Terça-feira

VALOR

Mercado eleva projeção para inflação em 2020 e 2021

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2020 subiu de 3,02% para 3,20%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2021, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu, de 3,11% para 3,17%. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para a inflação oficial subiu de 2,92% para 3,08%, em 2020 e aumentou de 3,27% para 3,31% em 2021.

PIB

A mediana das projeções do mercado para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 subiu ligeiramente, de -4,81% para -4,80%, vindo de um piso de -6,54% atingido no fim de junho. Para 2021, o ponto-médio das expectativas para o PIB foi reduzido de 3,34% para 3,31%, mantendo apostas na recuperação de parte das perdas deste ano.

Selic

A mediana das estimativas para a taxa básica de juros no fim de 2020 manteve-se em 2,00% ao ano na estimativa que inclui todo o mercado e também entre os Top 5. Para 2021, a projeção para a Selic permaneceu em 2,75% entre os economistas em geral e subiu de 2,00% para 2,25%, entre os campeões de acertos.

Dólar

A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi mantida em R$ 5,45. Para 2021, o ponto-médio das projeções ficou estável em R$ 5,20, entre uma semana e outra. Entre os economistas que mais acertam as previsões, a mediana das apostas aumentou de R$ 5,50 para R$ 5,55 no fim de 2020 e recuou de R$ 5,30 para R$ 5,24 em 2021.

 

Pressões no curto prazo não indicam descontrole da inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, que subiu 0,86%, confirmou pressões mais disseminadas no curto prazo além do grupo de alimentos. Também há sinais de alerta com a alta de preços no atacado, que devem chegar aos consumidores nos próximos meses. Ainda que parte do mercado veja a inflação perto da meta de 3,75% em 2021, a ociosidade da economia deve manter controlada a trajetória dos preços desde que o risco fiscal seja contido.

Após deflação em abril e maio e leituras fracas até agosto, o IPCA voltou a acelerar em setembro e outubro, refletindo choques simultâneos de demanda e oferta. Isso porque consumidores voltaram às compras com a reabertura de parte dos serviços e a ajuda do auxílio emergencial. O grupo alimentação no domicílio subiu 2,6% em outubro, um número alto, mas abaixo dos 2,9% do IPCA de setembro. Em 12 meses, a inflação de alimentos em casa foi de 15,4% para 18,4%.

No setor produtivo, executivos de diferentes setores relatam com frequência a escassez de produtos devido aos gargalos introduzidos pela pandemia, observa a Guide Investimentos, para quem as pressões inflacionárias serão sentidas até o primeiro trimestre do ano que vem. Em 12 meses, o IPCA acelerou de 3,14% para 3,92% em outubro, perto da meta perseguida pelo Banco Central (BC) neste ano, de 4%.

Nesse contexto, a Guide destaca que os bens industriais aceleraram para 1,02% em outubro, de 0,59% em setembro, também em razão da desvalorização do real. No acumulado em 12 meses, a inflação de produtos industriais no IPCA subiu de 0,80% até agosto para 1,9% até outubro. Já os preços dos serviços também subiram, de 0,17% para 0,55%.

O índice de difusão, que mostra o percentual de itens em alta, passou de 63,4% em setembro para 68,2% em outubro, acima da média histórica de 61,3%, segundo a MCM Consultores Associados. Em novembro, porém, já é esperada alguma descompressão do IPCA, com alta estimada em torno de 0,4% por algumas casas.

Após o IPCA de outubro, o economista Fabio Romão, da LCA Consultores, ajustou a projeção de inflação em 2020 de 3,1% para 3,2%, por causa da elevação de expectativas sobre os preços de despesas pessoais, artigos de residência e vestuário. Para 2021, a consultoria manteve projeção de alta de 3,6%.

Apesar da visão recente mais altista para os preços, a LCA reconhece que o fim do auxílio emergencial, que diminui a massa de rendimentos, e a recuperação gradual do mercado de trabalho, sobretudo no setor de serviços, contribuirão para mitigar reajustes. Por isso, a inflação de 2021 ainda deverá ficar abaixo do centro da meta para o período, de 3,75%.

A inflação maior entre 2020 e 2021 é explicada por uma aceleração dos serviços, com relaxamento das restrições de circulação, e dos preços monitorados, diz a LCA. O grupo de alimentação e bebidas, uma das fontes recentes de pressão, deve só desacelerar o ritmo de alta, ainda sem observar queda.

“Não esperamos devolução dos preços agropecuários no atacado em seu conjunto, mas sim moderação em 2021, já que poderemos ter pressões via o fenômeno climático La Niña e pela demanda firme global ligada à superação (ainda que gradual) da pandemia.”

Também na sexta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que acelerou de 3,3% em setembro para 3,68% em outubro, com peso das matérias-primas brutas, o que sugere contágio para as cadeias de produção.

Em 12 meses, o IGP-DI acumula alta de 22,12%, a maior nessa base de comparação desde os 24,14% de julho de 2003. As matérias-primas brutas subiram 64,08% nos 12 meses até outubro. “O atacado ainda está pressionado, então ainda vamos ter leituras fortes do varejo adiante até o fim do ano, com alimentos e, principalmente, bens industriais” diz Júlia Passabom, economista do Itaú Unibanco.

A instituição prevê o IPCA em 3,3% em 2020, mas não descarta um avanço levemente mais forte a depender das duas próximas leituras. De todo modo, a aceleração da inflação no segundo semestre e com provável arrasto para 2021 não deve exigir ação do BC na taxa de juros. “Vejo ociosidade muito grande na economia, seja mensurada pelo hiato do produto ou pelo desemprego”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

A deterioração do quadro fiscal é, hoje, o que poderia tornar mais duradouras as pressões inflacionárias de curto prazo, diz Alberto Ramos, diretor do departamento de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs. “O não atendimento das preocupações com a sustentabilidade fiscal de médio prazo pode gerar pressões sobre a conta de capital, desancorar a moeda e as expectativas de inflação e, por meio desses canais, contribuir para deteriorar o que até agora tem sido um cenário de inflação bastante benigno.”

 

Para Campos, vacina ‘mudará o jogo’ dos mercados

A aprovação de uma vacina contra a covid-19 “mudará o jogo” dos mercados, segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Como exemplo, ele citou a forte reação positiva das condições financeiras de ontem, assim que foi divulgado que a vacina da Pfizer tem mais de 90% de sucesso na prevenção à doença. “Vimos o que aconteceu com os mercados com a especulação sobre uma vacina”, disse ontem no Greenwich Economic Forum 2020, promovido pela “The Economist”.

“O mercado começa a se preocupar se esse vírus vai se transformar em outra coisa. Houve notícias em alguns países que eles estavam encontrando diferentes mutações dos vírus. Vamos esperar e ver, mas a vacina com certeza mudará o jogo.”

No evento, o presidente do BC brasileiro defendeu que a recuperação do emprego no mundo pós-pandemia não deve se concretizar rapidamente. “O consumo vai voltar rápido, o Produto Interno Bruto vai voltar rápido em alguns casos, mas o desemprego não”, disse.

Como consequência da pandemia, “quase todos os países” estão discutindo a implantação de programas de renda de básica ou de um imposto de renda negativo, por exemplo. No Brasil, as medidas adotadas pelo governo ao longo do ano estão gerando “uma recuperação robusta” da atividade.

Só as liberações de liquidez e capital somaram 17% e 20% do PIB, respectivamente, e foram as maiores do mundo emergente, de acordo com ele. Tudo isso faz com que ainda haja “muito dinheiro” disponível para crédito no país, mesmo que “boa parte dos setores” tenha sido atendida.

Falando para um público estrangeiro, o executivo reiterou que o plano do governo federal continua sendo o controle das contas públicas e a agenda reformista. “Nosso plano ainda é sobre reformas, diminuir o tamanho do Estado”, disse.

Campos também reforçou que não está no radar da autoridade monetária o uso da linha de swaps em dólares estabelecida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Segundo o presidente da autoridade monetária, “é sempre bom ter” a opção de usar essa linha, mas o grande volume de reservas internacionais deixa o Brasil em uma posição confortável.

 

ESTADÃO

Governo sinaliza que programa de crédito pode ser novo estímulo em 2021

O governo trabalha para manter as torneiras do crédito abertas em 2021 e garantir a sustentação da retomada econômica. A estratégia é manter os programas de crédito bem-sucedidos lançados durante a pandemia da covid-19 e criar também um programa de microcrédito para permitir que beneficiários do programa Bolsa Família e a “multidão de informais” possam ganhar autonomia como Microempreendedores Individuais (MEI). Essa seria uma alternativa como uma porta de saída da “condição de vulnerabilidade”.

O presidente Jair Bolsonaro já deu sinal verde para tornar permanente o Pronampe, programa criado durante a pandemia para socorrer micro e pequenas empresas. As taxas de juros e garantias do Tesouro Nacional do programa, porém, serão alteradas, com perspectiva de que as garantias diminuam, mas que as taxas aumentem.

A transformação do programa emergencial em ação permanente é uma demanda de parlamentares, sobretudo do Senado, e deve inclusive contribuir para melhorar a disposição do Congresso e facilitar o caminho para a aprovação de medidas de ajuste fiscal, como a desindexação de despesas do Orçamento (retirada da obrigação de reajuste de determinadas despesas).

Manutenção

A sinalização foi dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Na sexta-feira passada, ele antecipou que o governo pode manter os estímulos econômicos adotados para fazer frente à pandemia do novo coronavírus. Guedes disse que o desafio é transformar o “empurrão de consumo” trazido pelo auxílio emergencial em crescimento sustentável, sem inflação.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, não se trata da renovação de auxílio emergencial, como foi interpretado num primeiro momento pelo mercado financeiro, mas de programas voltados para o crédito. Fontes da área econômica garantem que o objetivo é apostar em medidas que funcionaram usando recursos dentro do Orçamento, respeitando regras fiscais. A discussão deverá ganhar força depois das eleições municipais, cujo primeiro turno ocorre no próximo dia 15.

O desafio é arrumar os recursos do Tesouro que precisam transferidos aos fundos que garantem os empréstimos em caso de calote. Essa transferência é despesa primária no Orçamento e tem que caber dentro do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação.

Os detalhes ainda estão em estudo pela equipe econômica, mas já há a decisão política de facilitar a manutenção desses programas em 2021. O que se discute é o alcance, o que será definido nas discussões do Orçamento do ano que vem. O assunto foi tratado pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Micro e Pequenas Empresas, senador Jorginho Mello (PL-SC), com Bolsonaro. Nas últimas semanas, o senador, que integra o bloco de partidos do Centrão, foi nomeado vice-líder do governo.

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, está conversando com técnicos da área econômica sobre a linha do microcrédito. Uma das propostas é que as famílias possam contratar um valor entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil. Na crise, o número de pessoas que se formalizaram via MEI já é de cerca de 1,5 milhão.

Maquininhas

O governo também vai trabalhar para fazer rodar o programa PEAC-Maquininhas, que operam com garantia de recebíveis das transações com as máquinas de cartão usadas no comércio. Essa modalidade, que tem 100% de garantia do Tesouro Nacional e é mais uma tentativa de destravar o crédito para os pequenos empreendedores na pandemia da covid-19, ainda não ganhou tração. Foram liberados R$ 5 bilhões, mas a linha total já aprovada pelo Congresso é de R$ 10 bilhões.

A Caixa Econômica Federal também desenvolve com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) uma linha de crédito assistido para inclusão bancária e orientação para que os tomadores do crédito não deixem de pagar as parcelas.

A estratégia também prevê a regulamentação do Sistema Nacional de Garantias, que permitirá que pequenas empresas consigam obter garantias para tomar crédito e, assim, negociar taxas de juros mais competitivas com o seu banco e outras instituições. Dessa forma, poderão alcançar crédito com custo mais baixo e menos burocracia e exigências.  

 

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