VALOR
CBIC estima aumento de 20% a 30% nos lançamentos no semestre
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) espera que, no segundo semestre, haja aumento dos lançamentos de imóveis entre 20% e 30% na comparação anual, de acordo com o presidente da entidade, José Carlos Martins. Mas a expectativa é que, mesmo assim, o volume apresentado, no acumulado de 2020, seja inferior ao do ano passado.
“Sonho com o ano de 2020 bastante parecido com 2019, mas acho que vai ser difícil”, disse, ontem, o vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, em coletiva online da entidade. Ele estima que os volumes de lançamentos e vendas ficarão entre os de 2018 e do ano passado.
De janeiro a junho, os lançamentos foram reduzidos em 43,9%, para 37.596 unidades, em decorrência da pandemia de covid-19, que teve como uma das consequências para o setor imobiliário o fechamento de estandes durante boa parte do segundo trimestre. A comercialização caiu 2,2%, no semestre, para 71.109 unidades. No segundo trimestre, os lançamentos caíram 60,9%, na comparação anual, para 16.659 unidades.
Do total, 9.265 unidades (55,6%) se enquadram no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A maior queda foi registrada na região Norte, de 73,3%, e a menor no Sul, de 36,5%. No Sudeste, houve retração de 68,3%. As vendas tiveram queda de 23,5%, de abril a junho, para 32.346 unidades. Na média dos últimos quatro trimestres, houve lançamentos de 36.655 unidades.
No trimestre, a oferta final de imóveis diminuiu 7,1%, para 149.700 unidades. Considerando-se a média de comercialização dos últimos 12 meses, seriam necessários 10,9 meses para escoá-la. Hoje será lançado o programa Casa Verde Amarela - reformulação do Minha Casa, Minha Vida - pelo governo federal. Espera-se que o programa inclua pontos como regularização fundiária e redução de juros.
A CBIC está preocupada com o aumento de preços de insumos. “Nossa preocupação não é somente com aço e cimento”, disse Petrucci. Tem havido mais demanda por materiais de construção para reformas. Há também reaquecimento da atividade das construtoras. O número de obras paralisadas por questões relacionadas à covid-19 vem diminuindo.
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, que também participou de parte da coletiva, afirmou que a construção será o “motor da retomada” do crescimento do país. Serão propostas, segundo ele, medidas para destravar a construção no Brasil. “Estamos preparando medidas para os próximos meses, resolvendo problemas históricos”, disse Costa.
O secretário afirmou também que é preciso “desacorrentar” os empresários para que consigam crescer. Segundo ele, há programas públicos que terão continuidade. “Mas é preciso que, cada vez mais, em termos relativos, os investimentos venham do setor privado”, disse Costa. Segundo ele, a retomada da economia será “em V”. “Já voltamos em V”, afirmou.
Para Campos, contas públicas são hoje ‘leme’ da política monetária
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou a importância do quadro fiscal para a condução da política monetária. De acordo com ele, a situação das contas públicas é atualmente o “leme” da autoridade monetária. “Neste momento, o Banco Central não é o piloto, é o passageiro. O piloto é o fiscal”, disse ontem em evento virtual. Ele lembrou que o Comitê de Política Monetária (Copom) vem chamando a atenção há tempos para a importância no curto e médio prazo do equilíbrio das contas públicas.
Para Campos, caso o teto de gastos comece a ser desrespeitado, haverá novas demandas e “anseios” por mais despesas do poder público, o que levará o país para “uma situação antiga”. “É um equilíbrio em que voltam a inflação alta e os juros altos”, afirmou.
Ele lembrou, por exemplo, do forte crescimento da dívida pública em função da pandemia. Nesse cenário, uma alta hipotética de 1% na taxa básica de juros teria um impacto fiscal “muito maior” do que em um cenário de dívida mais baixa. Em relação à transferência de ganhos da autoridade monetária com reservas internacionais para o Tesouro Nacional, Campos disse não ser “contra” a operação.
Mas destacou a importância de que esse processo não caracterize um financiamento do Tesouro pelo BC. “Não sou contra a transferência, estamos em um processo de acerto”, afirmou. “O que tenho mencionado e foi mencionado por alguns ex-banqueiros centrais que me ligaram - muita gente me ligou preocupada com esse tema - é [que é importante] diferenciar o que é transferir resultado e o que é financiamento.” Na prática, segundo ele, a transferência acaba elevando o volume de operações compromissadas - operações de curtíssimo prazo feitas pelo BC para enxugar a liquidez excessiva da economia.
“De forma agregada, [com a transferência] é como se você tivesse eliminado a necessidade de o Tesouro ir a mercado e o Banco Central tivesse feito parte disso pelo Tesouro”, afirmou. Atualmente, as reservas internacionais estão em R$ 1,8 trilhão. Ele afirmou que é importante que o BC mantenha uma parcela desse valor para absorver eventuais “impactos”.
FOLHA
Presidente do Banco Central diz que substituir Guedes no ministério não está em discussão
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que não existe o debate sobre sua eventual ida para o Ministério da Economia no lugar do ministro Paulo Guedes.
"Tenho um alinhamento de ideias com o ministro Paulo Guedes muito grande. Nunca fui sondado para nada. Não faria sentido, dado o alinhamento que nós temos. Acho que é uma distração, e que a gente devia concentrar os esforços, e o time é muito unido, em fazer as entregas, que são tão necessárias para o país", afirmou ele, em entrevista à CNN.
Questionado se assumiria o cargo caso Guedes saísse, ele respondeu que, justamente por conta do alinhamento de visões não vê sentido nessa proposta.
"Acho que esse debate não existe", pontuou.
Sobre a recuperação da economia brasileira, Campos Neto afirmou que o país teve "piora menor" em vários índices na comparação com outros emergentes, e também está apresentando retomada mais rápida, o que pode ser visto nos números apresentados pela indústria e em índices de confiança.
Ele reiterou que o início da recuperação foi em V, mas que é possível que haja uma suavização desse movimento daqui para frente.
"Ainda sim a economia brasileira está se mostrando com uma recuperação bastante robusta", disse.
ESTADÃO
Entendemos que também há uma limitação para a queda dos juros, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 24, que a economia brasileira precisa, neste momento de crise, de “muito estímulo”. Ao mesmo tempo, ele repetiu uma ideia contida em mensagens recentes do BC: a de que também há uma limitação para a queda de juros no Brasil.
No início de agosto, o BC cortou a Selic (a taxa básica de juros) em 0,25 ponto porcentual, para 2% ao ano. Este é o menor valor da história. Na ocasião, o BC indicou que o espaço para novos cortes da Selic, se existir, deve ser pequeno.
Nesta segunda, Campos Neto afirmou que em todo o mundo, em especial em países desenvolvidos, se desenvolveu o conceito sobre o mínimo que um banco central pode chegar em relação aos juros. “Em mercados emergentes, juros muito baixos nunca foram experimentados”, disse ele.
Ainda segundo Campos Neto, quando um limite para os juros é ultrapassado, pode-se criar um efeito contrário ao desejado e a economia pode não crescer. Na sequência, ele acrescentou que “estamos experimentando este mínimo”.
O presidente do BC foi o primeiro convidado da nova série do Estadão Live Talks, que vai discutir as alternativas para o Brasil reaquecer sua economia após a passagem da pandemia do novo coronavírus. O evento é organizado em parceria com a Tendências Consultoria Integrada. Na próxima segunda-feira, o ciclo de debates já tem confirmada a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
Fiscal
Em sintonia com as comunicações mais recentes do BC, Campos Neto também afirmou que não é possível caminhar com os juros baixos se a área fiscal não estiver arrumada. “Entendemos que o teto fiscal é importante e, se afrouxarmos as regras fiscais, vamos voltar aos problemas anteriores”, disse o presidente do BC.
Ele também fez críticas sobre a possibilidade de tabelamento de juros no cheque especial e no cartão crédito. Está em tramitação na Câmara um projeto, já aprovado no Senado, que trata desta limitação durante o período de pandemia.
“Quando você tabela preços, ou você cria anomalia ou o produto deixa de existir”, disse ele. Segundo o presidente do BC, existe no Brasil uma distorção de preços em alguns produtos de crédito. Ele lembrou que a autarquia promoveu um realinhamento no cheque especial, que começou a valer em janeiro.
Em relação ao cartão, ele pontuou que o produto tem um “bolo” grande de transações, mas que o financiamento propriamente dito equivale a apenas 15% do total.
“No produto parcelado sem juros, quem toma a decisão de parcelar é o lojista, mas quem toma o risco é o banco. Como o banco compensa isso? Ele cobra os juros no cartão, em outro lugar”, disse.
Campos Neto defendeu que, “para ter um juro mais baixo no cartão, você tem que fazer uma reengenharia do produto”. “O cartão tem uma anomalia. Não existe parcelado sem juros em nenhum lugar do mundo”, afirmou ele.
Tesouro
Outro tema abordado durante a live foi a possibilidade de o BC transferir recursos da autarquia para o Tesouro. Campos Neto disse que não é contrário ao movimento, mas ponderou que isso deve ser feito “com cuidado, para não caracterizar um financiamento ao Tesouro”.
Como informou o Estadão/Broadcast na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai decidir sobre o repasse, ao Tesouro Nacional, de parte das reservas do resultado cambial do BC – hoje em R$ 521,1 bilhões. O ministro da Economia, Paulo Guedes, estaria de olho em R$ 400 bilhões deste total (76,8%) para abater a dívida pública.
A sobra de R$ 121,1 bilhões ainda seria mais do que suficiente para o BC, no exercício seguinte, não precisar receber aportes do Tesouro para cobrir eventuais prejuízos no câmbio. A possibilidade de repasse ao Tesouro deve ser avaliada já no próximo encontro ordinário do CMN, marcado para quinta-feira.
Pela 8ª vez, mercado financeiro melhora projeção para o PIB em 2020
Os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o tombo Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, revisando a estimativa de uma redução de 5,52% para 5,46%. Essa foi a oitava semana seguida de melhora do indicador.
A projeção faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 24, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia de covid-19, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nas últimas semanas, porém, indicadores têm mostrado o início de uma retomada da economia brasileira.
Como o Estadão mostrou, no embalo recente de melhora de indicadores econômicos e primeiro resultado positivo no mercado de trabalho formal desde a chegada da pandemia de covid-19 no País, o governo já avalia que a recessão em 2020 poderá ser menor do o esperado e girar em torno de 4% e 4,5%.
Para 2021, a expectativa do mercado financeiro de crescimento do PIB foi mantida em 3,50%.
Inflação
Segundo o relatório, os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 1,67% para 1,71%.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Selic
Após a queda para a mínima histórica de 2% ao ano no começo de agosto, o mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, neste patamar até o fim deste ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado subiu de 2,75% para 3% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.