Segunda-feira

ESTADÃO

‘Empresas que não se movimentarem nas questões ESG ficarão para trás’, diz analista da XP

O aumento da atenção dos investidores em relação às questões relacionadas ao meio ambiente, social e de governança (ESG, pela sigla em inglês) ganhou destaque na pandemia. Depois do exemplo dos grandes investidores da Europa, que colocaram pressão sob o Brasil em relação à Amazônia, o mercado local começa a acompanhar mais de perto o assunto, conta a analista ESG da XP Investimentos, Marcela Ungaretti. Foi no ano passado que a maior corretora do País decidiu incorporar a análise ESG em suas recomendações de investimento. Confira a entrevista.

Como está o interesse do investidor local na pauta ESG?

Estamos ainda no começo, mas cada vez mais investidores locais olham para isso. Fizemos um roadshow com mais de 30 investidores institucionais locais e ficamos surpreendidos positivamente. Há um número considerável de gestoras incorporando o ESG aos seus critérios de investimento. Do lado das pessoas físicas é notável o interesse no tema.

Como as empresas estão tratando esse tema?

As empresas estão em estágios diferentes dessa jornada. A divulgação de informações ainda precisa ser desenvolvida, não há um padrão. Mas temos visto as companhias se movimentando. As empresas que não perceberam, ainda, que esse tema é importante vão ficar para trás.

Como é feita a análise das empresas?

Temos tentado entender como cada uma leva a agenda ESG para suas práticas. Olhamos o relatório de sustentabilidade para buscar os indícios de como as empresas estão evoluindo e acompanhamos essa evolução. Também é importante ver como a empresa está se organizando nessa jornada. Há metas? Como é o alinhamento em relação ao tema em termos de estrutura? Temos tentado entender onde fica a área de sustentabilidade e a quem essa área responde dentro da estrutura.

Quais são algumas das tendências em relação a esse tema para 2021?

Dentre elas está o aumento da importância do pilar social, que está dentro da frente de governança, que ganhou mais força na pandemia – esse foi um catalisador sobre esse tema. Investidores estão exigindo boas práticas e relação ao social, o que inclui diversidade e inclusão. O pilar ambiental tem também cada vez mais importância, com um destaque para as questões climáticas. Outra é a economia circular, com as empresas precisando repensar sobre o uso de matérias-primas. 

 

'Não tem como ter recuperação sem a vacinação', diz Mendonça de Barros

O aumento de casos de covid-19 e a perspectiva de que a oferta de doses de vacina será intermitente são sinais de que a economia não se fortalecerá neste primeiro semestre. Na avaliação do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados, a economia está mais debilitada do que se esperava e, diante desse cenário, a falta de imunizantes é ainda mais preocupante. “Não tem como ter recuperação sustentada se não for precedida de vacinação em massa que permita reduzir o distanciamento social para sempre”, diz.

A MB projeta um crescimento de 2,6% para o PIB – “um resultado muito fraco depois do que passamos no ano passado”, diz Mendonça de Barros. Por enquanto, porém, nem esse desempenho pífio está garantido. “Olha a situação limite de Manaus. Mesmo não querendo, foi preciso um lockdown. São Paulo também voltou com restrições maiores.”

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Como avalia o ritmo de vacinação no Brasil e seus efeitos na economia?

Essa segunda rodada do vírus no Brasil e em outros lugares do mundo é que levou todos os ‘stakeholders’ a chegarem à conclusão de que não tem como ter recuperação sustentada se não for precedida por uma vacinação em massa que permita reduzir o distanciamento social para sempre. Caso contrário, você começa a reduzir o distanciamento, tem recaída e, aí, precisa fechar (os estabelecimentos comerciais) de novo. Então, a primeira coisa é que tem de ter vacina. A segunda é que estamos, lamentavelmente, atrasados na aquisição das vacinas e diante de um risco de a oferta de doses ser intermitente. Se você pegar os EUA, a Europa ou Israel, há a perspectiva de que, até julho, o mínimo crítico (da população) de risco já esteja vacinada. A expectativa é de queda forte no número de internações e de óbitos e de que, ao longo do verão, os serviços possam voltar a crescer. No Brasil, nós estamos atrasados nas compras e nas entregas de vacinas. No ano passado, os gastos (públicos) ajudaram a dar início à recuperação da economia. Essa recuperação foi atropelada pela segunda rodada do vírus. Isso vai fazer com que, no primeiro trimestre, a economia esteja muito mais devagar, porque temos novas medidas de distanciamento. Até a indústria, que estava melhor, deve cair nesse primeiro trimestre.

Com o ritmo atual de vacinação, é possível ter pelo menos um segundo semestre melhor?

Mesmo que a vacina esteja atrasada, o segundo semestre deve ser melhor. Ainda assim, projetamos para o ano 2,6% (de crescimento no PIB). É um resultado muito fraco depois do que passamos no ano passado. O primeiro trimestre enfraqueceu muito. É quase garantido que ainda vai haver uma discussão para o Orçamento e, saindo alguma coisa de auxilio emergencial, será em março. Isso significa que a demanda vai ser mais fraca até lá. Outra coisa que chama a atenção é o problema da oferta. Viramos o ano com mais de 200 mil carros encomendados que não foram entregues por causa de falta de algum componente. De motocicletas, foram 150 mil. E esse caso é ainda pior, porque as fábricas estão em Manaus e foram fechadas. Está faltando caixa de papelão e embalagens de vidro. A oferta não está conseguindo voltar com a velocidade que poderia. Isso joga a produção para baixo. Além disso, se olhar a inflação, além do custo de alimentação e energia, as matérias-primas industriais estão pressionando os preços. O primeiro trimestre será bem problemático. O segundo, por melhor que seja, será fraco. As projeções para o ano não apontam nada de especial. O mercado em geral estava mais otimista com 2021 e estamos vendo muita gente revisando as estimativas para baixo.

No cenário de alta de 2,6% do PIB, a MB já considerava que a vacinação demoraria?

A vacinação especificamente não, mas, em dezembro, tínhamos certeza do recrudescimento da covid. A proporção da limitação na oferta da vacina só ficou clara no começo do ano. Mas a percepção de que, sem vacinação, não tem jeito também já tínhamos em 2020.

Dado que vocês não imaginavam a demora para vacinar a população, há um viés negativo para a estimativa de PIB de 2,6%?

Claro. Olha a situação limite de Manaus. Mesmo não querendo, foi preciso fazer um lockdown. São Paulo também voltou com restrições maiores. Quem sofre mais com isso é o serviço, a viagem, o lazer, o turismo. Não haverá recuperação em V. Em maio e junho de 2020, na comparação com abril, quando estava tudo parado, as taxas de crescimento em diferentes segmentos da economia eram enormes e simulavam uma letra V. Mas isso não vai se sustentar.

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