Sexta-feira

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Expectativa muda e governo prevê alta de até 3% para PIB

As expectativas mudaram e mudaram até as expressões faciais dos principais responsáveis pela política econômica. Estão mais aliviados, com a sensação de que a tão esperada virada da estagnação para o crescimento já ocorreu.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, garante que em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá algo muito próximo a 3%. E não se trata de mero crescimento cíclico, argumentam os técnicos do governo, resultado de um processo natural de recuperação após acentuada recessão. Este tem vida curta, é um voo de galinha.

O que os economistas oficiais asseguram é que está em curso uma retomada do crescimento que será sustentada ao longo da década que está para começar. O subsecretário de Política Mmacroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, chama a atenção para a quebra estrutural de modelo que ocorreu com a implementação de uma política fiscal mais dura.

“Finalmente está se completando o Plano Real, editado há 25 anos, com uma política fiscal rigorosa e crível, taxa de juros baixa e expectativa de inflação ancorada no regime de metas”, disse. Exauriu-se, assim, o modelo de crescimento custeado pelo gasto público - cuja expansão foi de 6% acima da inflação na média dos últimos anos.

O aumento incessante do gasto levou a uma trajetória insustentável da dívida bruta como proporção do PIB e taxa de juros elevadíssimas que inviabilizaram investimentos do setor real da economia. No lugar desse modelo baseado no desequilíbrio fiscal surge, agora, um novo desenho calcado no ajuste fiscal estrutural, que permitiu a queda dos juros de forma também estrutural. O endividamento público teve uma importante retração.

A dívida bruta como proporção do PIB, que caminhava celeremente para 82% em 2022, mudou sua trajetória e deverá se estabilizar em 78% neste ano e cair a partir de 2023. Esse é o principal indicador de solvência do Estado brasileiro e o temor de um calote na dívida esteve presente nos anos recentes.

Não deve ser minimizado o efeito de afastar esse cenário do horizonte na conquista de um upgrade no rating das agências de classificação de risco em 2020. O motor do crescimento, desta vez, deverá ser o aumento da produtividade. Nesse sentido, Teles destaca a redução do papel do Estado nas decisões de alocação dos investimentos - função que cabe ao setor privado -, as privatizações e a abertura da economia.

Medidas microeconômicas também terão impacto na produtividade, a exemplo da liberação dos recursos do FGTS para os trabalhadores, que poderão sacar uma vez por ano o dinheiro. Essa iniciativa, segundo Teles, não é para colocar mais recursos na economia, como um incentivo à expansão do consumo.

Ela pretendeu, por exemplo, incentivar o trabalhador a permanecer no emprego, em vez de pedir as contas para poder sacar o seu FGTS. Isso resultará em ganhos da produtividade do trabalho, salienta ele. São grandes as expectativas dos técnicos oficiais de que a queda da taxa de juros vai dar novos impulsos à atividade econômica neste ano.

A safra agrícola que começará em 2020 será mais uma vez recorde e, diferentemente da de 2019, em que a produção de milho foi maior, esta safra será baseada na soja. O setor de serviços cresce, e a construção civil está em ritmo de forte recuperação.

O PIB privado está em expansão da ordem de 2%, enquanto o do setor público cai cerca de 1%, melhorando, segundo técnicos, a composição do crescimento da economia. Os indicadores do mercado de trabalho também animam os economistas do governo, sempre cobrados pelos 12,5 milhões de desempregados no país.

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) reportam até novembro 950 mil novos empregos com carteira assinada. Em novembro foram abertas quase 100 mil vagas, performance compatível, segundo Teles, com 2,5% a 3% de crescimento do PIB em 2020. “Estamos vendo a economia se aquecer bastante e o quanto o país vai crescer em 2020 vai depender muito das condições externas, que estão melhorando, assim como do impacto dos juros baixos”, resume o subsecretário.

A capacidade ociosa acumulada pelos anos de recessão seguidos de estagnação deverá se estender ainda por dois a três anos, a partir dos quais o crescimento demandará a ampliação da oferta de bens e serviços e dos ganhos de produtividade dos fatores.

Este ano, portanto, terá de ser também pródigo na aprovação de reformas para dar novo dinamismo à atividade produtiva. Além das três PECs (Propostas de Emenda à Constituição) do ajuste fiscal - Emergencial, do Pacto Federativo e dos Fundos - e o cumprimento do teto do gasto público, Teles acredita que o governo vai enviar as reformas tributária e administrativa, além do projeto de lei que cria um “fast track” para acelerar as privatizações.

A insegurança jurídica, que é um banho de água fria nos projetos dos investidores, terá que ser resolvida no âmbito da reforma tributária porque, na avaliação dos técnicos, é na Receita Federal que a insegurança está mais presente, com a interpretação quase diária de normas e instruções que resultam em um verdadeiro “manicômio” tributário.

A queda da taxa de juros básica (Selic) começou na gestão de Ilan Goldfajn no Banco Central, durante o governo de Michel Temer. Entre 2016 e 2018, a Selic entrou em trajetória de queda saindo de 14,25% para 6% ao ano. Durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, a taxa caiu para 4,50% ao ano.

Foi na gestão de Roberto Campos Neto no BC que os juros mais longos começaram a ceder de forma consistente Segundo trabalho elaborado pelo Banco Mundial, as taxas de retorno para projetos de infraestrutura giram em torno de 8,5% a 9%. Se os juros longos são maiores do que isso, o setor privado não investirá a não ser que o governo lhe conceda crédito subsidiado. A queda da curva longa da taxa de juros viabiliza essa faixa de projetos.

Ao conseguir financiar os investimentos privados com dinheiro também privado, entrase em um círculo virtuoso, salientam economistas do governo. Há, ainda, um importante trabalho do BC para imprimir um regime de maior competição no sistema financeiro para que o spread bancário também caia na proporção da queda da taxa Selic, beneficiando o tomador final de recursos.

Em síntese, é bastante provável que os dias de estagnação da economia estejam, de fato, ficando para trás. A retomada do crescimento da ordem de 2,5% a 3% é um animador sinal, mas longe de inspirar euforia. Ainda estaremos distantes de 2010, por exemplo, quando o PIB cresceu 7,5% de forma, porém, totalmente insustentável. Estaremos distantes inclusive de 2013, quando o país cresceu 3%, mas mergulhou em uma profunda e duradoura recessão em 2015 e 2016 e ficou praticamente estagnado desde então.

Para se chegar a um crescimento sustentável no tempo há ainda um longo caminho a percorrer, com a aprovação de reformas e a implementação de um ajuste fiscal que dependa menos de receitas extraordinárias e seja mais fundamentado na redução do gasto. Só assim será possível se reestabelecer um mínimo necessário de investimentos públicos em obras de infraestrutura. É esperada, também, a reação dos investimentos privados, ainda por acontecer.

 

Analistas projetam 1% para IPCA de dezembro

A forte alta dos preços das carnes deve ter atingido seu ápice no varejo no último mês de 2019, o que, ao lado de reajustes de combustíveis, levou a inflação mensal a superar 1%, algo que não ocorria há mais de um ano, avaliam economistas.

A estimativa mediana de 39 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta que a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,08% em dezembro, ante 0,51% em novembro e maior índice desde julho de 2018 (1,26%).

As projeções para o indicador oficial de inflação, a ser divulgado amanhã pelo IBGE, variam de aumento de 0,70% a 1,14%. Se confirmadas as expectativas, o IPCA terá encerrado o ano passado com alta de 4,23%, praticamente em cima da meta perseguida pelo Banco Central para o ano, de 4,25%. Em 2018, o índice avançou 3,75%.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, da alta de 1,09% prevista para o IPCA de dezembro, cerca de 0,5 ponto percentual veio do choque de carnes, concentrado nas bovinas, mas que também atingiu outras proteínas. “É um impacto considerável”, diz Serrano, para quem o grupo alimentação e bebidas deu salto de 3,25% no período, com alta de 4,70% nos preços de alimentação em casa.

Para o economista, este será o pico do aumento das carnes ao consumidor, que deve perder fôlego daqui para frente. Outras pressões sobre o IPCA de dezembro vieram dos grupos transportes e despesas pessoais, diz Serrano. Em seus cálculos, o primeiro grupo subiu 1,40%, influenciado pelos reajustes da gasolina nas refinarias, pelo etanol, que também ficou mais caro, e por fim, pela alta de 15,6% das passagens aéreas, movimento típico de fim de ano.

Serrano menciona, ainda, que o reajuste dos jogos de loteria efetuados em novembro ainda tiveram efeito residual sobre o IPCA do mês passado. “Esses são aumentos pontuais, derivados de efeitos temporários, que ficaram concentrados em dezembro”, avalia.

Essa também é a percepção da equipe econômica do Santander, para quem o índice de inflação oficial ficou em 1,13% no último mês de 2019, ou 4,29% em 12 meses - ligeiramente acima da meta anual, portanto. Além do Santander, cinco instituições esperam que o IPCA tenha furado a meta no período (ver quadro acima).

Os economistas do banco observam, porém, que as carnes devem ter adicionado 0,62 ponto ao IPCA mensal, enquanto os combustíveis tiveram impacto de 0,19 ponto. “Excluindo a contribuição altista dos preços de carnes e combustíveis veiculares, calculamos que a variação mensal do IPCA seria de 0,32% em dezembro, sinalizando assim que a recente aceleração do índice de preços vem sendo impulsionada por choques pontuais no lado da oferta”, afirmam os analistas.

Serrano destaca que a média dos sete núcleos acompanhados pelo Haitong deve ter ficado em 0,42% no mês, bem abaixo da inflação cheia. Os núcleos excluem ou reduzem o impacto de itens voláteis no IPCA. Os núcleos devem terminar o ano com alta de 3%, aponta o economista, menos do que o aumento de 4,24% estimado para a inflação total.

 

Empréstimo a empresas retoma patamar pré-crise

O financiamento do setor corporativo brasileiro já retornou ao patamar visto antes da recessão. Mas, ao contrário dos períodos anteriores à crise, o impulso, dessa vez, vem do forte crescimento dos setores de dívida privada e de renda variável. O mercado de capitais tem substituído com muita folga a queda do crédito subsidiado do BNDES. Além disso, as concessões de empréstimos bancários às empresas, que vivenciaram crescimento mais lento na crise econômica, voltaram a acelerar a partir de 2019.

Segundo levantamento do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec), integrado à Fipe, a soma das captações das empresas não financeiras por meio de ações e renda fixa no país e os desembolsos do BNDES alcançaram R$ 314,15 bilhões em 12 meses até setembro de 2019. Trata-se de patamar quase igual ao de 2013, quando o banco de fomento atingiu o recorde de concessões no crédito subsidiado, de R$ 190,4 bilhões.

Naquele ano, o conjunto dos empréstimos com taxas abaixo do mercado da instituição e as emissões das companhias alcançaram R$ 314,2 bilhões, segundo o Cemec. O resultado até setembro de 2019 só é menor na série histórica ao de 2014. Na época, o BNDES concedeu R$ 187,8 bilhões em crédito direcionado e o mercado de capitais registrou R$ 135,3 bilhões em captações domésticas, o que resultou em valor agregado de R$ 323,1 bilhões.

O montante obtido pelas empresas nos mercados de dívida e de ações no país em 12 meses até setembro de 2019, porém, foi o responsável por impulsionar o crédito corporativo aos níveis pré-crise. Enquanto os desembolsos do BNDES caíram para R$ 63,8 bilhões no período, as companhias não financeiras captaram R$ 250,7 bilhões no mercado de capitais, ou seja, o dobro de 2013, auge do crédito público subsidiado.

“Estamos consolidando uma revolução completa no modo como as empresas se financiam no Brasil”, afirma Carlos Rocca, coordenador do Cemec da Fipe. “Fica difícil dizer que houve restrição de financiamento de médio e longo prazo com a redução dos empréstimos do BNDES diante desse crescimento do mercado de capitais.”

Na visão do vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), José Eduardo Laloni, o crédito privado passa a ser agora “preponderante em relação ao crédito direcionado público”, que era a principal fonte de recursos de longo prazo para as companhias no período anterior à crise econômica. No ano passado, o volume de ofertas de valores mobiliários feitas pelas empresas brasileiras nos mercados doméstico e externo atingiu o maior valor da série histórica da Anbima.

Foram R$ 498,97 bilhões captados em 2019, um salto de 60,5% ante R$ 310,9 bilhões de 2018. As operações com renda fixa e híbridos no mercado doméstico atingiram R$ 305,9 bilhões, contra R$ 237,4 bilhões em 2018. No caso da renda variável local, o total alcançou o recorde de R$ 90,2 bilhões, superando os R$ 75,5 bilhões do pico anterior, em 2007. Os R$ 396,1 bilhões alcançados em 2019, entre emissões de dívida, ações e instrumentos híbridos no Brasil, superaram em 59,4% o obtido em 2018, de R$ 248,5 bilhões.

Já no mercado externo as operações de renda fixa e variável totalizaram US$ 25,4 bilhões (R$ 102,87 bilhões) contra US$ 15,4 bilhões (R$ 62,37 bilhões) de 2018. O resultado ultrapassa em 65% o do período anterior. Conforme Laloni, “estamos em números recordes [de emissões no mercado de capitais], mas para o tamanho do país isso pode ser muito maior”.

O dirigente enxerga o momento da dívida privada e das ações como “o começo de um processo de transformação do mercado de capitais como instrumento de alavancagem de crescimento”. Para 2020, a Anbima vê uma continuidade do forte ritmo de crescimento do ano passado.

“Não tem porque achar que este ano vai ser pior que 2019. Tem programa de privatizações e concessões começando a tomar ritmo, taxas de juros em patamar historicamente baixo, retomada de crescimento, tudo isso vai gerar demanda gigante para crédito, investimento, IPOs e follow-ons [ofertas subsequentes de ações]”, diz Laloni.

O professor de finanças do Insper, Michel Viriato, coloca o crescimento do mercado de crédito privado e ações do Brasil dentro de um movimento mais global. “É uma tendência não só brasileira, mas global de haver uma desintermediação e os bancos se tornarem menos utilizados, com as empresas buscando crédito por meio de debêntures e [outros instrumentos do] mercado de capitais e até o chamado ‘shadow banking’, como empréstimo P2P e por meio de Fidcs [fundo de crédito].”

Além do crescimento das emissões de dívida privada e de ações, os dados do Banco Central indicam uma aceleração também nas novas operações de financiamento bancário. O crédito livre para pessoas jurídicas registrou em 2019 o melhor novembro em termos de concessões desde, pelo menos, 2011, quando começa a série histórica. No mês, as instituições financeiras originaram R$ 145,3 bilhões em crédito corporativo novo.

Novembro de 2013 é o período que mais se aproxima em valor absoluto, com R$ 127,2 bilhões. Em 11 meses de 2019, as originações com recursos livres para empresas também mostram o melhor resultado nominal da série com um total de R$ 1,51 trilhão.

O segundo maior valor ocorreu entre janeiro e novembro de 2014, de R$ 1,37 trilhão. Apesar da aceleração das novas operações, o estoque de dívida corporativa permanece estagnado. Em dezembro de 2017, o saldo para pessoa jurídica das instituições financeiras alcançava R$ 1,445 trilhão.

No mesmo mês de 2018, subiu levemente para R$ 1,465 trilhão. Mas em novembro deste ano, o estoque caiu a R$ 1,439 trilhão. O recuo do saldo de pessoas jurídicas tem sido puxado pelo crédito direcionado, composto principalmente pelo estoque de financiamentos do BNDES. Em dezembro de 2017, segundo o BC, o saldo dessa modalidade alcançava R$ 708,8 bilhões. No mesmo mês de 2018, havia caído para R$ 651,3 bilhões. Em novembro de 2019, o estoque recuou para R$ 576 bilhões.

De acordo com o BC, em novembro, o crédito ampliado, que inclui empréstimos bancários mais as emissões públicas e privadas no mercado de capitais, alcançou R$ 10,2 trilhões ou 141,6% do PIB. Trata-se de um crescimento de quase R$ 1 trilhão e cinco pontos percentuais em relação a janeiro e de R$ 1,7 trilhão e 12 pontos na comparação com o início de 2018.

Na avaliação do vice-presidente da Anbima, os bancos continuaram com apetite ao crédito. “A maior questão dos bancos foi que os ‘spreads’ que os mercados de capitais sancionaram para as empresas estavam abaixo do custo de unidade dos bancos e o mercado de capitais passou a ser um competidor natural do balanço das instituições”, diz.

A queda dos juros para o mínimo histórico, com a Selic em 4,5% ao ano, e a expectativa de manutenção da taxa em patamares de um dígito no longo prazo vão estimular tanto o crescimento do mercado de capitais, quanto das operações bancárias, afirma Viriato, do Insper. “O nível de juros acaba favorecendo as empresas virem a mercado. E os bancos também se beneficiam porque mais projetos se tornam viáveis. O nível de juros faz as empresas pegarem mais dinheiro.”

Uma tendência natural, aponta o pesquisador, será o gradativo aumento de empresas de menor porte acessando os mercados de dívida e até de ações. “As empresas de médio e pequeno porte também vão começar a acessar o mercado de dívida”, pondera o pesquisador do Insper. Rocca, do Cemec, aponta 2020 como um momento chave para as companhias de menor porte.

“A partir deste ano muitas pequenas e médias empresas vão começar a acessar o mercado de dívida, porque essa é uma mudança que será induzida por inovações regulatórias, como duplicata eletrônica, registro centralizado de recebíveis, cadastro positivo e outros componentes importantes.” Além disso, a utilização de plataformas eletrônicas de distribuição de investimentos reduz dramaticamente os custos operacionais das empresas emissoras.

 

FOLHA

Queda na taxa de juro abre espaço para pequeno poupador investir na infraestrutura, diz Pátria

A queda da Selic (taxa básica de juros), que já está em 4,50% e vem reduzindo os ganhos da tradicional renda fixa, é uma oportunidade para os fundos que investem na economia real, como os fundos de infraestrutura, avalia Otávio Castello Branco, sócio da gestora Pátria Investimentos.

Nesta quarta-feira (8), a gestora venceu, em sociedade com o GIC (Fundo Soberano de Singapura), o leilão de estradas estaduais paulistas que conectam Piracicaba e Panorama.

O lote, que tem 1.273 quilômetros, é o maior já licitado no país. O consórcio ofereceu outorga de R$ 1,1 bilhão pela concessão de 30 anos, mais que o dobro do ofertado pelo outro participante do leilão, a Ecorodovias.

A migração dos recursos da renda fixa para ativos com mais risco, mas maior retorno financeiro, será natural no atual cenário de juros baixos, segundo o executivo.

Castello Branco afirma que os últimos investimentos do Pátria em infraestrutura já têm parte expressiva do financiamento vinda do aporte de pessoas físicas. Para ele, a nova tendência é crescente e veio para ficar.

Para o executivo, é factível que até 40% dos recursos para investimento no setor tenham origem local, o que tende a quebrar uma dependência histórica do país pelos investimentos estrangeiros na área.

O Pátria também controla a Entrevias, concessionária que administra sete estradas paulistas, e comprou em dezembro a Cart, que opera o corredor Raposo Tavares.

De acordo com Castello Branco, a gestora deve fazer mais incursões no setor e olha oportunidades em segmentos como energia elétrica, infraestrutura para viabilizar a rede 5G, logística portuária e saneamento.

Os senhores têm avançado no setor de rodovias. Em dezembro, adquiriram a Cart (que opera a Raposo Tavares), já têm a Entrevias. Quais são os planos de vocês na área de concessões de estradas? Pararam por aí?

Não dá para dizer que paramos por aí, mas já é um belo desafio o que a gente tem pela frente. São três grandes concessões concentradas no estado de São Paulo. Mas tem muita coisa por vir. Esse é um dos maiores setores da infraestrutura.

O que vocês andaram olhando?

Estamos respirando agora, porque a gente estudou muito a Pipa [Piraciccaba-Panorama]. Ficamos estudando por um ano e, em paralelo, conversando com a Cart.

No leilão, o Pátria apresentou a proposta de pagar uma outorga de R$ 1,1 bilhão, mais que o dobro do oferecido pela outra participante do certame, a Ecorodovias. Por que tão alto?

É a regra, né? O envelope é fechado e você não sabe o do outro. Se eu soubesse, se tivesse bola de cristal [risos]... Mas estamos muito confortáveis com o preço pago porque ele é resultado de uma avaliação longa.

Qual é a participação do Fundo Soberano de Singapura no consórcio?

É de 30%.

Como foi a conversa para atraí-lo?

Eles já são investidores do Pátria há muito tempo e têm uma confiança grande da gente. Geralmente, esses investidores, além de investirem nos fundos do Pátria, gostam de coinvestir. Isso é uma prática, um desejo que eles têm.

São fundos muito grandes. O GIC [sigla que denomina o Fundo Soberano de Singapura] é um dos maiores do mundo. Eles têm um volume grande de capital e é um desafio decidir como alocar o dinheiro. O Brasil é um dos lugares prioritários para eles -e rodovia é um setor que oferece boas oportunidades.

Especificamente nesta concessão havia uma crítica de que ela estava muito grande, que tinha muita sobra e que isso derrubaria a rentabilidade...

O IFC (órgão do Banco Mundial) tem trabalhado muito próximo ao governo do Estado. A Artesp tem feito um bom trabalho. É uma das agências reguladoras mais antigas, conhece o setor e fez algumas adaptações para encontrar o equilíbrio. Afinal, são 30 anos de concessão, um dos maiores volumes de investimento -se não o maior- que já foi ofertado: R$ 14 bilhões.

Como os senhores farão o financiamento da outorga e dos investimentos?

Vamos olhar todas as fontes, ainda não tem nada contratado.

Podem recorrer ao BNDES?

Sim, pode ser BNDES, pode ter mercado de capitais. Uma das vantagens hoje é que o mercado de capitais, que não era considerado até cinco anos atrás, se tornou uma excelente fonte. Esse mercado de capitais é um dos benefícios que a baixa taxa de juros nos trouxe. Agora você consegue lançar uma debênture de infraestrutura.

Gente que olha de fora o setor diz que o mais curioso nesse leilão foi o avanço dos fundos. Está havendo uma mudança no perfil do investidor da infraestrutura, uma mudança mais profunda, num mercado antes dominado por construtoras?

Existe uma mudança, sim, do tipo de investidor. Isso é um benefício das transformações que ocorreram nos últimos cinco anos.

As melhorias institucionais ajudaram muito. Comparado ao ciclo anterior de investimentos, o setor de infraestrutura, em geral, é mais transparente agora. A competição é mais racional e menos artificial. Tem menos subsídio. O mercado de capitais agora faz uma pré-seleção, em vez de simplesmente colocarem estatais ou bancos públicos para financiar. Tem uma dinâmica muito melhor agora.

Isso abre a porta para os fundos [de investimento]. Não são os típicos empreiteiros que tinham um mercado muito fechado.

Antes seria a  lógica de priorizar a obra...

Sim, e uma lógica que limitava o acesso ao capital. Era um grupo [de operadores], com financiamento do BNDES e práticas que, vocês viram aí durante muito tempo, dificultavam para alguém de fora penetrar.

Agora não. Os sinais estão corretos, a dinâmica competitiva está transparente. Assim, entramos na Entrevias em 2017 e em linhas de transmissão em 2016. São setores regulados dos quais antes ficávamos distantes.

As regras de aeroportos, também foram flexibilizadas para permitir que investidores financeiros entrassem.

Temos uma boa tendência, e acho que vamos ver uma abertura cada vez maior nessa área, com um volume de investidores bem maior do que hoje.

Mas hoje o Pátria está quase sozinho com fundos que investem em infraestrutura no país.

Tem alguns estrangeiros também, mas, é verdade, como fundos, sim. Porque não é um mercado simples. Não é como comprar ações em bolsa, que você compra 5% ou 10% [de uma empresa] e, se eu quiser, vende.

Neste caso, a gestão é que faz a diferença. Você gerir uma concessão desse porte da Pipa é desafiador. É difícil algum investidor que está em Nova York ou Londres olhar e participar. Hoje ainda são poucos que entendem o Brasil. A gente está aqui há muitos anos e tem esse conforto.

Se não tiver uma presença local, com gestão local, saber como funciona a regulação, é difícil. Por isso normalmente a coisa acontece em associação com alguém local. No passado, eram grupos que talvez tivessem as práticas erradas os que se apresentavam como sócios. Agora, acho que está havendo uma melhoria sensível no setor.

Construtoras tinham a lógica da obra. Qual seria a lógica dos fundos?

De uma forma geral, é retorno [financeiro]. Os fundos têm uma missão. Tem o fundo soberano, que precisa aplicar as reservas do seu país. Tem os fundos de pensão, que precisam atender seus aposentados e têm meta atuarial. Tem os family offices [que administram patrimônio de famílias abastadas] globais, os fundos de investimento de bancos privados, que canalizam recursos de pessoas físicas.

A lógica da infraestrutura é o do retorno, mas com um elemento adicional, que é a lógica da proteção do capital. A infraestrutura tem um perfil de risco mas, uma vez em operação, tem estabilidade muito grande de receita. Para um fundo de pensão, por exemplo, é muito bom, porque ele tem obrigações por dezenas de anos pela frente.

A infraestrutura tem alta correlação com a inflação e baixa, com o PIB. Mesmo nos ciclos econômicos [de crise], a infraestrutura segura. Em estradas, mesmo numa recessão, você precisa transportar seu produto, a atividade diminui, mas ela segura. Em energia é a mesma coisa.

As empreiteiras que dominavam o setor tinham uma lógica da obra, e a concessão ficava em segundo lugar. Agora, a lógica é de operar a concessão, ter um bom retorno e oferecer um bom serviço.

Hoje, o investimento de infraestrutura é para o grande investidor. Com queda da taxa de juros no Brasil, vocês enxergam a possibilidade para que pequenos investidores comecem a entrar em investimentos mais robustos como esse da Pipa?

Já está acontecendo. Nesses primeiros investimentos que estamos fazendo neste ano há capital de pessoas físicas. É um capital relevante, o que é fenomenal, pois não existia isso.

É capital captado pelo nosso fundo através de bancos que têm redes de clientes. A parcela de capital do Brasil era muito pequena e agora está aumentando. Antes era muito fácil você obter rentabilidade aplicando em renda fixa, com os juros altíssimos. Você deixava no banco, comprava um CDB e tinha uma rentabilidade garantida bem acima da inflação.

Hoje em dia não. Se você deixar paradinho, vai ter uma rentabilidade pífia que mal cobre ou nem cobre a inflação.

O que está acontecendo? As pessoas físicas estão buscando alternativas para ter rentabilidade adequada. Aceitam até correr mais risco. Esse dinheiro está sendo canalizado para atividades de economia real em vez de ficar parado na renda fixa.

Mas a primeira corrida foi para a Bolsa.

Sim, e a Bolsa se valoriza. Agora, por incrível que pareça, nesses investimentos de longo prazo têm interesse de pessoas físicas. Estamos diante de uma mudança estrutural.

A maior parte do capital que os grandes gestores globais de private equity [fundos que investem em empresas sem garantia de retorno] geram são dos países de origem deles, geralmente baseados no Canadá, nos Estados Unidos, na Austrália.

Aqui, a gente não tinha isso, captava pouco aqui. A maior parte do recurso vinha lá fora. Os caras até olhavam isso e perguntavam: cadê os brasileiros? Estavam na renda fixa.

Mas esse juro baixo é um ponto fora da curva na história do Brasil...

Sim, mas acho que é permanente. Se não houver um susto pela frente, pela primeira vez, estamos vivendo a taxa de juros baixa pelas razões certas. Não tem pressão inflacionária, a economia está muito bem gerida. A taxa de juros está refletindo a inflação baixa e não há necessidade de mudar isso.

Eu trabalho na área financeira desde a década e 1980 e nunca vivi isso: esse binômio de juro baixo e inflação baixa com crescimento econômico. É a primeira vez.

Temos trilhões de reais na renda fixa ainda. Para onde vai esse capital? Se 10% disso for para a infraestrutura, vamos financiar o crescimento.

Historicamente, o país sempre foi atrás do investimento estrangeiro na área de infraestrutura. O senhor está dizendo que o próprio Brasil pode se financiar?

A gente não consegue ser autossuficiente. O Brasil não tem o capital suficiente para financiar tudo o que precisa. Mas podemos colocar uma parcela importante do investimento.

Em vez de zero, de só o BNDES e de alguns fundos de pensão, agora podemos imaginar uma situação em que 30% ou 40% do capital seja financiado aqui dentro. O Estado não tem recursos. Nem estados, nem municípios, nem governo federal. Com o ajuste fiscal que têm de adotar daqui para frente, não vai sobrar nada para investimento em infraestrutura. Cabe à iniciativa privada.

Até agora, era a estrangeira. Como o investidor de fora tem outras opções, você fica flutuando de acordo com a aversão a risco. Tem uma hora que está bem, outra que está ruim.

Mas já existe um movimento concreto nesse sentido?

Tem, obviamente ainda ligado ao grande poupador pessoa física, mas vai ampliar. Os grandes gestores de poupança voltada à pessoa física, como grandes bancos de rede, certamente vão olhar para canalizar parte dos recursos para a economia real.

Pensa na sua poupança. Independentemente do tamanho dela, o gerente do banco vai ter que te oferecer alguma opção diferente do que simplesmente comprar fundo do Itaú ou do Bradesco, que rendem algo que mal cobre a inflação. No passado, dava dinheiro. Hoje em dia não dá mais.

Então, o que teríamos seria um novo arcabouço para a indústria de fundos no país?

Sim. Essa indústria canaliza muito capital, tem poucas empresas hoje. Nos próximos anos, vamos ver o crescimento de novos gestores no Brasil.

Esse é um ciclo virtuoso. Quando você tem estabilidade, bons fundamentos macroeconômicos e isso vai permitir que o país dependa menos do capital estrangeiro e mais da sua poupança para fazer a infraestrutura.

Os senhores têm alguma meta de ter participação desse investidor?

Não, mas quanto mais capital local, melhor. É bom para o nosso negócio e para a economia. A volatilidade do câmbio atrapalha e a nossa moeda ainda é volátil. Você pode fazer um ótimo investimento para o estrangeiro, mas o câmbio pode atrapalhar e o investidor olha o que aconteceu em dólar.

Se você tira essa variável de volatilidade, é muito melhor, mais estável.

A taxa de investimento em infraestrutura no Brasil é muito baixa. Uma crítica recorrente é de que o capital privado, sozinho, não vai suprir a demanda e que só olha para o que é economicamente rentável. O país é pobre, tem regiões em que não será viável um investimento privado. Como supre isso?

A taxa de investimento do Brasil é muito baixa mesmo e tem que aumentar. Tivemos esse leilão [da Piracicaba-Panorama] com um grande investimento, mas localizado. E a nossa infraestrutura é boa aqui em São Paulo, mas no Brasil inteiro deixa muito a desejar.

Na hora em que você consolida tudo e mede estatisticamente, a formação de capital do Brasil é muito baixa comparado a outras histórias de sucesso. Nunca passa de 2% do PIB [Produto Interno Bruto]. Agora, parece que vai chegar a 3% com os movimentos que têm acontecido, mas ainda é pouco. Teríamos que investir mais de 4% do PIB por um período longo, de 20 anos, para que chegasse perto das economias onde a infraestrutura é considerada razoável.

Como que isso vai mudar? Primeiro, precisa da vontade dos estados e do governo federal em oferecer as oportunidades para que isso aconteça —e tem acontecido. A regulação tem melhorado, facilita a atração de capital. Agora, precisa pulverizar isso Brasil afora. Aí tem que entrar PPP. A taxa da utilização de parcerias público-privadas no Brasil é muito baixa, e isso tem que mudar.

O BNDES está com um esforço grande de abrir as portas para que municípios e estados abordem o banco pedindo ajuda sobre como modelar uma PPP de modo a atrair capital. É por aí que tem que acontecer.

A modelagem de projetos ainda é um problema?

É ruim. Não temos a cultura [de fazer projetos]. Às vezes, o próprio juiz local não respeita o contrato. Aí o investidor nunca mais volta ali.

Essa melhora na cultura é gradual, demora um pouco a cair a ficha. Aquele município que ficou sem investimento por causa da decisão do juiz vai olhar o município do lado, que pode ter recebido. O que o vizinho fez certo? É uma curva de aprendizado.

Rodovias estaduais e concessões municipais de saneamento têm essa dificuldade de educação, preparação, de mudança de mentalidade dos gestores públicos locais. Essa mudança já tem acontecido. E São Paulo serve de exemplo.

Mas mesmo aqui em São Paulo, o TCE chegou a questionar a licitação da Piracicaba-Panorama, o que atrasou o cronograma do leilão.

Sempre tem alguém insatisfeito, não só aqui, em qualquer lugar do mundo. É um pouco do formalismo dos processos do Brasil. Uma coisinha de nada acaba atrasando o processo.

Você encontra risco regulatório em qualquer país. Na Inglaterra, que foi o país que iniciou a privatização de infraestrutura, estão vivendo uma intervenção agora, vivendo um risco regulatório como nunca viveram. O governo chega de forma populista e diz que tem que baixar a tarifa.

O que não pode é a regra do jogo mudar no meio. O desrespeito ao contrato, a intervenção.

Aqui, há uma discussão sobre o subsídio à instalação de placas solares e o presidente Bolsonaro chogou a falar proibir ‘taxar o sol’. Como o senhor vê isso?

Não é taxar o sol. Existe uma confusão, e acho que ela vai ser resolvida. Havia uma brecha na legislação que permitiu que vários empreendimentos solares aparecessem em que o empreendedor fazia o parque solar de 10 MW (megawatt) na região de São Paulo e vendesse para pequenos consumidores.

É como se você, na sua casa, fosse produtor, mas a planta está em Campinas. Como eu tenho um contrato de aluguel com você, você tem direito de se beneficiar [do subsídio]. Isso é muito engenhoso.

No entanto, para essa energia ir e Campinas até a sua residência, tem um longo caminho que passa pela rede da distribuidora. As distribuidoras são obrigadas, por regulação, a manter e expandir [a rede], aí tem um sujeito que usa de graça? Seria como usar uma rodovia sem pagar pedágio como os outros.

No começo, isso não incomodava, mas começou a ficar grande.

A Aneel entende isso de maneira clara, mas o presidente insiste.

Acho que ele vai entender. A maioria das nossas distribuidoras é privada. Se um ato as obriga a distribuir o elétron de graça, dá [margem a] reequilíbrio econômico. Não tem nada de graça, alguém paga a conta. E quem paga a conta são os outros consumidores.

Além dos ativos rodoviários, os senhores têm olhado o setor portuário. Vão continuar?

Sim, já investimos em terminais no Norte, agora em Santos. É sempre um segmento que a gente olha e estamos olhando para outros ativos, embora não haja uma decisão [de investimento] ainda.

No nosso dia a dia, não tem nenhum setor para o qual não olhamos. No passado, até tinha, pelas razões institucionais que falei. Hoje, temos uma reunião semanal de oportunidades. Terminais privativos, logística e transporte são um tema central para nós.

Temos também o setor de energia. Acabamos de anunciar investimentos na área de renováveis, solar e eólica.

Toda a área de economia digital, que envolve banda larga, torres de celular, data centers, são setores importantes.

Tem um setor que ainda precisa sair da casca que é o de saneamento. É típico de grandes alocações no exterior, mas no Brasil isso ainda está muito atrasado. Agora, a legislação é promissora, [com a possibilidade] de abrir o segmento para capital privado. Vamos olhar de perto.

Como os senhores olham o marco regulatório do saneamento que ainda depende de aprovação do Congresso?

Está sendo finalizado, mas o caminho é bom. Vai empurrar os municípios a terem de se adequar e formar grupos. Vai empurrar os estados a tomarem decisão sobre suas próprias estatais.

O capital tem uma lógica muito real. Se você não der as condições mínimas, não só de rentabilidade, mas de credibilidade, como ter uma agência reguladora que toma conta do contrato, se o contrato não está bem feito, o capital vai para outro lugar. Nós não temos obrigação de investir no setor A. Se o A está ruim, eu vou para o B.

Mesmo se esse marco regulatório for aprovado, é arriscado porque a atribuição ainda é municipal, mesmo com agência reguladora.

Sim, mas tem um arcabouço regulatório sendo trabalhado. Obviamente você terá boas histórias e histórias ruins, mas a direção é boa.

O grande teste da credibilidade de uma agência é se o mercado de capitais investe em empresas ou ações de empresas que são reguladas pela agência. No caso da Artesp, da Aneel, da Anatel, isso ocorre. Estava faltando no setor de água e saneamento, mas é esse o caminho que esperamos que aconteça;

Esse é um setor tão grande quanto ou talvez até maior que o elétrico.

O cronograma do leilão de 5G foi atrasado. Vocês estão olhando para a área?

Sim, o 5G virá, está previsto para o fim do ano e vai exigir grandes investimentos de infraestrutura. Vai ter muita oportunidade aí.

 

ESTADÃO

Fundos imobiliários podem começar onda de reavaliação de ativos

Depois de uma forte alta no valor das cotas dos fundos imobiliários no ano passado, um movimento começou a ser observado no mercado: alguns fundos viraram o ano com o valor patrimonial maior. O Vinci Shopping Centers, por exemplo, fez uma reavaliação dos imóveis de sua carteira, que conta com a participação em 12 shoppings, entre eles, o Granja Vianna.

Os imóveis do fundo foram avaliados a mercado pela empresa CBRE, resultando em valor 17,2% superior ao valor contábil anterior. Outros fundos, o Vinci Logística e o Hedge Brasil Shopping também passaram por reavaliação, com 5,2% e 15,6% de ajuste, respectivamente.

Descompasso. Desde maio do ano passado, um fenômeno inédito atingiu a indústria de fundos imobiliários no Brasil: o valor de mercado dos fundos, por conta da elevada valorização das cotas, superou o valor patrimonial. Em novembro, conforme últimos dados da B3, o valor patrimonial dos fundos estava em R$ 80,6 bilhões, ante um valor de mercado de R$ 89,1 bilhão.

É ou não é? A discussão entre investidores – muitos novos nessa indústria – é se o setor vive uma bolha, já que investidores estão topando comprar algo como 30% além de seu valor contábil. Ontem, o Ifix, o índice dos fundos imobiliários na B3, fechou em queda de 2,89%, a maior baixa diária desde maio de 2017, dia de estresse no mercado com o “Joesley Day”, que levou para baixo todo o mercado.

Susto. Especialistas apontam, contudo, que o movimento foi um ajuste com investidores embolsando lucros, depois da forte alta dos fundos em dezembro. No ano, o Ifix acumula alta de mais de 30%. O número de investidores nos fundos imobiliários é de cerca de 600 mil. Em 2017, esse número estava na casa dos 100 mil.

 

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