Quarta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Rogério afirma que programa habitacional será prioridade

O novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, tomou ontem, em concorrida cerimônia no Palácio do Planalto. Além do presidente da República, Jair Bolsonaro e diversos ministros, a posse também foi acompanhada pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre; da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Após a solenidade, Rogério Marinho disse que uma das prioridades será retomar o processo de reformulação do programa Minha Casa Minha Vida, principal política habitacional do governo federal.

"Esse é um momento de buscarmos, primeiro, o que já foi tratado pelo ministro anterior [Gustavo Canuto], pelos diversos órgãos do governo que têm afinidade com a área, continuarmos esse processo de consulta junto à sociedade civil, principalmente o setor de construção, que emprega de forma intensiva e é um setor importante e estratégico, e submetermos as possibilidades ao presidente da República para termos uma definição, espero que isso seja o mais breve possível", afirmou.

Uma das propostas que estavam em estudo pelo governo é a possibilidade dar ao beneficiário do programa mais liberdade para definir como será o imóvel. No atual formato, quem é contemplado, em qualquer das faixas do programa, recebe a casa pronta da construtora. Com o novo programa, que deve mudar de nome, o beneficiário receberá um voucher (documento fornecido para comprovar um pagamento ou comprovante que dá direito a um produto) para definir como a obra será tocada, o que inclui a escolha do engenheiro e a própria arquitetura do imóvel.

Ex-deputado federal, Rogério Marinho é filiado ao PSDB e foi um dos principais articuladores do governo na aprovação da reforma da Previdência, no ano passado, quando era secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. A pasta que ele passa a comandar a partir de agora atua em áreas como habitação popular, de infraestrutura urbana e segurança hídrica.

"Esse momento é o de conhecer todo o acervo de obras e de ações que o ministério detém. É uma agenda extremamente ampla, estamos falando desde a questão da mobilidade urbana, até a segurança hídrica, em especial questão da transposição do Rio São Francisco e outras obras igualmente importantes. Estamos falando também de habitação, saneamento básico, e defesa civil", disse Rogério Marinho sobre os desafios à frente do Ministério.

Rogério Marinho substituiu o engenheiro da computação Gustavo Canuto, que é o novo diretor-presidente da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), estatal que fornece soluções de tecnologia para o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

O novo ministro afirmou que negocia com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, um cronograma para a liberação de recursos do Minha Casa, Minha Vida em 2020. O Orçamento deste ano prevê R$ 2,7 bilhões para honrar a continuidade de obras já contratadas pelo programa habitacional. No entanto, o setor da construção civil reclama da falta de previsibilidade. No ano passado, os desembolsos foram alvos de bloqueios devido à frustração na arrecadação federal.

"O calendário inicialmente é o que foi aprovado pelo Parlamento brasileiro. É bom lembrar que o Orçamento é impositivo e precisa ser empregado em sua integralidade", disse.

Rogério Marinho disse ainda que já teve duas conversas com o presidente Jair Bolsonaro sobre sua missão à frente da pasta e pediu um prazo para discutir alternativas de reestruturação do programa habitacional. Seu antecessor, Gustavo Canuto, tentava emplacar um modelo de 'voucher', uma espécie de crédito para que famílias em municípios menores conseguissem comprar, reformar ou construir a casa própria. O modelo, porém, enfrenta resistências e dificuldades operacionais, sobretudo na fiscalização da aplicação do dinheiro.

O novo ministro disse que "de forma alguma" o debate sobre o novo Minha Casa nasce do zero e disse que serão consideradas as discussões feitas na gestão anterior. Ele, porém, não deu detalhes se o modelo do voucher vingará.

 

VALOR

Mercado vê taxa básica em 4,25% por um longo tempo

O cenário de “múltiplas incertezas” contemplado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reiterou duas mensagens a boa parte dos analistas de mercado: um novo corte de juros está praticamente descartado no curto prazo, mas nada é definitivo num horizonte mais longo. Dessa forma, com o cenário para a inflação em níveis ainda mais benignos, prevalece a perspectiva de que a taxa Selic será mantida em níveis baixos por um período prolongado. Foi justamente essa leitura que ajudou a reduzir as taxas futuras de juros na B3.

Ontem, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 recuou de 4,255% para 4,235%, nova mínima histórica de fechamento. Já a do DI para janeiro de 2022 caiu de 4,92% para 4,86%, enquanto a do contrato para janeiro de 2023 passou de 5,50% para 5,42%. No documento, o colegiado reiterou que vê como adequada a interrupção do ciclo de corte de juros e afirmou que considera a inflação subjacente em níveis compatíveis com a meta.

Alguns integrantes do Copom argumentaram, na reunião, que a “dicotomia” entre os dados de trabalho e da produção de bens e serviços pode indicar um grau menor de ociosidade da economia do que o medido pelos métodos tradicionais. Dessa forma, o Copom enfatizou que é necessário observar os efeitos do ciclo de estímulo monetário que teve início em julho do ano passado - tudo isso enquanto avalia também os riscos em torno da disseminação do coronavírus.

O economista-chefe da Mauá Capital, Alexandre Ázara, avalia que “o sarrafo para novos cortes parece muito alto”, mesmo com espaço para medidas adicionais de afrouxamento. “Como eu acho que a inflação está baixa no núcleo e que o hiato é um pouco maior que métodos tradicionais mostram, eu adotaria mais queda da Selic, mas eles não acham isso”, explica o profissional.

Permanece, então, a leitura de taxas de juros em níveis baixos e por mais tempo. O economista-chefe da Macro Capital, Thiago Pereira, afirma que a ata dá aval a essa perspectiva e ressalta que há “pouca chance” de um corte no juro básico nas próximas reuniões do Copom. “Os diretores vão olhar as defasagens e o impacto na economia e eles se mostram confiantes de que os estímulos terão impacto no crescimento.”

Assim, a Macro Capital espera que a Selic se mantenha inalterada em 4,25% por um período prolongado, até que tenha início uma normalização da política monetária no próximo ano, mas em nível bastante gradual. O mesmo cenário é observado pelo economista-chefe da Guide Investimentos, João Maurício Rosal. Para ele, contudo, com o Copom reafirmando que continua dependente de dados, o próximo passo “ainda não foi acertado”. Assim, surpresas na divulgação de indicadores econômicos podem mudar o cenário de Selic inalterada ao longo deste ano, “embora com baixa probabilidade”.

Alguns pontos do comunicado, entretanto, geraram um certo desconforto em parte do mercado. O economista Marcelo Ferman, da Parcitas Investimentos, diz que o acelerado deslocamento do alvo da política monetária de 2020 para 2021 está gerando confusão em participantes do mercado financeiro sobre quais são os reais objetivos do Copom. “Tem gente que diz que o Copom encontrou uma justificativa para não baixar os juros porque está preocupado com o câmbio, outros dizem que ele está desconfortável com a inclinação da curva de juros”, sustenta.

“Mas, se as preocupações do Copom fossem essas, não estaríamos em um sistema de metas de inflação.” Foco de parte dessa discussão, o dólar comercial fechou ontem em novo recorde, ao encerrar o dia a R$ 4,3269 (0,10%), num movimento que deixou o real na contramão do bom desempenho de outras divisas emergentes.

Ferman também considera polêmicos os argumentos de membros do colegiado preocupados com uma aceleração da inflação mais forte que o previsto. Essa visão, acredita, baseia-se em “conjecturas” sobre o nível de ociosidade da economia e a força da transmissão da política monetária, sem uma sustentação empírica.

 

Juro futuro de curto prazo registra mínima histórica após ata do Copom

Com o cenário para a inflação em níveis ainda mais benignos e a perspectiva de uma Selic em níveis baixos por um período prolongado, os juros futuros encerraram o pregão regular desta terça-feira (11) em queda em toda a curva a termo, com destaque para a redução de prêmio de risco mais pronunciada nos vértices intermediários e longos. O ambiente para essa aposta veio, principalmente, da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deu mais informações sobre a sua pausa no ciclo de flexibilização monetária.

Assim, no fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 cedeu de 4,27%, no ajuste anterior, para 4,235%, nova mínima histórica de fechamento; a do DI para janeiro de 2022 caiu de 4,93% para 4,87%; a do contrato para janeiro de 2023 passou de 5,52% para 5,44%; e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 6,15% para 6,08%.

Os membros do Copom estão pouco propensos a aplicar reduções adicionais na Selic no curto prazo. É o que indica a ata do último encontro do colegiado, na interpretação do economista-chefe da Mauá Capital, Alexandre Ázara. No entanto, ele afirma que há elementos no cenário econômico que também favorecem uma expectativa de juros baixos por mais tempo. Ázara nota a leitura do Copom de que as medidas de inflação subjacente estão em níveis compatíveis com o cumprimento da meta e de que há riscos de uma política mais potente, que pode fechar o hiato do produto mais rapidamente.

Assim, o economista-chefe da Mauá Capital avalia que “o sarrafo para novos cortes parece muito alto”, mesmo com espaço para medidas adicionais de afrouxamento. “Como eu acho que a inflação está baixa no núcleo e que o hiato é um pouco maior que métodos tradicionais mostram, eu adotaria mais queda da Selic, mas eles não acham isso”, explicou Ázara. Permanece, então, a leitura de taxas de juros em níveis baixos e por mais tempo.

O economista-chefe da Macro Capital, Thiago Pereira, afirma que a ata dá aval a essa perspectiva e ressalta que há “pouca chance” de um corte no juro básico nas próximas reuniões do Copom. “Os diretores vão olhar as defasagens e o impacto na economia e eles se mostram confiantes de que os estímulos terão impacto no crescimento.” Assim, a Macro Capital espera que a Selic se mantenha inalterada em 4,25% por um período prolongado, até que tenha início uma normalização da política monetária no próximo ano, mas em nível bastante gradual.

O mesmo cenário é observado pelo economista-chefe da Guide Investimentos, João Maurício Rosal. Para ele, contudo, com o Copom reafirmando que continua dependente de dados, o próximo passo “ainda não foi acertado”. Assim, surpresas na divulgação de indicadores econômicos podem mudar o cenário de Selic inalterada ao longo deste ano, “embora com baixa probabilidade”.

Na visão de Rosal, “para o BC mudar seu plano de ação, choques significativos devem deslocar a economia para longe do cenário de referência do Copom”. Predomina, assim, a continuidade do cenário de juros baixos, principalmente diante das leituras mais fracas de inflação. Durante a madrugada, a Fipe informou que a inflação na cidade de São Paulo ficou em 0,19% na primeira quadrissemana de fevereiro, o que indica perda de fôlego em relação à leitura cheia de janeiro (0,29%).

Já a FGV apontou que o IGP-M mostrou estabilidade de preços na primeira prévia de fevereiro, enquanto no mesmo período de janeiro o índice estava em 0,67%. Dados da B3 apontam que, na segunda (10), os investidores estrangeiros reduziram a posição líquida comprada em taxa de juro (aposta na alta das taxas) em 76.248 contratos, para 3.115.673 contratos em aberto. Já os investidores locais elevaram as posições líquidas vendidas em taxa, que podem indicar aposta em corte no juro, em 42.239 contratos, para 4.275.152 contratos em aberto.

 

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