Quinta-feira

Queda do PIB será a maior em 120 anos e supera até época da gripe espanhola

Com os impactos das medidas de isolamento para conter a pandemia, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020 será a mais intensa registrada nos últimos 120 anos, desde 1901, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com base em indicadores do IBGE e do Ipea. A expectativa da fundação é de retração de 5,4% do PIB neste ano.

O Ibre/FGV prevê ainda, no levantamento, queda de 6,1% do PIB per capita neste ano. Usado por economista para medir a riqueza de países, o indicador é definido pelo divisão do valor do PIB com a população total. Se confirmada a projeção, será o pior desempenho desde 1981, quando recuou 6,3%. Dessa forma, a renda per capita deverá encerrar o ano em R$ 30.135 por habitante, retornando a nível próximo do registrado em 2007 (no valor de R$ 29.788).

Silvia Matos, coordenadora do boletim Macro do Ibre/FGV, diz que a intensidade da retração do PIB neste ano deverá ser maior, por exemplo, do que a registrada durante a gripe espanhola, em 1918.

Naquele ano, o PIB brasileiro recuou 3,2%, uma das piores taxas da série histórica disponível. Segundo ela, o impacto seria maior agora, em parte, por causa das mudanças de perfil da economia do país nesse período de um século decorrido entre as duas pandemias. A economista lembra que os números da gripe espanhola são incertos, tanto no campo sanitário quanto da própria atividade econômica. Havia então menos dados confiáveis disponíveis, assim como menos pesquisas sendo realizadas.

Porém, Silvia Matos diz que o país era em 1918 era ainda uma economia agrária, com menor participação do setor serviços no PIB e uma parte significativa da população vivendo em áreas rurais. “A economia é atualmente mais intensiva em serviços, com mais participação do turismo. São atividades bastante afetadas pelo isolamento social, pela pandemia. E isso era bastante diferente em 1918”, diz a coordenadora do Boletim Macro.

“Embora a pandemia possa ter afetado menos o PIB em 1918, os impactos foram provavelmente maiores no bem estar da população, já que houve uma quadro relevante de mortalidade, havia pouca tecnologia para salvar vidas e encontrar a cura rápida.”

Diferentes países do mundo sofrem perdas recordes em 2020, por causa das medidas de isolamento necessárias para enfrentar a pandemia. O Brasil, porém, entrou na atual recessão em situação pior do que os demais economias, argumenta. Entre o segundo trimestre de 2014 e o fim de 2016, enquanto o resto do mundo crescia, o Brasil viveu uma longa e profunda recessão provocada por erros de política econômica.

“Tivemos assim duas grandes recessões em uma mesma década no Brasil. Entramos nesta crise atual em situação pior do que os demais países: baixa produtividade, elevada informalidade, desemprego elevado. Não havíamos ainda nos recuperados das perdas anteriores. Então, o desafio agora será grande para a recuperação”, acrescenta.

Para a economista, dificilmente a recuperação da economia no segundo semestre será suficientemente rápida para evitar que o ano seja o pior da história do país. Essa posição inglória era ocupada até então pelo PIB de 1981 (-4,3%) e de 1990 (-4,3%). Neste último caso, o mais recente, trata-se da recessão provocada pelo Plano Collor, que confiscou em março daquele ano as contas de poupança.

Para chegar a essas conclusões, o Ibre/FGV adotou uma série histórica construída pelo Ipea para o PIB brasileiro do período de 1900 a 1947. Os dados a partir de 1948 são oficiais e adotados pelo IBGE, embora também costurem séries estatísticas com metodologias diferentes entre si. A série histórica compatível com a metodologia vigente das Contas Nacionais tem início em 1996.

No caso do PIB per capita, Silvia Matos explica que as perdas em 2020 não devem ser as maiores história por fatores demográficos. No início dos anos 80, a população brasileira crescia a um ritmo de 2% ao ano. Atualmente, esse avanço populacional está abaixo de 0,8% ao ano, como mostrou recentemente publicação do IBGE. “O menor crescimento populacional suaviza na estatística o impacto da pandemia”, afirma Silvia.

 

Agenda fiscal e reformas devem ditar ritmo do investimento

As medidas de isolamento social e as incertezas sobre a duração da pandemia colapsaram os investimentos produtivos no segundo trimestre. A queda foi de 15,4% ante os três primeiros meses do ano, um recorde nessa comparação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a distância do investimento em relação ao pico, no segundo trimestre de 2013, ampliou-se para 37,3%.

O recuo só não foi maior por causa dos efeitos contábeis da importação de plataformas de petróleo, sem os quais o investimento teria caído 22,9% em relação ao segundo trimestre de 2019, diz o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O dado do IBGE mostrou queda interanual de 15,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de tudo que se investe em máquinas e equipamentos, construção e pesquisa e inovação).

Para os próximos meses, a retomada consistente do investimento está ligada à solução do impasse fiscal, em especial como o governo pretende abrigar os gastos sociais do Renda Brasil. As reformas estruturais, como a tributária e administrativa, ganham peso em um cenário de provável furo do teto de gastos.

A prorrogação do auxílio emergencial, anunciada ontem pelo governo, vai ajudar a sustentar o consumo nos próximos meses e aliviar a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no ano. Em contrapartida, o anúncio mantém dúvidas sobre a questão fiscal do país e pode aumentar a incerteza, lembra Luana Miranda, pesquisadora da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundaão Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“O auxílio deve dar um impulso no consumo das famílias e na atividade de comércio e indústria. Mas, pelo lado dos investimentos, isso gera uma preocupação sobre não se perder de vista uma âncora fiscal”, afirma. Apesar de recorde, o tombo do investimento foi menor do que o previsto pelo Ibre/FGV, sobretudo por causa do desempenho da construção, que caiu 11,1% ante o segundo trimestre de 2019 - o Ibre esperava baixa de 15,5%. “É um setor difícil de projetar”, diz, lembrando que o investimento na construção é diferente do valor adicionado ao setor.

 Os ajustes usados pelo IBGE para calcular o PIB durante a pandemia também explicam a queda menor do que a projetada para os investimentos, diz José Ronaldo Souza Jr., diretor de Estudos e Pesquisas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador do Ipea para investimento estimava baixa de 24,5% neste item entre o primeiro e segundo trimestres. “A explicação possível está no tratamento dado ao mercado de trabalho e à construção”, afirma Souza Jr.

O diretor do Ipea avalia que é importante avançar em reformas que ataquem o crescimento das despesas públicas e também nas que elevem a produtividade. “Isso hoje é a grande incerteza do Brasil e o que impacta a recuperação do investimento”, diz. Souza Jr.

chama a atenção para a recuperação da taxa de poupança, que foi de 15,5% no segundo trimestre, ante 13,7% um ano antes. “O setor privado aumentou a poupança, pode ser que o dado de investimento melhore mais rápido do que se esperaria. Mas para a poupança virar investimento é preciso que se tenham perspectivas melhores.

 

Economia mostra que o pior já passou, mas o melhor não virá

A queda do Produto Interno Bruto de 9,7%, sem registro na história do país, apenas coloca mais distante a perspectiva de um crescimento digno deste nome, maior que os 1% em torno do qual a economia brasileira vem rastejando há três anos. Após outros três anos de recessão, baixo dinamismo das atividades e a pancada de queda da renda per capita no segundo trimestre de 2020 - de 5,9% em 12 meses, os brasileiros tem o mesmo nível de recursos que em 2007, há 13 anos.

O retrato do desempenho do PIB no segundo trimestre mostra o passado e uma tragédia. Mas algo parecido a essa lamentável realidade pré-pandemia só será retomado em 2022, se tudo der certo. A recessão atingiu as principais economias do mundo no segundo trimestre, com exceção da China, que havia tropeçado antes, no primeiro trimestre, e encolhido 6,8%.

Era previsível que não haveria nada comparável a esta performance desde a Grande Depressão de 1930. Menos previsível, porém, foi a retração brasileira já no primeiro trimestre, período em que o ministro da Economia acreditava que a economia estava alçando voo, até ser abatida pela pandemia. O IBGE refez as contas e o PIB do período caiu 2,5%, e não 1,5% como divulgado antes. Esse é o horizonte: o Brasil vai levar dois anos para chegar ao ponto de quase inanição econômica que estava no fim de 2019.

Há sempre o consolo de que as coisas poderiam ter sido piores. As quedas de -9,7% em relação ao trimestre anterior, e de -11,4% ante o mesmo período de 2019, foram maiores, mas não muito, do que previam os analistas. Por isso e por avaliarem que a recuperação iniciada em maio, e fortalecida a partir de junho, prossegue, as estimativas para o PIB do ano recuam semana após semana e se situam atualmente em -5,28%.

A faixa de variação dessas estimativas está hoje, grosso modo, entre -6,5% e -4,5%. Há consenso que em 2021 essa perda não será recuperada. A estimativa do Focus aponta expansão de 3,5% no PIB, enquanto que o governo projeta 3,2% em seu orçamento.

Em termos relativos, o Brasil foi bem melhor que os demais países da América Latina e teve desempenho menos ruim do que Itália, França, Reino Unido e Espanha. A diferença dessa vez foi a enorme rede de proteção social implantada às pressas para empregados com redução de jornada ou trabalho suspenso, e desempregados, assim como garantia de liquidez, empréstimos e juros menores para empresas.

Com auxílios emergenciais e para manutenção de emprego e renda foram gastos no segundo trimestre R$ 185,6 bilhões. Isto é equivalente a mais de 10% do PIB trimestral, e 18,5% de todo o consumo das famílias no período. Os efeitos dessa injeção necessária de recursos foram a recuperação do varejo restrito ao nível pré-pandemia, combinada com o aumento da poupança, que no segundo trimestre foi de 15,5% do PIB, maior do que os 15% do PIB dos investimentos, uma inversão só vista recentemente no início desse século.

De forma desigual, a economia retomou o movimento, ainda com baixa mobilidade em setores vitais, como o de serviços, que compõem 70% do PIB pelo lado da oferta, papel semelhante ao que o consumo das famílias tem pelo lado da demanda, com 65%. O primeiro caiu 11,2% em relação ao segundo trimestre de 2019 e o segundo, 13,5%. A força da retomada dependerá desses dois componentes.

Uma boa parte da oferta, abrigado em outros serviços (como hospedagem, turismo, com 17,7% do setor), não se recuperará plenamente tão cedo, pelo menos não até que a covid-19 seja controlada e surja uma vacina. O consumo das famílias aumentará ou não dependendo do nível de desemprego, ainda represado pelo abandono da força de trabalho, e do auxílio de proteção, que cairá à metade a partir de agora.

Dos outros setores espera-se evolução comedida, caso da indústria de transformação (-17,5% ante trimestre anterior) e dos investimentos (-15,4%). As exportações líquidas contribuiram para arrefecer a recessão e deve colaborar positivamente com dois pontos percentuais para o PIB do ano, segundo projeções do Ibre-FGV (Valor, ontem).

Ajudam a recuperação os juros negativos e não a facilitam a penúria dos investimentos públicos e a alta ociosidade, que tolhe o investimento privado. Dessa forma, ficará aos poucos para trás a parada súbita das atividades e voltará o mais do mesmo da economia de baixo crescimento.

 

BC está pronto para intervir com mais força no câmbio se houver problemas, diz Campos

O Banco Central (BC) está pronto para intervir com mais força no câmbio caso considere que está descolado dos seus fundamentos, afirmou nesta quarta-feira o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

Ele destacou que, quando o câmbio caminhava para R$ 6, o BC considerou que em alguns momentos houve um descolamento entre a moeda e os seus fundamentos. Por isso, na ocasião, “estávamos prontos para intervir muito mais pesadamente”.

“Se tivermos os mesmos problemas [mais uma vez], com certeza” pode haver intervenções mais pesadas, disse, ao ser questionado sobre o assunto em “live” promovida pela Bloomberg.

O presidente destacou que o país tem “muitas” reservas internacionais, aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB), e que “não há limite” específico estabelecido pelo BC para usá-las. Outro ponto positivo, segundo ele, é que o custo de carregamento desses ativos “está muito baixo”. “As reservas têm um bom propósito, [mas] não temos em mente um número que consideramos ideal”, disse.

Campos reiterou, no entanto, que o câmbio é flutuante. Ou seja: o BC atuará quando considerar que o mercado está disfuncional, mas não para manter a moeda em um certo patamar. Também reforçou o princípio da separação, segundo o qual a condução da taxa básica de juros, por exemplo, mira na inflação, e não no câmbio.

A autoridade monetária, segundo ele, continua tentando entender as razões para a volatilidade do câmbio, que “está um pouco mais alta do que deveria estar”. Alguns fatores que podem explicar os movimentos bruscos seriam o quadro fiscal e a taxa básica de juros nas mínimas históricas. No entanto, Campos defendeu que a volatilidade deve diminuir à medida que o país aprovar reformas.

 

BC espera queda de 5% no PIB em 2020 e crescimento de 4% no próximo ano

Depois de queda de 9,7% no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, sob efeito da pandemia do coronavírus, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que espera que o indicador feche o ano em retração de 5%.

Para o próximo ano, ele projeta crescimento de pouco mais de 4%, segundo informou em evento virtual promovido pela Bloomberg nesta quarta-feira (2).

Segundo Campos Neto, mesmo com o tombo no segundo trimestre, as expectativas para o PIB foram revisadas positivamente. "Dados mais tempestivos mostram recuperação. Se olharmos as últimas cinco semanas, as projeções passaram de queda de 9% a 10% para 4,5% a 5,5%", pontuou.

Ele disse que o resultado do segundo trimestre foi melhor que o esperado pelo mercado e que o desempenho da economia brasileira também deve ser melhor para o ano.

O presidente do BC apontou uma segunda onda de contaminações como o maior desafio para a recuperação econômica. Além disso, ele falou do fator medo, que pode mudar o comportamento de consumo das pessoas.

A projeção de Campos Neto é mais otimista que as estimativas do mercado e do governo para o ano que vem. De acordo com o boletim Focus do BC desta semana, economistas disseram acreditar que o PIB vai crescer 3,5% em 2021.

Já o governo espera alta de 3,2%, segundo o projeto de Orçamento (PLOA) de 2021.

Sobre a extensão do auxílio emergencial, ele ressaltou a importância da austeridade fiscal. "Temos que cuidar dos mais vulneráveis, mas precisamos entender que temos limitações fiscais", reforçou.

Em sua visão, é impossível manter juros baixos e inflação baixa sem disciplina fiscal. "O mercado vai punir o Brasil se tivermos más notícias no âmbito fiscal", afirmou.

Campos Neto frisou que, em outros países, os governos se preocupam com o retorno da crise e que medidas terão que voltar ao Congresso para serem revertidas, mas que, no Brasil, não há o entrave porque elas expiram.

"Alguns países estão organizando como será a saída, mas no Brasil já temos tudo organizado, porque as medidas têm data para terminar", explicou.

TOMBO DO PIB

Na terça-feira (1º) o IBGE divulgou PIB do segundo trimestre, que registrou retração inédita de 9,7% na comparação com os três meses anteriores.

Esse foi o período mais intenso dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, como mostraram também dados de outros países.

Em relação ao mesmo período de 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996, segundo o IBGE.

O IBGE também revisou o resultado do primeiro trimestre de uma queda de 1,5% para retração de 2,5%.

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam retração de 9,2% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com essas duas quedas, o PIB está no mesmo patamar do final de 2009, segundo o IBGE, auge dos impactos da crise global provocada pela onda de quebras na economia americana.

Segundo dados compilados pela OCDE, entre quase 30 economias que já divulgaram o resultado do segundo trimestre, a retração do PIB ficou em 9,5% na média. Entre os países membros da entidade, foi de 9,8%

 

ESTADÃO

Efeitos negativos da pandemia ainda eram sentidos por 37,5% das empresas na 2ª quinzena de julho

Ao fim do quinto mês de pandemia, praticamente quatro em cada dez empresas brasileiras (ou exatos 37,5%) ainda se viam prejudicadas pela crise sanitária no País. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de empreendimentos afetados negativamente pela pandemia de coronavírus vem diminuindo, mas a incidência de companhias prejudicadas permanecia elevada na segunda quinzena de julho, afirmou Flávio Magheli, coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE.

“O resultado é menos negativo em relação às quinzenas anteriores. Na segunda quinzena de junho, essa taxa de efeitos negativos era de 62,4%. Mas ainda é uma taxa significativa”, confirmou Magheli.

A pandemia reduziu as vendas ou serviços prestados em 34,4% das 3 milhões de empresas em funcionamento na segunda quinzena de julho. Um terço de todas as empresas (33,1%) teve dificuldades de fabricar produtos ou atender clientes, e 45,3% das companhias enfrentaram problemas de acesso aos seus fornecedores. Com a receita prejudicada, 38,9% das empresas relataram dificuldades em realizar pagamentos de rotina.

“Nas primeiras rodadas da pesquisa, entre os problemas causados, era mais citada a demanda, que se expressava na queda nas vendas. A partir da queda nas vendas, as empresas passaram a ter dificuldade de pagamentos. Na edição atual, a principal dificuldade é problema de oferta, dificuldade de abastecimento na cadeia produtiva, de acessar fornecedores, insumos, matérias-primas”, apontou Alessandro Pinheiro, coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE.

Os maiores prejudicados são os pequenos negócios, que têm mais dificuldade de acesso a capital de giro para reposição de estoques perdidos durante as medidas de isolamento social de combate à disseminação da covid-19.

“Quando as empresas são fechadas e têm que reabrir, muitas delas têm que recuperar estoques, recuperar capital físico para acessar. Talvez seja essa a percepção de dificuldades de acessar seus fornecedores. Eles podem estar fechados pelo isolamento, ou pode ser dificuldade de capital de giro para renovar estoques”, explicou Flavio Magheli. “Bares e restaurantes fechados por 15 dias perdem parte de suas mercadorias. Para repor isso, tem que ter capital de giro”, completou.

Como resultado, uma quantidade considerável de empresas não conseguiu manter o quadro de funcionários. Na segunda quinzena de julho, 242 mil empresas reduziram o número de empregados em relação à quinzena anterior.

“A gente tem um saldo positivo (de vagas) apontado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mas os números quantitativos absolutos de desligamentos ainda são elevados”, confirmou Magheli.

O coordenador do IBGE aponta que os resultados das pesquisas conjunturais e de indicadores antecedentes mostram que o pior momento do impacto da pandemia sobre a economia ficou para trás, mas as atividades ainda estão longe de recuperar o que foi perdido especialmente nos meses de março e abril.

“A leitura ainda é de retomada gradual, especialmente para as pequenas empresas”, disse Magheli.

Na pesquisa pulso, a percepção dos pesquisadores do IBGE é que há uma transição de maior incidência de impactos negativos da pandemia sobre os negócios para uma influência maior de contribuições pequenas ou inexistentes da covid-19. “Mas ainda não dá para dizer que houve melhora acentuada”, ponderou Magheli.

“O que a gente tem é um quadro de estabilidade dentro de um quadro de dificuldades. Ainda não há piora”, acrescentou Pinheiro.

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