Quarta-feira

Juro menor dará impulso às vendas, avalia o setor

As medidas do programa habitacional Casa Verde Amarela foram bem recebidas por incorporadoras com atuação na baixa renda e por entidades do setor. Há expectativa de que a redução da taxa de juros contribua para reforçar o bom momento vivido pelas empresas que desenvolvem projetos para a baixa renda, segmento menos afetado pela pandemia. No Norte e no Nordeste, haverá cortes mais acentuados das taxas de juros, o que estimula a produção nessas regiões. “O Brasil é muito diverso”, disse Rafael Menin, copresidente da MRV.

A MRV está presente em todas as capitais do Nordeste e em algumas cidades do interior da região. “Fazemos mil vendas por mês no Nordeste. O programa é mais um vento de cauda neste momento de boa comercialização do mercado”, disse Menin. Segundo ele, a MRV é a empresa que “vai surfar melhor no novo ciclo do Nordeste”. No Norte, a incorporadora atua em Manaus e Palmas. Segundo Menin, a MRV “vê com bons olhos” as medidas do programa, que atende às expectativas do setor. “Nossa leitura é positiva. O governo está muito sensível ao setor.”

Alexandre Nigri, presidente da MCP Realty, incorporadora do grupo Maxinvest com foco no programa habitacional, destaca que a diminuição dos juros, principalmente para Norte e Nordeste, possibilita “a inclusão de classes sociais que precisam de financiamento”. A RNI Negócios Imobiliários avalia que o novo programa estimula o lançamento de novas fases nos dois empreendimentos que possui no Nordeste - no Ceará e na Bahia.

“Vínhamos sofrendo muito com o desenquadramento [da renda] dos clientes, principalmente no Nordeste”, disse o presidente da RNI, Carlos Bianconi. Para ele, o programa oferece “oportunidade de turbinar o setor pela redução das taxas de juros”. A RNI também desenvolve projetos no Sudeste e Centro-Oeste. “A Casa Verde Amarela traz a oportunidade de melhorarmos a velocidade de vendas. Estamos muito otimistas.”

Dante Seferian, presidente da Danpris, conta que espera impacto positivo da redução de juros já no lançamento de seu próximo projeto, em Itu (SP). Ele acrescenta que o aumento do valor financiado, possibilitado por juros menores, resulta na necessidade de menos subsídios, o que demanda volume menor de recursos do FGTS. O presidente da Direcional Engenharia, Ricardo Ribeiro, afirmou que gradualmente o financiamento à faixa 3 do programa tem sido absorvido pelo mercado, em decorrência da “queda estrutural dos juros”.

Com isso, os recursos do FGTS passam a ser mais direcionados a famílias de menor renda. O apoio do governo ao programa dá segurança e visibilidade para que empresas façam investimentos, com a confiança de continuidade do ciclo, avaliou ele. “O anúncio reforça a importância de se ter um programa habitacional no país, do ponto de vista social, mas que gera empregos.”

Na avaliação de Rubens Menin, presidente do conselho da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), com o Casa Verde Amarela, haverá mais espaço para atuação de pequenas, médias e grandes empresas. “Vinham sendo produzidas 300 e poucas mil unidades por ano. O novo formato vai possibilitar 500 mil unidades por ano.”

Luiz Antonio França, presidente da Abrainc, ressaltou que 80% do déficit habitacional brasileiro se concentra no segmento de baixa renda. “O anúncio foi super positivo e aponta a importância que o governo está dando à habitação”, afirmou. O presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet, avalia que o novo programa traz aperfeiçoamentos em relação ao Minha Casa, Minha Vida, que são “muito bemvindos”. “Com a possibilidade de redução dos juros, aumenta muito o universo de pessoas assistidas pelo programa.” Ele ressaltou também as medidas relacionadas à regularização fundiária. “Isso proporciona cidadania e dignidade às famílias.”

 

Curva de juros deve continuar inclinada com risco fiscal, diz Morgan Stanley

Os desafios relativos à situação fiscal no Brasil devem prevalecer por um período prolongado e, assim, a curva de juros deve permanecer bastante inclinada, enquanto o Banco Central segue testando os limites da política monetária. A avaliação é dos estrategistas Andres Jaime e Ioana Zamfir, do Morgan Stanley, cuja recomendação para o “miolo” da curva, mais especificamente o contrato de DI para janeiro de 2023, é “overweight” (acima da média do mercado), “porque acreditamos que o mercado está subestimando a intenção do BC de influenciar o miolo da curva por meio do forward guidance”.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas do banco americano afirmam que, além da questão fiscal, desafios relativos ao financiamento do governo também podem ter impacto sobre a curva de juros. “Embora nossa análise mostre que as necessidades de financiamento devem ser administráveis em 2020, a perspectiva para 2021 é mais incerta e os riscos seriam direcionados para um volume ainda maior de emissões. Por sua vez, isso também exerceria pressão adicional sobre a curva, embora vejamos isso como mais um risco para o próximo ano”, dizem.

Para o Morgan Stanley, porém, o mercado tem subestimado o “forward guidance” do Banco Central, no momento em que a autoridade monetária tenta influenciar o miolo da curva. “Claro que isso depende da materialização do cenário-base de nossos economistas, ou seja, alguma flexibilização no teto de gastos ocorre em meio a um progresso nas reformas”, afirmam os estrategistas do banco americano.

Embora vejam espaço para aplicação nos trechos intermediários da curva de juros, eles dizem evitar estender a “duration” para trechos de mais longo prazo, “uma vez que os prêmios de risco parecem mais do que justificados pela recente deterioração das perspectivas fiscais”.

Para Jaime e Zamfir, embora altamente dependente da dinâmica de crescimento, o valor justo da inclinação da curva de juros futuros parece mais alto em relação aos níveis atuais, “o que torna posições aplicadas não atraentes na ponta longa”.

 

Liquidez e juro baixo levam bancos de investimento para nível pré-pandemia

Depois do primeiro baque com a paralisação de praticamente todas as transações com a chegada da pandemia, os bancos de investimento se deparam hoje, no quinto mês de quarentena, com as atividades fervilhando, chegando ao nível pré-covid-19.

Empresas, muitas delas com perfil de consolidadoras, começaram a buscar dinheiro no mercado atentas a oportunidades de aquisições. Diariamente, o número de operações na mesa desses banqueiros não para de crescer. Por trás, muita liquidez e juro baixo, que estão mudando a dinâmica do mercado de capitais brasileiro, provocando um novo boom de ofertas de ações.

Com a curva crescente de operações ao longo das últimas semanas, a aposta já é de que o ano será ao menos igual a 2019, quando as receitas dos bancos de investimento em atividades de mercado de capitais e assessoria financeira no País somaram US$ 1,05 bilhão, conforme dados da Dealogic. Neste ano até aqui, elas já somaram R$ 488,88 milhões, ainda de acordo com o levantamento da consultoria, a pedido do Broadcast.

Grande parte das receitas segue vindo da atividade de renda variável, sendo que o volume de ofertas de ações – somando as iniciais (IPOs, pela sigla em inglês) e as subsequentes (follow ons) na B3 – já está em mais de R$ 60 bilhões. A expectativa é chegar a até R$ 120 bilhões neste ano, batendo o valor recorde de 2019. A conta exclui as operações realizadas fora do País, que somam o volume mais de R$ 10 bilhões.

O responsável pelo banco de investimento do Bradesco BBI, Alessandro Farkuh, comenta que, neste momento, uma operação do banco de investimento começa a impactar outros produtos. “Estamos vivendo um momento em que o ciclo positivo de um produto afeta o ciclo de outro”, explica o executivo. Em ações, destaca ele, o número de empresas candidatas para abrir capital tem sido grande e houve, ainda, um represamento das ofertas por três meses por conta da pandemia, o que deve provocar um movimento grande até o início de 2021. “No momento estamos com dificuldade de tráfego”, afirma o executivo.

O presidente do Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema, aponta que o movimento da atividade do banco de investimento ganhou muita tração a partir de junho e que a leitura neste momento é que de agora até o fim do ano virá o período mais movimentado de 2020, algo que já pode ser observado tendo em vista a fila de ofertas de ações para o próximo mês.

“Até em agosto, um mês que historicamente muitos executivos tiram férias, foi muito aquecido”, comenta. Os roadshows e reuniões que agora têm sido 100% virtual, hoje em dia algo mandatório pela pandemia, acabou tornando possível a rotina intensa que os executivos se depararam com a retomada da atividade.

A percepção é a mesma no Itaú BBA. O chefe global de banco de investimento da instituição financeira, Roderick Greenlees, comenta que houve um baque nas primeiras semanas de fevereiro, quando todas as operações entraram em compasso de espera. Em junho, o mercado começou a retomar, com algumas operações indo a mercado, o que foi provando, para empresas e investidores, que havia apetite. “Antes da pandemia tivemos 10 operações de renda variável e na pandemia já tivemos 15”, disse o executivo. “Estamos muito otimistas.”

O mercado de dívida também começa a se recuperar, comentam os executivos, embora no mercado local ainda esteja abaixo dos níveis de 2019. Em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), as operações também estão ganhando tração, muitas delas com perfil de empresas buscando consolidação no mercado.

“A crise também gera oportunidades de consolidação e quando vem acompanhada da melhora do mercado de capitais, as empresas conseguem, por exemplo, levantar um dívida mais longa”, afirma Zema, do Morgan Stanley. “Veremos mais histórias de M&A se tornando públicas até o fim do ano”.

Já o sócio responsável pela área de finanças do BTG Pactual, João Dantas, afirma que o equilíbrio visto nos negócios hoje em relação ao momento pré-pandemia se deve à boa resposta à crise que foi dada pelos governos. “Estamos hoje vendo um mercado bastante funcional, com liquidez”, afirma o executivo. Com isso, o resultado vem sendo de aumento da atividade de banco de investimento, com um mercado de capitais bastante ativo.

 

Dólar cai 1,25% e vai a R$ 5,53 com aposta de bancos estrangeiros no real

Depois de tocar R$ 5,6170 no pregão desta terça-feira (25), o dólar fechou em queda de 1,25%, a R$ 5,5290. O turismo está a R$ 5,83.

Dentre todas as moedas do mundo, o real teve o melhor desempenho na sessão após três grandes bancos estrangeiros melhorarem a avaliação da divisa brasileira.

Eles argumentam que o real é alvo de grande volume de posições vendidas —investimento que ganha com a desvalorização do ativo— num cenário em que já precificou boa parte dos riscos domésticos.

O Bank of America recomenda venda de dólares contra reais como operação tática, por entender que houve melhora recente no ambiente político local.

"Ainda que estejamos preocupados com a dinâmica fiscal, a votação da última quinta-feira na Câmara dos Deputados para manter o veto do presidente (Jair Bolsonaro) a aumentos de salários no funcionalismo público abre a porta para um rali tático", disseram estrategistas do banco em relatório.

Os profissionais do BofA entendem ainda que a taxa de câmbio está atingindo patamares que causam incômodo ao Banco Central, o que respalda cenário no qual o BC permanece mais ativo no mercado de câmbio para atenuar a volatilidade.

"Isso reduz o risco de cauda de uma forte depreciação do real a partir daqui", completaram.

O banco iniciou recomendação de venda de dólar a R$ 5,57 , com meta de R$ 5,20 e "stop" (patamar a partir do qual a posição é desfeita) em R$ 5,80.

Pelas contas do BofA, numa lista de 13 moedas emergentes, o real é a que acumula mais excesso de posicionamento vendido. O banco cita que, pelos dados da B3, investidores domésticos elevaram suas posições contrárias ao real quase a patamares pré-reforma da Previdência, aprovada em outubro de 2019.

Para o JPMorgan, a incerteza fiscal e política no Brasil ainda não vai embora tão cedo, mas o banco avalia que o recente ajuste de preço justifica uma avaliação "mais construtiva" com relação ao câmbio --e também aos juros.

"Acreditamos que o risco/retorno do real está mudando de negativo para neutro e potencialmente para positivo à frente", disseram Carlos Carranza e Gisela R Brant em relatório.

"Nossas métricas de avaliação sugerem que há muito prêmio de risco embutido em real atualmente. No mínimo, achamos que isso significa que os investidores que estão vendidos em real deveriam pensar em realizar lucros nesses níveis", acrescentaram.

Por ora, eles não recomendam posições compradas na moeda brasileira, devido ao potencial de volatilidade diante do fluxo de notícias por vir, mas reconhecem que passaram a buscar oportunidades em pontos de entrada para posições favoráveis ao câmbio.

"A dinâmica da balança de pagamentos parece favorável, com o BC em posição confortável para defender o real", disseram.

O BC divulgou nesta terça que o superávit em transações correntes do Brasil foi de US$ 1,628 bilhão em julho, acima do esperado pelo mercado, ajudado pela melhoria expressiva da balança comercial.

O real vinha sofrendo renovada pressão nas últimas semanas em meio ao aumento das preocupações de ordem fiscal no Brasil. Em cerca de um mês, a moeda deprecia 8,6% e, em 2020, 28,3%, a mais intensa entre as principais divisas.

Analistas de mercado citaram ainda que o nível reduzido dos juros, que estão nas mínimas históricas, também exerceu pressão adicional sobre o câmbio, uma vez que, para os investidores, não compensava o risco de ficar exposto à volátil moeda brasileira.

O real voltou a ser na semana passada a divisa emergente de maior volatilidade no mundo, depois de perder o posto brevemente para a lira da Turquia, país que sofre com altas taxas de inflação, conta corrente pressionada e queda das reservas cambiais a níveis preocupantes.

Embora reconheça a maior volatilidade, o BNP Paribas chama atenção para o que considera ser um "sobrecarregado" posicionamento técnico contra a divisa brasileira, o que ampara alguma chance de ajuste conforme outras métricas —como conta corrente— têm melhorado.

Na avaliação de Gabriel Gersztein, estrategista-chefe global para mercados emergentes do banco francês, como tanto a taxa de câmbio real quanto a nominal estão nas mínimas históricas ou perto delas, há aumento de probabilidade de uma correção favorável.

"Estamos entrando numa situação em que a melhora dos termos de troca em algum momento aumenta as chances de algum repasse para os preços (do câmbio)", disse Gersztein.

Luca Maia, estrategista de câmbio e juros para a América Latina do BNP, chama atenção para uma medida de posições "agressoras" de comprados em dólar —aquelas que fugiam dos padrões, mas que carregavam volume relevante—em minicontratos de dólar estar nas máximas desde fevereiro, a US$ 3,77 bilhões no somatório de 21 dias móveis. Segundo ele, a movimentação nesses minicontratos têm colaborado para a volatilidade do real.

O alto nível da volatilidade chamou atenção de estrategistas do Morgan Stanley, que dizem preferir exposição ao real apostando na queda do vaivém dos preços via puts (opções de venda) de volatilidade ATM ("at the money", com preços de exercício próximos aos do ativo-objeto).

Os estrategistas do Morgan Stanley ainda se dizem neutros na recomendação para o real, citando que o juro baixo e o posicionamento "menos limpo" pode elevar a sensibilidade da moeda a ruídos de curto prazo.

"(Mas) vemos que é bastante improvável que o dólar alcance uma nova máxima histórica ante o real, apesar do aumento da volatilidade que esperamos antes das eleições dos EUA", concluíram profissionais do banco em nota.

Também contribuiu para a valorização do real nesta terça, a menor aversão a risco no exterior, após Estados Unidos e China reforçarem o compromisso de cumprir o acordo comercial assinado em janeiro. Nesta terça, o índice americano S&P 500 subiu 0,36% e renovou sua pontuação recorde. Nasdaq subiu 0,76% e Dow Jones caiu 0,21%.

O Ibovespa, maior índice acionário do país, fechou em leve queda de 0,17%, a 102.117 pontos, à espera das medidas econômicas do governo de Jair Bolsonaro, que devem incluir, entre outras, a criação do Renda Brasil, programa social previsto para ampliar o alcance do Bolsa Família, com o valor do auxílio ainda em debate.

Apesar do potencial efeito na recuperação da atividade econômica do país, agentes financeiros estão preocupados com o potencial efeito negativo nas contas públicas.

 

Empresas que migraram ao crédito bancário na crise voltam a se financiar na Bolsa

Antes da chegada do novo coronavírus ao país, era crescente o número de grandes empresas que se financiavam na Bolsa em busca de taxas e condições melhores. A crise e a volatilidade dos mercados, entretanto, fizeram com que as companhias voltassem ao crédito bancário.

Desde então, companhias maiores tomaram quase metade dos recursos disponibilizados pelos bancos em linhas de crédito.

No último mês, o ritmo de concessão de empréstimos às grandes empresas diminuiu e, em direção oposta, há indícios de retomada nas ofertas públicas de ações, tanto de empresas que já tinham capital aberto quanto daquelas que estão ofertando papéis na Bolsa pela primeira vez.

Entre 10 de julho e 7 de agosto, segundo dados do Banco Central, os bancos emprestaram R$ 70,8 bilhões em novos créditos às grandes empresas.

Entre abril e maio foram quase R$ 130 bilhões. Do meio de março ao fim de abril, no ápice da crise, as grandes empresas pegaram R$ 155 bilhões em novas linhas.

Já o volume captado pelas empresas na Bolsa chegou a R$ 20,5 bilhões entre maio e julho e há expectativa de novas ofertas no curto prazo. Na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), há 25 companhias com emissões em análise.

Com o pânico entre os investidores e a volatilidade nos mercados, em março e abril, meses em que as grandes empresas mais pegaram crédito nos bancos, não houve ofertas públicas de empresas na B3.

"Com o cenário de juro básico da economia em patamares historicamente baixos é natural e uma tendência de que mais empresas consigam acessar o mercado de capitais, seguindo a forte tendência que já vinha ocorrendo a partir de 2017", disse o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza.

"A pandemia interrompeu esse processo, mas diversas instituições estão reportando que a procura pelo mercado de capitais voltou a aquecer no mês de junho", afirmou.

A volta das grandes empresas ao crédito bancário secou os recursos no sistema financeiro e prejudicou pequenos empresários. Além disso, os bancos preferiram emprestar aos maiores, por causa do menor risco de calote. Assim, empreendimentos menores ficaram sem crédito.

O movimento levou o Banco Central a lançar medidas para ampliar a liquidez no sistema financeiro, com o objetivo de fazer com que o crédito chegasse aos donos de pequenos negócios. Depois, com a resistência dos bancos a emprestarem aos menores, o governo lançou linhas subsidiadas, como Pronampe e Pese.

Liquidez é a quantidade de recursos disponíveis nas instituições financeiras. Quanto mais dinheiro em caixa, maior a possibilidade de aumentarem a concessão de crédito.

Na tentativa de reverter a situação, em junho, a autoridade monetária lançou outro pacote de medidas direcionado às pequenas e médias empresas.

"Em momentos de turbulência e maior incerteza, as empresas priorizam alternativas de financiamento ou de fortalecimento de caixa que possam ser acessadas de forma mais ágil. Nesse sentido, o crédito bancário se coloca como uma boa alternativa para muitas delas", disse o diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Rogério Santana.

Os indicadores econômicos mais recentes mostraram recuperação e indicaram que o fundo do poço foi em abril, o que elevou a confiança do investidor. Assim, a Bolsa apresentou melhora e fechou acima dos 100 mil pontos pela primeira vez desde março em 10 de julho e, desde então, manteve o patamar.

"Já vemos um fluxo intenso de ofertas de ações, tanto em aberturas de capital como em ofertas subsequentes. A expectativa é que mais companhias acessem o mercado de capitais para financiar sua operação ou mesmo captar recursos para aquisições de outras empresas ou ativos específicos", disse Santana.

Para André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, ainda é cedo para falar em retomada do mercado de ações, mas a volta das grandes empresas à Bolsa é um movimento natural.

"Temos um ambiente de spread [diferença entre taxa de captação dos bancos e quanto eles cobram nos empréstimos] altíssimo para pessoa jurídica, então em cenário de melhora dos índices econômicos, é mais vantajoso garantir recursos no mercado de capitais", disse.

O economista Mauro Rochlin, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), disse acreditar que as incertezas ainda são muito grandes.

"Mesmo antes da pandemia, a captação de recursos na Bolsa ainda não era um instrumento efetivo e o crédito bancário ainda tem participação maior", disse.

Ele pontuou, no entanto, que a queda da taxa básica de juros, que está a 2% ao ano, menor patamar da história, pode impulsionar o brasileiro a investir no mercado de ações, porque o rendimento de aplicações mais conservadoras não são mais tão atrativos.

"Com as empresas maiores voltando ao mercado de capitais, é razoável esperar um aumento na disponibilidade de recursos para as pequenas e médias nos canais bancários tradicionais", afirmou o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney Ferreira.

"A retomada do mercado de capitais é um sinal positivo, de confiança dos investidores na capacidade de recuperação da economia brasileira", disse.

 

 

 

 

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