Terça-feira

Teto dá credibilidade à promessa de ajuste gradual, afirma Loyo

O teto de gastos é o que tem proporcionado credibilidade à promessa do país de um ajuste gradual das contas públicas, embora seja “demonizado em alguns círculos”, diz o economista Eduardo Loyo. Para o ex-diretor do Banco Central (BC), deixar de cumpri-lo seria uma “declaração expressa” da “falta de disposição para fazer a consolidação fiscal gradual que o teto pressupõe”, pouco importando dizer que se trata de “flexibilizar, contornar, suspender, excepcionalizar ou romper” o mecanismo que limita o crescimento das despesas da União. “É inevitável que essa constatação se reflita nos preços dos ativos”, afirma Loyo, sócio e membro do conselho de administração do BTG Pactual.

Num cenário de dúvidas quanto ao futuro das contas públicas, o comportamento de ativos como os juros futuros e o câmbio leva a “uma piora das condições financeiras das quais a economia real depende”, observa ele. “O crédito imobiliário, por exemplo, expandiu-se graças ao achatamento da estrutura a termo de taxas de juros, e tende a sair prejudicado se a estrutura a termo empina novamente”, diz Loyo. “Caso a percepção de risco se acentue, tendem a piorar as condições macroeconômicas de forma mais ampla, pois os ânimos de consumidores e investidores ficam mais deprimidos diante do temor de instabilidade.”

O nível historicamente baixo dos juros básicos também entra em risco num quadro de incertezas sobre as contas públicas, segundo Loyo. “Vai depender da intensidade que essas incertezas tiverem, ou do quão desfavorável for seu eventual desfecho. Há trajetórias fiscais eminentemente plausíveis, a julgar pelas discussões que emanam de Brasília, que tornariam a manutenção da Selic a 2% totalmente irrealista”, avalia ele. E qual deve ser o ritmo do ajuste fiscal? “Espaço para consolidação gradual depende, em primeiríssimo lugar, da confiança de que ela será implementada”, diz Loyo, citando o caso da Argentina.

Segundo ele, nos últimos anos, o país vizinho “mostrou no que dá um sistema baseado em promessas cada vez menos críveis de consolidação fiscal gradual”. O ponto é que “quem não tem credibilidade suficiente para se manter à base de promessas de virtude no futuro acaba tendo que se sacrificar mais no presente”, diz Loyo, para quem “truques contábeis, destinados a cumprir a letra embora descumprindo o espírito do teto, também são altamente contraproducentes: não enganam ninguém e só chamam atenção para a resistência sobre-humana das nossas instituições públicas à consolidação fiscal”.

 Ele acrescenta ainda que, “embora haja uma piora generalizada dos indicadores fiscais pelo mundo”, é preciso lembrar que o ponto de partida do país “já era excepcionalmente frágil para um emergente, em métricas como dívida pública, carga tributária e gastos governamentais como proporção do PIB”. Com doutorado pela Universidade de Princeton, Loyo foi diretor de Estudos Especiais do BC de 2003 a 2005 e diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2005 a 2007. Desde então, está no BTG Pactual. Veja a seguir a íntegra da entrevista, realizada por e-mail.

Valor: Os juros globais deverão ficar em níveis baixos por muito tempo. Quais os efeitos dessa política monetária frouxa nos países avançados para a economia global e para emergentes como o Brasil?

Eduardo Loyo: É uma enorme ajuda, pelo espaço fiscal que proporciona aos governos dos próprios países avançados para poderem arcar com as despesas envolvidas no enfrentamento da pandemia, por facilitar, indiretamente, o financiamento externo dos países emergentes, e por permitir que estes também mantenham condições monetárias mais frouxas e obtenham daí alguma folga fiscal extra. Mas, em particular para os emergentes, não é indulgência plenária. Não significa que as restrições orçamentárias foram abolidas.

Valor: O FMI vê a recuperação global como “longa, desigual e incerta”. Grande parceiro comercial do Brasil, a China deve ter um desempenho melhor do que a média mundial. Em que medida isso ajudará a recuperação da economia brasileira a ter mais gás?

Loyo: Dar algum gás, sempre dá. Mas também há desigualdades no ritmo de recuperação entre setores, e os que mais sofrem com a pandemia, como serviços, não são muito socorridos por essa demanda externa. Sendo assim, muito gás vindo de fora tende a aumentar os desbalanceamentos setoriais.

Valor: A economia brasileira vai ter uma contração expressiva em 2020, mas o tombo do PIB não chegará a 8% a 9%, como alguns analistas estimavam há alguns meses. A diferença do desempenho se deve essencialmente ao efeito do auxílio emergencial ou há outros fatores que explicam a retomada mais forte que a esperada até aqui?

Loyo: Pois é: hoje nosso time de economistas prevê contração de 5% neste ano, e expansão de 3% em 2021, e o consenso de mercado está bem perto disso. O auxílio emergencial, maior, mais abrangente e mais duradouro do que se imaginava inicialmente, foi o grande destaque nessa história. Mas houve também boas surpresas com a capacidade da economia de seguir produzindo bens e serviços a despeito do distanciamento social, evitando uma espécie de círculo vicioso implosivo. As medidas do Banco Central para manter a funcionalidade do mercado de crédito também ajudaram bastante a evitar um cenário pior.

Valor: O que puxará a economia em 2021, com o fim do auxílio emergencial e um cenário delicado para o mercado de trabalho?

Loyo: A premissa é que a economia puxará a si mesma, sob condições monetárias ainda bastante estimulativas. O auxílio emergencial terá proporcionado apoio social e suporte macroeconômico quando ele foi mais necessário, mas, a partir de determinado momento, a tendência de recuperação da economia se retroalimenta e se torna autossustentada. Se, do ponto de vista de gestão da demanda agregada, dezembro é o momento ideal para descontinuar o auxílio e em que medida o prosseguimento da recuperação dependerá de algum programa de transferência de renda que o suceda, é difícil afirmar com precisão. Talvez devêssemos ter distribuído melhor no tempo a concessão do auxílio, mas o ciclo de recuperação não pode depender dele até estar 100% completado.

Valor: A dívida bruta deve atingir 95% do PIB ou mais e o déficit primário superar 10% do PIB neste ano. Isso indica que o ajuste fiscal terá que ser forte em 2021 ou há espaço para uma consolidação gradual, já que a piora das contas públicas é generalizada em países desenvolvidos e emergentes para combater os efeitos da pandemia?

Loyo: Espaço para consolidação gradual depende, em primeiríssimo lugar, da confiança de que ela será implementada. Nos últimos anos, a Argentina nos mostrou no que dá um sistema baseado em promessas cada vez menos críveis de consolidação fiscal gradual. Quem não tem credibilidade suficiente para se manter à base de promessas de virtude no futuro acaba tendo que se sacrificar mais no presente. A nosso respeito, embora haja uma piora generalizada dos indicadores fiscais pelo mundo, precisamos lembrar que nosso ponto de partida já era excepcionalmente frágil para um emergente, em métricas como dívida pública, carga tributária e gastos governamentais como proporção do PIB. E nossa expansão fiscal em resposta à pandemia também foi enorme na comparação internacional. Os indicadores fiscais alheios não nos tornaram inconspícuos em meio à multidão.

Valor: Um encolhimento do déficit primário para a casa de 2% a 3% do PIB no ano que vem não pode dar um tranco na atividade, num cenário em que as perspectivas para o consumo das famílias e o investimento não são das mais animadoras?

Loyo: Como já mencionei, é difícil precisar a trajetória ótima de introdução e retirada de estímulos fiscais tão sem precedentes como os praticados em resposta à pandemia, ela própria um choque macroeconômico sem precedentes na nossa era. Mas, supondo que as condições para o funcionamento da economia serão muito menos desfavoráveis em 2021 do que foram em 2020, em particular no segundo trimestre deste ano, é razoável concluir, no mínimo, que os estímulos fiscais de que ela precisará no ano que vem serão muito mais moderados.

Valor: Há uma intensa discussão sobre o teto de gastos. Como o sr. avalia o mecanismo? É uma âncora fiscal adequada para uma economia como a brasileira?

Loyo: O teto é demonizado em alguns círculos, mas é o mecanismo que vem proporcionando credibilidade à nossa promessa de consolidação fiscal gradual, dispensando o país de um ajuste mais draconiano e imediato, e possibilitando inclusive uma enorme expansão fiscal em resposta à pandemia. Não parece um mecanismo inadequado a um país cujo nível de gastos públicos e carga tributária já destoa tanto do conjunto dos emergentes, e onde esses indicadores sofrem elevação há décadas. É verdade que cria sérias tensões na alocação dos recursos que disponibiliza, mas isso não é um defeito: é exatamente essa a sua lógica.

Valor: Como o teto de gastos vai aumentar apenas 2,13% em 2021, será necessário cortar bastante as despesas discricionárias no ano que vem. Há quem defenda flexibilizá-lo, seja para aumentar despesas com investimento, seja para financiar um programa de transferência de renda mais amplo. Há espaço para alguma flexibilização do teto ou isso teria consequências muito negativas sobre os preços de ativos brasileiros como o câmbio, os juros futuros e o risco país?

Loyo: Chamemos de flexibilizar, contornar, suspender, excepcionalizar ou romper, pouco importa: a recusa do país a viver dentro desses limites autoimpostos seria uma declaração expressa de sua falta de disposição para fazer a consolidação fiscal gradual que o teto pressupõe. É inevitável que essa constatação se reflita nos preços dos ativos. Argumenta-se que a pandemia fez o país despertar para demandas que andavam ignoradas, como a proteção contra a volatilidade de renda à qual estão expostos os trabalhadores informais, e que o teto não contemplava tais lacunas. Mas, como muitos já demonstraram, há programas ineficientes ou anacrônicos de onde os recursos para essas novas demandas podem ser redirecionados. O que não podemos é seguir nos deparando com novas demandas, como é natural que aconteça, e nunca questionando se programas em vigor continuam fazendo sentido, se é que jamais fizeram. Assim a despesa pública e a carga tributária, ambas já muito elevadas, não cessarão de aumentar.

Valor: Ativos brasileiros como os contratos de juros futuros e o câmbio estão sob pressão, indicando a percepção de aumento do risco fiscal. Quais as consequências para a economia brasileira do comportamento desses ativos?

Loyo: Em primeiro lugar, uma piora das condições financeiras das quais a economia real depende. O crédito imobiliário, por exemplo, expandiu-se graças ao achatamento da estrutura a termo de taxas de juros, e tende a sair prejudicado se a estrutura a termo empina novamente. Caso a percepção de risco se acentue, tendem a piorar as condições macroeconômicas de forma mais ampla, pois os ânimos de consumidores e investidores ficam mais deprimidos diante do temor de instabilidade. Como em macroeconomia tudo depende de tudo mais, quando o sistema começa a se desorganizar, é preciso trabalhar para que não degringole.

Valor: Depois da experiência do auxílio emergencial, há uma avaliação de muitos analistas de que é necessário um programa de transferência de renda mais amplo que o Bolsa Família. O sr. concorda com essa visão? É possível financiá-lo sem romper o teto de gastos?

Loyo: Concordo que devemos criar uma rede de proteção social para os informais e que podemos expandir e aprimorar as transferências condicionais de renda no molde do Bolsa Família. Mas Vinícius Botelho, Marcos Mendes e Fernando Veloso já mostraram como é possível fazer isso de maneira eficaz e sem romper o teto de gastos. O estudo deles e de seus coautores está disponível no site do CDPP [Centro de Debate de Políticas Públicas]. A proposta defende a fusão do Bolsa Família com o abono salarial, o seguro defeso e o salário família].

Valor: O governo discutiu usar parte dos recursos para pagamento dos precatórios e do Fundeb para financiar o Renda Cidadã. Isso indica a falta de compromisso do governo com o teto e com o ajuste das contas públicas?

Loyo: O caso dos precatórios foi mais grave, pois significaria um descumprimento de obrigações de pagamento por parte da União. Mas meros truques contábeis, destinados a cumprir a letra embora descumprindo o espírito do teto dos gastos, também são altamente contraproducentes: não enganam ninguém e só chamam atenção para a resistência sobre-humana das nossas instituições públicas à consolidação fiscal. Houve relatos recentes, por exemplo, de que as empresas passariam a pagar elas próprias o auxílio-doença, e se ressarciriam abatendo esses valores de suas contribuições previdenciárias. Isso eliminaria uma despesa primária, abrindo espaço para que outra ocupasse seu lugar dentro do teto, mas a despesa eliminada ressurgiria integralmente como renúncia fiscal, que não pressiona o teto mas é equivalente do ponto de vista do resultado final. Como imaginar que nossa multidão de analistas macroeconômicos não se daria conta de semelhante prestidigitação?

Valor: O governo enviou uma reforma administrativa que não afeta os atuais servidores. A agenda de reformas para controlar gastos obrigatórias é tímida demais?

Loyo: Até agora, é sim. Em particular, na reforma administrativa, não me parece fazer sentido que as regras de progressão de carreira só passem a valer para novos concursados. Não se trata de reverter promoções já feitas, mas de mudar as regras para promoções futuras, tanto para os novos quanto para os atuais servidores.

Valor: Em que medida a Selic a 2% ao ano está em risco, dadas as incertezas em relação às contas públicas no ano que vem?

Loyo: Vai depender da intensidade que essas incertezas tiverem, ou do quão desfavorável for seu eventual desfecho. Há trajetórias fiscais eminentemente plausíveis, a julgar pelas discussões que emanam de Brasília, que tornariam a manutenção da Selic a 2% totalmente irrealista.

Valor: O comportamento dos juros futuros indica que o BC terá que elevar os juros básicos mais cedo do que o grau de ociosidade da economia sugere?

Loyo: Indica que o mercado percebe a existência desse risco, o que não quer dizer que ele precise se materializar, ou sequer que o mercado esteja certo em sua avaliação. Na minha opinião pessoal, o risco existe sim, muito vinculado às questões fiscais e seus potenciais desdobramentos cambiais. Mas, secundariamente, há também a pressões inflacionárias associadas à intensa realocação da demanda entre setores da economia, no Brasil e no mundo, em favor de várias classes de bens tangíveis e em detrimento de determinados tipos de serviços. Não é incomum que mudanças de preços relativos, dependendo de sua extensão, deixem um rescaldo inflacionário a tratar, mesmo em economias retraídas.

Valor: Como tem funcionado o forward guidance [a política de prescrição futura do BC]? As incertezas fiscais têm reduzido a sua eficácia?

Loyo: Nosso forward guidance não me soa tanto como uma promessa do Banco Central de, no futuro, ser significativamente mais “dovish” do que sua função de reação habitual prescreveria - que é o significado estrito do termo. Soa mais como uma declaração expressa, da parte da autoridade monetária, de que crê que as condições macroeconômicas futuras serão compatíveis com o patamar atual da taxa Selic, mesmo sem se desviar grande coisa da aplicação tradicional do regime de metas de inflação. À medida que as incertezas fiscais minem essa crença, a confiança na estabilidade sinalizada para a taxa Selic já fica abalada. Além do mais, o aumento dos prêmios de risco, inclusive de crédito, que o mercado adiciona à trajetória esperada da Selic para formar os juros longos contribui para desfazer o efeito que o forward guidance pretende obter, que é o achatamento da estrutura a termo. Ou seja: em cima de queda, coice.

 

Banco de desenvolvimento dos EUA anuncia quase US$ 1 bi em financiamentos no Brasil

O banco de desenvolvimento do governo americano, o DFC (U.S. International Development Finance Corporation), anunciou nesta segunda-feira (19) a liberação de US$ 984 milhões (cerca de R$ 5,4 bilhões) em financiamentos no Brasil.

Segundo o banco estatal de fomento, criado no ano passado com foco em objetivos geopolíticos de Washington, o montante se divide em quatro projetos.

O primeiro deles, no valor de US$ 400 milhões (R$ 2,23 bilhões), refere-se a um repasse para o banco Itaú Unibanco, dirigido à concessão de crédito às PMEs (Pequenas e Médias Empresas) afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

Esse empréstimo busca criar ambiente para uma resposta rápida à Covid-19 do DFC e é voltado a mulheres, prioritariamente em áreas menos desenvolvidas.

As condições do empréstimo, como prazos e taxa de juros, não foram divulgadas.

Em outra frente, o banco de desenvolvimento também anunciou um investimento de US$ 25 milhões (R$ 139 milhões) para o aumento da capacidade de produção de uma mina de cobalto no Piauí.

O DFC também anunciou a concessão de outros US$ 259 milhões (R$ 1,4 bilhão) por meio de duas cartas de intenção. Uma delas se refere à garantia de investimento para a modernização e reforma de luminárias públicas no Rio de Janeiro. A segunda é voltada à instalação de câmeras, pontos WiFi e controladores de trânsito.

Por fim, o banco também anunciou a liberação de mais US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) para ampliar a carteira de financiamento do BTG Pactual voltada às PMEs.

As ações do DFC fazem parte da agenda de anúncios programados para ocorrer durante a visita de autoridades americanas ao Brasil que ocorre segunda e terça-feria (20) em São Paulo e Brasília. A comitiva é chefiada por Robert O'Brien, Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, prevê reuniões em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro Paulo Guedes (Economia).

A principal medida da visita deve ser o anúncio, na noite desta segunda, de um pacote de medidas para incrementar o comércio entre os dois países com isenções tributárias.

Está prevista a assinatura de três protocolos em um pacote voltado a agilizar transações comerciais. As medidas são apoiadas pelo setor privado, principalmente pela indústria, e envolvem ações também nas áreas de boas práticas regulatórias e anticorrupção.

Segundo relataram interlocutores à Folha, Brasil e EUA se comprometeram, por exemplo, a adotarem prazos mais curtos nos trâmites de liberação de mercadorias, além de regras para garantir que estados e governos nacionais não criem regulamentações excessivas.

Também deve constar nos protocolos um dispositivo —disse à Folha um interlocutor— pelo qual ambos países se comprometem a consultar o setor privado antes de editar normas que impactam o comércio bilateral.

Ainda devem fazer parte dos protocolos instruções para a publicação facilitada na Internet das regras de importação-exportação dos dois governos.

 

Guedes prevê queda de 4% do PIB neste ano, menor que projeção anterior

O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta segunda-feira (19) que a economia deverá recuar 4% neste ano, uma previsão menos negativa que a apresentada anteriormente.

A previsão oficial do Ministério da Economia, no entanto, continua sendo uma queda de 4,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020.

Em vídeo gravado para evento promovido pela Câmara de Comércio Estados Unidos-Brasil, Guedes lembrou que, há alguns meses, instituições internacionais chegaram a prever um recuo de 10% ou mais na economia do país, mas que as projeções estão melhorando.

“Nós achamos que será muito menor do que isso. Achamos que será 4% de queda [em 2020]”, declarou. Ele voltou a afirmar que a atividade econômica brasileira está se recuperando e citou a criação de quase 250 mil vagas formais de trabalho em agosto.

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que espera queda de 4,5% no PIB. Ele participou de evento virtual promovido pelo Milken Institute nesta segunda-feira (19).

A previsão é melhor do que a apresentada no último Relatório de Inflação da autoridade monetária, em setembro, que era de retração de 5% na atividade.

"Entre os emergentes, fomos o país que mais gastou na pandemia, com o auxílio emergencial e outras medidas, mas também fomos o que caiu menos e que teve recuperação mais forte", disse Campos Neto.

A queda esperada pela autarquia é menor também do que a estimada pelo Banco Mundial no início deste mês, de 5,4%.

Segundo boletim semanal divulgado pelo Banco Central, o mercado financeiro espera uma retração de 5% no PIB neste ano.

Em discussão sobre medidas para estimular a economia após o tombo causado pela Covid-19, Guedes defendeu a manutenção do teto de gastos, regra que impede o crescimento de despesas públicas acima da inflação.

Apesar de divergências internas no governo sobre essa norma, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo o ministro, também quer a sustentação do teto de gastos. “O presidente está claramente do nosso lado”, afirmou Guedes.

Diante da pressão no Orçamento, que tem cerca de 95% de gastos obrigatórios, o ministro disse que tentará aprovar no Congresso medidas para reduzir essas despesas fixas, abrindo margem para outras.

Por isso, ele voltou a falar da necessidade de desindexar o Orçamento e, a partir de 2021, retomar a agenda de controle fiscal, já que, por causa da pandemia, foram autorizados gastos extraordinários em 2020.

De acordo com o ministro, o abandono do teto de gastos só deveria ser discutido após a aprovação de medidas como a desindexação e desvinculação do Orçamento.

Guedes ainda fez um balanço das ações adotadas pelo governo para enfrentar a crise econômica causada pelo coronavírus, como o programa para preservar empregos formais, medidas de estímulo ao crédito.

“O Brasil gastou 10% do PIB nessa operação de socorro, preservando vidas e empregos”, disse o ministro, reforçando que isso foi necessário e bem aplicado.

Para acelerar a recuperação da economia, Guedes voltou a defender reformas estruturais, como a reestruturação do funcionalismo público e a reestruturação do sistema tributário, além dos processos de privatização.

 

Banco Central espera queda de 4,5% no PIB este ano

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que espera queda de 4,5% no PIB (Produto Interno Bruto) para este ano, como efeito da crise gerada pela pandemia da Covid-19.

O titular do BC participou de evento virtual promovido pelo Milken Institute nesta segunda-feira (19).

A previsão é melhor do que a apresentada no último Relatório de Inflação da autoridade monetária, em setembro, que era de retração de 5% na atividade.

"Entre os emergentes, fomos o país que mais gastou na pandemia, com o auxílio emergencial e outras medidas, mas também fomos o que caiu menos e que teve recuperação mais forte", disse Campos Neto.

A queda esperada pela autarquia é menor também do que a estimada pelo Banco Mundial no início deste mês, de 5,4%.

A projeção oficial do Ministério da Economia é de retração de 4,7%. Já o mercado espera queda de 5%, segundo relatório Focus, do BC, divulgado nesta segunda.

O PIB do segundo trimestre de 2020 registrou retração inédita de 9,7% na comparação com os três meses anteriores.

Esse foi o período mais intenso dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, como mostraram também dados de outros países.

Em relação ao mesmo período de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as maiores quedas da série, iniciada em 1996, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Na ocasião, o presidente do BC ressaltou que o custo de ter sido o país que mais gastou com a pandemia é o risco fiscal.

"Antes da Covid-19, estávamos em processo de reinventar o crescimento, com mais capital privado. Fomos capazes disso por conta das reformas, que possibilitaram baixar os juros [Selic]", completou.

 

Guedes e Campos Neto revisam expectativa para tombo menor do PIB neste ano

O Banco Central já trabalha com uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) inferior a 5% em 2020. Em evento virtual na manhã desta segunda-feira, 19, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou que as projeções atuais já indicam um recuo menor que o esperado anteriormente, em meio à pandemia de covid-19. Ele citou a expectativa de uma retração de 4,5% do PIB no ano.    

A queda, citada por Campos Neto durante evento do Milken Institute, é inferior ao publicado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de setembro deste ano, quando o BC projetou queda de 5% do PIB. No fim de junho, a projeção era de baixa de 6,4%.

O recuo de 4,5% também está abaixo das previsões atuais do mercado financeiro. O Relatório de Mercado Focus, publicado na manhã desta segunda, indicou que a projeção mediana dos economistas do mercado é de 5% de queda.

De manhã, em outro evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as previsões iniciais eram de que o PIB brasileiro cairia 10%. Agora, as projeções de mercado estão entre recuo de 5,5% e 5%. “Mas achamos que será menos, uma queda de cerca de 4%”, pontuou. 

Essas projeções estão abaixo das verificadas no auge da pandemia do novo coronavírus. Ainda no primeiro semestre do ano, algumas instituições financeiras chegaram a citar a possibilidade de recuo de dois dígitos do PIB brasileiro este ano. No entanto, Campos Neto tem lembrado que os programas do governo para sustentar a economia durante a crise minimizaram os efeitos sobre o PIB.

Segundo Guedes, o auxílio emergencial salvou “os sinais vitais da economia”. “O Brasil gastou 10% do PIB nessa operação de resgate na pandemia. O gasto foi o dobro dos emergentes, mas sem arrependimento”, disse.

 

Mercado financeiro sobe para 2,65% estimativa de inflação em 2020 e vê tombo menor do PIB

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 19, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,47% para 2,65%. Há um mês, estava em 1,99%. Trata-se da décima semana seguida de alta nas projeções.

A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,02%. Quatro semanas atrás, estava em 3,01%. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%.

A projeção dos economistas para a inflação ainda está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Em 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0,64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,77% para 2,82%. Para 2021, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,17%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,05% e 3,20%, respectivamente.

Produto Interno Bruto

No caso do comportamento do PIB, a previsão dos economistas para a retração da economia passou de 5,03% para 5% neste ano. Para 2021, o mercado baixou de 3,50% para 3,47% a estimativa de expansão da atividade econômica. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira. Em setembro, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020.

 Após a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano em setembro, o mercado segue prevendo estabilidade na Selic neste patamar até o fim deste ano.

Para o fim de 2021, a expectativa do mercado ficou estável em 2,50% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.

 

 

 

 

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