Sexta-feira

VALOR

Caixa estuda juro menor no crédito imobiliário a cliente antigo

Diante da maior concorrência no crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal estuda estender o juro menor anunciado ontem também para contratos antigos, não apenas para clientes novos da modalidade. Em meio ao ciclo de queda do juro básico, bancos públicos e privados têm reduzido suas taxas, incentivando um volume grande de portabilidade nessa linha.

Ontem, a Caixa divulgou novas taxas para o crédito imobiliário e o cheque especial, depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter baixado a Selic de 5% ao ano para 4,5% ao ano, na quarta. “Estamos estudando neste momento essa oferta para clientes da Caixa que já tenham crédito imobiliário [no próprio banco]”, disse o presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães, em entrevista a jornalistas.

Atualmente, clientes antigos da Caixa não podem renegociar os contratos para ter acesso às novas taxas. Os cortes de juros posteriores ao Copom têm sido uma constante na Caixa neste ano, normalmente seguido pelos competidores, embora em menor intensidade. Historicamente, o banco estatal puxa a competição nesse mercado, uma vez que possui a maior carteira na modalidade. Ontem, o banco cortou o juro mínimo do crédito imobiliário de 6,75% ao ano mais taxa referencial (TR) para 6,5% ao ano mais TR.

Por enquanto, a taxa nova vale apenas para contratos estabelecidos a partir da próxima segunda-feira. No início de 2019, a instituição financeira cobrava a partir de 8,75% mais TR. Se analisado um prazo mais longo, quando a Selic começou a ser reduzida, em outubro de 2016, eram 10,86% ao ano mais TR. Com contratos antigos em juros nesses patamares, clientes da Caixa têm encontrado opções mais atrativas nos concorrentes, acelerando os pedidos de portabilidade — que também ocorrem de clientes de outros bancos para as taxas novas da Caixa.

O Santander, que hoje aplica a cobrança mais alta, segundo dados compilados pela fintech Melhortaxa, especialista em crédito imobiliário, cobra a partir de 7,99% ao ano mais TR no crédito imobiliário. Na sequência, estão Itaú (a partir de 7,45% ao ano mais TR), Banco do Brasil (7,4% ao ano mais TR) e Bradesco (7,3% ao ano mais TR). “Com a ampliação da taxa menor para contratos antigos, a Caixa deve estar trabalhando para reter clientes, em meio a um aumento de portabilidade nessa linha de crédito”, diz Rafael Sasso, fundador e sócio da fintech Melhortaxa.

Na plataforma, os pedidos de portabilidade no crédito imobiliário saltaram de 200 em média ao mês em 2018 para 2 mil em 2019. O vice-presidente de habitação da Caixa, Jair Mahl, disse ontem a jornalistas que a Caixa está atenta ao movimento de mercado de portar financiamento de um banco para o outro. “O mercado atua normalmente com isso [portabilidade], e nós evidentemente buscamos estar nesse mercado”, afirmou.

“A Caixa é o banco da habitação, do primeiro imóvel. Buscamos melhorar os nossos produtos para os nossos clientes e também para os de outros bancos.” O patamar de 6,5% ao ano mais taxa referencial, entretanto, não é uma garantia para todos os clientes do banco, uma vez que depende do relacionamento. O uso de produtos como cartão de crédito ou crédito pessoal ajudará o cliente a ter acesso a uma taxa menor. “Quanto mais relacionamento, mais o cliente pode buscar uma taxa menor. É customizado”, disse Mahl.

A depender de Guimarães, as taxas da Caixa devem continuar a cair. O executivo destacou ontem que não apenas a Selic vem sendo reduzida, mas também as taxas de juros de longo prazo. “Isso nos dá tranquilidade matemática para continuar as reduções”, disse.

Guimarães afirmou ainda que o banco pretende lançar até março do ano que vem uma terceira linha de crédito imobiliário, com taxas prefixadas. Atualmente, além do crédito atrelado à TR, a Caixa tem uma linha indexada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

De acordo com ele, já foram liberados aproximadamente R$ 4 bilhões em empréstimos habitacionais atrelados à inflação desde que a linha foi lançada, há quase quatro meses. Além da redução no crédito imobiliário, a Caixa anunciou ontem corte nas taxas do cheque especial. No caso da conta salário, a taxa passou de 4,99% ao mês para 4,95%. No caso dos clientes que não recebem seu salário na Caixa, foi de 8,99% para 8% — o teto estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no mês passado.

 

Otimismo global sustenta novo rali

A expectativa com uma conclusão iminente da primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China animou o investidor e deu impulso aos ativos brasileiros. Em um ambiente já contagiado pelos sinais de melhora da atividade econômica com o cenário de juros baixos, o Ibovespa bateu uma nova máxima histórica de fechamento, enquanto o dólar comercial encerrou abaixo de R$ 4,10 pela primeira vez desde 7 de novembro.

Na renda variável, o Ibovespa buscou os inéditos 112.200 pontos, em uma alta de 1,11%, após ajustes. O último recorde do principal índice da bolsa foi na sexta-feira passada, de 111.125 pontos. Durante o pregão ontem, o Ibovespa bateu outra pontuação inédita, de 112.445 ponto - uma nova máxima intradiária.

O volume financeiro somou R$ 15,31 bilhões, acima da média diária de R$ 12,5 bilhões. Na mesma toada de demanda por risco, o dólar comercial fechou em baixa 0,58%, aos R$ 4,0939, depois de tocar R$ 4,0843 na mínima do dia - o menor valor intradiário desde 7 de novembro.

O dia já começou com expectativa positiva de que os ativos repercutiriam uma postura mais favorável a juros baixos do Federal Reserve e a revisão da perspectiva do rating brasileiro pela S&P Global, que abre caminho para uma elevação da nota “BB-” nos próximos dois anos. O que roubou a cena, no entanto, foi o noticiário sobre a guerra comercial. Desde cedo, o presidente Donald Trump agitou os mercados ao publicar, em seu Twitter, que o país estaria “muito próximo” de um acordo com a China.

As declarações foram apoiadas por relatos de fontes do “Wall Street Journal” informando que os negociadores dos EUA ofereceram remover até 50% das tarifas já vigentes sobre US$ 360 bilhões em importações chinesas. A nova rodada prevista para entrar em vigor em 15 de dezembro também seria suspensa, dizem esses interlocutores.

No fim da tarde, esses relatos foram reforçados por uma reportagem da agência Bloomberg afirmando que ambos os países chegaram a um acordo em princípio, que dependia apenas do aval de Trump. As notícias fizeram as moedas emergentes se fortalecerem em bloco, na expectativa de que o acordo reduza a incerteza que tem pressionado o desempenho da economia mundial. No fim da tarde, o dólar cedia 0,77% contra o rand sul-africano e 0,22% contra o peso mexicano.

“Foi um conjunto de notícias positivas”, afirmou Leonardo Morales, gestor de renda variável da Macro Capital. Dentre as novidades lá de fora, ele comentou que a mais importante foi sobre o tamanho do corte das tarifas em 50%, conforme fontes disseram ao “Wall Street Journal”. Além disso, o Copom trouxe um cenário mais tranquilo para inflação e deixou espaço para queda dos juros no ano que vem.

No Brasil, ações ligadas ao mercado doméstico reagiram positivamente ao anúncio do Copom. Entre os destaques estavam MRV (6,16%), Lojas Americanas (6,03%), B2W Digital ON (5,23%) e CVC Brasil ON (3,87%). “Temos uma visão muito positiva para o Brasil, já que os indicadores mais recentes demonstram aceleração na economia. Combinado a isso, os Estados Unidos também vêm mostrando uma economia saudável, resultando num movimento encorajador para os investidores”, diz Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos.

Para Cantreva, as altas observadas ontem no Ibovespa refletem o efeito imediato de uma Selic a 4,5% ao ano, que garante um maior consumo das famílias e mais facilidade de acesso ao setor da construção civil, os primeiros termômetros positivos de uma economia em aceleração.

Além disso, Cantreva reforça que os fundamentos de Brasil, com juros baixos e previsão de inflação reduzida e ancorada por mais tempo, também dão suporte ao otimismo. Os papéis da Via Varejo estavam próximos de fechar em alta de mais de 8%, mas uma reviravolta durante o ajuste do fechamento do pregão levou os papéis para queda de 3,10%, a R$ 10. A empresa informou, em fato relevante, que encontrou indícios de fraude contábil via provisão trabalhista, com impacto no balanço do quarto trimestre entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão.

 

Projeções de inflação do BC reforçam apostas em juro baixo por mais tempo

As apostas num cenário de juros baixos por ainda mais tempo, com chances de cortes adicionais da Selic em 2020, animaram o mercado de taxas futuras no dia seguinte à decisão de política monetária no Brasil. Encorajados pelas novas projeções de inflação do Banco Central, que seguiram mostrando um cenário benigno para o ano que vem, os investidores retiram prêmio dos contratos de juros com vencimentos no curto prazo.

Em um dia de firme volume de negociação, a taxa do contrato para janeiro de 2021 - mais sensível às perspectivas para a política monetária no ano que vem - recuou de 4,61% para 4,55%, com mínima em 4,51%. O movimento mostra que o investidor está um pouco mais confortável em apostar na manutenção, ou até queda adicional da Selic, no ano de 2020. De acordo com analistas, as novas projeções de inflação do BC indicam que há espaço para deixar a Selic nas mínimas históricas por um bom tempo.

No comunicado que acompanhou a decisão de quarta-feira, de derrubar a Selic de 5% para 4,5%, a autoridade deixou aberta a porta para novos cortes na Selic em 2020. No entanto, ainda não há um consenso do mercado quanto a reduções adicionais no juro básico, com o cenário mostrando ser mais dependente de dados.

Os modelos do BC continuam a mostrar inflação significativamente abaixo da meta, o que sugere espaço para flexibilização adicional no próximo ano, afirmam os economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira, do J.P. Morgan. “Nesse sentido, depois de nos tornarmos mais cautelosos com a confiança em nossas expectativas de política monetária, após os recentes números de forte crescimento econômico, o comunicado do Copom nos faz sentir mais confortáveis com nossa projeção de um corte de 0,25 ponto percentual em fevereiro.”

Mesmo incorporando um câmbio mais depreciado nos modelos, de R$ 4,20 por dólar, as projeções apontam para uma inflação abaixo do centro da meta em 2020 e 2021, de 4% e 3,75%, respectivamente. No cenário de mercado, com câmbio a R$ 4,10 e Selic de 4,5% no fim de 2020, o BC projeta uma inflação de 3,5% no ano que vem.

Para os economistas do J.P., a declaração adotou um tom mais cauteloso, em linha com o esperado, com o BC se abstendo de fornecer orientações claras para os próximos passos da política monetária e a reforçar a necessidade de cautela no gerenciamento dos juros no atual contexto. Cassiana e Moreira notam que o aumento da inflação no fim deste ano “não se traduziu em inflação mais alta em 2020”, com as projeções de inflação inferiores ao estimado pelo banco.

“A decisão veio em linha com o esperado, mas houve uma forte surpresa no cenário de inflação do Copom”, diz Danilo Alencar, trader de renda fixa da Sicredi Asset. Para ele, apesar do texto ter vindo em linha com a dependência de dados, “o BC mostrou que há espaço para mais quedas na Selic, como conseguimos ver no mercado de juros”. Na Sicredi Asset, o cenário base continua a apontar para a Selic a 4% em março, mas Alencar nota que as probabilidades mudaram em função do aumento nos preços da carne.

“Prevemos um forte impacto no IPCA de dezembro e de janeiro, com os preços de proteínas e de energia. Imaginamos que, em janeiro, os núcleos de inflação devem sofrer impacto do choque da carne e, por isso, acreditamos que, talvez, o ciclo termine em 4,25%.” No balanço de riscos, foram mantidos dois elementos principais: por um lado, o atual grau de estímulo pode elevar a inflação, ao aumentar a incerteza sobre os canais de transmissão, e, por outro, a elevada ociosidade pode continuar produzindo inflação abaixo do centro da meta. Apesar das revisões baixistas de inflação, o BC reforçou a necessidade de cautela na condução da política monetária.

O comitê enfatizou que os próximos passos dependerão da evolução do cenário, “preservando alto grau de flexibilidade para sua atuação futura”, dizem os analistas do Bradesco. “Acreditamos que o BC continuará tendo espaço para corte adicional de juros no início do ano que vem, levando a Selic a 4,25%”, acrescentam. Para os analistas do UBS, a cautela reforçada pelo BC sugere “veementemente” que a autoridade vai interromper o ciclo, por pelo menos algumas reuniões, para julgar a trajetória da inflação e da atividade em 2020.

“Isso reforça nossa expectativa atual de que este [movimento da Selic para 4,5%] foi o último corte da Selic neste ciclo e de que o BC permanecerá em espera durante a maior parte do próximo ano se a economia continuar melhorando como esperamos”, dizem.

Já o economista da Truxt Investimentos, André Duarte, aponta que o BC deixou a porta aberta para cortes adicionais e pode, em fevereiro, efetuar um último movimento no juro de 0,25 ponto percentual. “Mas isso não está claro. Está no meio do caminho”, afirma. Para Duarte, se a aceleração da economia for muito forte e a inflação se mostrar mais forte do que se imagina, “tudo pode entrar na conta e o BC, então, não efetuaria um novo corte no juro”.

 

Pelo histórico, S&P pode levar até um ano para elevar rating

Embora a agência de classificação de risco de crédito S&P Global tenha indicado que uma possível elevação do rating brasileiro pode demorar até dois anos, o histórico do país na década passada mostra que esse processo pode tomar um ano ou até menos. A avaliação é compartilhada por analistas do mercado financeiro consultados pelo Valor.

Na quarta-feira, a agência de classificação de risco mudou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil, atualmente em “BB-”, de “neutra” para “positiva”, citando melhora na área fiscal, juros mais baixos e avanços na agenda de reformas. Também informou que a mudança do “outlook” reflete a possibilidade de atualização do rating nos próximos dois anos se houver progresso na agenda fiscal e de crescimento.

Caso esse “upgrade” se confirme, será a primeira elevação de um rating do Brasil desde 2011. “O que a S&P fez foi reconhecer que a dinâmica da economia está melhor. Com um governo em início de mandato e uma agenda liberal e os juros mais baixos da história, acabamos engatando um ciclo virtuoso que poucos países na região podem ter”, afirma Fernando Montero, economista-chefe da Tullett Prebon Brasil.

Para ele, o país tem “uma história legal para contar”, a qual os mercados já estavam antecipando. Montero lembra que, por ofício, a tendência das agências é a de uma maior lentidão para rever a nota de crédito, mas acredita que é “questão de tempo” para o rating brasileiro ser elevado. A mudança de “outlook” pela S&P veio um dia após o Tesouro revisar suas projeções para a evolução a dívida bruta.

No novo cenário, alinhado ao de alguns analistas de mercado, a dívida bruta do governo geral deve ter seu pico em 2020. Em 2005, quando a S&P iniciou a trajetória que levaria o Brasil a subir quatro degraus na escala de classificação de risco, uma nota acima do grau de investimento (“BBB”), o tempo entre a mudança da perspectiva do rating para positiva até a elevação variou entre cerca de quatro meses até um ano. Em duas ocasiões, em 2006 e em 2011, essa mudança demorou cerca de seis meses.

A Fitch, cujas ações de rating andaram relativamente junto com os da S&P, também levou entre três e 12 meses entre a revisão da perspectiva e a mudança da nota de crédito. Na maior parte das vezes, no entanto, esse processo foi um pouco mais lento que o de sua concorrente. Das três grandes, a Moody’s é a agência que mais demorou para começar a elevar o rating do Brasil na década passada.

A instituição deu o selo de bom pagador ao país apenas em 2009, um ano depois de S&P e Fitch. Por outro lado, o período entre a revisão da perspectiva da nota e a sua elevação é bem menor, entre um e três meses. Economista da Truxt Investimentos, André Duarte diz que a decisão da S&P de colocar a perspectiva da nota de crédito soberana do Brasil em nível positivo “veio antes do esperado”.

Ele, contudo, nota que o impacto no mercado é bastante restrito, já que o risco país medido pelo CDS de cinco anos, por exemplo, “já precifica o Brasil relativamente perto do grau de investimento”. Ele afirma, ainda, que, “em algum momento do ano que vem”, a S&P deve elevar o rating do Brasil, “confirmando que, de fato, a atividade está melhor e no momento em que começaremos a ver os resultados práticos das medidas que estão sendo tomadas”. Assim, para Duarte, para que a elevação da nota brasileira ocorra, “o crescimento econômico é fundamental, assim como ver se a meta fiscal vai ser cumprida e se a PEC emergencial será aprovada”.

 

Postura do Copom determina queda dos juros futuros de curto prazo

Os juros futuros chegaram ao fim da sessão regular desta quinta-feira (12) em queda, diante de um ajuste de posições após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixar a porta aberta para possíveis reduções adicionais na Selic em 2020. A perspectiva para o rumo da taxa básica de juros influenciou, principalmente, os trechos mais curtos da curva a termo, enquanto os longos encerraram o dia com recuo menos acentuado diante do forte salto dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).

No fim do pregão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 recuou de 4,62%, no ajuste anterior, para 4,55%; a do DI para janeiro de 2022 cedeu de 5,22% para 5,21%; a do contrato para janeiro de 2023 ficou inalterada em 5,73% e a do DI para janeiro de 2025 se manteve estável em 6,35%. O anúncio do Copom foi o que conduziu uma queda expressiva nas taxas de juros de curto prazo negociadas no mercado futuro.

Na quarta (11), no comunicado, o BC não se comprometeu com novos cortes na Selic e promoveu revisões em suas projeções de inflação. “O mercado esperava um comunicado que deixasse a porta menos aberta para novos cortes, mas, dadas as novas projeções de inflação, a leitura foi de ‘segue o jogo’ para reduções adicionais nos juros. Até por isso, as taxas curtas se ajustaram em baixa”, afirmou um gestor de renda fixa, que optou por não se identificar. Ainda de acordo com ele, o comportamento dos núcleos de inflação continua comportado, o que indica que a pressão recente nos preços de proteína animal pode ser apenas de curto prazo e não contaminar o IPCA ao longo do próximo ano.

Na Sicredi Asset, porém, analistas acreditam que o impacto dos choques recentes da carne pode afetar a inflação de forma mais firme. “Imaginamos que, em janeiro, os núcleos de inflação devem sofrer impacto do choque da carne e, por isso, acreditamos que, talvez, o ciclo termine em 4,25%”, diz Danilo Alencar, trader de renda fixa da Sicredi Asset. Com o Copom sem dar sinais claros sobre o rumo dos juros em 2020, analistas se dividiram quanto à Selic no fim do ciclo. Itaú Unibanco e Safra foram algumas das instituições que mantiveram a projeção de juro básico a 4% em março.

Os economistas do Bradesco e do Goldman Sachs continuam a esperar um corte adicional de 0,25 ponto em fevereiro, que levaria a Selic a 4,25%. Já no lado mais conservador estão casas como Citi e UBS, que não veem mais reduções na taxa básica. Nos cálculos da Quantitas, no fim do pregão, a curva a termo precificava um corte de 0,124 ponto percentual no juro básico na reunião de fevereiro do Copom e indicava 51% de chance de estabilidade do juro e 49% de possibilidade de uma redução de 0,25 ponto.

Ainda nesta quinta-feira, na ponta longa da curva, as taxas encerraram o dia perto da estabilidade, como reflexo da forte alta dos rendimentos dos Treasuries, na medida em que Estados Unidos e China se aproximam de um acordo comercial de "primeira fase", na percepção dos investidores.

Pela manhã, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que um “grande acordo” com os chineses está próximo e, pouco depois do fechamento da sessão regular, relatos de que as duas maiores economias do globo teriam chegado a um acordo preliminar invadiram o noticiário. Às 16h, o retorno da T-note de dez anos saltava para 1,891%.

 

FOLHA

Esperamos que melhora da nota de crédito do Brasil seja antecipada, diz Guedes

Após a agência de classificação de risco S&P elevar a perspectiva para a classificação do Brasil de estável para positiva na quarta-feira (11), o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (12) que espera uma antecipação na melhora da nota do país.

“A nossa expectativa é que estamos já a caminho do upgrade. Isso normalmente leva dois anos, mas acho até que vamos conseguir antecipar. Se mantivermos o nosso ritmo de reformas, o Brasil vai retomar um crescimento acelerado muito rapidamente”, disse Guedes.

O ministro ressaltou que a agência de classificação de risco está percebendo a efetividade das reformas que o governo está implementando.

“O Brasil está com o menor déficit dos últimos cinco, seis anos, a taxa de juros está desabando, o Brasil está reacelerando, os investimentos estão sendo retomados, o ritmo de crescimento esperado para o ano que vem já é mais que o dobro do ritmo deste ano”, afirmou.

Hoje, no Brasil tem rating BB- (três degraus abaixo do selo de bom pagador). A decisão da S&P foi divulgada no mesmo dia em que o risco-país alcançou o menor patamar em mais de seis anos.

Na prática, a nota do país fica inalterada, mas aumentam as chances de que ela seja elevada no futuro.

Embora preveja que a relação dívida/PIB do país deva continuar a crescer nos próximos três anos, a agência citou a perspectiva de melhora da posição fiscal do país, após a aprovação da reforma da Previdência e com a perspectiva de continuidade da agenda fiscal em 2020, embora o risco de reveses continue material.

A S&P foi a primeira a retirar o grau de investimento do país em 2015.

Em entrevista à Folha em outubro, a analista principal da S&P para o rating soberano do Brasil, Livia Honsel, disse que a melhora da nota dependia de medidas para reduzir o déficit e estimular o crescimento de longo prazo.

 

ESTADÃO

‘Sinais sugerem trajetória de crescimento’, diz ex-diretor do BC

Para o ex-diretor do Banco Central (BC), Alexandre Schwartsman, os dados mais recentes de serviços, pelo peso que têm na economia, ajudam a confirmar a perspectiva de que o ano que vem será de um crescimento maior do que este ano. Ele também diz acreditar que o Banco Central ainda tem espaço para novos cortes dos juros básico, hoje em 4,5% ao ano. A seguir, trechos da entrevista.

O ano de 2019 começou com muito otimismo, depois houve uma correção de expectativas para baixo. Podemos mesmo esperar um 2020 melhor?

Este ano não tem muito o que mudar, dentro do universo de resultados prováveis para o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre. Mas o crescimento de 0,8% do volume de serviços prestados em outubro, segundo o IBGE, sugere que a economia está em uma trajetória de crescimento para o ano que vem. Eu espero até 2,5% de crescimento.

Os juros básicos agora foram para 4,5% Ainda há espaço para novos cortes?

Sim. Não acho que estejamos no fim da trajetória de cortes de juros. Se a gente olha as projeções, se fala em 3,5% de inflação para 2020, 3,4% para 2021. Em ambos os casos, abaixo da meta (de 4% e 3,75%, respectivamente). Ainda tem algum espaço para redução dos juros e não é pouca coisa. Um pedaço desse reflexo de inflação vem do câmbio, que deve ficar na casa dos R$ 4,20 ano que vem. Os preços da carne bovina estão fazendo a inflação subir. Em novembro isso já aconteceu e agora, em dezembro, deve se repetir. Mas a hipótese mais forte é que isso seja um fenômeno temporário e que os preços continuem comportados em 2020.

Os juros mais baixos serão suficientes para que o consumo das famílias continue crescendo?

A gente nunca sabe se tudo é uma questão de melhorar o crédito para animar o consumo das famílias. A liberação dos recursos do FGTS ajuda, a massa salarial também ajuda. Mas muito do que eu vejo como aceleração de venda é uma reação ao juro mais baixo.

 

Analistas veem retomada certa, mas com riscos

O Brasil engrenou uma retomada cíclica que deve garantir um crescimento econômico de 2% a 2,5% (ou levemente maior após 2020) até a eleição de 2022. Isso só não deve ocorrer se houver no caminho uma piora do cenário externo ou alguma crise política mais séria do governo Jair Bolsonaro. Esses foram pontos quase de consenso entre os participantes do seminário de perspectivas Ibre-Estadão do quarto trimestre, realizado na quinta, 12, na FGV de São Paulo.

O economista Fernando Veloso, da Fundação Getulio Vargas (FGV), acredita que a recuperação gradual da economia não vai gerar uma sensação de bem-estar na população a ponto de ser decisiva para uma reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022, até porque o próprio presidente, com sua estratégia de polarização, retarda a retomada.

“O desemprego vai continuar bastante alto e não vejo sinais no curto prazo de (que vá) diminuir”, afirmou o economista. “Ainda mais com essa estratégia de polarização, que vai impedir uma recuperação mais forte, pois o empresário vai pensar muito antes de investir. O que funciona politicamente para Bolsonaro é disfuncional do ponto de vista da economia”.

Para o economista Samuel Pessoa, também da FGV, é importante analisar a geração de vagas, pois o desemprego seguirá alto por causa do aumento de pessoas que entram no mercado em momentos de recuperação econômica. “Então, uma retomada medíocre pode nos levar a repetir a eleição de 2018, com Bolsonaro e o PT no segundo turno”, afirmou.

A coordenadora do Ibre/FGV, Silvia Matos, disse que acredita ser necessário esperar os dados do primeiro trimestre de 2020 para ter mais clareza, no segundo trimestre, sobre uma nova redução de juros por parte do Banco Central.

“Talvez o BC ainda não tenha dimensão de quanto vai ser o repasse dos choques na inflação. É preciso esperar os dados do primeiro trimestre para avaliar os efeitos defasados da política estimulativa, o quanto da aceleração de curto prazo vai ter de conter de aceleração do consumo das famílias”, disse.

“Uma análise qualitativa do comunicado de quarta-feira mostra cautela nas projeções. No segundo trimestre teríamos mais certeza sobre reduzir mais ou não a Selic”, acrescentou. Para Silvia, os núcleos da inflação continuam preservados.

A economista chegou a fazer uma crítica ao comunicado do BC ao dizer que o texto foi “muito benigno” em relação ao cenário externo. “A gente não tem certeza”, disse Silvia. Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a Selic de 5% para 4,5% ao ano, a mais baixa taxa da história.

Falta de transparência. O economista Bráulio Borges, do FGV/Ibre, voltou a criticar o que ele chama de falta de transparência do BC em relação a suas premissas para conduzir a política monetária, como a estimativa de ociosidade do produto, e disse que isso dificulta o entendimento de por que as projeções apontadas no comunicado de ontem foram alteradas.

“Se o BC fosse mais transparente em relação à estimativa de ociosidade, de premissas para a alta de preços de alimentação, não estaríamos tendo todas essas dúvidas para entender porque as projeções mudaram na direção contrária do que muitos esperavam”, afirmou o economista.

Borges chegou a comparar o momento atual ao que se viveu em 2011 e 2012. “A falta de transparência em relação às premissas poderia ter evitado o que aconteceu em 2011 e em 2012, quando houve exagero, e também para entender o que acontece agora”, disse.

 

O GLOBO

BB e Caixa cortam juros para crédito imobiliário e cheque especial

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quinta-feira, mais uma redução nos juros cobrados nas operações de crédito imobiliário e no cheque especial. A taxa para financiamento habitacional passará dos atuais 6,75% mais TR (Taxa Referencial, hoje zerada) para 6,50% mais TR ano na próxima segunda-feira. As novas condições valem para novos contratos, mas o banco estuda estendê-las a contratos já firmados.

A medida foi tomada em linha com a trajetória de queda na taxa básica de juros, a Selic. Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) estabeleceu um percentual de 4,5% ao ano, o menor nível da história.

Ainda na noite de quarta-feira, o Banco do Brasil anunciou cortes nas taxas de várias modalidades de crédito (veja abaixo), seguindo uma tendência de redução das taxas nos últimos meses. A Caixa já havia cortado os juros do crédito imobiliário duas vezes em novembro.

A nova redução abrange tanto as concessões pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), quanto do Sistema Financeiro Imobiliário. Também atinge financiamentos de imóveis residenciais com saldos devedores atualizados pela TR.

- Estamos completamente alinhados com a queda da Selic. Fizemos uma redução sensível no crédito imobiliário e uma marginal no cheque especial - disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Segundo ele, a Caixa poderá rever os atuais contratos habitacionais vinculados ao banco, para permitir que os mutuários se beneficiem das reduções nas taxas de juros cobrados nos financiamentos.

Hoje, sempre que a Caixa anuncia uma medida nesse sentido, esta só vale para novas operações e para clientes de outros bancos.

- Nós estamos estudando [a revisão dos contratos]. Nós oferecemos para clientes de outros bancos e estamos, neste momento, estudando essa oferta para clientes da Caixa que já tenham crédito imobiliário - afirmou Guimarães.

A taxa do cheque especial para clientes que recebem seus salários na Caixa terá um decréscimo de 4,99% para 4,95% ao mês, informou o banco. Já para aqueles que não têm conta na instituição serão contemplados com uma queda de quase um ponto percentual: de 8,99% para 8% ao mês. As novas condições valem a partir de 2 de janeiro.

Veja as novas condições de crédito

Caixa Econômica Federal

O banco vai reduzir as taxas de juros de suas principais linhas de crédito:

•             Crédito imobiliário: Atualmente de 6,75% ao ano mais Taxa Referencial (TR, hoje zerada), a taxa cairá para 6,5% ao ano mais TR na próxima segunda-feira (dia 16). A queda será 0,25 ponto percentual.

•             Cheque especial: A partir de 2 de janeiro, a taxa do cheque especial para os clientes que recebem seus salários pela Caixa terá um decréscimo de 4,99% para 4,95% ao mês. Aqueles que não têm conta na instituição serão contemplados com uma queda de quase um ponto percentual: de 8,99% para 8% ao mês.

Banco do Brasil

As novas condições que entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira:

•             Crédito imobiliário: A linha BB Crédito Imóvel Próprio terá as taxas reduzidas de 1,34% para 1,30% ao mês, na faixa mínima; e de 1,72% para 1,68% ao mês, na faixa máxima. No crédito habitacional, a taxa permanece em 7,40% mais indexação pela TR

•             Crédito para pessoa física e não consignado: As linhas Crédito Automático e Renovação passarão a ter taxas mínimas a partir de 2,87% ao mês. A BB Crediário terá taxas a partir de 3,11% ao mês. Para quem recebe proventos pelo Banco do Brasil, a linha Crédito Salário passará a ter taxa a partir de 2,69% ao mês, além da possibilidade de antecipação do 13º salário, que já dispõe de taxas mais atrativas.

•             Cheque especial: A partir de 1,85% ao mês ou 24,6% ao ano.

 

Bradesco

•             Crédito imobiliário: atualmente é de  7,30% a.a. + TR (não mudou)

O Bradesco reduzirá as taxas de juros de suas principais linhas de crédito a partir de segunda-feira, acompanhando a decisão do Copom. As condições, no entanto, ainda não foram anunciadas.

Itaú Unibanco

Para pessoa física, a redução será no empréstimo pessoal, enquanto clientes pessoa jurídica terão redução no capital de giro. As taxas vão variar de acordo com o perfil do cliente e seu relacionamento com o banco. Os novos valores valerão a partir de terça-feira, dia 17.

•             Crédito imobiliário: a partir de 7,45% + TR (não mudou)

•             Cheque especial: A partir de 2,6% a.m. (não mudou)

 

Santander

•             Crédito imobiliário: a partir de 7,99% + TR (não mudou)

•             Cheque especial: A partir de 14,95% ao mês (não mudou)

 

 

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS