Sexta-feira

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Perspectiva para ratings soberanos na América Latina é negativa, nota Moody’s

A perspectiva da Moody's para os ratings soberanos na América Latina e no Caribe é negativa. A avaliação reflete a expectativa da agência de classificação de risco de que condições adversas que afetam a qualidade de crédito soberana persistirão nos próximos 12 a 18 meses.

Em relatório, a Moody's aponta as pressões sociais como um desafio para a capacidade dos governos de restaurar o espaço fiscal, o que pressionará os perfis de crédito da região. "Em 2021, a maior parte das economias da América Latina verá uma recuperação do crescimento, beneficiando-se de efeitos de base favoráveis após a contração sem precedentes causada pelo coronavírus em 2020, a pior desde a Grande Depressão", afirma o vice-presidente da Moody's, Jaime Reusche.

"Como resultado de isolamentos sociais mais suaves e implantação de políticas de suporte por bancos centrais e governos, a recuperação econômica iniciada no segundo semestre de 2020 continuará”, explica o executivo.

Ainda que maioria das economias da região tenha tendência de se expandir mais de 3%, “a produção permanecerá abaixo dos níveis pré-pandêmicos após uma contração de mais de 5% em 2020", acrescenta.

Neste ano, os déficits fiscais na América Latina diminuirão na medida em que os governos começarem a eliminar algumas das medidas colocadas em prática para combater os efeitos econômicos da pandemia.

A agência prevê ainda que a receita dos governos se beneficiarão de um impulso cíclico conforme a atividade econômica se recupera, mas a arrecadação de impostos permanecerá abaixo dos níveis anteriores à pandemia. Apesar da diminuição dos déficits, os índices de dívida continuarão a subir, o que causa pressão adicional sobre os perfis de crédito soberanos.

Para a Moody’s, o choque macroeconômico proveniente da pandemia elevou as taxas de pobreza e desigualdade de renda, o que reverteu o progresso social alcançado nos anos anteriores.

Dentro desse cenário, a agência avalia que ocorrerão apelos para expandir as redes de segurança social e aumentar os gastos do governo em toda a América Latina. “As demandas sociais pesarão nos saldos fiscais, o que aumentará a probabilidade de políticos serem tentados a favorecer políticas populistas: um desdobramento que comprometeria a prudência fiscal”, afirmam os analistas.

 

Juros disparam com leilão e cena externa

O resultado do primeiro leilão do ano de títulos prefixados chacoalhou o mercado de juros futuros ontem. Em um ambiente já pressionado pelo sinal trazido do exterior, os trechos intermediários e longos da curva tiveram um dia de estresse, chegando a exibir alta de quase 30 pontos-base após o Tesouro Nacional informar que o lote de LTNs não foi vendido integralmente, e ampliaram ainda mais o ritmo de alta durante a tarde.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 4,42% no ajuste anterior para 4,575% na B3, enquanto a do contrato para janeiro de 2027 saltava de 6,70% para 6,95%. No primeiro leilão de prefixados do ano, o Tesouro ofertou 17,5 milhões de LTNs.

O prêmio pedido para o título com vencimento em janeiro de 2023 em relação ao DI ficou em 21,0 pontos-base, ligeiramente acima do consenso (20,5). Já o prêmio pedido pela LTN para julho de 2024 ficou em 31,0 pontos-base, bem acima do projetado (29,5). O Tesouro não vendeu integralmente os papéis para 2023 e 2024 e, com a divulgação do resultado, houve estresse no “miolo” e na ponta longa da curva de juros.

“Temos que ter em mente que, em 2021, o Tesouro Nacional terá uma necessidade de rolagem de dívida muito grande. Hoje [ontem] foi mais um dia de leilão muito forte, em que o Tesouro emitiu mais de R$ 30 bilhões em dívida. Quando o investidor estrangeiro está presente, como era o caso no fim do ano passado, o Tesouro emite com facilidade e o mercado digere bem. Mas, aparentemente, não vimos muita demanda por parte desses investidores no leilão de hoje [ontem]”, afirma Pedro Dreux, sócio e gestor macro da Occam.

O profissional também avalia que o Brasil passa, no momento, por uma “ressaca da festa de fim de ano” de dezembro, quando houve uma melhora de preço aguda no Brasil, que não foi acompanhada por uma melhora nos fundamentos do país. Por fim, continua, pesou o crescimento do cenário de reflação com a “onda azul” nos Estados Unidos. Este ficou mais claro ontem após o rendimento da T-note de dez anos voltar a operar acima de 1%, o que não ocorria desde março do ano passado. Além disso, a inflação implícita medida pelas TIPS de dez anos já se mostra em níveis acima de 2% de forma significativa diante da “onda azul”.

De olho na expectativa de maiores estímulos fiscais, o Deutsche Bank elevou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em dois pontos percentuais, para 6,3%. Já o Goldman Sachs atualizou sua própria estimativa de expansão para 6,4%. O cenário de reflação também tem impacto nos juros curtos, tendo em vista que impulsiona a alta dos preços das commodities.

“A reversão que víamos um tempo atrás, com chance, inclusive, de deflação de alimentos no início deste ano, já não deve mais acontecer”, avalia Ricardo Modé, gestor de renda fixa da Panamby Capital. Adicionalmente, pesam ainda as incertezas fiscais, em especial após o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidatos à presidência da Câmara, defender a extensão do auxílio emergencial ou a ampliação do Bolsa Família.

Nos cálculos da Panamby, se houver uma extensão do programa emergencial de auxílio com transferências de R$ 300 por seis meses, serão R$ 120 bilhões a mais gastos pelo governo. “O medo que temos é o de que a segunda onda faça os governos gastarem mais, o que pressiona as taxas de juros. Se esse cenário se materializasse, revisaríamos a nossa projeção para o PIB do Brasil de 3,5% para algo entre 4,0% e 4,1% neste ano.”

Também o cenário para a Selic se alteraria, com o juro básico encerrando 2021 próximo de 5%, e não mais entre 3,5% e 4%, como a Panamby projeta hoje. A volta do “trade” de reflação ameaça ainda um dos principais pilares que fundamentam a narrativa de dólar fraco no mundo: a de que os juros reais nos EUA permanecerão negativos por um longo tempo.

Com isso, a moeda americana registrou um pregão de forte recuperação ontem contra praticamente todas as demais divisas. No Brasil, a moeda americana fechou cotada a R$ 5,3984, alta de 1,77% e o maior patamar de fechamento desde 23 de novembro.

“A alta dos juros dos Treasuries coloca um pouco em dúvida esse enfraquecimento do dólar”, diz Cassio Andrade Xavier, gestor de renda fixa do Sicredi. O profissional avalia, no entanto, que o movimento visto ontem deve ter fôlego curto. “A nossa leitura é que não será tão fácil aprovar novos estímulos fiscais nos EUA. Apesar dessa onda democrata, muitos dos eleitos têm perfil mais conservador”, explica.

Outra questão que pode limitar a recuperação da moeda americana é a postura do Federal Reserve. Para analistas do Commerzbank, a ata da última reunião do BC americano continua a dar sinais de que ele manterá a política ultra-acomodatícia adotada em 2020.

“Uma condição para a recuperação do dólar é que o Fed não reaja a um crescimento mais acelerado da economia e da inflação normalizando a política monetária, exatamente o que ele prometeu ao dizer que irá tolerar uma inflação realizada acima de sua meta de 2% por algum tempo”, dizem os economistas do banco alemão.

“Esse fato foi ressaltado na ata, onde o Fed explicou - usando linguagem deliberadamente vaga - que irá manter o atual ritmo de compras de ativos até que um progresso substancial seja feito em direção ao objetivo de máximo emprego e estabilidade de preços. Qualquer ajuste também seria comunicado com bastante antecedência, o que significa que, até lá, questões de natureza política e a economia real continuarão como os principais drivers do mercado de câmbio.”

 

FOLHA

Pandemia faz captação da poupança bater recorde em 2020, com R$ 166,3 bi

Com o auxílio emergencial e com a queda do consumo em decorrência do isolamento social, os depósitos em caderneta de poupança superaram os saques em R$ 166,3 bilhões em 2020, maior valor da história. Os dados foram divulgados pelo BC (Banco Central) nesta quinta-feira (7).

A captação líquida —diferença entre entradas e saídas— no ano foi 134% maior que o número mais alto registrado na série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995, de R$ 71 bilhões em 2013. Em relação a 2019 (R$ 13,2 bi), o número foi 12 vezes maior.

Benefícios do governo, como saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e o auxílio emergencial, podem explicar a alta nos depósitos durante a pandemia, já que foram pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

Além disso, com o fechamento dos comércios nos meses mais críticos da crise sanitária, as pessoas consumiram menos e depositaram mais recursos na modalidade.

“Temos agora um cenário de fim do auxílio emergencial em que o nível de pobreza vai atingir o maior patamar desde 2012, então esse dado é um alento, na medida em que mostra que o brasileiro poupou durante a crise”, pontua o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social.

Houve também um movimento chamado pelo BC de poupança precaucional, no qual os consumidores adiaram compras e guardaram dinheiro preocupados com incertezas quanto ao fim da pandemia e à situação econômica do país.

“Tivemos em nove meses de auxílio o equivalente a nove anos de Bolsa Família. Também tivemos em 2020 mais de 12 vezes a captação líquida da poupança em relação a 2019. É importante ponderar que a caderneta é praticamente o único ativo ao qual o pobre tem acesso”, disse Neri.

Ao todo, os brasileiros depositaram R$ 3,1 trilhões na caderneta em 2020, maior valor da série. Os saques também bateram recorde no ano, com R$ 2,9 trilhões.

O plano do governo e do BC é que, com o fim do auxílio emergencial, os recursos depositados na poupança retornem à economia como forma de consumo e que compensem o estímulo exercido pelo benefício na atividade.

“A mobilidade ficou prejudicada na pandemia e dificultou que as pessoas saíssem para comprar. Elas pouparam muito e, portanto, vão usar agora esse dinheiro. Isso colaborou para que o governo não levasse adiante a discussão sobre a prorrogação do auxílio emergencial. O alto nível de poupança não deixa de ser uma boa notícia”, destacou o economista e professor da USP, Paulo Feldmann.

Apenas em dezembro, a captação líquida da poupança foi de R$ R$ 20 bilhões. No mês, os depósitos e os saques bateram novo recorde, com R$ 339,8 bilhões e R$ 319 bilhões, respectivamente.

Desde abril, a captação líquida vinha registrando seus maiores níveis, mas voltou aos patamares observados antes da crise sanitária em outubro.

Com a flexibilização do isolamento social e a reabertura dos comércios, as pessoas voltaram a consumir e, por isso, sacaram mais recursos da poupança, o que contribuiu para a queda da captação líquida.

No último mês do ano, no entanto, é comum que a poupança tenha captação mais elevada com o pagamento do 13º salário aos trabalhadores, o que é considerado um movimento sazonal.

A diferença entre depósitos e saques na caderneta foi de R$ 1,4 bilhão em novembro, queda de 80% em relação ao mês anterior, menor valor desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil.

No ápice da crise, em abril, a captação líquida da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio, com R$ 37,2 bilhões, o maior valor mensal da série histórica até agora.

O saldo da poupança fechou acima de R$ 1 trilhão em 2020. O estoque total aplicado na modalidade alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro.

A poupança rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano.

A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.

 

ESTADÃO

Banco Bari vê disparada na procura de crédito com imóvel como garantia

O Banco Bari percebeu um salto na demanda pelo crédito com garantia de imóvel (CGI), também chamado de home equity. A quantidade de contatos de clientes à procura desta modalidade de empréstimo saltou de 522 no primeiro semestre para 7.000 no segundo semestre de 2020.

Efeito home office. Os contatos partiram de pessoas interessadas no CGI como opção de crédito pessoal para bancar a construção, ampliação ou reforma de casas e apartamentos. Segundo o banco, muitos clientes informaram estar renovando as residências porque agora passam mais tempo no local devido à pandemia.

Mais popular. O mercado de CGI vem crescendo nos últimos meses, com maior esforço de bancos e fintechs em tornar essa modalidade conhecida. Além disso, os clientes têm se interessado mais por esse tipo de crédito pessoal, que tem juros menores justamente por contar com o imóvel como garantia. No Banco Bari, os contratos têm taxas a partir de 0,65% ao mês e prazos de pagamento na casa dos 15 anos.

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