Quarta-feira

VALOR

Dólar supera R$ 4,20 com incerteza global

O temor de que o novo coronavírus se espalhe pelo mundo pautou o comportamento dos mercados globais ontem, levando os investidores a exigirem mais prêmio de risco em suas apostas. Como resultado, o Ibovespa perdeu mais de 1% num movimento que foi influenciado, também, pelo tombo da Vale e das ações de bancos.

Em paralelo, a busca por proteção alçou o dólar comercial para a marca de R$ 4,20, em um dia de desvalorização de boa parte das moedas emergentes. Por aqui, no encerramento dos negócios, a moeda americana subia 0,39%, aos R$ 4,2050, depois de tocar R$ 4,2159 na máxima do dia.

Foi a primeira vez que o dólar fechou acima de R$ 4,20 desde 4 de dezembro, quando ficou em R$ 4,2017. Já o Ibovespa fechou em baixa de 1,54%, aos 117.026 pontos, com intenso movimento financeiro. O giro foi de R$ 16,1 bilhões, acima da média diária de 2019, de R$ 12,3 bilhões. Durante a manhã os ativos locais até mostraram resiliência quando comparado aos seus pares globais.

No entanto, as perdas da bolsa brasileira e do câmbio se intensificaram no período da tarde, após o relato - confirmado em seguida - de um caso de coronavírus em território americano. Dessa forma, os Estados Unidos se juntam a China, Japão, Tailândia e Coreia do Sul como países com casos registrados de pacientes com o vírus.

 Na China, ele já matou seis pessoas. A maior preocupação das autoridades é que, às vésperas do feriado do Ano Novo Lunar, na China - onde surgiram os primeiros casos - o surto da doença acabe tomando proporções ainda maiores. Isso pode acontecer devido ao grande número de chineses que deixam o país para aproveitar a folga e também por causa dos turistas que chegam.

Diferentemente de dias anteriores, quando a moeda brasileira teve desempenho muito pior que o dos pares, o comportamento do real ontem foi relativamente ameno. Para Fernando Bergallo, diretor da FB Capital, um fator que pode estar limitando essa piora é a proximidade dos R$ 4,20. “Até para os mais pessimistas, o patamar é um momento de realização da posição comprada [que ganha na alta do dólar]”, diz.

“O que incomoda é que a bolsa está bem, continua subindo, enquanto o real não se valoriza”, continua o profissional, ao lembrar que o Ibovespa bateu recordes recentemente. Ontem, porém, o recuo no Ibovespa foi intensificado por causa da baixa nas ações do setor bancário e da Vale ON.

No fechamento, as maiores pressões vinham de Banco do Brasil ON (-2,89%), Bradesco (-3,48% a ON e -3,34% a PN), Itaú Unibanco PN (-2,13%), units do Santander (-4,93%), Vale ON (-2,32%) e Petrobras (-3,00% a ON e -1,27% a PN). A petroleira reflete as baixas de 0,34% no petróleo WTI e de 0,93% para o Brent.

Desde segunda-feira as ações do Bradesco já vem caindo após o Bank of America rebaixar a recomendação do banco, junto com com o Itaú, traçando um cenário pessimista para os resultados dos grandes bancos privados em 2020.

Além disso, o fato de que esses ativos costumam concentrar-se mais nas mãos de investidores estrangeiros ajuda a acelerar as perdas do setor, já que um dia de aversão de risco como ontem motiva que essa classe de investidores prefira vender suas posições em bancos brasileiros como forma de proteção.

A perda na Vale, por sua vez, reflete o anúncio feito no início da tarde de que o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) irá denunciar a mineradora e mais 16 pessoas, além da empresa Tüv Süd, pelo desastre em Brumadinho, que ocorreu há quase um ano.

O maior prejuízo para a mineradora, dizem analistas, é o fato de que ela responderá na justiça por crime ambiente. Além disso, o MP-MG aponta que as empresas envolvidas sabiam dos riscos envolvendo as barragens e não fizeram nada para evitar a tragédia, participando inclusive de um combinado para modificar índices referentes a essas estruturas, tornando-os aceitáveis.

 

Investidor mantém aposta em Brasil, mas tem menos espaço para adicionar risco, diz Bofa

O mercado brasileiro de ações atingirá novos recordes em 2020, enquanto a taxa básica de juros terá rodadas adicionais de queda e a agenda de reformas se aprofundará com mudanças no sistema tributário no segundo semestre. Todos esses fatores refletem um cenário bastante positivo que foi traçado em pesquisa do Bank of America (BofA) com 25 gestores sobre a América Latina. Ainda assim, eles apontam que o espaço para aumentar a exposição ao risco está diminuindo.

De acordo com a sondagem, é quase unanimidade entre os investidores - com 92% das respostas - que o Ibovespa superará a marca de 120 mil pontos até o fim do ano, sendo que 56% dos entrevistados espera que o índice fique acima de 130 mil pontos. O movimento deve ser amparado pelo afrouxamento monetário e o avanço da reforma tributária. Mais de 60% dos entrevistados acreditam que o ciclo de cortes da Selic continuará em 2020, escorregando abaixo do nível atual de 4,5%.

Além disso, 68% dos investidores esperam que um novo sistema tributário será aprovado este ano. Apenas 12% acreditam que a reforma não é relevante no momento, número que caiu ante a parcela de 20% no mês passado. Quase todos os investidores ouvidos acreditam que o Brasil recuperará seu grau de investimento em algum momento, mas ninguém espera que isso acontecerá este ano. Apesar da perspectiva positiva, a sondagem mostra que há pouco espaço para os investidores adicionarem riscos na carteira.

“Nesse momento, menos investidores planejam aumentar sua alocação em ações, os níveis de caixa estão baixos e os patamares de risco já estão no ponto mais alto em um ano”, dizem os analistas do banco, ao avaliarem o resultado da pesquisa que busca mostrar a percepção de risco na América Latina.

De acordo com pesquisa, o número de investidores que planeja aumentar a alocação em ações nos próximos seis meses recuou de 52% em dezembro para 44% em janeiro. Ao mesmo tempo, a parcela de entrevistados que dizem estar assumindo riscos acima do normal aumentou de 20% para 40%. Agora, esse indicador está acima da média histórica da pesquisa, de 22%. Os investidores também se mostraram um pouco mais pessimistas com o câmbio brasileiro.

A maioria dos entrevistados espera que a cotação do dólar fique entre R$ 4,01 e R$ 4,20 no fim do ano. No mês passado, a maioria esperava uma faixa de R$ 3,81 a R$ 4,00. Dentre os riscos, os participantes do mercado agora estão começando a se preocupar mais com uma desaceleração nos EUA, o que parece estar relacionado ao fato de que 2020 será um ano eleitoral no país.

Esse é o principal risco para a região para 24% dos entrevistados, ante 12% no mês passado. Ainda assim, o número de investidores que estão se protegendo contra uma queda acentuada nos mercados acionários, caiu do pico de 48% no mês passado para 28%. Esse movimento veio com a diminuição das preocupações com a guerra comercial, que foi colocada como o maior risco externo para a América Latina ao longo de 2019.

Agora, o número de entrevistados que coloca a disputa como risco principal caiu de 44 % para 24%, enquanto os temores relacionados com a China e commodities saiu de 40% para 12%. A pesquisa do BofA foi conduzida entre os dias 10 e 15 de janeiro com 25 gestores que administram cerca de US$ 56 bilhões.

 

Moody’s: Dívida elevada limita perspectivas de aumento do rating do Brasil

A agência de classificação de risco Moody’s divulgou nesta terça-feira um relatório com “perguntas frequentes” sobre o rating do Brasil, atualmente em 'Ba2', com perspectiva estável. Segundo o documento, a trajetória da nota soberana vai depender do ritmo de consolidação fiscal e da evolução das métricas de dívida do governo.

A Moody’s aponta que o ritmo de crescimento da dívida pública desacelerou nos últimos três anos, em parte em função da queda dos juros, que reduziu significativamente o custo do serviço da dívida. A perspectiva da agência é que o indicador se estabilize levemente acima de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos dois a três anos, ajudado pelas reformas fiscais e a recuperação econômica. Ainda assim, o governo deve continuar registrando déficit orçamentário, o que impede uma redução da dívida.

Com o crescimento potencial do Brasil perto de 2% e os juros neutros em torno de 3%, a Moody’s estima que o Brasil precisaria de um superávit primário de 1% do PIB para estabilizar a dívida, e maior do que isso para reduzi-la. Em resposta a uma pergunta sobre qual é a probabilidade de o Brasil retomar o grau de investimento, a Moody’s aponta que o aumento na nota seria gradual mesmo com uma melhora nas métricas fiscais.

“A dívida do governo e a carga de juros continuam substancialmente maiores do que países com rating ‘Ba’ e ‘Baa’, limitando fortemente as perspectivas de elevação do rating”, diz o relatório. Segundo a agência, a aprovação da reforma da Previdência foi importante e evitará um aumento elevado nas despesas obrigatórias, mas sozinha não é suficiente para que o governo cumpra com o teto de gastos no médio prazo.

Assim, a Moody’s aponta que o Brasil precisa de outras reformas fiscais que reduzam a rigidez do orçamento e ajudem a diminuir a dívida. Por outro lado, entre os principais fatores de risco para o rating do Brasil, o relatório cita um enfraquecimento na agenda de reformas, crescimento abaixo do esperado e aumento da polarização política/surgimento de protestos populares. Esse último fator poderia diminuir a vontade e a capacidade do Congresso de avançar com a agenda de reformas.

A Moody’s aponta que as reformas atualmente em discussão pelo Congresso visam melhorar o ambiente de negócios, simplificar o regime tributário, encorajar investimentos privados em infraestrutura e maiores gastos em tecnologia e capital humano para impulsionar a produtividade.

 

FOLHA

PIB avança em novembro, mas perda de fôlego pode frustrar expectativa por crescimento de 2,5%

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro permanece avançando, mas a composição mais desfavorável do crescimento – calcada em consumo de serviços em vez da produção de bens ou demanda por investimentos – pode frustrar as expectativas por uma recuperação mais substancial da economia à frente, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A atividade econômica cresceu 0,3% na passagem de outubro para novembro. O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

“É frustrante, porque está perdendo fôlego. (O dado de) Dezembro não vai vir muito melhor do que isso (novembro). O PIB vai crescer 1% (em 2019), como vem crescendo, mas não sei se aponta para um crescimento de 2% a 2,5% como tem muita gente prevendo para 2020”, alertou Claudio Considera.

 

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