Quinta-feira

ESTADÃO

Diagnóstico de ministério do Minha Casa aponta necessidade de mais R$ 8 bi para obras em 2020

 Um diagnóstico feito em março pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) calculava a necessidade de R$ 8 bilhões adicionais apenas em 2020 para que a pasta pudesse retomar obras paradas e ajudar na retomada da atividade econômica após o pico da crise provocada pelo novo coronavírus. A estimativa inclui R$ 3,1 bilhões que seriam destinados à implementação do novo programa habitacional do governo federal.

A pasta é uma das envolvidas no "Plano Pró-Brasil" de investimentos em infraestrutura para impulsionar o crescimento econômico após o pico da pandemia da covid-19.

Como antecipou o Estadão/Broadcast, a reformulação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida deve focar num amplo esforço de regularização e titularização fundiária. A ideia do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, é fazer um mapeamento de casas que já existem em áreas que sejam regularizáveis e conceder o título da propriedade e do terreno.

O governo cobriria os custos dessa operação, numa articulação com prefeituras, e também daria recursos para a família reformar a casa ou construir um cômodo (como banheiro, por exemplo) para tornar a habitação adequada à moradia.

Segundo ofício encaminhado ao Ministério da Economia no mês passado, o novo programa beneficiaria 804 mil famílias, gerando 47.225 empregos diretos e indiretos. Já a retomada de obras inacabadas do Minha Casa, Minha Vida poderia viabilizar a entrega de 100 mil unidades habitacionais, com geração de cerca de 210 mil novos empregos.

Na gestão de recursos hídricos, o MDR pediu R$ 1,6 bilhão para o Programa de Integração do Rio São Francisco (PISF) e para a construção de barragens e recuperação de adutoras nos estados do Nordeste.

A pasta solicitou ainda um crédito adicional de R$ 1,2 bilhão para retomar todas as obras de mobilidade e de desenvolvimento regional e urbano paradas ou prontas para iniciar, “permitindo o aquecimento de diversos setores da indústria, de serviços e da construção civil, de pequenas a grandes cidades”. As iniciativas incluiriam obras de pavimentação de vias urbanas, drenagem de águas pluviais, implantação de novas linhas de metrô, novos corredores de ônibus, implantação de novos perímetros de irrigação, entre outras iniciativas.

O MDR pediu ainda R$ 867,4 milhões para obras em saneamento. Com esses recursos, segundo o documento, seria possível desenvolver 411 empreendimentos em mais de 200 municípios, beneficiando 2.789.606 famílias.

“Caso confirmada a necessidade de medidas à retomada da economia, a disponibilização orçamentária de mais R$ 8 bilhões para atender às necessidades mencionadas acima e aquelas relativas à defesa civil teriam efeitos significativos na geração de emprego e renda”, diz o ofício assinado por Marinho.

 

VALOR

Dólar tem nova máxima histórica e fecha perto de R$ 5,41

O dólar comercial encerrou em forte alta nesta quarta-feira, se ajustando a uma piora do cenário exterior após o feriado de Tiradentes, de um lado, e refletindo apostas mais agressivas de um corte na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), de outro. No fim do pregão, a moeda americana era negociada a R$ 5,4092. A alta de 1,91% foi a maior registrada desde o último dia 27, quando o dólar subiu 2,10% no Brasil. É também o nova máxima histórica do Plano Real.

O recorde anterior foi alcançado em 3 de abril, quando a taxa de câmbio chegou a R$ 5,3274. Ainda refletindo o ajuste de feriado, a alta do dólar no Brasil também foi a maior entre as 33 divisas mais líquidas do mundo, bem superior ao avanço de 1,21% visto contra a coroa norueguesa, esta também fortemente correlacionada com os destinos da commodity energética.

Embora tenha vivido um pregão de recuperação, o petróleo acumula perdas de cerca de 40% apenas em abril. Internamente, pesou também a mudança de comunicação do Banco Central dos últimos dias, que fez investidores reforçarem a crença em um corte mais agressivo da Selic - segundo a Quantitas, a curva de juros embute uma chance 95% de redução de 0,75 ponto no próximo encontro do Copom. ”O mercado acabou internalizando as falas dos dirigentes do BC de que situação do Brasil está bastante complicada, mas agora existe maior clareza para definir a direção da política monetária. Com um horizonte maior, há espaço para ser mais agressivo sobre juros”, diz Victor Beyruti, economista da Guide.

"Com as projeções para o PIB afundando, é pouco surpreendente que a autoridade monetária volte a cortar juros na próxima reunião", nota a analista de câmbio para América Latina do Commerzbank, You-Na Park-Heger. A profissional nota, por outro lado, que uma fonte de pressão adicional sobre o câmbio no Brasil pode vir através da PEC do "Orçamento de Guerra", que dá poderes ao BC para comprar títulos. Caso use os poderes para diminuir a inclinação da curva de juros locais, diz, a autoridade monetária deve contribuir para achatar diferencial de juros do Brasil com o exterior. Paralelamente, investidores locais seguem acompanhando o noticiário sobre o coronavírus.

Para o Mizuho, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dar autonomia a Estados para decidirem sobre tempo de quarentena significa que o país deve permanecer isolado por pelo menos mais um mês. Dessa forma, o banco revisou novamente a expectativa para o PIB do Brasil, que passou a -1,5% para -3,3%. Com uma expectativa de retomada apenas no terceiro trimestre, a projeção agora é que a taxa de desemprego chegue a 14%.

 

Fitch revê projeção para PIB do Brasil neste ano para queda de 4%

A Fitch revisou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de queda de 2% para baixa de 4%. Segundo a agência de rating, a queda nos preços das commodities, saídas de recursos estrangeiros e uma menor flexibilidade de políticas econômicas estão exacerbando o impacto de medidas de contenção do coronavírus em países como Brasil, México Rússia, África do Sul e Turquia. “Com China e Índia provavelmente com crescimento inferior a 1% neste ano, agora esperamos contração dos países emergentes em 2020 (-0,5%), um acontecimento sem precedentes desde pelo menos a década de 1980”, diz a Fitch.

No caso brasileiro, a Fitch estima queda anual de 0,3% no PIB do primeiro trimestre, recuo de 6,3% no segundo, baixa de 5,4% no terceiro e contração de 4,1% no quarto. Para 2021, a classificadora de risco estima que o PIB brasileiro avance 3%. Ainda assim, o desempenho médio entre 2014 e 2021 ficaria em 0,7% de baixa ao ano. Para outras variáveis macroeconômicas, a Fitch prevê inflação de 2,8% no Brasil em 2020, com a Selic terminando o calendário em 2,75% e o câmbio a R$ 4,80. Para o fim de 2021, a inflação seria de 3,5%, com os juros básicos em 4% e o dólar a R$ 4,50. A Fitch ressalta que a economia global deve ter uma contração de 3,9% este ano, uma recessão sem precedentes no período pós-guerra e duas vezes mais severa que a crise financeira global de 2008/09.

“Isso significa uma queda de US$ 2,8 trilhões nos níveis de renda globais, em relação a 2019, e uma redução de US$ 4,5 trilhões em comparação às nossas projeções para 2020 de antes da pandemia de coronavírus”. Nas previsões da agência, o PIB dos Estados Unidos deve encolher 5,6% neste ano, com a China crescendo 0,7% e a zona do euro contraindo 7%. Na Europa, os piores desempenhos devem ser de Itália (-8%), Espanha (-7,5%) e França (-7%).

 

Em nova rodada de revisões, Citi, Fibra e Fitch pioram previsão para o PIB

Em meio às incertezas sobre o tamanho do impacto da crise do coronavírus, três instituições financeiras divulgaram hoje previsões de um cenário mais sombrio para a economia brasileira neste ano. As revisões apontam para um tombo de até 6% no PIB. Para o banco Fibra, as medidas de distanciamento social adotadas com a intenção de retardar a propagação da doença devem ter impacto “enorme” na demanda agregada e provocar uma forte queda da atividade, em especial no segundo trimestre. A projeção de PIB foi revisada de uma queda de 2,5% para -6% em 2020.

Em relatório enviado a clientes, os economistas Cristiano Oliveira e Ágila Cunha escrevem que a estimativa para a intensidade da queda da atividade é função da duração do distanciamento social; do impacto mitigador das ações do governo via política fiscal e do ritmo de recuperação da atividade quando os diversos setores da economia voltarem a operar.

O Fibra espera um retorno gradual em junho, mas vê a economia “normalizada” apenas entre agosto e setembro. “Estimamos que a queda do PIB no segundo trimestre será mais intensa do que a prevista anteriormente e que a recuperação do terceiro trimestre será em ritmo ainda menos acelerado”, dizem os economistas.

Nas contas do banco, o primeiro trimestre enfrentará uma contração de 1,2% e o período entre abril e junho sofrerá uma retração de 8,5%. Para 2021, o Fibra espera um crescimento de 2,3% para a economia, “mas reconhecemos vetores de alta (estímulos fiscais e monetários, além da maior expansão global) e vetores de baixa (sobretudo os relacionados a ruídos políticos potenciais)”

Choque duplo

Os economistas do Citi Brasil avaliam um impacto expressivo da combinação de um choque de oferta e de demanda no PIB. Nesse cenário, a economia brasileira deve ter uma contração de 4,5% em 2020, e não mais de 1,7%, como projetado anteriormente. “Os casos do novo coronavírus no Brasil, assim como as medidas de distanciamento social, têm implicado em um enorme choque negativo de oferta. A perda de empregos, a menor confiança e o colapso das exportações adicionam à equação um choque negativo na demanda. Quando combinados, esses dois efeitos implicam em uma deterioração sem precedentes da atividade econômica, desencadeando ajuste em nossa previsão de crescimento”, escrevem os economistas Leonardo Porto e Paulo Lopes em relatório enviado a clientes.

Além desses fatores, a Fitch destaca o impacto da queda nos preços das commodities, da saída de recursos estrangeiros e de uma menor flexibilidade de políticas econômicas no Brasil e países como México, Rússia e África do Sul. A agência de classificação de risco revisou a projeção para o PIB brasileiro de queda de 2% para baixa de 4% neste ano. “Com China e Índia provavelmente com crescimento inferior a 1% neste ano, agora esperamos contração dos países emergentes em 2020 (-0,5%), um acontecimento sem precedentes desde pelo menos a década de 1980”, diz a Fitch.

As revisões começam também aparecer no compilado de estimativas feito pelo Banco Central semanalmente. As projeções coletadas no Boletim Focus indicam que a economia terá um tombo de 2,96% neste ano, de acordo com a mediana das previsões. Para 2021, a expectativa é de um crescimento de 3,1%, segundo o relatório.

 

Curva precifica 80% de chance de corte de 0,75 ponto na Selic

O mercado de juros continuou a digerir sinais de mudança na comunicação do Banco Central nesta quarta-feira e já precifica, no total 1 ponto percentual de corte na Selic neste ano. Decisões extraordinárias de outros bancos centrais também colocam pressão, o que é visto nos juros de curto prazo.

As taxas curtas testaram mínimas históricas logo na abertura, enquanto as mais longo prazo deixaram as mínimas do dia diante do avanço do dólar, que encosta em R$ 5,40. Por volta de 13h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 cedia de 2,83% no ajuste anterior para 2,68%; a do DI para janeiro de 2022 recuava de 3,37% para 3,22%; a do contrato para janeiro de 2023 caía de 4,37% para 4,22%; a do DI para janeiro de 2025 ia de 5,96% para 5,84%; e a do contrato para janeiro de 2027 passava de 6,83% para 6,74%. Nos cálculos do Haitong, a curva a termo precifica, neste momento, cerca de 80% de chance de uma queda de 0,75 ponto na Selic em maio e 20% de possibilidade de uma redução de 0,50 ponto.

“Antes mesmo dessa mudança no tom do BC, nós já considerávamos que a comunicação anterior dava espaço para novos cortes. O cenário para os juros está mais aberto e de difícil antecipação. Não mudamos nossa projeção ainda e acreditamos que uma redução de 0,50 ponto em maio continua válida. No entanto, a forma como o BC vai escolher a trajetória é mais complexa. Pode esperar junho para decidir cortar mais 0,50 ponto da taxa ou pode optar por antecipar o processo e reduzir a taxa para 2,75% já agora”, afirma Flavio Serrano, economista-chefe do Haitong.

Ele, contudo, observa que a decisão da autoridade monetária não será trivial. “Somente com a expectativa do BC acelerar o ritmo de cortes, o dólar já beira R$ 5,40. Eu optaria por uma redução de 0,50 ponto ou de, no máximo, 0,75 ponto. Talvez seguir cortando de pouco em pouco seja mais eficiente neste momento”, diz Serrano.

Decisões de outros bancos centrais de mercados emergentes têm pressionado por uma decisão mais enérgica por aqui. Na semana passada, o Banco da Reserva da África do Sul surpreendeu ao reduzir o juro básico de forma emergencial em 1 ponto percentual, para 4,25%. Ontem, foi a vez do Banco do México realizar um corte surpresa na taxa de 0,50 ponto, para 6%. Hoje, o banco central da Turquia surpreendeu com uma queda de 1 ponto no juro de referência, para 8,75%.

 

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