Terça-feira

VALOR

Com saneamento, IFC prevê alocar US$ 6,4 bi no Brasil até 2023

A International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial no setor privado, planeja destinar ao Brasil US$ 6,4 bilhões nos anos fiscais de 2021 a 2023. Projetos de água e esgoto serão o foco principal da agência, na esteira do marco regulatório aprovado no ano passado e da pandemia. “É a prioridade das prioridades”, afirma Carlos Leiria Pinto, que assumiu o comando do escritório brasileiro em maio e concedeu ao Valor sua primeira entrevista desde então.

“Vamos alocar mais recursos [no setor].” Saneamento já era um dos alvos da IFC, mas ainda não era a aposta número um no planejamento anterior — quando o governo Bolsonaro estava começando, havia, no mercado, a expectativa de que investimentos em infraestrutura teriam forte impulso.

Agora, a leitura da agência é a de que projetos de água e esgoto devem ganhar fôlego com as oportunidades trazidas pelas novas regras. Estimativas do Ministério da Economia apontam em cerca de R$ 700 bilhões o potencial de atração de recursos do setor a partir da mudança na legislação. Ao mesmo tempo, a covid19 — que tem a higiene como principal medida de prevenção — também contribuiu para escancarar as deficiências do Brasil nessa área. “Os objetivos [do marco regulatório] são difíceis, mas são impossíveis sem a participação do setor privado”, afirma.

De acordo com Pinto, a IFC já mantém conversas com um banco estadual de desenvolvimento para atuar em um projeto de saneamento e também está na fase final de negociação com uma empresa privada que atua no setor. São operações na faixa de US$ 100 milhões cada. Os nomes, contudo, ainda não são públicos.

No total, a IFC viabilizou investimentos de US$ 2,2 bilhões no ano fiscal de 2020, que se encerrou em 30 de junho, e outros US$ 842 milhões na primeira metade do exercício fiscal de 2021. O número deste ano deve ficar parecido com o do anterior. A pandemia provocou mudanças na estratégia da agência.

Habitualmente focada em investimentos de longo prazo, a IFC se viu financiando capital de giro de empresas para evitar uma quebradeira maior. Também reforçou as linhas para bancos voltadas à concessão de créditos a pequenas e médias companhias, as mais afetadas pela crise. “O objetivo era não deixar as empresas fecharem as portas, não esperar para ver”, afirmou.

Outro investimento feito no período foi um empréstimo de US$ 80 milhões para a Jive, gestora de recursos especializada em “ativos estressados”. Segundo Pinto, esse foi outro caminho encontrado pela IFC para ajudar a dar sobrevida a pequenos negócios.

Pinto, que fez carreira em bancos como Santander, BNP Paribas e Commerzbank, foi o responsável pela IFC na região andina antes de assumir o comando da operação brasileira. Por enquanto, o executivo ainda mora em Lisboa, já que o escritório local está fechado por causa da pandemia, mas deve se mudar para o Brasil quando as condições melhorarem.

O executivo também planeja dar maior enfoque à sustentabilidade. Neste ano, a IFC vai trazer para o Brasil uma certificação de construções sustentáveis e os bancos que trabalharem com ela poderão financiar, com juros mais baixos, incorporadoras que seguirem as práticas.

Em paralelo aos financiamentos, a IFC também vem atuando no assessoramento de concessões. São os casos do edital das linhas 8 e 9 da CPTM e das parcerias público-privadas de iluminação pública promovidas pela Caixa.

Embora veja grandes oportunidades no mercado brasileiro, o novo chefe da IFC afirma que o governo precisa transmitir confiança aos investidores para que o país tire proveito da ampla liquidez nos mercados. “Os agentes estão conscientes, dando suas sinalizações”, diz. “O mercado está sinalizando que é importante manter a disciplina fiscal."

 

 

Poupança criada na pandemia não deve ir tão cedo para consumo

Considerada por muitos economistas como fator que pode amenizar o impacto do fim dos estímulos do governo no nível de atividade, a poupança formada pelas famílias durante a pandemia não deve ser destinada ao consumo tão cedo. É o que indica questionário especial da Sondagem do Consumidor realizado em novembro.

Naquele mês, 38% dos consumidores afirmaram que estavam poupando de maneira preventiva, devido à pandemia e a seus efeitos na economia. Dentro desse grupo, 73% disseram que pretendem manter os recursos guardados nos próximos meses.

Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, com renda familiar até R$ 4,8 mil, esse percentual chegou a 81,2%, destaca Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do Ibre/FGV. “Isso ajudaria a atividade, mas esses recursos não vão ser usados no primeiro semestre”, avalia Viviane, para quem o elevado nível de incertezas no cenário vai fazer com que os consumidores continuem mais cautelosos em seus gastos.

“Tem a questão de saúde e também a situação financeira familiar. As pessoas precisam se sentir seguras sobre o que vai acontecer para gastar”, complementa ela, e este não seria o caso agora, com a piora da pandemia no país (média móvel semanal de mortes é a maior em cinco meses), o aumento da taxa de desemprego e o fim dos auxílios.

Em outubro, outro quesito especial da Sondagem do Consumidor mostrou que, para 52,6% dos entrevistados, o principal motivo para postergar o consumo era a incerteza em relação à pandemia, enquanto 31,2% afirmaram que estavam poupando recursos por precaução.

“O comportamento do consumidor ao longo da pandemia foi de cautela: primeiro priorizando compras de bens essenciais, depois bens duráveis em detrimento dos serviços e, por fim, com formação de poupança precaucional para minimizar riscos”, observa a economista.

Para a coordenadora do Ibre/FGV, a postura cautelosa deve continuar no começo do ano, o que reforça a perspectiva de perda de fôlego da atividade no período. “Com o fim dos benefícios, parte dessa poupança será destinada para despesas, porque as pessoas de menor renda não têm muita margem para continuar poupando. Já aqueles consumidores com renda maior vão continuam com essa poupança e vão manter isso por mais tempo. Esses recursos não vão ser utilizados agora”, reforça ela.

De acordo com o quesito especial de novembro, mais de 40% dos consumidores de menor renda acreditam que a poupança terá que ser destinada para quitar gastos correntes. “Dado que esses consumidores são os que menos conseguiram poupar, o impacto no consumo será reduzido por esse lado”, diz a economista.

Mesmo se os recursos guardados voltassem a circular na economia em forma de consumo, seu efeito sobre a demanda seria limitado, aponta estimativa do Ibre/FGV. Os recursos de poupança líquida subiram 21% entre março e outubro, atingindo R$ 176 bilhões no acumulado até outubro, nota Viviane.

Já de março ao início de novembro, foram pagos R$ 248,3 bilhões para 67,8 milhões de brasileiros pelo governo, na forma de benefícios emergenciais. Assumindo que 27% dos recursos da poupança fossem gastos nos primeiros seis meses (percentual de consumidores que pretendem gastar a poupança nesse horizonte), isso seria o equivalente a R$ 47 bilhões, ressalta a coordenadora das sondagens.

“O montante gasto nos seis primeiros meses seria inferior ao de um mês em média do benefício emergencial liberado às famílias em 2020, o que seria insuficiente para evitar a queda do consumo no primeiro semestre do ano”, pondera Viviane.

 

FOLHA

Covid, meio ambiente e geopolítica estão entre os riscos às empresas em 2021, diz pesquisa

Programas de vacinação conturbados, desentendimentos entre EUA e China, dificuldades na retomada econômica e questões socioambientais e de aceleração digital são os cinco maiores riscos das empresas ao redor do mundo em 2021, apontou o novo RiskMap da Control Risks, divulgado nesta segunda-feira (11).

No Brasil, segundo o diretor da Control Risks, Thomaz Favaro, esses riscos se agravam quando se leva em consideração os aspectos políticos e fiscais do país.

“Em relação ao risco trazido pela pandemia, toda a região [da América Latina] está ficando um pouco para trás no calendário de vacinação e na cobertura contratada. No Brasil, ainda vemos o governo federal e os estados patinando com a compra de vacinas e isso também impacta a recuperação econômica do país”, afirmou.

“Enquanto alguns países começam a retomar uma agenda de austeridade para a retomada, muitos, como o Brasil, precisarão correr atrás dos prejuízos trazidos pela Covid. A situação fiscal é dramática para o país em 2021 e é uma situação que precisa estar em pauta no jogo político”, disse Favaro.

O posicionamento pró-Trump do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) também agrava, no caso brasileiro, os riscos relacionados aos embates entre EUA e China. A preocupação, segundo Favaro, deve-se ao fato de a China ser um país de grande importância para a balança comercial brasileira.

“Uma boa parte dos países ao redor do mundo tenta adotar uma postura de não alinhamento, tentando trabalhar com as duas nações. O Brasil tem tomado a direção contrária, de afastamento. Mas é improvável que isso se prolongue e chegue a reverter o investimento, a China é importante demais para toda a América Latina”, disse o executivo da Control Risks.

Em relação às questões socioambientais, que ganharam destaque ao longo de 2020 com o tema de melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ou ESG, como são conhecidas pelo mercado), a expectativa é de uma pressão nas empresas para a adoção de uma posição favorável ao assunto.

O mesmo acontece nas questões voltadas para a aceleração digital e maior conectividade de sistemas.

“Já vimos uma pressão sobre a capacidade de adaptação das empresas ao novo mundo digital com o home office, na pandemia. Isso aumenta a necessidade de resposta das empresas a novos desafios. Temas como LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados] e o desmatamento na Amazônia estarão particularmente quentes no Brasil em 2021”, disse Favaro.

Apesar de a tendência de retomada ainda depender do cenário brasileiro para a decisão das vacinas e a resolução do tema fiscal, a expectativa é mais otimista em relação ao ano passado.

“Em 2020, o foco foi entender qual era o tamanho do problema e tentar reagir. Parte dessa equação ainda está nas incertezas que perduram. Agora será necessário focar em como capitalizar e ter ganhos de produtividade”, afirmou o diretor.

 

ESTADÃO

Economistas estimam que inflação tenha fechado 2020 em 4,37%

 Os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do País - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 11, pelo Banco Central, mostra que a estimativa para o IPCA no ano passado foi de alta de 4,38% para 4,37%.

A projeção para o índice em 2021 foi de 3,32% para 3,34%. O resultado do IPCA de 2020 será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%, e de 2023, que permaneceu em 3,25%.

A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 4,34% para 4,31%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,41% para 3,74%.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 foi de 3,52% para 3,63%, ante 3,52% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,50%, igual a quatro semanas antes.

PIB

Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a atividade econômica no ano passado passou de retração de 4,36% para queda de 4,37%.

Para 2021, o mercado financeiro também alterou levemente a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,40% para 3,41%.

A projeção para a produção industrial de 2020 passou de baixa de 5,00% para queda de 4,94%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da indústria seguiu em 4,78%.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 64,60% para 63,75%. Para 2021, a expectativa foi de 66,30% para 64,95%.

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