Terça-feira

VALOR

Preocupação com coronavírus cresce e derruba mercados

Os temores de disseminação do coronavírus e seus efeitos econômicos na China - e, por consequência, na atividade global - detonaram uma onda de aversão ao risco nos mercados mundiais. Os investidores venderam ações de maneira generalizada, enquanto buscaram refúgio em moedas fortes, como o dólar e o iene japonês. No Brasil, o Ibovespa fechou em baixa de 3,29%, aos 114.482 pontos.

Foi a maior queda desde 27 de março de 2019, quando caiu 3,43%. Já o dólar comercial subiu 0,60%, aos R$ 4,2092, depois de encostar na marca de R$ 4,23 durante o dia. O movimento de busca por proteção foi global, afetando tanto mercados emergentes quanto desenvolvidos. As baixas abalaram Wall Street e as bolsas europeias.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 1,57%, aos 3.243,63 pontos, e o Dow Jones fechou em queda de 1,57%, aos 28.535,80 pontos. Já o Nasdaq firmou baixa de 1,89%, 9.139,31 pontos. Do outro lado do Atlântico, o DAX, de Frankfurt, perdeu 2,74%, e o FTSE-100, de Londres, 2,29%. Com isso, o índice MSCI de ações globais perdeu 1,62% - o pior desde agosto de 2019. Dentre os latino-americanos, destaque para a queda de 2,2% do principal índice do México.

“Mesmo supondo que as autoridades superem esse surto, haverá um choque econômico de curto prazo”, disse Andrew Milligan, chefe de estratégia global da Aberdeen Standard Investments, ao “Financial Times”. Isso não quer dizer que as perspectivas para os mercados globais serão materialmente diferentes. “Ainda é cedo”, conclui.

A piora nos mercados foi acentuada durante o período da tarde, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma revisão na avaliação de risco para o coronavírus e passou a classificar como “elevado” o risco internacional de contaminação. A doença já matou mais de 80 pessoas na China e infectou milhares no país.

Conhecido como termômetro do medo, o índice VIX, que mede a volatilidade do S&P 500, disparou, com alta de 30% nas máximas do dia, e fechou a 18,24 pontos (25,21%). Apenas duas moedas ganharam terreno contra o dólar: o iene (0,34%) e o franco suíço (0,26%) - muito usadas em estratégias de proteção.

Na renda fixa, a aversão ao risco aumentou a demanda pelos títulos do Tesouro dos EUA, o que levou à queda das taxas dos papéis. O juro do Treasury de dez anos caiu de 1,70% para 1,61%. Analistas de mercado comparam a situação atual com o surto da síndrome respiratória aguda grave, conhecida como Sars, na virada de 2002 para 2003.

No entanto, a taxa de fatalidade da Sars foi muito maior (9,6%) em comparação com o coronavírus (3,1%) até o momento, dizem os analistas do Julius Baer. “Além disso, as autoridades chinesas não estão tentando encobrir [os casos], mas estão tomando medidas proativas para conter o vírus, como estender as restrições de viagens e cooperar com a OMS.” Apesar do tombo, profissionais acreditam que não é momento para pânico.

“A economia global continua em recuperação, o que sugere que o rali dos emergentes ainda não terminou”, dizem os estrategistas do Morgan Stanley em relatório. Eles alertam que a disseminação do vírus pode interromper a retomada econômica na Ásia e impor perdas para os mercados. No entanto, os bancos centrais devem manter uma política monetária expansionista, enquanto os preços dos ativos emergentes não estão altos demais.

Os profissionais deixam uma recomendação: “É um bom momento para explorar algumas proteções baratas”. A leitura também se aplica aos ativos locais. Para Marcos Mollica, gestor do Opportunity, o nervosismo com o avanço do coronavírus pelo mundo chegou num momento que os preços da bolsa estavam “muito esticados”, o que explica o tamanho do tombo do Ibovespa.

No entanto, o choque deve ser transitório e o novo patamar de preços, agora mais baixo, abre oportunidade para compras de ações, mesmo que forma gradual. “Pegou o mercado no extremo de otimismo.” Ontem, o setor de mineração e siderurgia - o mais dependente da China na bolsa - caiu em bloco no Ibovespa. Gerdau PN recuou 7,94%, CSN ON (-7,78%) e Gerdau Metalúrgica PN (-7,51%). Os papéis da Vale recuaram 6,12% e a empresa perdeu R$ 17,4 bilhões em valor de mercado em um dia, passando para R$ 266,9 bilhões ontem.

Outro papel de grande relevância no Ibovespa e também ligado a commodities, a Petrobras teve duras perdas: a ação ON caiu 4,21% e a PN teve baixa de 4,33%. Esses papéis sofrem diante dos temores de que a proliferação do coronavírus prejudique a demanda por petróleo.

 

Juros futuros atingem mínimas com inflação baixa

Apesar do turbulento dia que afetou os mercados financeiros no mundo todo, o seguimento de juros futuros no Brasil teve um pregão relativamente calmo. Sob a expectativa de que a inflação continuará bem comportada ao longo deste ano, os investidores seguem trabalhando com um cenário de continuidade da política de flexibilização monetária do Banco Central (BC). Ontem, as taxas de juros negociadas na B3 tiveram um novo dia de queda, com direito a novas mínimas históricas no trecho curto da curva a termo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, por exemplo, caiu de 4,35% para 4,32%, novo piso histórico, enquanto a do DI para janeiro de 2022 recuou de 4,98% para 4,92%. O movimento é respaldo por dados de inflação cada vez mais benignos.

Coletas diárias de preços indicam que o IPCA desacelerou de 0,37% na quinta para 0,32% na sexta, sendo que a alta do grupo de alimentação perdeu mais força, ao passar de 0,42% para 0,20%. Já a Fipe informou que a inflação na cidade de São Paulo desacelerou para 0,32% na terceira leitura de janeiro, após ter ficado em 0,41% na segunda medição do mês.

Os números também apoiam a leitura de analistas de que a inflação tende a ficar mais comportada nos próximos meses, o que pode fazer com que o BC vá adiante com o ciclo de afrouxamento, com ao menos mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O Boletim Focus já indica que o cenário de inflação mais fraca em 2020 ganhou fôlego entre os investidores.

O ponto médio das projeções do mercado para o IPCA em 2020 caiu de 3,56% a 3,47%, enquanto a mediana das estimativas para a Selic no fim do ano voltou a indicar a taxa básica de juros em 4,25%. Os economistas da Bradesco Asset Management (Bram) reduziram a estimativa para o IPCA em 2020 de 3,7% para 3,5% e passaram a projetar a Selic em 4,25% contra um cenário de manutenção em 4,5% esperado anteriormente.

Em relatório, eles notam que o IPCA-15 de janeiro mostrou desaceleração em relação aos resultados de dezembro diante do arrefecimento nos preços de alimentos. Além disso, para eles, a alimentação fora do domicílio foi o principal item a pressionar núcleos e serviços, mas deve perder fôlego em breve.

O economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, também passou a ver maior chance de redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic em fevereiro. “Como acreditamos que o Copom não gostaria de introduzir ruídos e surpreender os mercados e causar um aperto abrupto nas condições financeiras, prevemos que o BC realmente esteja inclinado a entregar um corte de 0,25 ponto percentual”, diz o economista.

Já o economista-chefe do banco Fibra, Cristiano Oliveira, prevê dois novos cortes de 0,25 ponto na Selic este ano, diante das estimativas de inflação sob controle. “Julgamos que fatores como a sólida ancoragem das expectativas, a recuperação apenas gradual da economia e o ambiente internacional bastante favorável à política monetária expansionista justificam a continuidade do ciclo de cortes dos juros”, escreve Oliveira. O Fibra cortou sua projeção de inflação para 2020 de 3,3% para 3%.

 

FOLHA

Vírus ameaça PIB chinês e economia global

Após um salto de mais de 40% no número de mortos e infectados de domingo (26) para esta segunda-feira (27), analistas passaram a avaliar um impacto no crescimento chinês causado pelo coronavírus que pode ser superior a um ponto percentual.

Como a China é a segunda maior economia do mundo, um crescimento menor poderá ter impactos globais, especialmente na Ásia, onde o turismo nos últimos anos é dependente, em grande parte, dos viajantes chineses.

O FMI previa, em 20 de janeiro, que a China cresceria 6% neste ano. Em 2019, o país cresceu 6,1%, seu pior índice em 29 anos.

Para a agência de classificação de risco S&P, o crescimento do PIB chinês pode cair cerca de 1,2 ponto percentual em 2020 caso os gastos de consumo, especialmente em transporte e diversão, caiam 10%. Ou seja, considerando a previsão do FMI, o PIB chinês poderia avançar só 4,8% em 2020.

Analistas avaliam que o dano econômico pode se assemelhar ao causado durante a epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave), que deixou centenas de mortos em 2003. Naquele ano, o país desacelerou de 11,1% a 9,1% entre o primeiro e o segundo trimestre. No ano, cresceu 10%.

Especialistas dizem que ainda é cedo para medir o real efeito que o coronavírus irá deixar na economia, mas que algum impacto é certo.

Segundo a Rico, se o coronavírus estender seus efeitos, os indicadores econômicos do primeiro trimestre podem ser “duramente impactados”.

“E, com os juros tão baixos mundo afora, os bancos centrais podem ter menos ferramentas para estimular as economias”, afirma o texto.

A Sars veio após uma grande crise, quando as economias iniciavam um movimento de expansão. “Hoje, o mundo está exatamente na direção oposta, com as grandes economias lutando para impedir que uma desaceleração mais forte na atividade possa se tornar uma recessão”, diz relatório da Rico.

Para Tommy Wu, da Oxford Economics, o impacto econômico pode ser forte, mas terá curta duração —e será menos severo do que antes— porque desta vez a resposta das autoridades foi mais rápida do que antes. Isso apesar de autoridades terem escondido dados sobre o avanço do vírus.

Já para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, o coronavírus deve reduzir o avanço chinês em no máximo 0,5 ponto percentual, porque a economia do país está maior do que era em 2003.

“Contudo, qualquer mudança no crescimento chinês, por menor que seja, impacta muito a economia mundial”, diz.

Para restringir a propagação do vírus, o governo suspendeu viagens dentro China e para o exterior, afetando o turismo, peso-pesado da economia com 11% do PIB em 2018, segundo cifras oficiais.

Essa suspensão vai afetar ainda países vizinhos, como Camboja, Hong Kong, Tailândia, Japão e Singapura, cujos gastos de chineses, lembra a consultoria Capital Economics, são importante parte do PIB.

Em 2003, com a Sars, por exemplo, o número de passageiros aéreos na Ásia caiu 45%. Hoje, o turismo na região está ainda mais dependente da China. Se o efeito se repetir, “levaria a uma queda entre 1,5 e 2 pontos percentuais do PIB dos países mais vulneráveis”, diz a Capital Economics.

Em 2018, 8,4 milhões de chineses visitaram o Japão —1 de cada 4 turistas no país, segundo a Organização Nacional de Turismo Japonês. Eles compram 90% dos cosméticos vendidos a turistas no país, aponta relatório do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley.

Na Tailândia, onde o turismo representa 18% do PIB, o impacto pode ser ainda maior. Chineses são mais de 25% dos visitantes. No pior momento da Sars, afirma a Capital Economics, o total de chineses e de vendas no varejo no país caíram pela metade.

O temor causado pelo vírus fez o mercado financeiro ter um pregão de forte aversão a risco nesta segunda-feira (27).

A Bolsa brasileira teve queda de 3,3%, a maior desde junho de 2019, a 114.481 pontos. Juntas, Petrobras e Vale, que caiu 6%, perderam R$ 34 bilhões em valor de mercado.

O dólar comercial, que chegou a bater nos R$ 4,23 durante o pregão, fechou em alta de 0,5%, a R$ 4,21, maior valor desde 2 de dezembro. O dólar turismo foi a R$ 4,38. O grama do ouro subiu 1,65%, para R$ 215,51.

Em momentos de aversão a risco, o investidor tende a vender ações e comprar ativos mais seguros, como ouro e dólar. Para Lucas Tambellini, estrategista do Itaú BBA, o temor com o avanço do coronavírus foi um motivo para investidores embolsarem ganhos.

Nas últimas semanas, Ibovespa e índices americanos chegaram às máximas históricas. “O mercado estava em trajetória de resultados muitos bons. Faltava um gatilho para a realização de lucro”, diz.

Bolsas de Valores de todo o mundo tiveram forte queda. Europa e EUA registraram os maiores recuos em mais de três meses: Londres, Paris e Frankfurt caíram 2,5%, e Dow Jones e S&P 500, 1,6% cada uma. A Nasdaq cedeu 1,9%, e a Bolsa de Tóquio teve queda de 2%.

O mercado acionário chinês segue fechado pelo Ano-Novo Lunar até 3 de fevereiro. A princípio, as atividades retornariam na quinta (30), mas o governo estendeu o feriado.

Para conter o vírus, Pequim também adotou medidas de confinamento para a região metropolitana de Wuhan, berço do coronavírus, assim como quase toda a província central de Hubei, a que pertence.

Wuhan é uma megalópole industrial, entre dois eixos importantes: Yangtzé, o rio mais longo da Ásia, que atravessa a cidade de oeste a leste, e o eixo norte-sul do trem que vai de Pequim a Hong Kong.

Além disso, de lá partem voos diretos para Europa, Oriente Médio e Estados Unidos, o que pode ter contribuído para a propagação do vírus.

Devido à sua localização estratégica, vários consulados estão em Wuhan (França, Reino Unido, Estados Unidos).

Pelo menos 106 pessoas morreram e mais de 2.700 foram infectadas na China desde o surgimento do coronavírus no final de dezembro. Desde então, se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália.

Confinada, Wuhan, uma importante cidade industrial —tem cerca de 160 empresas japonesas— e uma das maiores da China, está com atividades paralisadas. De lá saem 60% dos trilhos de alta velocidade chineses. Importante centro automotivo, é berço da Dongfeng, segunda maior montadora do país e parceira das japonesas Nissan e Honda.

Além da paralisação das indústrias da região, companhias de outras partes do país estenderam o recesso do Ano-Novo chinês, provocando uma forte queda no preço de matérias-primas. Nesta segunda, o barril de petróleo Brent caiu 2%, abaixo de US$ 60 pela primeira vez desde outubro, derrubando as ações da Petrobras em 4,3%.

 

ESTADÃO

'A economia mundial está muito frágil e o coronavírus é mais um elemento de risco'

O avanço do coronavírus na China aumenta as incertezas nos mercados e prejudica a retomada do crescimento econômico em um ano iniciado de modo turbulento, com queimadas na Austrália e tensão entre Irã e Estados Unidos, diz o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale. "O receio agora é que a economia mundial já está frágil e o coronavírus é mais um elemento de risco", afirma.

O tamanho do impacto na economia, porém, ainda depende da evolução da epidemia, acrescenta Vale, que lembra que, em 2003, a Sars retirou entre 0,1 e 0,5 ponto porcentual do PIB mundial. Em relação ao Brasil, ele acredita que haverá um impacto de curto prazo, na Bolsa e no câmbio, mas que os efeitos em prazos mais longos vão depender da evolução da doença, que já matou mais de 80 pessoas na China.

Qual o possível impacto do coronavírus nos mercados e na economia global?

Uma doença como essa pode travar viagens internacionais, negociações e expectativas de crescimento. A China é um país muito importante e está sendo muito afetada durante o ano novo chinês, o que tem um efeito importante na economia do país. Ainda não sabemos qual a gravidade da epidemia, se vai ser parecida com a da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003. Como está tudo muito incipiente, o clima é de incerteza.

No caso da Sars, que matou quase 800 pessoas, houve um efeito importante na economia global?

Estimativas colocam que houve diminuição do PIB global entre 0,1 e 0,5 ponto porcentual. O receio agora é que a economia mundial já está frágil e o coronavírus é mais um elemento de risco.

Havia uma expectativa de que o crescimento da economia global se recuperasse em 2020, após um 2019 de desaceleração. O coronavírus já é uma ameaça concreta a essa recuperação?

A gente ainda está em janeiro e já teve crise entre Irã e Estados Unidos, criando a possibilidade de um conflito mais grave e aumentando a pressão no Oriente Médio. Agora, o coronavírus. Isso aumenta a incerteza em nível mundial e afeta os preços dos ativos. Dados os riscos que já temos, os efeitos do Brexit, a eleição americana no segundo semestre, a situação da economia da América Latina depois de tantas convulsões no ano passado, a Austrália com queimadas muito intensas, o início de ano não está tranquilo. Para os ativos em geral, para as bolsas, é bastante ruim, traz mais volatilidade e a taxa de crescimento da economia tende a ser menor. Quão menor vai depender de como o coronavírus evolui.

Quais devem ser os impactos no Brasil?

O câmbio e Bolsa acabam sendo afetados mais no curto prazo. No médio prazo, vai depender da severidade da doença. Como estamos falando principalmente de China, é natural que empresas de commodities sejam afetadas. O tamanho do impacto depende de se conter a doença, o que é imprevisível. Os mercados não gostam de coisas imprevisíveis.

Bancos internacionais já consideram que a China deverá aumentar o estímulo monetário para tentar compensar os efeitos do vírus na economia. Pode-se imaginar que o Brasil tenha de adotar uma postura semelhante, dado o cenário internacional de incerteza e possíveis ameaças ao crescimento econômico?

No Brasil, ainda não. Na China, sim,  é mais fácil acontecer. O país ainda é afetado pela guerra comercial com os Estados Unidos. Ainda há muito para ver se o acordo entre os dois países realmente vai sair do papel. Tenho a impressão de que deve haver dificuldades para o acordo acontecer. A China terá um ano difícil e o coronavírus só joga contra a perspectiva de crescimento lá. Aqui, não tanto: a atividade está indo relativamente bem, não me parece que vai ser muito afetada por isso. A inflação está controlada e o Banco Central está tranquilo para baixar juros. A princípio, a taxa de juros vai para 4,25% e eventualmente teria espaço para queda adicional. Mas isso (um corte para 4%) ocorreria mais pelo cenário interno.

 

Mercado estima juro mais baixo no fim deste ano

Os economistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação para este ano e também passaram a prever que os juros básicos da economia ficarão menores no fim de 2020.

As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central (BC). Os dados constam de um levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com o boletim, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,56% para 3,47%. Foi a quarta queda consecutiva do indicador. A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,75%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Selic

Os economistas alteraram suas projeções para a Selic de 4,50% para 4,25% ao ano. A estimativa para a taxa básica no fim de 2021 seguiu em 6,25% ao ano e, no caso de 2022, a projeção ficou em 6,50%.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,00% para 4,50% ao ano. Foi o quarto corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC não se comprometeu com novos cortes no início de 2020. "O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária", registrou o BC no comunicado da decisão.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro manteve a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2020 estável em 2,31%. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 2,50%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

 

 

 

 

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