a dois dígitos", ele exemplifica. "Os sinais da Black Friday foram alvissareiros, e a expectativa para o Natal é muito boa", acrescenta.

Reportagem do Valor desta segunda-feira mostra que as vendas durante a ação promocional ficaram acima das expectativas de grandes varejistas. Para 2020, "podemos ter um crescimento acima de 2%", disse Megale. Projeção do mercado divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central indica uma expectativa de avanço de 2,22% no próximo ano. Para este ano, a previsão é de um crescimento de 1%.

Um termômetro do ritmo da recuperação da economia será apresentado amanhã, com a divulgação oficial do PIB do terceiro trimestre. Estimativa mediana de 35 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta que o PIB subiu 0,4% no terceiro trimestre, ante os três meses anteriores. Megale ponderou que sinais positivos se intercalam com outros piores.

"Hoje de manhã tivemos mais um vindo dos Estados Unidos, uma sinalização com relação a tarifas comerciais. Temos incertezas políticas em alguns países da nossa região", disse em referência ao anúncio de que os EUA vão reinstaurar tarifas sobre aço e alumínio do Brasil e da Argentina.

"Mas o Brasil vai prosperar, o Brasiltem um ciclo econômico muitas vezes desconectado do ciclo econômico mundial." Sobre reformas estruturais, Megale disse que a administrativa pode ser enviada no fim deste ano ou no início do próximo, bem como a proposta de reforma tributária do governo, que prevê a unificação de impostos federais. "O primeiro passo é a criação do IVA [Imposto sobre Valor Agregado] federal, que seja acoplável a essa reforma mais ampla [a Proposta de Emenda à Constituição 45, que inclui ICMS e ISS no IVA].

A estratégia vai ser a estratégia da sociedade, ou uma transformação mais radical no curto prazo, mas com mais riscos, ou uma transformação mais gradual, afinal o problema é complexo, são muitos impostos, o país é muito diversificado, não necessariamente vamos conseguir fazer tudo de uma vez", afirmou.

 

BC prevê ingresso de investimento

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem que parte da pressão recente no mercado de câmbio reflete uma etapa do processo de convergência da economia brasileira a padrões mais avançados, depois de ficar estagnada na armadilha da renda média. Segundo ele, a queda estrutural de juros na economia leva primeiro à saída de investimentos de curto prazo em renda fixa, mas apenas num momento seguinte o país se tornará mais atrativo para projetos de investimento na economia real.

“A gente tinha uma renda fixa que era muito atraente para o investidor estrangeiro”, disse Campos, em apresentação no almoço de fim de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ele se refere a fluxo de investimentos estrangeiros que era atraído pelos altos juros no Brasil, que entre 2015 e 2016 chegaram 14,25% ao ano. “Na hora que você começa a ter um juro mais baixo, o investimento mais especulativo deixa de entrar no país”, seguiu Campos. Hoje, os juros básicos da economia estão em 5% ao ano e, pelas expectativas do mercado financeiro, devem ser reduzidos pelo BC a 4,5% ao ano na semana que vem.

Às vésperas do período de silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que começa nesta quarta-feira, Campos não abordou a sinalização para a trajetória de juros feita para reunião dos dias 10 e 11 de dezembro.

Campos previu que, depois da saída do investimento especulativo, deve ingressar o investimento produtivo “Eventualmente, isso acarreta que a atividade real comece a surgir. Então você começa a ver o fluxo real”, disse o presidente do BC. “É muito importante continuar avançando nas reformas, porque identificamos que no ano que vem tem um fluxo grande para entrar da parte real”, disse ele.

De agosto a novembro, até o dia 21, investidores estrangeiros retiraram do país mais de US$ 10 bilhões, em termos líquidos, em investimentos que estavam aplicados em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico. Mas os investimentos ligados à atividade real da economia têm decepcionado no mesmo período. Os investimentos em carteira, incluindo ações e fundos de investimento, registram uma saída de US$ 5,5 bilhões. Já o investimento direto segue estável em torno de US$ 80 bilhões, nos dados acumulados em 12 meses.

Campos previu uma recuperação dos investimentos produtivos em infraestrutura, em áreas como saneamento básico e logística, além do fluxo que já vem ocorrendo no segmento de energia, como linhas de transmissão. Ele também voltou a citar outros fatores que estão causando pressão na taxa de câmbio, que chegou a uma máxima de R$ 4,27 na semana passada e levou o Banco Central a intervir no mercado. Ontem, o dólar fechou com queda de 0,64%, a R$ 4,2127.

Campos disse que empresas estão pagando dívida externa para captar no mercado doméstico. “As companhias preferem ter dívida local mesmo que mais cara para não ter descasamento de balanço”, afirmou. Ele ponderou que esse processo tende a ter prosseguimento, na mediada em que a curva de juros de longo prazo está mais baixa, refletindo a melhora na perspectiva fiscal do país. O Banco Central está conduzindo estudos para mensurar o volume de pré-pagamento de dívidas com a queda da curva de juros futuros.

O presidente do BC citou também entre os fatores que pressionaram o câmbio a frustração dos mercados com o ingresso abaixo do esperado no leilão da cessão onerosa, além de um ambiente de fortalecimento do dólar em escala mundial. Na palestra, ele disse que o período de juros baixos no mundo levou ao acúmulo de riscos financeiros, mas sustentou que o Brasil está preparado para enfrentar eventuais choques externos.

 

FOLHA

Mercado eleva pela 4ª vez seguida projeção para crescimento da economia brasileira em 2020

A projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem voltou a subir de 2,20% para 2,22%, quarta alta seguida após sete semanas estacionada em 2%. O dado consta da pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira. Para 2019, a mediana de projeções do Focus está mantida em 0,99%.

No segundo trimestre do ano, a economia avançou 0,4% sobre o primeiro trimestre. Na terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga as Contas Nacionais Trimestrais, com o resultado do PIB até setembro deste ano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou alta de 0,44% em setembro, número ligeiramente acima do estimado pelos economistas consultados pelo Valor Data (0,39%).

Já o Monitor do PIB, medido pela Fundação Getulio Vargas, apontou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre . A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no encerramento deste ano subiu de 3,46% para 3,52%, a quarta elevação seguida, segundo a Focus. Para o ano que vem, a estimativa mediana do mercado financeiro está mantida em 3,60% há cinco semanas.

Os analistas consultados pela autoridade monetária elevaram a projeção para o indicador em novembro de 0,41% para 0,43%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na sexta-feira a taxa do mês passado.

O boletim Focus indica redução na mediana de projeções para a inflação suavizada nos próximos 12 meses — de 3,68% para 3,67%. Entre o conjunto de instituições que mais acertam as previsões (Top 5), a estimativa mediana de médio prazo do IPCA para 2019 subiu de 3,50% para 3,72%. Já a projeção para 2020 foi mantida em 3,55%.

O mercado financeiro manteve em 4,50% ao ano a projeção para a taxa básica de juros (Selic) ao fim de 2020, segundo a Focus. Para a Selic ao fim de 2019, a expetativa também está mantida em 4,50% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária está marcada para os dias 10 e 11 de dezembro.

Entre o Top 5, a estimativa mediana de médio prazo para a Selic em 2019 também foi mantida em 4,50% ao ano. Para 2020, o Top 5 projeta Selic em 4% ao ano. Além disso, a projeção para o dólar no fim de 2019 foi mantida em R$ 4,10. Para 2020 subiu ligeiramente de R$ 4,00 para R$ 4,01. No Top 5, a estimativa mediana de médio prazo para o câmbio subiu de R$ 4,11 para R$ 4,20 (2019) e de R$ 4,20 para R$ 4,24 (2020).

 

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