Quinta-feira

VALOR

TLP sobe há 5 meses e atinge maior nível desde agosto de 2019

Enquanto a taxa Selic, referência de curto prazo na economia, está em queda e atinge as mínimas históricas, a Taxa de Longo Prazo (TLP), referência para os empréstimos do BNDES, sobe há cinco meses consecutivos. Para os contratos a serem assinados em maio, sua parcela fixa atingiu 2,12% ao ano, maior nível desde agosto de 2019. A TLP é formada pela média trimestral de taxas dos títulos atrelados à inflação com prazo de cinco anos. Além da parcela fixa, que em dezembro do ano passado havia chegado ao piso da série, em 1,68%, ela é corrigida pela inflação.

O movimento recente encarece as operações de crédito do BNDES, justamente em um momento no qual os bancos privados se retraem para seus clientes. A alta reflete a turbulência no mercado, que elevou as taxas de juros futuras, incluindo os títulos atrelados à inflação (NTN-B) com prazo de cinco anos, que a referenciam.

Uma fonte da área econômica aponta que a TLP mais alta significa que o financiamento a prazos mais longos, que reflete mais os fundamentos da economia, está mais caro. “E qual a preocupação com estes fundamentos que está levando ao encarecimento das operações de prazos mais longos? Essencialmente como será endereçado o custo fiscal do combate à pandemia”, diz.

Para a fonte, a resposta da TLP está adequada, por dois motivos. Do ponto de vista financeiro, a TLP estaria refletindo o “preço certo”. “Em um modelo antigo, a TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo, antecessora da TLP] distorcia o preço, sinalizava juros mais baixos, que viabilizavam empreendimentos ineficientes, às custas de um subsídio implícito”, comenta.

O outro motivo é fiscal. “Está correto também. Num modelo de TJLP, ou subsídio de taxa, estaríamos pagando, via subsídio para distorcer o mercado, e pior, aprofundando o problema que é justamente a razão da alta da ponta longa da curva: o desequilíbrio fiscal. Entraríamos num círculo vicioso”, acrescentou.

Por isso, avalia, o quadro não demanda medidas para alterar a TLP, pois o governo está atuando onde precisaria, tentando suprir crédito de curto prazo diante da parada repentina. “Subsídio de taxas é um instrumento que não tem a simpatia desta equipe: é pouco transparente, distorce preços relativos, tira potência da política monetária e aprofunda desequilíbrio fiscal. Seria o instrumento errado”, disse.

O presidente da Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES), Arthur Koblitz, tem opinião diferente. Ele lembra que, à época em que a TLP estava sendo discutida, a entidade sugeriu que o Conselho Monetário Nacional (CMN) tivesse a prerrogativa de estabelecer algum tipo de redutor para a taxa, de forma a conter suas elevações e viabilizar crédito na economia em situações de crise.

“Nossos pontos eram que taxa seria pró-cíclica e dificultaria ação do banco em momentos de crise. E é exatamente o que está ocorrendo agora. O governo não tem nenhuma margem para ação discricionária. A formação de taxa de juros com custo de referência da NTN-B amarrou o BNDES”, disse Koblitz.

“É prioritária a revisão da TLP para enfrentar a crise.” Para ele, o governo poderia estabelecer redutores para financiamentos em operações prioriárias, como infraestrutura e micro e pequenas empresas. “A TLP faz diferença para programas de infraestrutura. O banco já tem que pensar na retomada.”

O professor Fábio Terra, da Universidade Federal do ABC, aponta que a TLP faz um movimento esperado para quando há estresse no mercado taxas de juros. “O contexto é esse. Mas a análise é que a economia tem problema com isso. Se é preciso financiar investimentos e a TLP é taxa para isso, o que se tem é um desestímulo ao investimento.”

Ele reconhece que, de forma geral, nesse contexto de pandemia e paralisação de atividades, os investimentos são pouco sensíveis aos juros. “Mas alguns setores podem funcionar, como a construção civil, a infraestrutura, e podem acabar tendo desestímulo com a alta da TLP. Há uma vasta parcela ao investimento que não será sensível, mas alguns setores amplamente empregadores serão”, defendeu.

O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e conselheiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, avalia que é praticamente impossível mudar a fórmula da TLP, pois isso demandaria subsídios. Na sua visão, isso nem seria conveniente, dadas as condições fiscais do país. Ele também diz que, mesmo com juros menores no BNDES, haveria dificuldade de se fazer chegar o crédito na ponta, porque as instituições repassadores estão avessas ao risco e empoçariam o dinheiro.

“A taxa longa só vai cair se governo fizer tudo certo, reformas. A TLP é boa para longo prazo. Hoje está mais alta que a taxa Selic, mas qualquer coisa que se faça é subsídio, alguém tem que pagar”, disse. José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, por sua vez, avalia que a TLP foi um dos maiores erros cometidos pelo governo Temer. Para ele, esse desenho “quebrou as pernas” do BNDES, que seria importante nesse momento de crise severa e necessidade de se fazer o crédito chegar na ponta.

 

Com estratégias falhas e divergência política, Brasil sofre mais, diz Parnes

No enfrentamento da covid-19, o Brasil reúne o pior de duas estratégias: não consegue controlar a pandemia, enquanto a atividade econômica cai acentuadamente - e, sem coordenação política, não pode pensar em uma reabertura, avalia Beny Parnes, sócio da SPX Capital e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central. Parnes, que participou da Live do Valor ontem, afirma que o país não foi capaz de fazer um “lockdown” (restrição mais severa do deslocamento e de atividades) perfeito.

“A infecção continua se disseminando, com risco até de piorar”, diz. Ao mesmo tempo, “a economia continua afundando”, ele afirma. “A gente nem conseguiu fazer o isolamento e nem conseguiu não fazer o isolamento, é um mistério da natureza. A economia caiu e não conseguimos fazer a curva [de propagação da doença] achatar.” A elaboração de políticas econômicas capazes de responder aos desafios requer consensos políticos, mas “está uma confusão danada”, diz Parnes.

“Estamos vivendo uma dissensão institucional que eu não esperava”, afirma, referindo-se aos atritos entre os três Poderes. Sem consenso político e ações afinadas entre o governo federal, Estados e municípios, não é possível pensar em uma retomada das atividades, por exemplo. “A descoordenação leva a que a gente fique completamente paralisado”. E, com a falta de diálogo, “a gente vai sofrer muito mais do que está sofrendo desnecessariamente”, afirma Parnes. Soma-se a isso o elevado grau de incerteza sobre as economias no pós-pandemia. “Não está sob nosso controle, está sob o controle da evolução do vírus, ela que vai levar a ações e reações de política econômica”, diz.

Mesmo em países que parecem já ter passado pelo pior na crise de saúde e que contam com mais espaço para expansão monetária e fiscal, como a China, o que se vê é uma demanda que não se recupera tão rápido como esperado, observa Parnes.

Para o Brasil, ele diz não enxergar, como alguns economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) contraindo-se em patamares de 7% a 10% neste ano. Por ora, a SPX trabalha, com um número mais entre -5% e -6%. Um contraponto favorável seria o crescimento das exportações brasileiras, impulsionadas pelo agronegócio, diz Parnes. Ainda assim, ele afirma que “a economia entrou em colapso” no país.

No campo monetário, com juros e inflação baixos, e no do sistema financeiro, que é sólido, o Brasil vai bem. O problema fiscal, no entanto, é “muito sério”, diz o economista. “Partimos de uma dívida/PIB muito elevada e vamos levar ao extremo”, afirma, acrescentando que essa relação deve chegar a 93% no fim do ano. Em 2019, fechou na casa de 76% do PIB. A combinação de juros muito baixos com um horizonte fiscal delicado prescreve cautela e atenção na condução da política monetária, com a possibilidade de cortes de juros se tornarem contraproducentes, avalia Parnes.

Até agora, o quadro não é esse, e a flexibilização monetária não contaminou as expectativas de inflação, ele afirma. “O meu medo é quando começa a misturar muita coisa: juro muito baixo, com taxa de juro real muito baixa e que não reflita o verdadeiro risco que nós temos, que é fiscal, fiscal e fiscal”, afirma Parnes.

Nesse sentido, o economista diz estar num “campo mais gradualista” ao comentar os rumos da política monetária no país. Embora as expectativas de inflação estejam sob controle, a capacidade ociosa da economia seja elevada e a atividade caminhe para uma recessão - elementos que podem favorecer cortes da Selic-- há dúvidas sérias a respeito do endividamento público. “Temos uma trajetória da dívida que não é sustentável e que tem que ser endereçada, acho que isso aí pode ser alguma confusão”, afirma.

Ele ressalta que é difícil fazer previsões sobre o “timing” de impacto da questão, mas acrescenta que “é uma coisa um pouco delicada e a que se deveria prestar uma atenção”. Além disso, ele prossegue, é necessário acompanhar o comportamento do câmbio, já que com juros muito baixos é natural investidores no Brasil buscarem ativos no exterior, com a saída de recursos acentuando a desvalorização do real. É o “dilema equilíbrio interno-externo”, diz Parnes, em que a queda dos juros, por outro lado, ajuda o ambiente doméstico - embora “cada vez menos”, na sua opinião.

Estimar o momento e o ritmo de retomada das economias não é tarefa simples, e sobretudo no caso brasileiro. “Vai depender de como as coisas vão evoluir no curto prazo. Minha visão pessoal é que estamos pensando em contra-atacar quando ainda estamos sendo atacados. Em que pese os esforços incríveis do ministro da Fazenda e da área médica, não estamos conseguindo estabilizar a situação", afirma.

 

Bancos propõem alteração em linhas de crédito

O governo estuda editar mais medidas para melhorar a oferta de crédito na economia. Uma das propostas feitas pelos bancos e que está sendo analisada pelo Banco Central é a do refinanciamento de parcelas já pagas do crédito imobiliário. Outra é o aumento do faturamento, hoje limitado a R$ 10 milhões, das empresas que têm acesso ao financiamento da folha de salários. Esse valor poderá aumentar em até quatro ou cinco vezes, para melhor atender à demanda no período de calamidade pública por força da pandemia.

O refinanciamento das parcelas já pagas do crédito habitacional pode colocar um bom dinheiro nas mãos das pessoas físicas e essa é uma medida que deverá ser anunciada em breve. Os empréstimos para financiar a folha de salário não tiveram muita procura.

Criada por sugestão os bancos, essa linha que poderia chegar a RS 40 bilhões, com o risco dividido entre o Tesouro Nacional, que arca com 85% e os bancos, com 15%, tem até o momento apenas R$ 1,49 bilhão alocados em 50.099 contratos. Segundo informações colhidas junto às instituições financeiras, o financiamento para cobrir a folha de salários não foi muito bem recebido pelas empresas porque elas teriam que se comprometer em não demitir por alguns meses.

Sem ter uma exata noção do futuro, as empresas temiam por ficar com uma dívida e não ter como cortar custos. Além do que, o valor do crédito disponível foi super dimensionado e, também, porque vários tomadores não tinham certidão negativa de débito (CND). Por força do ofício, os bancos tem que ter cautela para assumir riscos por que, afinal, eles lidam com dinheiro dos depositantes.

A inadimplência está subindo e vai subir mais, segundo fontes da área financeira, exigindo mais provisionamento. Grandes empresas do setor automobilístico procuraram os bancos para obter financiamentos, mas sem garantias pois a matriz não autorizou a essas companhias multinacionais conceder garantias. Talvez haja cautela excessiva por parte do sistema bancário, mas há, também, certa má vontade por parte da sociedade com este setor.

Os lucros parecem por demais exorbitantes advindos do elevado custo do dinheiro. E mesmo agora, com a taxa básica de juros (Selic) no seu patamar mais baixo, de apenas 3% ao ano, os bancos continuam cobrando juros de três dígitos para certos segmentos tais como cheque especial e cartão de crédito. Isso, associado a queixas de empresas que não conseguiram tomar crédito, inspirou alguns senadores a patrocinar uma pauta “bomba” para o sistema financeiro, que não estaria colaborando a contento na crise do coronavírus.

Dessa pauta constam desde o tabelamento dos juros em 20% ao ano para cartão de crédito e cheque especial; elevação da alíquota de 20% para 50% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos; suspensão da cobrança do crédito consignado, dentre várias outras. São medidas duras que, inclusive, ferem a Constituição de 88 na avaliação de fontes do setor.

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, questionado sobre a reação do Senado, disse que via tal atitude com grande “frustração”, pois, “talvez por ingenuidade minha, pensei que nesta crise -- que não foi produzida pelo sistema financeiro - pudéssemos ser vistos de uma forma diferente, sermos menos atacados”.

Isto porque “o papel dos bancos na superação da crise deverá ser muito importante” e há, garante ele, “uma total convergência de interesses entre os bancos e os seus clientes”. Ou seja, não interessa aos agentes financeiros criar mais dificuldades para a sua clientela. Interessa, sim, que as empresas tenham equilíbrio financeiro até para que paguem os empréstimos já tomados.

Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre os dias 16 de março, quando começou o isolamento social, até 30 de abril foram R$ 472,6 bilhões entre contratações, renovações e suspensão de parcelas. Desse total, R$ 326,8 bilhões representaram novas contratações de crédito que somados a R$ 49 bilhões em parcelas suspensas, significaram uma injeção de R$ 367,6 bilhões de dinheiro novo na economia.

Comparados à média por dia útil com igual período de 2019, isso significou um crescimento de 75,5%, por conta da crise, além de um fato anterior que foi a secagem de linhas de financiamento externo ao país. No início da crise, as empresas de grande porte correram aos bancos em busca de liquidez, mas atualmente a própria demanda por crédito já começa refluir.

Nesse processo o Itaú Unibanco reduziu de 13,5% para 12% a relação do capital sobre o total de ativos ponderado pelo risco, citou Bracher. O que ainda é um indicador bem confortável tendo em vista que a recomendação de Basileia é de 9,5%. O alto provisionamento por perdas esperadas tanto no Itaú quanto no Bradesco pode ser visto como zelo, “mas não excesso de zelo”, disse. O nível de capital dos bancos está em queda com o provisionamento em alta e, consequentemente, a própria capacidade de emprestar vai se reduzindo.

 

Brasil e México levarão mais tempo para retomar economia, diz J. P. Morgan

O Brasil e o México são os países da América Latina que levarão mais tempo para normalizar a atividade econômica após a pandemia da covid-19, segundo o J.P.Morgan, em relatório sobre estratégia de investimentos em ações. No relatório, os analistas Emy Shayo Cherman, Nur Cristiani, Diego Celedon e Pedro Martins Junior comentam que a atividade econômica começa a se recuperar após muitas semanas de paralisia completa e, assim, é importante dimensionar qual país poderá reabrir de maneira organizada primeiro.

O Chile é o melhor preparado para relaxar o isolamento frente aos outros. Na sequência aparecem Peru, Argentina e Colômbia. Segundo a equipe do J.P.Morgan, o fim do isolamento social e retomada da economia são indicadores importantes de desempenho no médio prazo. “A covid-19 está se tornando uma questão cada vez mais importante de monitorar na América Latina. Enquanto o continente está em lockdown há praticamente dois meses, ainda é difícil identificar quando e como será o fim das regras de bloqueio/isolamento social”.

O Chile, segundo o banco, possui os melhores números que indicam a saída mais cedo, como 17,8 vagas de UTI para cada 100 mil habitantes, contra 8,5 do Brasil e 3,2 do México. O Chile também realiza 14,683 mil testes da covid-19 para cada um milhão de habitantes, contra 1,597 mil testes no Brasil e 1,016 mil no México.

O banco também menciona que os casos no México sobem 31,4% semanalmente e 46,8% no Brasil, e que brasileiros e mexicanos “não gostam de ficar em casa”, com a mobilidade diminuindo apenas 30%. A pandemia também foi a responsável pela queda da popularidade do presidente mexicano e com alto apoio da população ao isolamento, enquanto no Brasil a popularidade do presidente permanece relativamente estável e o apoio ao isolamento é o mais baixo da América Latina.

 

FOLHA

Equipe de Guedes teme paralisia da economia e crise social a partir de julho

O ministro Paulo Guedes (Economia) autorizou a apresentação da conta da quarentena. Ele planeja uma retomada controlada das atividades para evitar o mergulho do país no caos social em julho.

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, divulgou nesta quarta-feira (13) uma projeção de queda de 4,7% no PIB (Produto Interno Bruto). Antes, havia previsão de alta de 0,02%.

Nota técnica do órgão estimou que cada semana de isolamento impediu o país de produzir R$ 20 bilhões em riquezas. Se confirmado, será o maior recuo do PIB desde 1901, segundo dados do IBGE.

Nesse cenário, há uma mudança de discurso no time de Guedes de afrouxamento das medidas de isolamento social. A guinada vai ao encontro das declarações do presidente Jair Bolsonaro.

Diferentemente do chefe, o ministro havia apoiado o confinamento como forma de conter o avanço do coronavírus. As medidas em estados e municípios já perduram dois meses.

Agora diversos fatores levam a equipe de Guedes a prever que a economia entrará na UTI com as atividades paradas. A deterioração comprometerá o bem-estar da população a partir do segundo semestre.

Na avaliação dos técnicos, como continuam de portas fechadas, empresas de pequeno porte passaram dois meses sem acesso ao crédito diante das dificuldades do governo em estruturar mecanismos de garantias para os empréstimos.

Segundo dados internos da pasta, essas companhias registram um índice de falência sem precedentes. Elas respondem por mais de 80% dos postos formais de trabalho.

Projeções da Economia com base nos dados do seguro-desemprego indicam que, por enquanto, as demissões decorrentes da crise gerada pelo coronavírus representaram menos de 800 mil postos.

No entanto, a avaliação é a de que poderá superar 5 milhões até o fim do ano se a paradeira for prolongada nos estados e municípios. Essas empresas são as grandes empregadoras, especialmente nas regiões mais afastadas do país.

A preocupação de Guedes é que não haverá dinheiro disponível no caixa se, após junho, for preciso renovar o prazo das políticas emergenciais de socorro à população e empresas.

Os gastos da União com a pandemia, incluindo a ajuda de R$ 600 para os trabalhadores informais, já levam o Orçamento deste ano para um déficit de R$ 600 bilhões.

Até o momento, o governo conseguiu minimizar o aumento do desemprego formal com uma medida provisória que autorizou a redução de jornada e de salário por três meses.

Muitos setores pedem que essa política seja renovada para até o fim do ano. Sachsida rejeita prorrogação e diz que uma ampliação no período de restrições elevará as perdas da economia.

A projeção considera que quanto maior o prazo de isolamento, maior o número de falências e demissões. A medida também amplia o endividamento corporativo.

"Essa nota não tem conotação de crítica sobre as políticas de isolamento social", disse Sachsida. "[Essa nota] foi feita exclusivamente para mostrar o custo econômico dessas políticas e fazer as estimativas para o PIB."

Assessores de Guedes disseram que o cálculo das perdas com o isolamento estava pronto há semanas. Porém, Guedes preferiu segurá-lo para não parecer que estava defendendo a economia em vez da saúde.

Essa "primeira onda" do coronavírus, como Guedes chama a quarentena, levou o governo a liberar recursos para evitar desemprego e manter as pessoas em casa. Com isso, a dívida pública baterá em 90% do PIB neste ano.

A equipe econômica preparou medidas como a do corte de jornada e de salários, direcionou recursos para o crédito corporativo, abriu mão de receitas (taxas, impostos e contribuições) para tentar evitar que uma contaminação em massa levasse ao colapso do sistema público de saúde.

Nesse período, Bolsonaro defendeu a retomada das atividades minimizando os efeitos do coronavírus.

Esse posicionamento deflagrou uma disputa política com governadores e prefeitos, que, em diversos casos, ignoraram o decreto federal que ampliou a lista de serviços essenciais.

Na semana passada, o presidente se aproveitou da visita de representantes da indústria no Palácio do Planalto para pressionar o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli.

Depois de ouvir dos empresários que a economia parou e que os efeitos seriam danosos, Bolsonaro solicitou uma audiência surpresa à corte.

Ele levou os empresários para tentar dividir com Toffoli o ônus da crise. Durante a visita, os representantes de 15 setores da economia afirmaram a Toffoli que estão prontos para a retomada.

Eles disseram que conseguiriam voltar às atividades com protocolos seguros de saúde.

O presidente do Supremo pediu responsabilidade. Ele propôs a criação de um comitê envolvendo todos os Poderes, inclusive entes federados –estados e municípios.

Na conversa, Guedes disse que o pulso da economia estava fraco e que corríamos o risco de "virar uma Venezuela" se o isolamento persistir por mais tempo.

Nos bastidores, o chefe da Economia avalia propor que o grupo proposto por Toffoli possa discutir um programa de "retomada controlada". A medida valeria para setores aptos, como montadoras e indústrias.

O controle seria garantido por um protocolo a ser definido pelo Ministério da Saúde com os procedimentos necessários (adaptações de linhas de montagem, como distanciamento entre funcionários) para evitar contágios. Para isso, seriam exigidos testes em massa.

Outra ideia em curso seria retirar a população que faz parte do grupo de risco, como idosos, da casa desses trabalhadores, especialmente os mais carentes.

Pessoas que participam das discussões na Economia afirmam que uma proposta em análise na Casa Civil prevê seleção de idosos, especialmente nos grandes centros urbanos, e transferência para hotéis que, neste momento, estão fechados.

A organização dessa força-tarefa ficaria a cargo do Exército.

 

Coronavírus altera consumo e economia desaba em março

As vendas do comércio tiveram o pior desempenho para um mês de março desde 2003. O setor de serviços teve queda recorde. O recuo da produção industrial só não foi maior do que o período da greve dos caminhoneiros de 2018.

Os indicadores divulgados nas últimas semanas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam que, em apenas duas semanas de março, a pandemia do novo coronavírus teve fortes impactos sobre a atividade econômica brasileira.

O mercado espera que abril traga números ainda piores, com o agravante de que os efeitos no emprego devem ser maiores, afetando a renda da população e, assim, o ritmo de retomada econômica após a pandemia.

Nesta quarta (12), o IBGE divulgou o resultado das vendas do comércio durante o mês. O recuo de 2,5% foi o maior dos últimos 17 anos. Considerando o chamado "varejo ampliado", que inclui vendas de automóveis, a queda chegou a 13,7%.

Os números do varejo reforçam um cenário já percebido nos dados da indústria, que recuou 9,1% em março, e foram piores inclusive do que durante as duas semanas da greve dos caminheiros, em maio de 2018. Naquela ocasião, ao contrário de agora, comércio e serviços para as famílias continuaram funcionando normalmente.

Agora, em março, os serviços caíram 6,9% por causa da suspensão de shows, cinemas, restaurantes e voos, entre outros.

Em meio à crise, o brasileiro deixou de lado bens duráveis, como eletrodomésticos e roupas, para gastar seu dinheiro com essenciais, como comida, remédios e produtos de limpeza.

As vendas dos supermercados cresceram 14,6%, alta recorde, chegando ao maior patamar da série histórica, iniciada em 2000. A procura por produtos de produtos farmacêuticos e de higiene subiu 1,3% e estão a 0,1% do maior patamar, atingido em novembro de 2019.

Por outro lado, as vendas de roupas (-42,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (-36,1%) e móveis e eletrodomésticos (-25,9%) tiveram os maiores recuos da série histórica do IBGE. Com as pessoas em casa, combustíveis também tiveram queda recorde (-12,5%).

Livros, jornais e revistas estão 72,3% abaixo do recorde, de outubro de 2013. Já os segmentos de automóveis e tecidos venderam em março cerca de metade do volume atingido nos melhores momentos, em junho de 2012 e abril de 2013, respectivamente.

Na divulgação dos números, o gerente do IBGE Cristiano Santos reforçou o que seus colegas já haviam dito nas divulgações dos indicadores anteriores: o resultado "foi bastante impactado" pelas medidas de isolamento social para conter a pandemia.

Economistas ouvidos pela Folha veem também a adoção de um padrão de consumo em períodos de crise, que tende a perdurar. "Para comprar bens duráveis, as pessoas vão ter que fazer crediário. E numa situação de incerteza como essa, não vão fazer", diz Cláudio Considera, do Ibre/FGV.

O aumento do desemprego e a queda na renda com suspensão de contratos e redução de jornada já impactaram a confiança do consumidor, que caiu 7,6 pontos em março, para o pior nível desde janeiro de 2017, segundo a FGV.

Com vendas em queda, as indústrias têxtil, de calçados, veículos e móveis estiveram entre as que mais cortaram a produção em março. No setor de serviços, aqueles voltados às famílias, como restaurantes, hotéis e cabeleireiros foram os mais afetados.

Embora o IBGE evite fazer projeções, o mercado vê um abril pior, considerando que foi um mês inteiro de isolamento e que a corrida aos supermercados antes das restrições, que ajudou a segurar a queda do comércio e da indústria de alimentos, não deve se repetir.

"A esperada severa contração na renda de diversas famílias deve ser o componente principal desta equação, afetando o consumo como um todo, inclusive as vendas em supermercados", acrescentam os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Mariana Major de Almeida, do Banco Fator.

A taxa de desemprego avançou para 12,2% no primeiro trimestre encerrado em março, com 1,2 milhão de brasileiros a mais em busca de um trabalho. As atividades com maior recuo foram construção, alojamento e alimentação e outros serviços, além de serviços domésticos.

A economista Margarida Gutierrez, da Coppead/UFRJ, destaca que, além de pegar apenas 15 dias de pandemia, a expansão da taxa foi suavizada pelo fato de que muita gente deixou de procurar trabalho após o início das medidas de isolamento.

Além disso, muitos segmentos industriais optaram por férias coletivas ou medidas emergenciais, como suspensão de contratos ou empréstimo para financiar a folha antes de optar por demissões. "Vai ter uma hora que, se não começar a recuperar [as vendas], o cara vai demitir", diz a economista da Coppead/UFRJ.

Um dos mais afetados pelo fechamento do comércio, o setor calçadista, por exemplo, fechou 31 mil postos de trabalho desde o início da pandemia, 5 mil deles apenas em maio. Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), 70% das empresas do setor informaram ter feito demissões.

"Infelizmente, muitas fábricas estão sem novos pedidos, ou mesmo com cancelamentos, pois o lojista não está vendendo", diz o presidente da entidade, Haroldo Ferreira. "Sem ter o que produzir, é impossível segurar mão de obra."

Defensora de uma reabertura gradual do comércio, a Abicalçados é parte do grupo empresarial levado pelo presidente Jair Bolsonaro a visita surpresa ao presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, na semana passada, para questionar medidas de isolamento social adotadas pelos estados.

"O Brasil está entrando na nona semana de isolamento. Nenhum país ficou isolado tanto tempo", afirma Gutierrez, que defende estudos sobre a reabertura em regiões com menor incidência do coronavírus, como já vem ocorrendo no Rio Grande do Sul.

Ainda assim, ela espera uma retomada lenta, já que investimento e consumo das famílias, que ainda sustentavam o PIB, serão fortemente afetados. O governo reduziu nesta quarta para 4,7% sua projeção de recuo do PIB em 2020. O banco UBS fala em queda de 5,5%.

Elaborado com base nos indicadores divulgados pelo IBGE, o Índice de Atividade Econômica do Ibre/FGV aponta retração de 1,2% no primeiro trimestre, em comparação com trimestre anterior, pegando apenas os efeitos do coronavírus no fim de março.

"Vejo uma recuperação muito lenta, porque não vai ter investimento. As empresas estão com capacidade ociosa enorme", analisa Considera. "E as pessoas vão continuar consumindo bens essenciais, mas vão reduzir serviços. O consumo de duráveis vai demorar um pouco mais a voltar."

 

Colapso do consumo está deprimindo perspectivas econômicas, diz FMI

Um colapso no consumo e outros dados apontam uma revisão para baixo das já pessimistas perspectivas para a economia global, dada a pandemia global do coronavírus, afirmou uma autoridade do FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta quarta-feira (13).

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse que os dados econômicos coletados desde abril estavam confirmando a previsão do organismo de uma contração de 3% na produção econômica global e apontando cenários potencialmente piores.

"Na verdade, parece que as perspectivas vão piorar", disse ela em uma conferência organizada pelo jornal Financial Times, acrescentando que o colapso do consumo provavelmente levará a revisões para baixo.

Em abril, o FMI destacou o alto nível de incerteza em torno de suas perspectivas, observando que uma crise mais longa e profunda poderia resultar em contração de 6% em 2020 e em crescimento zero em 2021.

"Nenhum país está sendo poupado, e os números que você vê divulgados estão nas mínimas históricas", disse ela, mencionando que países em desenvolvimento e economias de mercados emergentes estão, particularmente, em risco.

Gopinath disse que havia uma possibilidade de recuperação depois de os países começarem a afrouxar as paralisações generalizadas, contanto que haja testagem suficiente para o Covid-19, a doença causada pelo vírus, rastreamento de contato para aqueles que foram infectados e quarentena apropriada para os que adoecerem.

Ela apontou uma recuperação na China, onde a demanda externa permanece fraca, mas a demanda doméstica está retomando.

Em uma aparente referência ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China, Gopinath disse que era imperativo reduzir tensões comerciais e se comprometer com fluxos de capital para além das fronteiras para evitar mais danos à economia global.

"Se queremos ter uma recuperação em que as empresas reabram, a produção aconteça (e) as pessoas sejam recontratadas... não podemos ter um colapso adicional nas cadeias de suprimentos globais", afirmou.

Gopinath também ressaltou a necessidade de fornecer ampla liquidez aos países afetados fortemente pela crise, observando que as necessidades das economias emergentes e dos países em desenvolvimento provavelmente excederiam os 2,5 trilhões de dólares inicialmente previstos pelo FMI.

 

ESTADÃO

Risco país e dólar disparam e Brasil vira a economia mais arriscada para o investidor

O Brasil passou nas últimas semanas a ser um país mais arriscado para o estrangeiro investir, se descolando de outros emergentes. Isso porque, se a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus é uma realidade para todos, os ruídos políticos, além de serem muito mais intensos aqui, ajudaram a elevar as preocupações sobre a recuperação da atividade e em relação às contas fiscais brasileiras.

Resultado: o risco-país subiu bem mais na economia doméstica que em outras regiões e o real é a moeda que mais se desvaloriza ante o dólar entre os principais emergentes. Com a tendência de os juros reais se tornarem negativos aqui nos próximos meses, a avaliação de estrategistas e economistas ouvidos pelo Estado/Broadcast é que o Brasil vai ficar ainda mais distante do radar dos grandes investidores internacionais.

Uma das medidas da piora da percepção sobre o perfil de risco do Brasil é o comportamento recente do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do País, um derivativo que protege contra calotes na dívida soberana. Só este ano, o CDS do Brasil já disparou 255%. Como comparação, na América Latina, o do México avançou 175% e o do Chile teve aumento de 140% no mesmo período.

Entre emergentes de outras regiões, o da África do Sul subiu 137%, o da Turquia ganhou 112% e o da Coreia do Sul, 55%. Nesta lista Argentina e Venezuela estão excluídos, por estarem em situação de default, o que fez o valor do CDS explodir e travar.  No câmbio, o dólar já subiu 48% no Brasil este ano, enquanto no México avançou 29%, na Turquia, 17% e na África do Sul, 32%.

Antes da crise do coronavírus e da piora do ambiente político, investidores viam o Brasil com chance de voltar à classificação grau de investimento, como mostravam as taxas do CDS no começo de janeiro, que operavam na casa dos 95 pontos, no menor nível em 10 anos. Em abril, as taxas chegaram a superar 400 pontos, o mesmo nível que o Brasil tinha no começo de 2016, pouco antes do impeachment de Dilma Rousseff. Nesta quarta-feira, o CDS é negociadas no nível de 355 pontos, alta de 25 pontos apenas em um dia, segundo cotações da IHS Markit.

Crise política afeta o mercado

"Estamos cada vez mais pessimistas sobre as perspectivas com o Brasil", afirma o economista sênior em Londres para América Latina da consultoria Pantheon Macroeconimics, Andres Abadia. Para ele, a forma como o presidente Jair Bolsonaro está lidando com a pandemia, minimizando seus riscos, e o aumento dos conflitos políticos gerados pelo presidente, só vão tornar o cenário de recuperação ainda mais difícil após o pico da pandemia do coronavírus passar. "As condições econômicas no Brasil estão se deteriorando rapidamente", afirma ele.

"Este é o pior momento para uma crise política no Brasil", afirma a analista de moedas do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger. O país deve enfrentar uma forte recessão por causa do choque causado pela pandemia do coronavírus e o aumento do ruído político só ajuda a elevar as dúvidas sobre o quão rápido o Brasil vai conseguir sair deste quadro. "As taxas de juros reais derreteram para quase zero", acrescenta.

Com esse quadro, a analista do Commerzbank prevê que o dólar pode já no mês que vem, em que ela espera novo corte de juros pelo BC, bater em R$ 6,05, nível inédito no país. O ambiente de juro baixo, economia enfraquecida e risco político devem manter o investidor estrangeiro afastado e a moeda americana acima de R$ 5,70 até o final do ano, prevê o banco alemão. "O real permanece para nós como uma das moedas de país emergente com o maior risco de piora."

Juro real negativo

Para um ex-diretor do BC, não há porque o estrangeiro vir para o Brasil neste momento, pois o País está caminhando para um juro real negativo e, quando, se faz o ajuste pelo prêmio de risco, a comparação com outros países fica bem pior. Ele lembra que, somente este ano, já saíram do Brasil pelo canal financeiro US$ 33 bilhões até o último dia 8, segundo dados do BC, dos quais quase US$ 7 bilhões somente no mês passado.

O economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, também destaca que o Brasil está se movendo rapidamente para um "território não explorado" de taxas de juros reais em direção a zero. Para ele, a comunicação do Banco Central, incluindo a ata da última reunião de política monetária, aponta para mais um corte de juros no país no mês que vem, de até 0,75 ponto porcentual.

Queda no PIB

Ramos observa que a própria diretoria do BC alerta para a tendência de prêmios de risco mais altos no país, por conta da fragilidade fiscal da economia brasileira e a incerteza sobre o prosseguimento do controle de gastos. O Goldman prevê queda de 3,5% no PIB do Brasil este ano, mas outros bancos americanos veem desempenho ainda pior. O JPMorgan e o Bank of America estimam contração de ao menos 7% em 2020.

A piora das contas públicas e a economia enfraquecida devem seguir limitando o fluxo de capitais para o Brasil ao longo deste ano, avalia o Itaú Unibanco ao reduzir esta semana a previsão de desempenho do PIB brasileiro este ano para queda de 4,5%.

 

Lançamentos imobiliários de R$ 50 bi previstos para 2020 cairão em 80%

A indústria da construção tinha projetos de lançamento imobiliário para 2020 que somavam R$ 50 bilhões. O baque na economia decorrente da pandemia de covid-19 fez com que 82% desses investimentos fossem cancelados ou estejam em revisão para postergação. É o que mostra pesquisa feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, que será divulgada na próxima semana.

Apesar de os números não estarem totalmente fechados, o impacto futuro será muito forte, segundo José Carlos Martins, presidente da CBIC. Feita com os associados da entidade, a pesquisa tinha como pergunta central: “Continua pretendendo lançar?”. As respostas menos pessimistas se referiam, no mínimo, à protelação de obra. O problema, segundo Martins, é que sem vender, não se começa outro empreendimento.

Segurando as pontas. O resultado divulgado esta semana em relação aos saques de seguro-desemprego mostrou um surpreendente saldo no setor: menos pedidos em abril, em relação ao mesmo mês do ano passado. Resultado, em sua avaliação, de medidas paliativas adotadas na indústria da construção, como antecipação de férias e feriados, corte de jornada de trabalho e salários na tentativa de preservar empregos. Para isso, foi adotado um protocolo de padrão de segurança, que incluiu medidas como máscaras, medição de temperatura e testes em empresas que os conseguirem.

Lá na frente. Apesar das medidas, as vendas imobiliárias caíram 60% no intervalo de fevereiro a abril. De acordo com Martins, haverá impacto no futuro porque o segmento tem características diferentes, com contratos de longo prazo.

 

Custo de isolamento social para a economia é de R$ 20 bilhões por semana, diz Economia

Um estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, divulgado nesta terça-feira, 13, estimou que o custo do isolamento social para a economia do País é de R$ 20 bilhões por semana.

Segundo o documento, os custos imediatos foram estimados a partir de um levantamento detalhado de informações para os 128 produtos da Tabela de Recursos e Usos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O isolamento social é defendido por autoridades sanitárias, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como forma de evitar propagação veloz da covid-19 e o colapso do sistema hospitalar.

O estudo do Ministério da Economia afirma que os impactos econômicos podem ser decompostos em três pontos: impacto imediato diante das restrições à produção e ao consumo; duração do período de recuperação; e impacto sobre a trajetória de longo prazo da economia.

No caso do efeito sobre a trajetória de longo prazo da economia, o documento alerta que as projeções podem ser muito piores caso a paralisação dure por um período maior do que até 31 de maio.

A SPE destaca que os efeitos da quarentena não se dão somente para o período em que vigora, mas tem efeitos para os trimestres e anos posteriores. 

Atualmente, a previsão é de reduções estruturais no nível do PIB de longo prazo de 5%, em comparação com o cenário de nenhum impacto no longo prazo, o que diminuiria o PIB semanalmente em m quase R$ 5 bilhões no segundo semestre e em R$ 7,5 bilhões em 2021, considerando o cenário de retomada cíclica até o segundo trimestre do ano que vem.

Em caso de queda de 10% do PIB de longo prazo, as reduções semanais do PIB seriam de R$ 10 bilhões e R$ 14,1 bilhões para o segundo semestre de 2020 e para todo ano de 2021, respectivamente.

“Mais uma vez é necessário destacar que se considerou como hipótese base o caso de fim do período de isolamento social em 31 de maio de 2020. Caso o isolamento seja estendido os resultados seriam muito piores, e quanto maior a extensão do isolamento mais lenta deve ser a recuperação e pior a trajetória de longo-prazo, diante do aumento do impacto no endividamento da economia, e da falência de empresas e destruição de empregos”, diz a nota da SPE.

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