Terça-feira

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Construção civil reage nas capitais do País, menos em Natal, avalia Sinduscon

Enquanto os bancos travam uma batalha para oferecer as melhores taxas de juros para a compra da casa própria e as principais capitais do país reagem, retomando o volume de lançamentos imobiliários anteriores à pandemia, em Natal os empresários do setor ainda esperam por dias melhores. Segundo o diretor de mercado imobiliário do Sindicato da Construção do Rio Grande do Norte (Sinduscon), Marcus Aguiar, há duas explicações principais para essa situação: a falta de um plano diretor que ofereça segurança jurídica às operações e a dependência da economia local do dinheiro circulantes gerado pelo poder público. “Acrescente a isto a falta de estoque de imóveis novos, resultado de uma crise do setor que se arrasta há anos, e teremos uma situação dissonante com a de outras regiões do país, onde o mercado imobiliário já iniciou com vigor a retomada”, acrescentou.

Hoje, de acordo com Aguiar, com exceção de casos pontuais, como lançamentos anunciados pela construtora mineira MRV em Natal, o mercado está entregue ao segmento dos avulsos, como são chamados os imóveis usados que, pela falta de parâmetro com os novos, acabam saindo mais caros para o consumidor. E pelo fato, é claro, de serem poucas as ofertas, restringindo as opções dos compradores. Mesmo antes da pandemia, o Sinduscon media a velocidade de compra os lançamentos por meio de um instrumento criado ainda nos anos de 1970 a pedido do então ministro da Fazenda do governo Ernesto Geisel, o banqueiro Mário Henrique Simonsen.

Natal seria a última capital do país a adotar a metodologia a partir da qual os construtores podem planejar novos empreendimentos. Mais de três décadas depois, na presidência do engenheiro Arnaldo Gaspar Jr, o Sinduscon-RN lançou finalmente a primeira e uma série de relatórios trimestrais sobre a velocidade de vendas (IVV) de imóveis na região metropolitana. Até que o estudo, ainda sob o mandato de Gaspar, não foi adiante em função da queda das vendas e da redução dos lançamentos, desinteressando as construtoras em continuar enviando informações para a pesquisa.

Constavam dos relatórios, realizados sempre entre setembro a novembro de cada ano, dados sobre o estoque de imóveis na região, quantidades vendidas no período, e os bairros com maior número de ofertas e vendas. Além disso, eram divulgados os índices de velocidade de vendas de imóveis residenciais e comerciais pela Consult, instituto contratado pelo Sinduscon para a tarefa.

QUEDA NÃO AJUDA

Desde a semana passada, está em vigor as novas taxas do crédito imobiliário para pessoas físicas anunciadas pela Caixa Econômica Federal com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e indexada pela Taxa Referencial. A taxa mínima de TR + 6,25% e máxima de TR + 8%, para imóveis residenciais, e mínima de TR + 7,25% e máxima de 8,75%, para imóveis comerciais, com queda de até 0,50 pontos percentual.

Os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) podem ser utilizados no financiamento de imóveis do Sistema financeiro de Habitação (SFH), avaliados em até R$ 1,5 milhão, desde que o cliente se enquadre nas regras do Fundo. Antes disso, o Itaú já anunciara uma linha com taxa de 5,39% ao ano, composta de 3,99% ao ano + variação do índice da poupança válida para novas contratações.

E antes, em junho, o Santander reduziu suas taxas nas aquisição da casa própria para 6,99%. Mas para Marcus Aguiar, isso tudo terá uma efeito muito tardio para o potiguar, independentemente da instituição financeira. “Além dos problemas econômicos de base do estado, como uma classe média com renda concentrada no serviço público, a suspensão do plano diretor pela Justiça, acatando pleito do Ministério Público Estadual, embaralhou as coisas”, explicou.

Pela decisão, as propostas de alteração do plano não estavam sendo repassadas de forma clara à população por meio de audiências públicas. O resultado, para Marcus Aguiar, foi o agravamento se uma situação econômica que coloca o Rio Grande do Norte com a quinta maior taxa de desocupação do Brasil e a terceira do Nordeste, segundo o IBGE.

 Em setembro, o percentual apurado para na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid19 para o estado foi de 16,8%, praticamente estável em relação ao mês de agosto, quando a taxa chegou a 17%. No ranking nacional essa taxa só não supera os estados da Bahia (19,6%); Maranhão (19,2%); Amazonas (18,2%) e Amapá (17,4%). O levantamento mostrou, ainda, que 238 mil potiguares buscavam emprego no mês passado e canteiros de obra ativos os teria ajudado a conseguir uma vaga de trabalho.

 

VALOR

Crédito a pequena empresa cresce 28%

O estoque de crédito bancário para as micro, pequenas e médias empresas (MPME) atingiu a velocidade anual de crescimento de 28% em setembro, puxado pelo conjunto de iniciativas que o governo tomou para prover linhas de financiamento a esse segmento durante a pandemia.

Com índices de expansão que não se via há quase uma década, as MPMEs tornaram-se nos dois últimos meses a parte mais dinâmica no crédito a pessoas jurídicas. As grandes corporações, que logo depois da pandemia sacaram linhas de crédito que tinham junto a instituições financeiras, registraram um crescimento do estoque de operações de 12,6% no período de 12 meses encerrado em setembro.

Os dados indicam que os vários programas lançados pelo governo ao longo do ano foram bem-sucedidos, embora a gente não tenha pesquisas junto às empresas para avaliar o quanto elas se consideram atendidas”, afirma o chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldine.

Dados divulgados pelo BC, no entanto, não permitem concluir se todos os segmentos de empresas de menor porte estão encontrando igualmente o crédito de que precisam. A estatística agrega numa única série tanto as operações de microempresas quanto as de pequenas e médias, sem a abertura dos dados com mais detalhes.

Além disso, como o crédito a MPME está sendo puxado por linhas temporárias com garantias oficiais — e requerimentos mais leves de capital até o fim do ano —, ainda há dúvidas sobre o que vai sustentar a expansão do crédito ao segmento quando as iniciativas expirarem. As estatísticas mostram um crescimento de 49,5% no trimestre nos “outros créditos direcionados”, em que são classificadas as operações de programas oficiais, como o Programa Emergencial de Suporte ao Emprego (Pese).

Em reais, o estoque de empréstimos dos bancos nessas linhas subiu de R$ 96,7 bilhões para R$ 144,6 bilhões de junho a setembro. O crédito direcionado vinha perdendo força desde 2016, depois que o governo reduziu a oferta, exigindo que o BNDES devolvesse recursos aportados pelo Tesouro em períodos anteriores. A queda dos juros básicos também tornou as taxas do crédito direcionado menos competitivas em relação a outras alternativas de financiamento.

O crédito bancário a empresas de pequeno porte cresceu rapidamente no começo da década, mas perdeu fôlego depois que os bancos passaram a registrar índices crescentes de inadimplência. As grandes empresas, por outro lado, começaram a se financiar sobretudo no mercado de capitais. O crescimento mais forte era observado nos empréstimos feitos a pessoas físicas.

No ano passado, o estoque de crédito às empresas encolheu 0,1%, enquanto que os empréstimos às famílias avançaram 10,7%. A pandemia alterou a configuração do crédito bancário. No período de 12 meses até setembro, o crédito a pessoas jurídicas avança 18,3%, enquanto que para pessoas físicas cresce 5,11%.

As concessões de crédito para empresas tiveram um incremento de 10,4% em setembro, comparado com agosto. As operações com recursos livres avançaram 10,6%, enquanto que as com recursos direcionados aumentaram 9,3%. Em 12 meses, o crédito total a empresas aumentou 14,7%, sendo 57,3% no direcionado e 11,8% no livre. Baldine destacou, nos dados do crédito, o avanço das concessões de antecipação de recebíveis de cartão de crédito (incremento de 19,8% em setembro, ante agosto) e de desconto de duplicatas (alta de 18,3%).

“Esse comportamento, ainda que sazonal, é importante porque sinaliza uma recuperação depois da pandemia do segmento de pequenas e médias empresas, que mais usam essas linhas de crédito”, diz Baldine

Os juros médios cobrados pelos bancos de pessoas físicas e jurídicas voltaram a cair entre agosto e setembro, de 18,6% ao ano para 18,1%, assim como os spreads bancários, que encolheram de 14,9 pontos percentuais para 14,3 pontos. A inadimplência recuou de 2,6% para 2,4%.

 

País deve conviver com mais inflação no curto prazo, afirmam especialistas

A retomada do consumo e outros fatores macroeconômicos, como o dólar estabilizado em torno de R$ 5,50, devem fazer com que o país conviva com uma inflação mais elevada no futuro próximo, afirmaram especialistas na Live do Valor de ontem.

O professor e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-SP, William Eid Junior, disse não ter dúvidas de que a inflação deve se situar em patamares mais elevados. Além de possíveis problemas de oferta, ele cita preocupações com a pressão por parte do IGP-M, cuja alta chegou a 18%, e com a permanência do dólar em torno de R$ 5,50, sem perspectivas de recuo acentuado devido a problemas fiscais do governo.

Para o professor da FGV-SP, o país tem um cenário “ruim” à frente, combinando inflação mais alta e recessão. “Não acredito que a gente volte a ter níveis muito elevados, mas uma inflação superior a 2% e 3%, em 6% a 7%, podemos enfrentar nos próximos períodos. E isso tem implicações do lado fiscal do governo”, observou Eid.

O coordenador do Valor Data, William Volpato, observou que os preços, principalmente de alimentos, já estão sendo impactados por uma recuperação rápida do consumo. Essa é a análise que predominou no mercado após o IBGE ter divulgado na semana passada o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), a “prévia da inflação”, que subiu 0,94% em outubro.

“Do ponto de vista da oferta, há alguns segmentos que sofrem com a falta de matéria-prima para produzir, e isso encarece o produto e reduz a margem das empresas e pode ser repassado para preço. Tudo isso acaba formando essa conjuntura de preços. Se isso é sustentável ou não, não sabemos”, concluiu Volpato.

Na live de ontem, os especialistas comentaram ainda alguns detalhes da pesquisa do Anuário Valor 1000, tradicional publicação do Valor que circulará na sexta-feira. No ano passado, as empresas obtiveram crescimento de receita e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ante 2018, mas o lucro líquido apresentou queda. “Tivemos, na verdade, pontos fora da curva.

Grandes empresas que tiveram uma reversão muito forte de lucro para prejuízo distorceram a amostra”, explica Volpato. Já neste ano, desde março as empresas têm sofrido com os impactos da pandemia da covid-19, em maior ou menor grau, afirmaram os especialistas. “Temos setores, como shoppings e construção, com perspectivas ruins, e outros, como bancos e similares, que ainda mantêm sua atratividade como investimento”, apontou Eid.

Apesar do baque num primeiro momento, os resultados das empresas no segundo trimestre, período crítico da pandemia, se mostraram até melhores do que o esperado. Contribuiu para isso a atenção para a gestão financeira do endividamento.

 

Mercado eleva perspectiva para a Selic em 2021 a 2,75%

O mercado elevou a perspectiva para a taxa básica de juros em 2021, ao mesmo tempo em que passou a ver contração menor da economia este ano e elevou as perspectivas para inflação, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (26).

O levantamento mostrou que os economistas consultados continuam vendo a Selic a 2% 2020, mas passaram a ver a taxa básica de juros a 2,75% no ano que vem, de 2,50% antes. Por outro lado, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic nos atuais 2% tanto ao final deste ano quanto do próximo.

O Comitê de Política Monetária anuncia na quarta-feira sua decisão sobre a Selic, com expectativa de que mantenha a taxa enquanto espera para ver como uma recuperação econômica inicial vai evoluir, embora a maioria dos economistas ouvidos pela Reuters agora enxerguem riscos de os juros inclinarem-se para cima.

Já para a economia a perspectiva no Focus agora é de uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,81% em 2020, de queda de 5% estimada antes. Para o ano que vem, entretanto, a conta piorou, com o crescimento estimado em 3,42%, de 3,47% antes.

O Focus apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 2,99% e 3,10% respectivamente em 2020 e 2021, de 2,65% e 3,02% na semana anterior.

O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

 

 

 

 

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