Segunda-feira

Copom quer saber se mercado acha que teto de gastos será estourado

O Comitê de Política Monetária (Copom) pergunta, no questionário que antecede as suas reuniões, se o mercado acha que o teto de gastos será mantido até 2029, período de vigência desse limite imposto pela Emenda Constitucional nº 95. Quer saber quando e em que montante seria estourado.

O chamado questionário pré-Copom, em tese, pode tirar o Banco Central um pouco do terreno subjetivo em que se meteu quando colocou uma eventual mudança do regime fiscal como uma válvula de escape para o “forward guidance”, que é sua promessa de não aumentar os juros mesmo em algumas situações em que normalmente apertaria a política monetária.

O grande problema do Copom é decretar, exatamente, quando o regime fiscal foi rompido, na hipótese de isso ocorrer. Seria rompido se o teto de gastos for estourado? Seria rompido se, formalmente, o teto de gastos for mantido, mas for adotado algum tipo de contabilidade criativa para acomodar mais gastos, como o pagamento do Renda Cidadã? Esse é um terreno meio pantanoso, pois dependeria muito do julgamento subjetivo do Banco Central, que nem sempre poderá ser o mais correto.

A solução natural é olhar para a reação dos mercados. Quando e se o regime fiscal mudar, ficará evidente, pelo comportamento de preços de ativos e pelas expectativas de inflação. Com o questionário pré-Copom, aparentemente o Banco Central procura antecipar as possíveis reações do mercado. Permitirá saber o que os analistas econômicos esperam, para quando esperam e em que montante esperam. É uma espécie de referência para entender se as medidas que venham a ser adotadas pelo governo ou Congresso receberão uma reação negativa do mercado. Será interessante saber o que o mercado espera, exatamente, sobre o teto de gastos.

Muitos economistas influentes vêm sustentando que o teto de gastos, do jeito que foi desenhado, não é sustentável no médio prazo. Parece razoável que muitos participantes do mercado ecoem essa visão – quando a âncora terá que ser abandonada? Há, também, uma questão mais imediata sobre a relação entre o teto de gastos e o pagamento do Renda Cidadã.

Será que um grupo expressivo de analistas já espera que o teto de gastos será estourado em 2021, dentro de alguma engenharia que garanta a disciplina fiscal de médio e longo prazos? O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu recentemente como é difícil dizer se eventuais soluções para o pagamento do Renda Cidadã representam ou não uma mudança de regime fiscal.

De um lado, disse, pode haver soluções que respeitam o teto de gastos, mas implicam prejuízos para a trajetória da dívida pública, como o ventilado adiamento do pagamento de precatórios. Mas pode haver soluções que implicam estouro do teto de gastos, mas preservam a trajetória de controle da dívida, caso, por exemplo, se trabalhe do lado da receita para bancar esse programa.

 

Fluxo para emergentes perde força

Se já não bastasse o ambiente doméstico conturbado e com riscos elevados à sustentabilidade das contas públicas, uma onda externa de aversão ao risco deu as caras nos últimos dias e deixou o cenário ainda mais desafiador para os ativos brasileiros, em especial na renda fixa, segmento em que a cautela já predominava. Esse movimento se fez bastante claro no fim da semana passada, quando o tom externo negativo se somou a preocupações com a rolagem da dívida pública e impôs alta forte aos juros futuros.

Os últimos dias, de fato, têm sido desafiadores para os mercados emergentes de forma geral. Dados do Barclays e da EPFR mostram que, após três semanas de aceleração da entrada de capital estrangeiro em mercados emergentes, na semana passada o fluxo em renda fixa e renda variável recuou para aproximadamente US$ 2,7 bilhões. Na semana anterior, o resultado havia sido uma entrada de US$ 3,3 bilhões.

Embora a diferença tenha sido mínima, a equipe de estratégia do Barclays destaca que houve quebra do processo de retomada do fluxo para mercados emergentes — movimento, contudo, considerado natural, ao acompanhar o sentimento de risco global mais azedo. “Isso provavelmente indica que o aumento recente nos casos de covid-19 em mercados desenvolvimentos eleva as perspectivas de retomada de medidas de isolamento, e que os riscos para os mercados em relação à eleição nos EUA tornaram-se mais simétricos. Portanto, os fluxos para emergentes podem perder algum fôlego no curto prazo, mas é improvável que sejam revertidos”, afirmam os estrategistas Andreas Kolbe, Marco Oviedo e Juan Prada.

Quando se olha para o grupo de emergentes como um todo, os dados do Barclays e da EPFR apontam que, nas últimas duas semanas, a renda fixa se sobrepôs à variável na preferência do investidor estrangeiro. Na avaliação de Ilya Gofshteyn, estrategista sênior para mercados emergentes do Standard Chartered, a queda dos rendimentos dos títulos públicos e também da inflação e das expectativas de inflação fazem com que a renda fixa retenha valor em termos reais.

Ele avalia, contudo, que, com a liderança de Joe Biden crescendo nas pesquisas de intenção de voto nos EUA — o que diminui a ameaça de que os resultados sejam contestados e aumenta a chance de um impulso fiscal adicional no próximo ano —, os mercados acionários emergentes tendem a se favorecer. “Uma vez que a eleição dos EUA esteja no espelho retrovisor e se o mercado não ficar surpreso com o resultado, esperamos que os fluxos de capital aumentem notavelmente. E esperamos que a entrada nos mercados de ações de emergentes superem o desempenho da renda fixa”, afirma Gofshteyn.

Enquanto esse ambiente menos incerto não dá as caras, os investidores têm migrado para os ativos mais seguros. Em relatório enviado a clientes, o Bank of America aponta que os fluxos de capital para bônus americanos de empresas com grau de investimento e ETFs aceleraram para US$ 8,65 bilhões na semana encerrada em 14 de outubro, ao partirem de US$ 7,79 bilhões na semana anterior. A busca por segurança nos mercados de renda fixa também foi observada na Europa, onde os papéis da dívida alemã foram bastante demandados, mesmo com rendimentos em níveis historicamente muito baixos.

O Bund alemão de dez anos viu seu retorno cair de -0,536% no início da semana passada para -0,618% no fim da semana. Até o bônus de 30 anos viu seu preço aumentar, com consequente queda do juro, que encerrou a sexta-feira em -0,204%, no menor nível desde 13 de março. Na quinta-feira passada, inclusive, o leilão de 1 bilhão em Bunds de 30 anos registrou uma demanda bastante expressiva, em que a taxa “bid-to-cover”, que indica a demanda pelos papéis, ficou em 2,38, um nível bem maior do que a média de 1,43 dos últimos seis leilões desse bônus. Além disso, a taxa média da venda ficou em menos 0,16% — o menor nível da história.

No Brasil, no mesmo dia, o Tesouro Nacional fez o seu leilão semanal de prefixados e, em relação aos papéis de longo prazo, o resultado frustrou as expectativas. A tentativa de alongamento do perfil da dívida foi deixada para trás. O Tesouro ofertou 300 mil papéis longos, sendo 150 mil para 2027 e 150 mil para 2031. Nas semanas anteriores, o Tesouro havia ofertado uma quantidade maior de títulos que vencem em 2031: 1 milhão em 8 de outubro; e 500 mil em 1º de outubro. Embora tenha diminuído a quantidade de papéis longos ofertados, o Tesouro não conseguiu vender o lote integral.

Dos 150 mil títulos que vencem em janeiro de 2031 colocados à venda na semana passada, pouco mais de 130 mil foram colocados, ou 87,2% do total. Os estrategistas Gisela Brant e Carlos Carranza, do J.P. Morgan, notam que agosto foi o terceiro mês consecutivo de entrada de capital estrangeiro em títulos públicos no Brasil. Apesar disso, eles ressaltam que “as posições permanecem relativamente leves”, já que os não residentes detêm apenas 9,4% do total da dívida mobiliária brasileira.

Em uma comparação com outros países da América Latina feita pelo J.P. Morgan, os estrategistas observam que, em agosto, os investidores estrangeiros detinham 54% da dívida mobiliária do Peru; 22% dos títulos públicos do México; 24% da Colômbia; e 15% dos papéis do Chile. O investidor estrangeiro, que costuma ter preferência pelos títulos de mais longo prazo, tem entrado nos momentos de estresse da curva de juros para aproveitar os níveis de preços, aponta Carlos Menezes, gestor de renda fixa da Gauss Capital.

Ele aponta que, embora a taxa básica de juros esteja em 2%, a inclinação da curva tem deixado os papéis longos atraentes para o estrangeiro, já que eles são vendidos a taxas próximas a 8%. Em relação ao leilão de semana passada, Menezes aponta que o estrangeiro já não teria muito apetite pelos títulos brasileiros devido à menor propensão a risco observada nos mercados internacionais.

“A semana lá fora já não havia sido muito positiva e isso deve ter deixado o investidor mais restritivo, mais cauteloso. No nível em que as taxas longas estão, elas podem atrair alguma demanda para os títulos, mas um retorno do estrangeiro de forma consistente exige outros fatores”, diz o profissional.

A falta de confiança no governo e na credibilidade fiscal do Brasil é um dos pontos colocados por Menezes que impedem uma participação maior dos estrangeiros na dívida pública. “Toda a questão de como é tratada a trajetória da dívida pública deixa o investidor desconfortável de forma geral. O que acaba chamando atenção é o preço, mas a falta de previsibilidade limita a demanda [pelos papéis brasileiros]”, diz.

 

Fundo imobiliário pode se equiparar à bolsa em cinco anos

O universo brasileiro dos fundos imobiliários listados atingiu uma marca histórica - e que deixaria qualquer “influencer” satisfeito: ultrapassou o milhão de investidores em agosto. Para analistas e gestores consultados pelo Valor, o ritmo de expansão deve se manter nos próximos anos.

Os especialistas veem potencial de o segmento até mesmo superar, em termos de participantes, o mercado de ações, que contabiliza cerca de 3 milhões de investidores individuais. A ascensão tem sido meteórica desde o ano passado. Do fim de 2019 até agosto, a quantidade de investidores teve um crescimento de 60,4% na base de participantes do segmento da B3.

Em dezembro de 2019, os fundos de investimento imobiliários (FII) na bolsa registravam 632,6 mil investidores. Oito meses e 382 mil novos CPFs mais tarde, alcançaram 1,014 milhão de participantes, segundo o mais recente relatório.

“Com certeza o mercado de fundos imobiliários vai fazer frente ao de ações tanto em quantidade de investidores, quanto em ativos totais e de volume de negociação”, afirma o gestor de portfólios da Fator Administração de Recursos (FAR), Rodrigo Possenti. “Acho que em cinco anos esse mercado vai estar bem próximo, senão equivalente, ao de ações”, acrescenta.

Visão parecida é partilhada pelo sócio e gestor da XP Asset Management, Pedro Carraz. “No médio e longo prazo, parece-me que o mercado de fundo imobiliário pode ultrapassar o de ações”, diz. Já o analista de fundos imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni, prevê que “nos próximos três a cinco anos o número de investidores de FII vai superar a marca dos 3 milhões A visão otimista se apoia em vários catalisadores.

Para os especialistas, o juro baixo vai continuar sustentando um fluxo de migração dos investimentos mais conservadores para o risco, o que beneficia o segmento, como mostra o próprio crescimento da base. “Quando a pessoa física quer ir para algo um pouco mais arriscado, mas não quer passar direto para a renda variável, os FIIs têm sido uma porta de entrada para esse mundo com um pouco mais de volatilidade, mas também liquidez maior”, disse o vice-presidente do Fórum de Mercado de Capitais e presidente da Comissão de Renda Fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Sergio Goldstein, em coletiva de mercado de capitais.

A renda passiva por meio do investimento em FII, com o recebimento dos aluguéis mensais em forma de dividendos, tem chamado a atenção dos investidores, uma vez que as cotas não apresentam tanta volatilidade quando comparadas ao investimento em ações, segundo os analistas do BB Investimentos, Victor Penna e Kamila Oliveira.

Boa parte das carteiras recomendadas e dos fundos de FII tem registrado retorno com dividendos de 6% ao ano E isso ajuda a explicar o fato de o desempenho negativo no ano não ter impedido a base de avançar. O Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) da B3 recua 12,54% em 2020 até 6 de outubro. A queda é bem menor comparada ao referencial do mercado de ações. O Ibovespa no mesmo período acumula perda de 17,32%. Em 12 meses até 6 de outubro, porém, o Ifix sobe 4,23%, enquanto o Ibovespa cai 6,76%.

Além da maior inclinação ao risco, os juros nas mínimas históricas têm impulsionado o mercado imobiliário como um todo, com aquisição de imóveis, mesmo em um ambiente de recessão. Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que, em termos de vendas, o primeiro semestre de 2020 foi o melhor desde 2014. A comercialização de imóveis no país cresceu 10,9%, para 61,6 mil unidades, ante o mesmo período de 2019.

Os números da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) reforçam essa percepção: o crédito imobiliário cresceu 39,8% em oito meses neste ano comparado ao mesmo período de 2019. A recuperação da economia após a pandemia tende a aumentar ainda mais o apelo do setor imobiliário, com queda de vacância e aumento do aluguel, além da própria retomada de hábitos de consumo por parte da população no médio prazo. “Tem espaço para melhorar ainda mais quando a pandemia ficar mais controlada, a economia real recuperar o desempenho de antes e as pessoas voltarem a ter uma vida mais normal, frequentando shoppings e outros estabelecimentos”, diz Carraz, da XP.

O recuo do Ifix no acumulado do ano reflete principalmente a queda das cotas devido à crise - o índice mede o retorno combinado da variação das cotas no mercado secundário e a distribuição de dividendos. O valor menor de negociação das cotas associado à resiliência do setor imobiliário, no entanto, acabam por manter atrativo o retorno médio com proventos distribuídos mensalmente pelas carteiras, conhecido como “dividend yield”.

Boa parte das carteiras recomendadas pelas corretoras e dos fundos de fundos das gestoras - que, na prática, funcionam como uma seleção de portfólios com lastro em ativos imobiliários - tem registrado “yields” na faixa de 6% ao ano. A carteira da XP, por exemplo, atingiu 6% anualizados no fim de agosto. Já o fundo de fundos da gestora Hedge Investments exibiu um retorno com dividendos de 7,4% anualizados em agosto.

Um retorno líquido de 6% a 7% ao ano - o dividendo dos FIIs recebidos por pessoas físicas é isento de imposto de renda - equivale no momento a mais de 300% o ganho do CDI, referencial conservador do mercado. Também é cerca de cinco vezes superior ao rendimento da poupança. “As perspectivas do segmento são positivas no sentido de que você tem hoje uma diferença muito grande entre a Selic e o dividend yield dos fundos imobiliários”, afirma o sócio-fundador da Hedge, André Freitas.

Para Carraz, da XP, “os dividendos dos FII nem estão plenamente recuperados da crise da pandemia, com exceção de alguns segmentos, como logística”. Segundo o gestor, algumas categorias, como fundos de lajes comerciais e shoppings, “estão com rendimento mais baixos, mas com potencial de melhora para os proventos”. Os dividendos não são nem a única e talvez nem sejam a principal oportunidade dos FIIs para o médio e longo prazos.

Os segmentos mais impactados pela covid-19, como shoppings e hotéis, por exemplo, podem apresentar chances de ganho de capital, com a valorização das cotas, para aqueles com horizontes mais longos de investimento e tolerância ao risco.

De acordo com Freitas, da Hedge, o retorno anualizado com dividendos de fundos de shoppings está em torno de 1,2%. “Se o investidor quer dividend yield, o shopping não é o segmento para ele”, aponta o gestor.

“Mas quem quer ganho de capital, basta dizer que as cotas estão negociando, em média, cerca de 25% abaixo do ano passado”, acrescenta. Freitas acredita que, a partir da normalização dos hábitos dos consumidores e da retomada da economia, haverá uma janela de médio e longo prazos para ganhos com a valorização das cotas a partir de 2021. Por meio de seus fundos, a Hedge tem participação em 18 shoppings no país.

A recuperação nas vendas dentro do grupo de shoppings investidos pela casa atualmente alcança 60% do registrado no ano passado, o que impacta diretamente tanto o valor da cota, quanto os aluguéis mensais distribuídos aos cotistas, por conta da vacância que atingiu a maioria dos complexos comerciais. Apesar do cenário, já existe uma retomada nos centros de compras, diz o sócio da Hedge, com possibilidade de o segmento terminar o ano “com 75% a 80% dos resultados de 2019”.

O desempenho dos shoppings na pandemia ilustra um dos principais riscos dos fundos imobiliários: a vacância. Da mesma forma que o isolamento trazido pela pandemia paralisou o movimento nos hotéis e centros de compras, tirou também muitos profissionais dos escritórios, com adoção do home office. Isso tem levantado a questão sobre o futuro das lajes comerciais, um dos principais tipos de FII. Para os gestores e analistas, ainda que exista uma adoção significativa de trabalho remoto, a demanda por escritórios de alto padrão, especialmente os chamados “triple A”, é muito resiliente.

Nas regiões consideradas nobres na capital paulista, como nos arredores da avenida Faria Lima, há fila de espera para ocupar espaços comerciais. Um movimento de “fly to quality”, como o ocorrido durante a recessão entre 2015 e 2016, quando as empresas aproveitaram a queda do aluguel e o aumento da vacância para se mudar a endereços mais cobiçados, sustentaria a demanda da categoria. “Sempre haverá empresas precisando do espaço do escritório”, diz Freitas.

“Mas acho que uma consequência da pandemia é que as lajes vão ter de se adaptar à nova realidade, de necessidade maior de distanciamento e com menos pessoas nos locais de trabalho”, acrescenta. Isso não significa, porém, que todas as lajes estão imunes à crise. Os riscos dos portfólios imobiliários têm de ser ponderados por vários fatores. No caso dos chamados fundos de tijolos, ou seja, que investem em propriedades físicas, localização, perfil e contratos podem impactar diretamente tanto o valor da cota quanto o dividendo. A capital paulista, principal mercado imobiliário do país, está muito à frente de outras cidades no quesito retomada do setor. E dentro da metrópole, há regiões e regiões.

Os principais polos de negócios, como Faria Lima e Berrini, lideram a recuperação em termos de queda de vacância e reposição dos aluguéis. O mesmo não pode ser dito de regiões periféricas e escritórios pequenos, que ainda sofrem com desocupação. Outro alerta vai para o investidor pessoa física atraído apenas pelo yield mensal. “Tem muito cotista que concentra os recursos em FIIs que pagam mais rendimentos sem entender o risco que está ali”, diz Possenti, do Fator. “Quando o retorno é muito elevado, provavelmente o risco também será”, alerta o gestor.

 

Novo financiamento imobiliário da Caixa e prévias de construtoras devem aquecer mercado, diz BofA

O Bank of America (BofA) afirma que está “otimista com o mercado imobiliário brasileiro”, levando em consideração as novas medidas da Caixa para financiamento imobiliário e as prévias operacionais das construtoras até o momento. Em relatório divulgado hoje, as analistas Nicole Inui e Gabriella Tak pontuam que a Caixa, que possui 45% de participação de mercado nos contratos imobiliários, reduziu novamente o piso das taxas de juros dos financiamentos, de 6,5% para 6,25%. Outra medida do banco é a flexibilização de pagamentos como maior carência e percentual mínimo de pagamento. “As novas medidas devem continuar a alimentar a demanda por morarias, aumentando a acessibilidade”, afirmam as analistas. A Caixa espera atingir R$ 83 bilhões em concessão de crédito com as ações.

Já os números da Eztec e da Tenda “superaram as estimativas com lançamento e vendas acima das expectativas”, segundo o BofA. O banco ressalta os “resultados operacionais impressionantes” da Tenda, com destaque para lançamentos, 48% acima das projeções do BofA, e para receita líquida, 24% acima das expectativas. As analistas pontuam que metade dos lançamentos foram em São Paulo, o que levou a um preço por unidade 7% mais alto, e que mantêm a recomendação de compra para os papéis.

No caso da Eztec, as prévias também superaram as expectativas apesar da queda de 15% no de lançamentos no comparativo anual. O principal segmento de destaque foi o de renda média, enquanto as vendas de segmentos premium “desaceleraram ligeiramente” no mês de setembro. “Embora a Eztec pareça mais confortável para retomar os lançamentos, acreditamos que as aprovações municipais podem ser um gargalo no curto prazo”, afirmam as analistas. A recomendação do BofA para os papéis é neutra.

 

PIB chinês cresce 4,9% no 3º tri, abaixo das expectativas do mercado

O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Em comparação ao segundo trimestre, a expansão foi de 2,7%.

Os dados divulgados neste domingo (18) —manhã de segunda (19) na China— vieram abaixo das expectativas do mercado de crescimento anualizado de 5,5% e, trimestral de 3,3%, segundo estimativas de economistas consultados pela Bloomberg.

Já pesquisa da agência de notícias Reuters levantou expectativa de crescimento ano a ano de 5,2% e trimestral de 3,2%.

Apesar de ficar abaixo do esperado, este é o melhor resultado do país desde o último trimestre de 2019, quando cresceu 6%. Em todo o ano passado, a economia saltou 6,1% em relação a 2018, o crescimento mais lento em 29 anos.

O dado do terceiro trimestre representa uma aceleração na retomada da atividade econômica da China, que conseguiu conter a pandemia de coronavírus.

Neste domingo, a China contabilizou apenas 13 novos casos de Covid-19, mesmo número de sábado (17). Segundo a pasta de saúde do país, todos os novos casos de pessoas que vieram do exterior. O país soma 85.685 casos confirmados e 4.634 mortes.

Com o resultado do terceiro trimestre, o país acumula um crescimento de 0,7% neste ano.

No segundo trimestre, o PIB chinês cresceu 3,2% e no primeiro, caiu 6,8%, na primeira contração da série histórica que teve início em 1992.

A China deve ser a única grande economia a crescer em 2020 segundo previsão do FMI (Fundo Monetário Internacional), que prevê alta de 1,9% no PIB do país.

Para superar os efeitos econômicos do coronavírus, o governo implementou uma série de medidas, incluindo mais gastos fiscais, redução de impostos e cortes nas taxas de empréstimos e exigências de reserva dos bancos.

Embora o banco central local tenha intensificado o apoio à política expansionista no início deste ano, depois que restrições generalizadas a viagens sufocaram a atividade econômica, mais recentemente ele evitou novas flexibilidades, o que pode ter impactado o crescimento abaixo do esperado.

Os dados relatvos a setembro, porém, vieram acima do esperado, com destaque para as vendas no varejo, que cresceram 3,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, ante alta de 0,5% em agosto. Economistas previam aumento de 1,6%.

Já a produção industrial chinesa cresceu 6,9% em setembro, após alta de 5,6% em agosto, acima da expectativa de 5,8%.

O investimento em ativos fixos cresceu 0,8% nos primeiros nove meses em relação ao ano anterior, após cair 0,3% nos primeiros oito meses. O mercado esperava alta de 0,9%.

"A recuperação no PIB do terceiro trimestre foi menos forte do que o esperado, mas ainda foi decente no comparativo anual. Os dados de setembro superaram as expectativas, sugerindo uma aceleração na última parte do terceiro trimestre, o que é um bom presságio para as perspectivas do quarto trimestre", disse Frances Cheung, chefe de estratégia para a Ásia no banco australiano Westpac.

No início do pregão da segunda-feira (19), as Bolsas asiáticas operam em alta. O índice CSI 300, reúne as maiores empresas da China, sobe 0,4%. A Bolsa de Hong Kong tem alta de 0,8% e a do Japão, de 1%.

 

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