Quinta-feira

VALOR

Caixa estende de 120 para 180 dias pausa no crédito imobiliário

A Caixa vai estender de 120 para 180 dias a pausa nos pagamentos das parcelas de crédito imobiliário de pessoas físicas e jurídicas. O anúncio será feito na tarde desta quarta-feira e foi antecipado pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, ao Valor.

Do início da crise até agora, foram prorrogados os pagamentos de 2,5 milhões de contratos, num valor total de R$ 8,6 bilhões em parcelas pausadas. Com a ampliação por mais 60 dias, a previsão é que mais R$ 4,46 bilhões em prestações sejam estendidos.

Segundo Guimarães, a medida tem contribuído para atenuar o impacto da pandemia sobre o mercado imobiliário. “Tirando o agronegócio, foi o setor que sofreu menos”, afirmou. Além da prorrogação das parcelas, o banco também tem oferecido seis meses de carência em novas contratações de crédito imobiliário. “Se a gente deixasse as engrenagens pararem, custaria muito mais”, disse.

O executivo afirmou que a crise teve impacto nas concessões de crédito imobiliário no início da crise, mas a recuperação tem sido rápida e junho foi o melhor mês dos últimos quatro anos em termos de volume originado.

 

Consumo ainda represado pode sustentar recuperação, diz Campos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avalia que o apoio fiscal e creditício do governo em resposta à pandemia do coronavírus poderá ter um efeito mais duradouro do que se pensava, ajudando a sustentar a trajetória de recuperação da economia até o fim do ano.

Na Live do Valor, realizada nesta quarta, ele disse que o BC constatou, a partir dos dados sobre o volume de dinheiro em circulação na economia, que muitos beneficiários do auxílio emergencial guardaram recursos para gastar mais tarde. Essa poupança poderá virar consumo até dezembro, bem depois do fim dos programas de transferência de renda, que a princípio acaba em agosto.

A autoridade monetária também vem acompanhando de perto como os programas de crédito, que demoraram mais a sair do papel, como as recém-anunciadas linhas para micro, pequenas e médias empresas, se transmitirão para as engrenagens econômicas. Os dados econômicos a serem divulgados nas próximas semanas, afirma ele, vão ajudar a dimensionar com mais exatidão o tamanho da queda do Produto Interno Bruto (PIB), um forte indicador do que vai acontecer no ano como um todo.

O BC também está de olho no risco de uma segunda onda na pandemia no Brasil e no mundo, que pode afetar as expectativas de consumidores e empresários, que vem apresentando recuperação nas últimas semanas. “Temos alguma convicção de que há ainda consumo represado e de que nos próximos meses [haverá] efeitos fortes de medidas que foram tomadas”, afirmou.

No mesmo evento, o antecessor de Campos no BC e atual presidente do conselho do Credit Suisse, Ilan Goldfajn, alertou para a importância não só da velocidade da recuperação, mas também para a sustentabilidade da retomada. Para ele, além de ser preciso ter certeza de que a tendência de abertura nas economias é mesmo para valer, a retomada das reformas fiscais no Brasil será fundamental para consolidar os níveis de confiança na economia. Para Campos, o programa de transferência de renda foi grande, comparado a outros emergentes, e potente porque chegou ao público de mais baixa renda.

Segundo dados apresentados por ele, as cinco parcelas de R$ 600 pagas pelo governo no auxílio emergencial levaram a uma recomposição de renda no Brasil entre 90% e 100%, ante a uma média de 40% nos emergentes. Na separação por categoria, aqueles com renda mais baixa tiveram recomposição de 250%, enquanto uma classe intermediária teve acima de 150% e uma categoria com renda maior teve efeito abaixo de 100%. Isso gerou um consumo represado justamente no segmento da população com mais propensão a gastar.

“Muita coisa está sendo parcelada”, afirmou Campos. A visão do BC, relatou, é que a economia brasileira começou a se recuperar em formato de “V”, o que deve levar a uma queda menor do que os 6,4% previstos para o PIB deste ano. No entanto, a tendência é que a retomada perca alguma força daqui para frente. “Tivemos uma queda muito abrupta e muito rápida [da atividade]. Então há uma tendência de que o primeiro movimento de volta seja mais rápido também”, disse. “

Nós temos um início de volta em V. Não acho que a gente vai ter um V completo, ele vai tender a se suavizar daqui para a frente”, completou. Ilan concordou com o diagnóstico de que os dados apontam um início de retomada, mas ponderou que é preciso esperar para ver se será sustentada. “A primeira onda [da pandemia] passou em muito países e a dúvida é se vem uma segunda onda ou não”, disse.

“No nosso caso [do Brasil], é um pouco como vamos retomar essas reformas, como vamos tornar o nosso fiscal sustentável.” Até aqui, em termos setoriais, indústria e varejo apresentaram retomada mais forte, de acordo com Campos. Já os serviços, principalmente aqueles ligados às empresas, decepcionaram. “O número [da atividade] do segundo trimestre é o que vai ditar o crescimento no ano.”

Na avaliação do presidente do BC, indicadores de confiança mostram o início de recuperação acentuada da economia. Dados de maior frequência também corroboram esse movimento. É o caso do consumo de energia, que em junho estava 4% abaixo do mesmo período de 2019 e, em julho atingiu um patamar 3,5% menor na mesma base de comparação. Índices de transferências bancárias e tráfego de veículos traçam cenário semelhante. Países da Europa e da Ásia, argumentou, vêm mostrando que o crédito é um elemento essencial para definir o ritmo da recuperação, disse.

Ele destacou que o crédito livre no Brasil tem crescido acima de 20% neste ano, depois de já ter apresentado alta em 2019. Além disso, medidas implantadas nesta semana, como o Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE), devem dar ainda mais força aos empréstimos, de acordo com o presidente do BC.

Outro ponto importante em relação ao cenário internacional foi o pacote de 750 bilhões aprovado pela União Europeia, além do fato de outros países estarem discutindo as próprias medidas de estímulo. Respondendo a questionamento se o BC está perdendo a batalha pelas expectativas de inflação, que estão abaixo da meta em 2021, Campos disse que a magnitude do choque da covid-19 obrigou a autoridade a “adaptar” o horizonte relevante para a condução da política monetária.

Ainda assim, ele garante que não abandonou a meta de inflação de 3,75% estabelecida para 2021, considerado o horizonte relevante “Houve um choque muito grande, a gente precisa adaptar o horizonte. Nós temos comunicado isso”, disse. “Foi basicamente um coma induzido [na economia mundial], mas em nenhum momento o BC abandonou a meta ou entendemos que temos passado uma mensagem com esse tipo de conteúdo”, disse.

A tendência é que os impactos da pandemia durem “até uma parte do ano que vem”, de acordo com Ilan. Assim, o fato de as expectativas de inflação estarem abaixo da meta neste momento não é um problema, justamente por causa da magnitude do choque. “Os bancos centrais, quando falam em meta de inflação, é de 12 a 24 meses para retomar [atingir a meta]”, disse.

Campos voltou a mostrar preocupações com o “lower bound”, uma espécie de limite efetivo para cortes de juros, a partir do qual novas quedas podem ser contraprodutivas ou não ter efeitos desejados. Hoje, a Selic está em 2,25% ao ano e vem testando mínimas históricas desde o fim de 2017.

O assunto vem sendo debatido com outros banqueiros centrais de emergentes em reuniões no Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês, uma espécie de banco central dos banco centrais), relatou. “Tem todo um debate muito vivo não só no Brasil, mas em grandes partes do mundo.”

 

ESTADÃO

Estudo aponta o que executivo espera de 2020 em meio à pandemia do coronavírus

Um quarto dos executivos de grandes empresas espera quedas de 10% a 25% nas receitas em 2020, por causa da crise da covid-19, mostra levantamento inédito da consultoria KPMG. O levantamento entrevistou 91 executivos de todo o País: 25,27% esperam uma queda de 10% a 25% nas receitas este ano, enquanto 13,19% preveem recuo de até 10% e outros 13,19% esperam quedas entre 25% e 50%.

Apenas 5,49% estimam receitas abaixo de 50% em relação ao ano passado. Outros 18,68% apostam num faturamento no mesmo nível de 2019.

Na contramão, 24,18% dos executivos entrevistados disseram esperar aumento no faturamento, a despeito da crise. Segundo André Coutinho, sócio-líder de Clientes e Mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, a parcela de entrevistados apostando em aumento do faturamento em 2020 é condizente com outro estudo da consultoria, divulgado em abril, sobre o “padrão de retomada” da economia. Na retomada, atividades como varejo e farmácia online, entrega a domicílio de comida, telemedicina e streaming de vídeo poderão experimentar crescimento.

“Ainda assim, estamos falando de 50% (dos executivos entrevistados) dizendo que haverá diminuição (no faturamento de 2020)”, afirmou Coutinho.

O levantamento, ao qual o Estadão teve acesso, foi feito no início de junho, referente a abril e maio. A ideia é repetir a pesquisa todo mês, permitindo avaliar a evolução da percepção dos executivos, disse o sócio da KPMG.

Por enquanto, o cenário de recuperação rápida parece ainda distante, mesmo que o “fundo do poço” da crise tenha ficado em abril e maio. O levantamento da KPMG mostrou uma piora do quadro na passagem de abril para maio. Em abril, 65,93% dos entrevistados apontaram queda no faturamento ante igual mês de 2019. Em maio, foram 70,33%.

País

Além disso, quase um quarto dos entrevistados (23,08%) espera crescimento econômico zero ou negativo em 2021, enquanto 57,14% apostam que a economia crescerá até 3,0%. Mesmo que cresça 3,0%, a economia teria desempenho insuficiente para se recuperar da retração de 2020, projetada em 5,95%, conforme a edição mais recente do relatório Focus, do Banco Central (BC). Apenas 7,69% dos entrevistados pela KPMG esperam crescimento acima de 5,0% em 2021.

Mesmo que algumas atividades tenham crescimento acima da média, conforme o novo padrão da retomada econômica, ainda há muita incerteza, disse Coutinho. Segundo o sócio da KPMG, alguns crescimentos podem não se confirmar, sendo seguidos de retrações em seguida. Um exemplo é explosão nas assinaturas dos serviços de “streaming” de vídeo.

“Passada a quarentena, as assinaturas serão mantidas?”, questionou Coutinho, citando a telemedicina como outra oportunidade de novos negócios que parece promissora. “Algumas transformações parecem que vieram para ficar, mas tudo vai depender da experiência do consumidor”, completou.

 

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