Quarta-feira

Construção cai menos, mas vigor da retomada ainda é dúvida

A queda do PIB da construção ficou aquém do esperado e reforçou a expectativa de uma retração no setor menor que a estimada no início da pandemia. Ainda assim, será forte e uma retomada consistente vai depender da recuperação da economia.

O recuo foi de 5,7% no segundo trimestre, sobre o primeiro, quando já tinha havido uma diminuição de 3,3%, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a queda acumulada é de 1,6%. Com o resultado de abril a junho, o PIB setorial voltou ao nível do primeiro trimestre de 2007.

“Sim, a construção sofreu, mas o resultado corroborou uma visão menos pessimista”, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Se antes a expectativa era de queda de 10% no ano, agora roda em torno de 4% a 5%.

Castelo observa que indicadores do PIB do setor mostravam resultados díspares no segundo trimestre, como uma forte alta nas vendas de cimento e queda expressiva na mão de obra. Uma avaliação possível é que o aumento das reformas de imóveis feitas pelas famílias influenciou um resultado menos negativo. Seja como for, as expectativas para o terceiro trimestre são positivas a julgar pela última sondagem de agosto.

Houve aumento da confiança pelo quarto mês, volta do uso da capacidade instalada para níveis pré-pandêmicos e redução no percentual de empresas que aponta a falta de demanda como principal entrave. Em agosto, essa parcela era de 44,4%, menor nível em cinco anos, ante 60% em abril.

O resultado está, em grande parte, relacionado ao bom desempenho recente das vendas no mercado imobiliário residencial. Houve também aumento entre as empresas que veem escassez de material e/ou equipamentos como maior problema: 7,8%, maior percentual desde setembro de 2010 (9,8%). É provável que essa dificuldade esteja relacionada ao crescimento expressivo da demanda de material por parte das famílias, afirma Ana Castelo.

“Há de fato uma retomada. Boa parte das minhas expectativas negativas estava relacionada à demanda”, afirma a economista, para quem uma parcela da população não se sentiu ameaçada pelas incertezas geradas pela pandemia e foi às compras. A questão, diz, é o quanto esse movimento vai se sustentar se a recuperação econômica se provar mais fraca. “É difícil imaginar que o mercado imobiliário vá continuar crescendo à revelia da economia”, diz.

Na parte de infraestrutura, as expectativas do setor privado não são tão ruins como há dois anos. Mas, com os investimentos do governo no chão, o país precisa cada vez mais de aportes privados, em especial os externos. “O cenário político, fiscal e ambiental é ruim e traz preocupações para a capacidade de reação desse segmento”, diz.

Para o Banco Fator, a construção imobiliária, que não caiu tanto, deve se recuperar. Mas a parcela ligada à infraestrutura ficará contida pelo peso das decisões de investimento, prejudicadas pela incerteza.

 

PIB brasileiro tem queda histórica de 9,7% no 2º trimestre, aponta IBGE

Com os impactos das medidas de isolamento social para conter a pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 9,7% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor do PIB totalizou R$ 1,653 trilhão no trimestre. Trata-se do pior desempenho trimestral do PIB desde o início da série iniciada em 1996.

Segundo o instituto, foram adotados tratamentos específicos nos resultados do segundo trimestre para refletir os impactos das medidas de isolamento social para enfrentamento da pandemia, especialmente nos serviços prestados pelo setor público. De janeiro a março, o PIB do país encolheu 2,5%, mais do que o informado inicialmente.

O resultado veio um pouco pior que a mediana apurada pelo Valor Data com 49 consultorias e instituições financeiras, que apontava para queda de 9,2% do PIB no período. As projeções variavam de queda de 11,3% a recuo de 7%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2019, o PIB teve queda de 11,4% de abril a junho. Por essa base de comparação, a mediana das projeções de analistas ouvidos pelo Valor Data era de retração de 10,5%. O recuo também foi o mais intenso da série, iniciada em 1996. Oferta Na passagem do primeiro para o segundo trimestre, entre os segmentos, a maior queda foi na Indústria (-12,3%), seguida por Serviços (-9,7%), o componente de maior peso no PIB pela ótica da produção.

Dentro do setor de serviços, os destaques negativos ficaram com o comércio, com recuo de 13%; transportes, com um tombo de 19,3%; e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, com queda de 7,6%. Nos dois casos, o segundo trimestre deste ano foi o pior da série histórica. A expectativa dos consultados pelo Valor Data era de recuo de 12,8% e de queda de 9%, respectivamente. A Agropecuária, por sua vez, apresentou variação positiva nos três meses até junho, de 0,4%. No primeiro trimestre, o valor adicionado da agropecuária havia crescido 0,5% (dado revisado de alta de 0,6%).

O resultado ficou abaixo da mediana esperada pelos analistas, de 1,2% de elevação. Ante o mesmo período de 2019, o PIB agropecuário cresceu 1,2% no segundo trimestre — abaixo do esperado pelos economistas, de alta de 2,4%. No confronto com o intervalo de abril a junho de 2019, a Indústria teve baixa de 12,7%, a mais intensa da série histórica nesta de comparação, e os Serviços declinaram 11,2%. Já a Agropecuária registrou expansão de 1%, "o que pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade", como destaca o IBGE.

Demanda Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias caiu 12,5% no segundo trimestre, ante os três meses anteriores, afetado pelo isolamento social, pela precaução dos consumidores e pelo desemprego. Os analistas esperavam um recuo 9,8%. Perante o intervalo de abril a junho de 2019. o consumo das Famílias teve contração de 13,5%, a maior queda registrada na série histórica.

Outro resultado ruim foi o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa), que cedeu 15,4% entre abril e junho, ante os três primeiros meses de 2020 e 15,2% em relação há um ano. Já o consumo do governo teve queda de 8,8% no segundo trimestre, em relação aos três meses antecedentes, feito o ajuste sazonal. Foi o pior resultado desde a queda de 15% no quarto trimestre de 1996. Perante os três meses até junho de 2019, essa despesa encolheu 8,6%.

Analistas consultados pelo Valor Data estimavam retração de 20,2% dos investimentos e estabilidade para o consumo do governo. A taxa de investimento atingiu 15% do PIB entre abril e junho e, a taxa de poupança, 15,5%, a primeira alta para um segundo semestre desde 2013. Setor externo

No setor externo, as exportações cresceram 1,8% no segundo trimestre deste ano, enquanto as importações tiveram queda de 13,2% frente aos três meses anteriores. No primeiro trimestre, as exportações haviam recuado 1,3%, dado revisado de queda de 0,9%, e as importações tinham subido 0,8%.

A mediana apurada pelo Valor Data era de alta de 2,8% para as exportações e recuo de 7,2% para as importações, uma contribuição positiva do setor externo para o resultado do PIB do período. Em relação ao segundo trimestre de 2019, as exportações apresentaram avanço de 0,5% e as importações apresentaram retração de 14,9%.

 

Análise: Com tombo da demanda doméstica, PIB despenca no 2º trimestre

A economia brasileira despencou no segundo trimestre, recuando quase 10% em relação ao primeiro, feito o ajuste sazonal, sob efeito das medidas de isolamentos social impostas pela necessidade de combater a pandemia.

Os principais componentes da oferta e da demanda tiveram tombos de magnitude inédita – apenas a agropecuária e as exportações ficaram no azul. Com isso, fica configurada a recessão técnica, caracterizada por dois trimestres seguidos de contração do Produto Interno Bruto (PIB).

A demanda doméstica mergulhou, enquanto o setor externo teve contribuição positiva para o resultado. Mesmo com a reação da atividade tendo se iniciado em maio e junho, a variação da média do trimestre foi muito negativa, devido ao tamanho do tombo registrado em abril.

Com peso de mais de 70% no PIB pelo lado da oferta, os serviços recuaram 9,7%, queda de idêntica à registrada pelo PIB no período de abril a junho. Ainda pelo lado da oferta, a indústria caiu 12,3%, enquanto a agropecuária subiu 0,4%.

Pelo lado da demanda, os investimentos caíram 15,4% e o consumo das famílias, 12,5% em relação ao primeiro trimestre. Até mesmo o consumo do governo teve queda forte, de 8,8%, um resultado muito pior do que o esperado pelos analistas. A mediana das projeções dos economistas ouvidos pelo Valor Data apontava para estabilidade desse componente. As exportações, por sua vez, subiram 1,8%, enquanto as importações recuaram 13,2%.

Nos cálculos do diretor de pesquisa para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a demanda doméstica total teve contribuição negativa de 11,9 pontos percentuais para a queda do PIB de 9,7% no segundo trimestre. Já o setor externo ajudou a evitar uma queda ainda mais forte. Como as exportações cresceram e as importações despencaram, houve contribuição positiva de 2,2 pontos percentuais do setor externo, estima Ramos.

Nos serviços, há itens que mostram um cenário de terra arrasada, como transporte, armazenagem e correio, com queda de 19,3%. O tombo foi ainda maior, de 19,8%, em atividades de serviços como alojamento e alimentação, serviços prestados às famílias e empresas, serviços domésticos e educação e saúde privadas. São os setores que mais sofrem com o isolamento social.

A reação dos serviços será fundamental para definir a velocidade de retomada da economia, uma vez que respondem por quase três quartos do PIB. Na indústria, o segmento que mais sofreu foi da indústria de transformação, com recuo de 17,5%. A construção civil teve queda forte, mas bem mais modesta, de 5,7%.

O fundo do poço da atividade foi abril, e a economia brasileira mostrou um desempenho melhor que o esperado nos últimos meses, principalmente por causa do efeito do auxílio emergencial. O benefício será estendido até o fim do ano, mas o valor deve cair de R$ 600 para R$ 300. Além disso, é necessário ver como vai reagir o mercado de trabalho.

Do lado positivo, a confiança empresarial tem subido com força, como mostram os números da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os juros baixos também colaboram com a atividade. As incertezas políticas e fiscais, contudo, jogam contra uma retomada mais firme. Embora a avaliação seja de que o segundo semestre começou de modo positivo, ainda há bastante indefinição quanto ao desempenho da economia na segunda metade do ano.

A revisão para baixo do PIB do primeiro trimestre, de uma queda de 1,5% para um recuo de 2,5% em relação ao trimestre anterior, também pode colocar viés de baixa nas projeções para o resultado do ano. O consenso dos analistas do Boletim Focus do Banco Central é de uma retração da economia brasileira de 5,28% em 2020.

 

Bancos revisam o PIB do Brasil para 2020 após dado do 2º tri

Importantes instituições financeiras reagiram à queda de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (1º de setembro). Algumas refizeram suas projeções para o dado deste ano, mas não houve um consenso entre os bancos de recuo ou avanço.

O recuo, maior que o esperado, não mudou a projeção do Itaú Unibanco de uma queda de 4,5% no PIB deste ano. A expectativa de recuo do banco é menor que a mediana do mercado, que está em -5,3%. A atividade continua a dar sinais de recuperação no terceiro trimestre, afirma o economista Luka Barbosa.

O deteriorado cenário fiscal, contudo, é um risco. “O único risco relevante para a retomada é esse. A retirada do auxílio emergencial não é risco, pelo contrário”, afirmou Barbosa. Uma deterioração adicional e um eventual abandono do teto de gastos “mataria o driver mais importante para a economia hoje, que é o juro baixo”, disse o economista do Itaú Unibanco, ressaltando que este não é o cenário básico do banco.

No PIB do segundo trimestre, a surpresa negativa foi o consumo do governo, para o qual o banco estimava queda de 0,3% sobre o primeiro trimestre. O IBGE informou recuo de 8,8%. O resultado, muito longe da mediana do mercado, de estabilidade, ocorreu porque houve mudança na contabilização do consumo do setor público, segundo o instituto.

“Em grandes linhas, o resultado não muda nossa avaliação. Esperávamos queda de 9,1% no PIB, mas imaginávamos que poderia chegar mais próxima de 10%”, disse Barbosa. Segundo o economista, depois do tombo de abril, os dados mensais ao longo de maio e junho mostraram uma “melhora significativa”, que continuou em julho e agosto. “Nossos indicadores proprietários diários mostram isso”. A projeção do banco é que, no terceiro trimestre, o PIB cresça 7% sobre o segundo.

Para Barbosa, a maioria dos segmentos da indústria e dos serviços, como o comércio, estão se recuperando rapidamente. O segmento “outros serviços”, contudo, devem continuar a registrar queda, mas está acelerando na margem. O efeito dos juros baixos tem sido visto no aumento do crédito imobiliário e para aquisição de veículos, observa. “Redução do isolamento, juro baixo e recuperação global estão por trás da retomada doméstica”, enumera.

O desempenho do PIB pior do que o esperado e a revisão dos números do primeiro trimestre para uma queda de 2,5% fizeram com que os economistas do Citi cortassem sua estimativa para o PIB de 2020 de -6,0% para -6,5%. Em relatório enviado a clientes, os economistas Leonardo Porto e Paulo Lopes apontam que a atual recessão, que é a mais profunda de todas, “é bastante desigual entre os setores”.

Eles notam que as exportações apresentaram desempenho “muito favorável” no segundo trimestre, enquanto setores mais sensíveis às medidas de distanciamento social, em geral o de serviços, enfrentaram contrações severas entre abril e junho. “Para o terceiro trimestre, esperamos que os indicadores mensais de atividade continuem em trajetória de expansão iniciada em maio e em junho, dando apoio ao nosso cenário de recuperação gradual do PIB”, afirmam Porto e Lopes.

Os economistas do Citi mantiveram a projeção para 2021 inalterada em 3,5%, “mas destacamos que os riscos de uma expansão menor aumentam neste momento, dadas as implicações de um cenário fiscal mais frágil”. Goldman Sachs O Goldman Sachs também passou a esperar retração maior para o PIB brasileiro em 2020, de -5,4%, ante -5% anteriormente.

Segundo o diretor de pesquisa para América Latina do banco, Alberto Ramos, a mudança aconteceu devido à revisão feita pelo IBGE no dado do primeiro trimestre, de recuo de 1,5% para 2,5%. Nos cálculos de Ramos, com essa variação, o ‘carry over’ deixado para o restante do ano é negativo em 9,1%. Isso significa que, se o PIB ficar estável no terceiro e quarto trimestres, terminará 2020 com baixa de 9,1%. Este não é, no entanto, o cenário da instituição.

Segundo o diretor de pesquisa para América Latina, os indicadores de atividade devem continuar mostrando retomada nos próximos meses, impulsionados por, entre outros fatores, o afrouxamento das condições financeiras aqui e no exterior e recuperação dos preços de commodities e da economia mundial. Nas estimativas de Ramos, o PIB vai crescer 6,9% no terceiro trimestre.

De acordo com o economista, após o fundo do poço no mês de abril, dados de maio a julho mostram “visível recuperação”, causada pela reabertura gradual da economia e também por uma política econômica estimulativa, com destaque para “medidas fiscais generosas”.

O resultado do PIB do segundo trimestre acabou com o viés altista das projeções para 2020, afirmou o economista Mauricio Oreng, superintendente de Pesquisa Macroeconômica do Santander. “Números para o ano, de contração de 6% a 6,5% parecem fazer sentido. A gente estava indo na direção de uma queda para o ano de 5%”, afirmou. O Santander estimava recuo de 8,2% no PIB do período, sobre o primeiro trimestre.

Se o PIB ficasse parado nos níveis do segundo trimestre, o Brasil observaria uma contração de 9,1% em 2020, segundo Oreng. "É o que a gente poderia chamar de o pior resultado possível, considerando um cenário de gradual reversão das medidas de isolamento, economia reabrindo", afirma.

Mas o Santander espera um "crescimento sequencial importante" no terceiro trimestre, na casa de 6%, desacelerando para algo em torno de 1% no quatro trimestre. Por ora, o Santander volta a esperar queda de 6,4% para o PIB de 2020, cenário que ainda não considera a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro, no valor de R$ 300. O desempenho do consumo das famílias, que caiu 12,5% no segundo trimestre, ante os três meses anteriores, foi a “grande fonte de decepção” na projeção do Santander para o período.

O banco esperava uma queda de 6,9% nesse item. Parte dessa “decepção” pode refletir alguma dificuldade natural de captação por parte do IBGE, diante das limitações impostas pela pandemia, observa Oreng, mas há também uma questão de “assimetria”. “O consumo de bens aparentemente não foi tão ruim, mas os serviços acabaram indo pior”, disse o economista.

No PIB, os serviços recuaram 9,7% no segundo trimestre, mais do que a projeção do banco, de contração de 8,4%. Ainda do lado da demanda, outro dado que surpreendeu foi o consumo do governo, para o qual o Santander esperava queda de 0,5% no segundo trimestre, mas a retração foi de 8,8%. Para o próximo ano, o Santander projeta crescimento de 4,2%, diz Oreng, destacando que há um "efeito base" importante, já que a queda em 2020 será muito forte.

Já, para o BNP Paribas, o apoio fiscal “bastante agressivo” concedido pelo governo brasileiro à economia para conter os efeitos da crise desencadeada pela covid-19 tem ajudado o país a ter uma recessão menos profunda que o esperado. E mesmo com o PIB do segundo trimestre vindo ligeiramente pior que a expectativa do mercado, dados mais recentes sugerem uma recuperação forte no terceiro trimestre.

“Estamos elevando nossa projeção para o PIB de 2020 de -7,0% para -5,0% essencialmente porque a recessão desse ano não será tão intensa quanto o esperado. A reabertura antecipada da economia, acompanhada dos enormes estímulos fiscais e monetários, explicam a contração menor que o esperado, na nossa visão”, diz o relatório assinalo pelo economista-chefe do banco francês no Brasil, Gustavo Arruda.

Inicialmente, o banco esperava contração de 14% no período, dado que foi revisado apenas semana passada, para queda de 9,0%. Mesmo que o dado do IBGE tenha vindo acima do esperado, os números de maio e junho e os indicadores antecedentes do terceiro trimestre indicam uma surpresa positiva, argumenta.

Por outro lado, o relatório do banco nota que o impulso fiscal concedido — de 5% do PIB, contra 2% da estimativa inicial — coloca a relação dívida bruta em PIB bem próxima dos 100%, o que levanta uma bandeira vermelha sobre a sustentabilidade das contas. "Diante de tal cenário, acreditamos que a retirada das atuais políticas de estímulo é a única opção viável para o governo. Qualquer hesitação em fazê-lo seria recebida com grande reação negativa pelos mercados, postergando decisões de investimento e consumo", acrescenta.

Tal medida, inclusive, deve ajudar a desacelerar o crescimento econômico no último trimestre do ano para perto de zero. J.P. Morgan Os economistas do J.P. Morgan, como os do BNB Paribas, estão otimistas e revisaram sua estimativa para o resultado anual do PIB e, agora, projetam uma retração de 5,2% neste ano — ante expectativa mais pessimista de queda de 6,2%. Embora o resultado tenha vindo ligeiramente abaixo do consenso do mercado, o número ainda ficou acima do esperado pelo banco.

O J.P. Morgan projetava um tombo anualizado de 40%, enquanto o resultado ficou em -33,5% na base anualizada. “A surpresa de hoje por si só já teria um impacto significativo em nossas projeções, aumentando a estimativa de 2020 em 0,6 ponto percentual. Mas estávamos aguardando a divulgação do PIB para refinar nossas estimativas. Em particular, acreditamos que a prorrogação do auxílio emergencial em R$ 300 por mês até o fim do ano, o que esperávamos e que foi confirmado pelo governo hoje, continuará a apoiar a economia no curto prazo”, afirmam os economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira em relatório enviado a clientes.

Assim, para eles, o auxílio emergencial deve sustentar uma recuperação mais rápida do PIB em 2020. O J.P. projeta um crescimento anualizado de 34% no terceiro trimestre. No entanto, na avaliação dos economistas, o próximo ano pode sofrer com a retirada dos estímulos fiscais, principalmente os números do primeiro trimestre.

Para o primeiro trimestre de 2021, a expectativa do J.P. Morgan é de uma contração de 1% em base anualizada do PIB, que deve melhorar gradualmente ao longo do ano à medida que o crescimento do crédito dá apoio ao consumo. Para todo o próximo ano, a projeção é de uma expansão do PIB de 2,5%.

Os economistas também fazem um alerta em relação à política fiscal, ao notarem que a dinâmica do PIB em 2021 “será mais dependente do que o normal de difíceis escolhas políticas”. Para eles, embora o desejo de implementar um programa de transferência de renda maior e mais abrangente seja positivo para apoiar o consumo das famílias no curto prazo, “pode ameaçar a credibilidade da gestão da política econômica, especialmente após o forte aumento do endividamento durante a pandemia”.

 

Desemprego limita recuperação e torna incerta a retomada da economia

Depois de dois trimestres seguidos de queda, a economia brasileira deve voltar a crescer no terceiro trimestre de 2020, mas o ritmo de recuperação é incerto, devido à questões como a evolução da pandemia, os limites de gastos do governo e um esperado aumento do desemprego nos próximos meses.

O PIB (Produto Interno Bruto) caiu 2,5% no primeiro trimestre (dado revisado para pior) e inéditos 9,7% no segundo, de acordo com o IBGE, número acima das estimativas de mercado.

Para alguns analistas, o resultado pior que o esperado neste começo de 2020 pode ser compensado por um desempenho melhor no segundo semestre.

Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos e colunista da Folha, afirma que o resultado do segundo trimestre decepcionou, mas que indicadores mais recentes de atividade mostram um ritmo de recuperação muito positivo.

Como a revisão do primeiro trimestre foi no dado dessazonalizado e não no número original, ela afirma que isso não altera sua projeção para o ano, de queda de 5% para o PIB, com alta de 7,5% no terceiro e 1,5% no quarto trimestre, na comparação trimestral.

“Houve uma decepção grande, muito concentrada em serviços e na agropecuária. Mas não muda muito a expectativa dos agentes de que o terceiro trimestre vai ser melhor, que a economia está retomando”, afirma Srour.

Ela afirma que, se o Brasil mantiver o número de mortes estabilizado, mesmo que em um patamar alto e que demore a cair, será possível manter a reabertura das atividades. A recuperação da economia, no entanto, tende a ser lenta, já que a taxa de desemprego tende a aumentar no próximo trimestre e há dúvidas sobre a continuidade dos auxílios do governo.

“O auxílio emergencial foi fundamental para a retomada que a gente está vendo no terceiro trimestre e vai ser fundamental até o final do ano. A grande incógnita é quanto vai ser o Renda Brasil para sustentar o crescimento do ano que vem e ao mesmo tempo não furar o teto e criar uma grave crise de desconfiança na economia”, diz Srour.

O economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa afirma que também não alterou a projeção da instituição para o ano, uma queda de 4,5%, e que também espera crescimento superior a 7% neste trimestre. Para ele, no entanto, o auxílio emergencial é um fator menos relevante para a recuperação da economia.

Segundo Barbosa, o principal fator da recuperação é o juro baixo, que tem permitido, por exemplo, o aumento das concessões de crédito imobiliário, para aquisição de veículos e outros bens. Outro ponto é a redução gradativa do isolamento social, que ajudará na recuperação dos serviços. O terceiro fator é a recuperação global que deve continuar ajudando a economia brasileira.

“O quarto fator, e menos importante que esses três, é o auxílio emergencial. Se tirar o auxílio, e precisa tirar em algum momento, e os três outros fatores continuarem a ajudar, a economia vai continuar se expandindo. O risco é não tirar o auxílio emergencial e abandonar o teto de gastos, o que piora a situação fiscal do governo, a dinâmica da dívida sai de controle, as condições financeiras se deterioram, os juros sobem, e aí você mata o principal fator, que é o juro baixo”, afirma Barbosa.

O economista Vitor Vidal, da XP Investimentos, diz que as projeções para o PIB de queda de 4,8% neste ano e crescimento de 3% no próximo estão mantidas, pois o resultado abaixo do projetado no segundo trimestre se deveu, principalmente, a um desempenho pior que o esperado na administração pública. Ele projeta alta de 6,8% no terceiro trimestre.

Para ele, o desempenho futuro da economia ainda está muito dependente da evolução da questão sanitária e também do mercado de trabalho, que deve demorar a se recuperar, como em outras crises.

“Você ainda não está vendo todo mundo com confiança, indo para a rua, consumindo, planejando viagem. Acredito que a recuperação ao longo de 2020 vai ser gradual. Imaginar que vai ter um crescimento em 2021 muito forte ainda é difícil, muito por conta do mercado de trabalho. A gente só volta ao nível pré pandemia no segundo trimestre de 2022”, afirma Vidal.

“A gente vai ver a taxa de desemprego explodir ainda. Ela não está tão elevada porque o número de pessoas procurando emprego está baixo. A partir do momento em que tiver uma retirada dos estímulos, vai começar a ter essa pressão por procura de emprego”, diz o economista da XP.

Thiago Moraes Moreira, economista e professor da pós-graduação do Ibmec RJ, afirma que um ajuste nas projeções de mercado da pesquisa Focus do Banco Central, considerando os dados divulgados do primeiro semestre, apontam para uma retração no ano mais próxima de 6%.

Para se chegar a um número entre 4% e 5%, como projetam governo e vários analistas, seria necessário um desempenho médio de nesse mesmo nível até o final deste ano, mas ele avalia que o crescimento deverá ficar em, no máximo, 3% na média dos dois trimestres.

Para ele, o futuro do auxílio emergencial, o comportamento do mercado de trabalho e as incertezas sobre a evolução da pandemia trazem dúvidas sobre a recuperação da economia.

“A mediana das projeções do Focus só começaram a melhorar quando o mercado percebeu que o auxílio estava fazendo diferença. Alguns economistas avaliam que, pela taxa de juros estar na mínima agora, vai ter um boom do crédito. Eu discordo. Produtos mais associados a crédito são 15% do consumo total. O que sustenta o consumo é a renda”, afirma Moreira.

“Quando se olha para a frente, o viés para as expectativas é negativo. O tombo do PIB foi maior que o esperado, a extensão do auxílio foi pela metade do valor e, no mercado de trabalho, a taxa de desemprego pode ir a 23% se todas as pessoas hoje desocupadas passarem a procurar emprego e não encontrarem.”

De acordo com Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, a expectativa para o 3º trimestre é de uma recuperação próxima de 6%.

“Apesar da forte queda média do PIB no trimestre, é importante destacar que o comportamento da atividade não foi constante ao longo dos três meses. O mês de abril teve retração mais significativa e, a partir de maio, já observamos melhora. Os indicadores prévios de julho e agosto apontam que a recuperação no 3º trimestre deve ficar entre 5% e 6%, liderada pela indústria, construção, e também uma retomada no varejo que se iniciou de maneira mais tímida a partir de junho, mas vem ganhando força com a reabertura da economia somada ao impulso positivo do auxílio emergencial”, afirma Vitória.

“Os serviços às famílias devem continuar mais impactados pelas medidas de distanciamento social e com recuperação mais lenta”, diz a economista, que projeta queda acumulada próxima de 4,7% no ano de 2020 e crescimento de 3,9% em 2021, retornando ao patamar pré crise somente em 2022.

Em relatório, o Bank of America afirma que a queda no segundo trimestre foi considerável, mas que os indicadores antecedentes mais recentes estão sinalizando uma recuperação contínua da economia. A instituição estima queda do PIB de 5,7% neste ano, com uma recuperação gradual limitada pelo mercado de trabalho.

Para José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e presidente da Abiplast, a grande questão é o pós-pandemia. “Teremos um governo muito endividado, empresas com dívidas assumidas durante o período da pandemia, ou seja, com taxas de juros altas, famílias endividadas, porque o número de desempregados é muito grande, e, sobretudo, teremos cadeias produtivas desorganizadas, principalmente por aumento de preços de matérias-primas referenciadas em dólar.”

"O resultado do PIB mostra a severidade da crise. Voltamos ao nível de 2009. Entre os setores de serviços que apresentaram queda, informação e comunicação foi o que apresentou a menor taxa, -3,2%. Ao fornecer a base de funcionamento da economia durante a pandemia, o setor de telecom permitiu que outros tivessem quedas menores se caso houvesse uma paralisação absoluta", disse o presidente-executivo do SindiTelebrasil (sindicato das empresas do setor), Marcos Ferrari.

 

'A política econômica é em grande medida a política de saúde pública', diz economista

Em meio a tantos números negativos da atividade no segundo trimestre e ao resultado sem precedentes do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou queda de 9,7% entre abril e junho ante o trimestre anterior, o economista Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), chama atenção para aumento da taxa de poupança. Com as pessoas confinadas em casa, a poupança subiu para 15,5% como proporção do PIB no segundo trimestre deste ano, superando os 13,7%, registrados no mesmo período de 2019.

Isso revela, segundo o economista, que o consumo não ocorreu pela falta de renda, mas porque os brasileiros não estão saindo de casa. Potencialmente, diz, é um indicativo de que a recuperação poderá ser acelerada, se houver uma melhora na saúde pública. “A política econômica é em grande medida a política da saúde pública”, afirma Castelar. O espaço para o governo agir é acelerar a redução dos casos de covid-19 e, quanto mais rápido fizer isso, a economia voltará a se recuperar.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. avalia o resultado do PIB do segundo trimestre?

O resultado foi terrível, totalmente sem precedentes em relação às séries estatísticas que temos. Veio pior do que se imaginava. Nós, do Ibre, trabalhávamos com uma queda de 8,8% e o mercado com algo mais perto de 9%. Os 9,7% foram piores do que se esperava. Nesse sentido, foi o insulto em cima da injúria. O que surpreendeu foi o resultado do governo, da administração pública na parte da oferta e da demanda. Todo mundo esperava uma queda pequena, afinal de contas a saúde pública foi bastante ativa nesse período. Mas o resultado foi bastante negativo. Vamos ter que olhar com mais cuidado, porque os dados do IBGE não detalham. Transporte caiu também bastante: 19,3% em relação ao primeiro trimestre e, em relação ao ano passado, 20,8%. A expectativa era de uma queda na faixa de 14%. Surpreendeu negativamente. Acho que essas são as duas explicações de porque o número veio pior do que o esperado. O PIB só não caiu mais porque a demanda externa aumentou na comparação anual 2,8%. Se não fosse isso, o PIB ao invés de ter caído 11,4% ante o mesmo trimestre de 2019 teria recuado 14%. E o agronegócio ajudou. Os preços das commodities lá fora estão num bom patamar e isso vai continuar ajudando o setor agrícola. A tendência é que a renda dos exportadores tenha um bom resultado este ano

Com esse resultado, qual é sua projeção para o ano?

Eu estava mais otimista, trabalhando com uma queda de 4,5% no ano. Agora projeto queda de 5%. A revisão do PIB do primeiro trimestre, de -1,5% para -2,5%,foi uma notícia adicional ruim. Em março, em particular, a queda foi bastante forte. Abril foi muito profundo. Maio subiu um pouquinho e junho subiu mais. A média é de coisas muito diferentes: queda muito forte em abril, uma pequena elevação em maio e uma elevação mais forte em junho. Essa crise é diferente de outras, com o desemprego muito alto, o consumo das famílias  muito reprimido. Particularmente, como as pessoas estão dentro de casa, não têm ido ao restaurante, shows. Um dado que me chamou bastante atenção foi a alta da poupança. A poupança subiu porque o consumo caiu mais do que a renda. Isso se observa muito claramente na Europa e nos Estados Unidos. Com as transferências de rendas e tudo mais, as pessoas não consumiram. O que mostra que o consumo não ocorreu porque faltou renda. A queda no consumo ocorreu porque as pessoas não estão saindo para consumir.

O fato de a poupança ter aumentado é um sinal positivo?

Potencialmente, sim, porque significa que as pessoas têm recursos para consumir no futuro. Isso poderá acelerar a recuperação. As pessoas estão começando a comprar imóveis, por exemplo. Se houver uma melhora na saúde pública, as pessoas têm recursos para sair consumindo.

Na sua avaliação, está ocorrendo, de fato,  uma recuperação nos últimos meses?

Sim, melhorou a expectativa do mercado porque o auxílio emergencial, que inicialmente que ia até junho, teve mais duas parcelas. Agora foi estendido até o final do ano, com R$ 300. Nos dados mensais, a venda de eletrodomésticos está crescendo muito. O comércio está se recuperando em relação ao mesmo mês do ano anterior. Onde está mal é a venda de automóveis, compras que são mais difíceis de serem feitas pela internet. Além disso, toda a parte de serviços pessoais. O dado de serviços das famílias veio muito negativo e continua bastante afetado pela pandemia. Você já vê aumento do consumo, a produção industrial crescendo, tentando sair do fundo do poço. O comércio conseguiu chegar à superfície, a indústria está perto. Nesse sentido, estou mais otimista em relação ao terceiro trimestre, até porque a base de comparação é muito pequena, com toda essa queda.

O sr. acredita que o PIB do terceiro trimestre virá forte em relação ao segundo?

Sim. Gostaria de enfatizar que tudo isso está condicionado à pandemia. Se houver uma segunda onda, pode piorar. Mas, se houver uma vacina, vai ter um boom.  A tendência é que a gente continue escalando esse poço profundo. Acredito que o terceiro trimestre deve crescer alguma coisa na faixa de 6% sobre o segundo.

Quanto tempo vamos levar para voltarmos ao nível pré-pandemia?

Vamos voltar para o nível pré-pandemia só em 2022.

Vamos sair da recessão antes disso?

De acordo com a definição de recessão técnica, de dois trimestres seguidos de queda do PIB, nós já saímos, porque no terceiro trimestre teremos expansão. O comitê de datação de ciclos econômicos olha isso, mas também vai olhar o emprego e outras coisas que caracterizam recessão. Daí a pergunta é mais difícil. Tanto no Brasil quanto em outros países, o emprego está muito ruim. O emprego está demorando muito para reagir.

O sr. acha que o emprego vai demorar para se recuperar?

Sim e isso não é só aqui. Também em outros países o desemprego aumentou bastante. Principalmente nos setores de serviços pessoais, cabeleireiro, restaurante, médico, escolas. Setores em que há um contato pessoal direto entre o cliente e o prestador de serviço sofrem mais e eles empregam muita gente. Os setores que vão se recuperar bem é o comércio eletrônico, indústria de transformação, construção imobiliária. Agora o setor de serviços é bastante complicado e o setor de transporte também.

Como o sr. vê esse dilema: a concessão do auxílio emergencial que ajuda a economia no curto prazo, mas retira o ímpeto de crescimento no médio prazo por causa do aumento do endividamento público?

Esse é um imperativo que está colocado a todos os países. Existem três situações. Há países que têm dívida pequena e têm espaço fiscal para gastar mais por mais algum tempo, como a Coreia do Sul.  Outro caso é de países com dívida alta, mas com muita gente que vai comprar, caso dos Estados Unidos. A tendência dos EUA é continuar com posição fiscal relaxada.  A situação do Brasil é ruim porque já tem uma dívida muito grande. Então, não temos a  liberdade que têm a Coreia do Sul e a Alemanha para gastar. O que o Brasil poderia fazer é redirecionar o gasto para as pessoas mais pobres e fazer uma rede de proteção social. Os mais pobres gastam uma parcela muito grande da renda e isso ajudaria a impulsionar o consumo. É preciso focar melhor o gasto do auxílio emergencial para as pessoas de renda mais baixa e olhar também para outras políticas. Por exemplo, acho que é uma boa hora para rediscutir subsídios para empresas. Existem muito gastos que não contribuem para manter a economia andando. Não são gastos prioritários neste momento. Qualquer coisa fora disso vai gerar aumento dos juros e preocupação da situação fiscal a médio prazo.

O governo tem poucos instrumentos para minimizar essa recessão?

Sim. O que ele precisa fazer é retroceder a pandemia o mais rápido possível. Com isso, as pessoas que não estão consumindo por problemas sanitários, saem  para consumir, gastando a poupança acumulada. A solução é cuidar da pandemia. Quanto mais rápido fizer isso, mais rápido volta a saúde privada, a educação privada, o consumo de serviços. A política econômica é em grande medida a política da saúde pública. Quanto mais rápido agir na saúde pública, mas rápido a economia volta a se recuperar.

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