Quarta-feira

Produção industrial encolhe 4,5% em 2020, pior queda desde 2016

A produção industrial brasileira encolheu 4,5% em 2020, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O desempenho é o pior desde 2016, quando houve recuo de 6,4%.

O resultado intensificou as perdas ocorridas em 2019, quando a indústria retraiu 1,1%.

Considerando apenas dezembro, o resultado foi positivo em 0,9%, registrando o oitavo mês consecutivo de alta.

Os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo instituto ainda mostram que a produção industrial cresceu 3,4% em comparação ao patamar pré-pandemia. Mesmo assim, não foi o suficiente para fechar o ano com alta no setor.

De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a produção industrial apresentou regularidade de crescimento nos últimos meses, com perfil generalizado de expansão.

Em dezembro, três das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 26 ramos pesquisados tiveram alta nos números em comparação com novembro.

Otto Nogami, do Insper, previa uma queda muito maior do setor industrial e avalia a performance melhor pelo esgotamento de estoques tanto no varejo quanto na indústria, já que a atividade econômica ficou parada por três meses no início da pandemia. Os estoques esgotados tiveram de ser repostos, estimulando a atividade industrial após os primeiros meses passado o início da pandemia.

Ele observou, porém, que, desconsiderando ajustes sazonais, o setor vem regredindo como um todo desde outubro, indicando que essa demanda arrefeceu. O movimento coincidiu com o efeito inflacionário do período e a perspectiva do término do auxílio emergencial.

"Na medida em que se tem inflação forte, e com a renda inconstante, isso faz a demanda cair e o nível de produção acompanhar" analisou.

Assim, a perspectiva é de um primeiro semestre difícil para a indústria em 2021, avaliou.

Para Renato da Fonseca, gerente do CNI (Confederação Nacional da Indústria), a manutenção da recuperação industrial será condicionada à evolução da Covid-19 no país. Ele aponta riscos como a falta de insumos e o câmbio caso a pandemia não seja controlada.

"Não havendo mais medidas de restrição e isolamento social, vamos manter o crescimento, que é lento", disse Fonseca. Ele prevê um crescimento de 4,4% do setor em 2021.

João Leal, da Rio Bravo Investimentos, avalia que o segundo semestre deve ser positivo, sustentando parte das expectativas dos empresários industriais, desde que o nível de vacinação esteja razoável.

"Assim, no fim de 2021 poderemos ter uma expansão mais forte da indústria, mas também de outros setores da economia", analisou.

Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), afirma que, se as reformas estruturais foram feitas –como as administrativa e tributária–, a indústria pode ter uma trajetória mais positiva no setor.

Outro ponto seria resgatar uma agenda de ciência, tecnologia e inovação, áreas comprometidas pelos ajustes fiscais dos últimos anos. "Isso vai constituir eixos fundamentais da recuperação pós-pandemia, principalmente na indústria", analisou o economista.

O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 1.308,1% desde abril, eliminando a perda de 92,3% de março e abril, quando o país fechou fábricas para conter o avanço da Covid-19 por meio de isolamento social.

O desempenho do setor em dezembro contribuiu também para a alta da metalurgia, que cresceu 19%, sexta taxa positiva seguida, acumulando alta de 58,6% desde julho. Esse segmento atua bastante na produção da indústria automobilística.

Apesar disso, o segmento de veículos foi a maior influência negativa no acumulado de 2020 contra 2019, com queda de 28,1%. A metalurgia também marcou retração, de 7,2%.

Também cresceram em dezembro máquinas e equipamentos (6,0%), produtos têxteis (15,4%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), produtos de borracha e de material plástico (4,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%) e produtos de metal (2,9%).

Por outro lado, recuaram os segmentos de produtos alimentícios (-4,4%), bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).

Para Thiago de Moraes Moreira, do ibmec, o auxílo emergencial, o crédito mais barato e o câmbio contribuíram para que a indústria não caísse mais em 2020.

"Tivemos um choque positivo na renda pelo auxílio, um estímulo monetário pela redução da taxa de juros e um real depreciado, favorecendo a produção nacional, tanto em competição com importados quanto com exportações", analisou o professor. Sem esse tripé, avalia, a indústria poderia ter contraído mais de 10% no ano passado.

 

Fundos imobiliários ensaiam recuperação

Em 2020, nenhum ativo conseguiu escapar dos impactos provocados pela pandemia de covid-19. Os investimentos de renda fixa levaram uma rasteira, com a taxa Selic no menor patamar da história, de 2% ao ano. O mercado de ações também sentiu os momentos de forte turbulência.

O segmento imobiliário, por sua vez, viu o estrago causado pela crise quando diversos fundos suspenderam ou reduziram o pagamento de dividendos. Foi um ano difícil para qualquer investidor, desde o conservador até o arrojado. Mas agora o ano é outro. E, junto dele, surge a dúvida: como o mercado vai se comportar?

Para os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), as projeções dos especialistas são otimistas, mas cada setor terá um caminho diferente em direção à retomada. Por isso, é bom estar atento para fazer a escolha certa na hora de investir.

O Ifix, índice que acompanha o desempenho dos FIIs, sofreu, em março do ano passado - quando a OMS decretou a pandemia -, uma desvalorização mensal de 16%, puxado pelas incertezas sobre o que ainda estaria por vir com o avanço da covid-19.

De acordo com o relatório “Fundos Imobiliários: Dividendos em quarentena”, produzido pelo analista da XP Renan Manda, os setores mais afetados pelas medidas de isolamento social e fechamento do comércio não essencial impostas pelos governos foram os de hotéis e shopping.

No começo da crise, em março, ambos os segmentos tiveram as maiores correções nos preços, com perdas que chegaram a 27% e 24%, respectivamente. Com relação aos dividendos, o relatório afirma que o Ifix registrou queda de 13% no pagamento dos rendimentos. Isso porque, com o avanço do coronavírus, alguns FIIs reduziram essa distribuição, enquanto outros suspenderam a política de proventos mensais.

Apesar de o Ifix ter fechado o ano de 2020 com uma performance negativa de 10,24%, na avaliação do analista de FIIs da Eleven Financial Research, Raul Lemos, desde junho o índice vem apresentando um “desempenho lateral”, além de um “yield” (retorno) acima da NTN-B de longo prazo, título público que tem taxa de rentabilidade indexada à inflação.

Mesmo que a categoria tenha sentido o gosto amargo da pandemia, o crescimento no número de investidores em meio a tantas incertezas chamou atenção: saiu de 645 mil em dezembro de 2019 para 1,1 milhão no mesmo mês de 2020.

Outra surpresa foi o volume de captação dos FIIs registrados na CVM no ano passado, que alcançou o montante de R$ 24,5 bilhões e superou o resultado de 2019.

 

Mesmo com vacinação, há incertezas, diz Campos

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a vacinação “é uma luz no fim do túnel”, mas disse que as novas variantes do coronavírus criam incertezas, inclusive para a autoridade monetária. “Mesmo com a vacinação, temos elementos de incerteza”, afirmou ele ontem no World Trade Symposium, promovido pela The Economist. “Para o BC, é importante entender para onde isso vai.”

Ainda assim, Campos voltou a defender a vacinação como a melhor forma de combater a pandemia e recuperar a atividade econômica. “Nosso trabalho [do BC] é entender em qual estado do ciclo [de recuperação econômica] estamos”, afirmou. “Mais do que estímulos [econômicos], precisamos vacinar rapidamente.”

Ele destacou que os dados de Israel, o país que tem o maior número de vacinados em relação à própria população, mostram que a vacinação diminui internações. “O Brasil pode vacinar mais de 5 milhões por dia, porque já fizemos isso”, disse. A participação de Campos no evento já havia sido gravada anteriormente.

Ele destacou, no entanto, que a eleição para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado abre espaço para o avanço da agenda de reformas. “Estamos muito próximos de colocar a agenda [de reformas] em votação”, disse. “Passada a eleição do Congresso, vamos atacar esses problemas.”

Campos voltou a defender a importância do equilíbrio das contas públicas, afirmando que o governo federal está “muito preocupado” com a dívida bruta se aproximando de 90% do Produto Interno Bruto (PIB). “O Brasil fez um esforço fiscal enorme, maior do que o dos emergentes” durante a crise, segundo ele.

“A mensagem agora é: se precisarmos de mais estímulos, precisamos de uma contrapartida [nos gastos].” Ele reforçou que uma expansão das despesas neste momento pode ser contraprodutiva, levando a uma piora da atividade econômica por meio do aperto das condições financeiras.

O presidente do BC também afirmou que a pandemia acelerou o uso de tecnologia em todo o mundo, o que deve ter impactos negativos sobre o mercado de trabalho, podendo causar mais desemprego. “Precisamos treinar pessoas e recolocá-las no mercado de trabalho”, disse.

 

Estrangeiro ingressa com R$ 23 bilhões na B3 em janeiro

Pelo terceiro mês seguido, os investidores estrangeiros ingressaram com um volume expressivo de capital na bolsa brasileira. Em janeiro, o fluxo de capital externo ficou positivo em R$ 23,556 bilhões no mercado secundário da B3 que considera ações já listadas por aqui.

O resultado de janeiro deu sequência à entrada recorde de recursos de novembro e dezembro, quando os investidores estrangeiros aplicaram R$ 33,323 bilhões e R$ 19,744 bilhões, respectivamente, na bolsa brasileira. Por outro lado, no mercado futuro, o fluxo de capital externo ficou negativo em R$ 785 milhões, principalmente com a redução de posições na última sexta-feira.

Com isso, o resultado consolidado - que aborda tanto mercado à vista quanto o futuro - ficou positivo em R$ 22,770 bilhões. No caso do mercado futuro, o que chamou a atenção por aqui foi a movimentação dos estrangeiros na última sexta-feira. Esses players venderam aproximadamente R$ 6,5 bilhões em contratos futuros de Ibovespa, o que reverteu o saldo em janeiro para o negativo, considerando apenas esse segmento.

Gestores e analistas afirmam que o movimento surpreendeu e pode ter contribuído para a forte queda do Ibovespa. Na sexta, o principal índice da bolsa de valores caiu 3,21% e retrocedeu para 115.068 pontos. Isso não significa que haja uma mudança de tendência ou uma nova debandada dos estrangeiros.

A leitura é que, em um dia já negativo no exterior, grandes investidores globais podem ter calibrado a exposição ao risco via derivativos ou montado operações de hedge para continuar aplicando no mercado à vista por aqui. Nesta semana, profissionais de mercado já voltaram a verificar a entrada de estrangeiros no mercado futuro. Ao mesmo tempo, o Ibovespa voltou a subir nos últimos dias e acumula alta de 2,75% na semana, aos 118.234 pontos.

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