Sexta-feira

VALOR

Governo vai mudar regra no crédito para folha, diz Mansueto

O governo vai rever as regras do financiamento à folha de pagamento, pois sua execução está aquém do desejado. O programa foi criado para ajudar empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões a pagarem os salários dos funcionários durante a pandemia. Em reunião da Comissão Mista Destinada a Acompanhar a Situação Fiscal e a Execução Orçamentária e Financeira das Medidas Relacionadas ao Coronavírus no Senado Federal, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que a linha está sendo pouco acessada.

Pelos dados do Banco Central (BC), os empréstimos para folha de pagamento somam R$ 1,4 bilhão até dia 11 deste mês. Em março, o governo anunciou uma linha de R$ 40 bilhões em empréstimos, divididos em dois meses. Nesse período, empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões poderão solicitar a linha, que terá prazo de 36 meses - dos quais, seis meses de carência - e taxa de juros de 3,75% ao ano.

O valor financiável por trabalhador é de até dois salários mínimos. Acima disso, os recursos serão de responsabilidade da companhia. A linha terá 85% dos recursos e do risco de inadimplência bancados pelo Tesouro Nacional. Os bancos irão arcar com o restante.

Para acessar a linha, a empresa não poderá demitir no período. Esse ponto, segundo Mansueto, tem sido objeto de crítica pelas empresas. Outro empecilho, removido pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra, é que empresas interessadas não podiam ter dívidas com o INSS.

Sobre crédito para microempresas, Mansueto afirmou que os empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), deverão estar disponíveis na próxima semana.

 

Campos diz que Brasil tem "cautela recomendada" na política monetária

Apresentação realizada pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira afirma que o Brasil tem "cautela recomendada" na condução da política monetária. "Brasil: cautela recomendada na PM (política monetária)", diz apresentação divulgada pelo BC e usada por Campos em videoconferência fechada com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Os comentários feitos pelo presidente na apresentação não devem ser necessariamente encarados como uma mensagem de política monetária. Isso porque tradicionalmente a diretoria do BC usa eventos abertos ou exibidos pela imprensa quando pretende transmitir alguma mensagem a respeito da possível trajetória da taxa básica de juros.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic de 3,75% ao ano para 3% ao ano. Na ata divulgada nesta semana, reforçou a mensagem que pode promover em seu próximo encontro um segundo corte de até 0,75 ponto, a depender da evolução do quadro. Mas também já havia dado destaque à importância do "gradualismo" na condução da Selic.

"O comitê como um todo reconheceu a importância de gradualismo na condução da política monetária para avaliação da resposta dos preços de ativos financeiros", afirmou na ocasião. Na apresentação desta quinta-feira, Campos destaca que a politica monetária está "condicionada por fatores de risco da curva de juros" e que o Brasil "teve forte reação na parte longa da curva".

Segundo ele, os riscos "em crescimento" ligados a problemas externos e situação doméstica vem "se refletindo no mercado de juros". Ele ainda destaca que os países emergentes "vêm sofrendo perda de capital de nãoresidentes" e que no Brasil o "fluxo de capital e moeda foram fortemente afetados".

 

FOLHA

Mercado tinha excesso de otimismo e depressão global está próxima, diz BlackRock

Para o presidente da BlackRock, Larry Fink, a maior gestora de fundos de investimentos global, o mercado financeiro reagiu com excesso de otimismo quanto ao coronavírus em um primeiro momento.

"Em Davos, todo mundo falava do novo vírus em relação a China, e não ao mundo. Todo mundo ignorou o fato. Até que entendemos que a Covid-19 era altamente contagiosa e fronteiras estavam abertas em todo o mundo. Aí é que está o problema. Começamos a ter a percepção real em fevereiro. Olhando para trás, houve otimismo excessivo”, disse Fink, em transmissão ao vivo do Santander, comandada pelo presidente do banco Sérgio Rial, nesta quinta-feira (14).

O Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, aconteceu em janeiro, mês em que a China começava a identificar o novo vírus.

“Estamos muito próximos de uma depressão global”, afirma Fink. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia global vai sofrer retração de 3% em 2020, a maior desde a crise de 1929, e a recuperação deve aparecer somente no ano que vem, ainda de forma parcial e bastante incerta.

Segundo Fink, é necessário que os governos criem um programa de aceleração no setor de infraestrutura para gerar empregos, com maior parte do investimento vindo do capital privado.

Quanto ao Brasil, ele vê uma oportunidade de investimento de longo prazo com o real desvalorizado, que torna o país mais barato a estrangeiros. No ano, o real perde 45% do seu valor ante o dólar, cotado a R$ 5,82.

“Em um momento, o real foi visto como muito valorizado e o estrangeiro saiu do Brasil. A vizinha Argentina também não ajuda”, disse.

A Argentina tem uma dívida bruta de mais de US$ 300 bilhões. Para o FMI, a quem o país deve US$ 44 bilhões, a dívida argentina é insustentável e credores privados precisarão dar uma contribuição significativa para que o país se restabeleça.

Fink também diz que uma reabertura da economia em meio à pandemia de coronavírus pode ser benéfica com a retomada das atividades e ganho de anticorpos pela população, mas virá acompanhada de uma alta taxa de mortalidade.

“Se nós vamos reabrir e retomar as atividades, temos que esperar altas taxas dessa doença, saberemos mais sobre isso em três meses, e talvez seja bom ter boa parte da população desenvolvendo anticorpos”,

“Com essa reabertura, terá uma alta taxa de mortalidade. E a questão é como a sociedade vai navegar nessa mistura entre pragmatismo, abertura da economia, em que 99% da população vai estar bem.

Teremos uma economia mais dinâmica —esperamos uma retomada de 99% da economia—, mas como a gente convive com isso quando a gente sabe que teremos uma alta taxa de letalidade?”, completou.

Nos Estados Unidos, estados começam a retomar atividades mesmo com a curva de casos ainda acentuada e uma taxa de mortalidade de 6%. São mais de 1,4 milhão de casos e 85 mil óbitos no país, que representam cerca de 30% das mortes em todo o mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins (EUA), que monitora dados da pandemia.

“Vimos nos EUA que muitas pessoas tiveram coronavírus e nem sabiam. Eu diria que a taxa de mortalidade é de 0,5%”, disse Fink.

Segundo ele, caso os EUA tenham uma segunda onda de contaminação, o país precisará de um segundo pacote de estímulo para a economia. O governo americano implementou um pacote de cerca de US$ 3 trilhões de ajuda a famílias, pequenas empresas e hospitais.

Itaú diz que queda do PIB pode superar 4,5% com isolamento além de junho e vê juro em 2,25%

Ao projetar uma contração da economia brasileira de 4,5% neste ano, o Itaú Unibanco trabalhou com a manutenção das medidas de isolamento social no Brasil até meados de junho. Segundo a instituição, cada semana a mais de restrições representará uma queda adicional de 0,25 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto).

A instituição também afirma que a alta do dólar não deve desviar a inflação da trajetória atual, que é a de uma inédita deflação no primeiro semestre, seguida de uma recuperação que não impedirá o Banco Central cortar a taxa básica dos atuais 3% para o novo piso de 2,25% ao ano.

Na última segunda-feira (11), o banco anunciou a revisão das suas estimativas econômicas, com a projeção de queda do PIB revisada de 2,5% para 4,5%.

“Na nossa última revisão de cenário, a gente passou a considerar uma propagação mais intensa do vírus, de modo que as medidas de isolamento devem durar até meados de junho. Por isso a gente revisou a projeção de crescimento neste ano. Vale notar que cada uma semana adicional de isolamento tira aproximadamente 0,25 ponto percentual do PIB ”, afirmou nesta quinta-feira (14) a economista do Itaú Unibanco Julia Gottlieb.

"A gente também passou a considerar um mundo crescendo um pouco menos e a expectativa de deterioração fiscal, que também acabam por atrapalhar a retomada ao longo do segundo semestre."

Em relação ao índice de preços, a instituição projeta uma deflação acumulada de pelo menos 0,7% no segundo trimestre e de 0,2% no semestre. Nos seis últimos meses do ano, no entanto, os preços devem voltar a subir, com o índice de preços ao consumidor fechando o ano em 2%, ainda abaixo do piso da meta, que é de 2,5%.

“A partir do terceiro trimestre, deve haver alguma aceleração, com a retomada da atividade, normalização de diversos setores. Junto com isso, tem uma normalização dos preços de combustíveis. Eles parecem que já atingiram um valor mínimo e começam a voltar”, afirmou a também economista do banco Julia Passabom durante a apresentação das novas projeções.

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, disse que a inflação comportada permite mais um corte de juros e que 2,25% ao ano deverá ser o novo piso da taxa básica, que só deve voltar a subir em 2021.

Ele disse que o comportamento da política fiscal é um fator relevante para manter os juros baixos no futuro. A instituição projeta um déficit nas contas públicas de R$ 740 bilhões (10,2% do PIB) neste ano, com a dívida bruta chegando a 92% do PIB.

Mesquita disse que é necessário gastar neste momento para minimizar os efeitos da crise. Mas que não se pode tornar permanentes medidas emergenciais desenhadas para uma crise que é transitória.

“A gente não está pregando ajuste fiscal em 2020, a preocupação é em relação ao futuro. A situação fiscal é bastante preocupante. Caso a política fiscal não volte aos trilhos em 2021, pode colocar em xeque a configuração de juros e inflação muito baixos com ampla mobilidade de capitais”, afirmou Mesquita.

O economista afirma que, por enquanto, considera que o desvio fiscal de 2020 vai ser contido.

“Estamos dando o benefício da dúvida nesse sentido. Então a gente vê a taxa de juros caindo um pouco mais. Em países maduros, em que o ativo sem risco é doméstico, a experiência dos últimos anos sugere que você pode viver com ampla expansão fiscal sem ter consequências inflacionárias. Em economias emergentes, em que o ativo sem risco na verdade é externo, é muito difícil você ter um período continuado de deterioração fiscal sem ter alguma consequência inflacionária.”

 

 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS