Quarta-feira

VALOR

Início de recuperação no Brasil foi em V, depois perdemos o 'momentum', afirma Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que, depois de um início de recuperação em formato de V, a atividade econômica do Brasil vem perdendo força. Segundo ele, ainda há "muito" a entender a respeito da nova variante do coronavírus na Amazônia.

Além disso, o início de vacinação no país está lento. Ambos os fatores atrapalham a retomada, segundo ele Campos traçou um cenário de atividade fraca no primeiro trimestre, com o desempenho do segundo trimestre dependendo da vacinação. "Acho que o segundo semestre vai ser melhor", afirmou.

Essa desaceleração, segundo o presidente do BC, pode ser observada por exemplo nos índices gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês). De acordo com ele, a poupança acumulada durante a pandemia não deve ter "grande impacto" sobre a atividade no curto prazo.

Campos lembrou que o país sairá da crise "com uma dívida mais alta" e um encurtamento da duração dos títulos. Mas houve também um aumento da participação de estrangeiros nas últimas semanas.

Ele destacou que a inflação voltou a ser um tema importante. "Todos estão falando sobre isso nesses dias", disse, lembrando, porém, que no ano passado a "inflação de serviços e outros componentes estavam bem abaixo da meta".

Além disso, reiterou que o mercado está projetando, por meio dos títulos públicos, inflação implícita maior no curto prazo e menor no longo prazo. Já o mercado de trabalho formal "está se recuperando rápido", embora o informal "vá demorar mais".

A economia mundial também se recuperou inicialmente em V, "mas em alguns lugares houve desaceleração maior do que outros". "Podemos ver que o crescimento no quarto trimestre foi melhor do que esperado em muitos lugares", disse. "O crescimento no primeiro trimestre deve ser menor do que esperávamos, mas o quarto foi melhor."

EUA

Campos ainda firmou que o BC vem conversando desde o fim de outubro sobre a possibilidade de uma "reflação" nos Estados Unidos, causada pela combinação de estímulos à atividade econômica e avanços na vacinação. "O mercado está precificando cada vez mais e mais [a possibilidade de reflação]", afirmou. Ele disse, no entanto, que a reflação não é uma certeza e que também "há dúvidas sobre como isso afetará países emergentes", caso o cenário se concretize.

 

Risco fiscal e IPCA fazem dólar subir, apesar de atuação do BC

O dólar encerrou a sessão desta terça-feira em leve alta, avançando 0,22%, para R$ 5,3824, enquanto o mercado monitorou o cenário fiscal e a agenda de reformas após as eleições do Congresso, com a discussão sobre a volta do auxílio emergencial no centro das atenções dos agentes financeiros. Desta vez, as sinalizações de que poderá haver o retorno do programa de transferência de renda sem uma contrapartida do ponto de vista de ajuste fiscal reforçou as tensões sobre a trajetória já delicada das contas públicas.

Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mostrou-se indisposto a condicionar o auxílio emergencial a pautas relacionadas ao ajuste fiscal, pondo assim em xeque a pauta de reformas estruturais no Congresso. Ele também destacou que a ajuda à população deve voltar a ser posta em prática rapidamente para que os efeitos de uma 2ª onda da covid-19 sejam mitigados. O presidente Jair Bolsonaro também defendeu a extensão do programa, tensionando os ânimos do mercado.

Além disso, a frustração com a instalação da CMO, que era prevista para hoje, mas foi postergada, após Pacheco decretar luto pela morte do senador José Maranhão (MDB-PB), gerou ainda mais interrogações sobre o processo de andamento da pauta econômica no novo Congresso. “A incerteza sobre o financiamento do auxílio emergencial é uma questão que acirra os ânimos”, diz Eduardo Velho, sócio e economista-chefe da JF Trust.

Em relatório a clientes, Velho escreveu que o auxílio poderá ser até aprovado em menor valor e com menores parcelas, mas necessitará de um “gatilho de cortes”, incluído na PEC do Pacto Federativo e Emergencial. “No fundo, a proposta definitiva tem que garantir que não vai furar o teto dos gastos para os mercados domésticos, em particular na curva longa dos juros”, afirmou ele.

Na Live do Valor de hoje, o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, avalia que o auxílio emergencial deverá sair, mas será compensado pela aprovação de propostas como PEC Emergencial, reforma administrativa e autonomia do BC. “Se essas coisas vierem combinadas, diante da liquidez global que a gente tem, eu não vejo os mercados reagindo negativamente.”

Se, no entanto, houver uma decisão só de aumento de despesa, a reação será negativa, segundo ele. Padovani apresentou também uma visão de que o IPCA divulgado hoje, relativo a janeiro, reforça o cenário de Selic parada em março. O fato de a inflação oficial do mês passada ter vindo abaixo do esperado também impactou o mercado de câmbio.

A inflação medida pelo índice subiu 0,25% em janeiro, após alta de 1,35% em dezembro. O resultado veio abaixo do consenso do mercado, que era de 0,32%, segundo o Valor Data. “O mercado vai revisando as apostas mais hawkish e o dólar sente”, afirma Cleber Alessie, operador de câmbio da Commcor.

O profissional vê que os próximos passos do Copom ainda dependem de informações, mas o dólar deve continuar precificando um provável início mais tardio do ciclo de alta de juros. “Tudo ainda depende de mais dados econômicos e a forma como o BC vai interpretá-los”, pondera Alessie.

Com isso, o real se descolou de pares emergentes na sessão de hoje. O dólar se mostrou mais fraco em relação a moedas fortes como o euro, a libra e o iene, com os investidores ponderando a recuperação econômica dos Estados Unidos. A divisa também caía 0,41% em relação ao rublo russo, 0,97% contra o rand sul-africano e 0,14% contra a lira turca, ficando estável ante o peso mexicano.

 

Guedes quer ajuste para ter R$ 20 bi e bancar nova rodada do auxílio emergencial

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse às lideranças do Congresso que vai precisar de uma nova versão de uma “Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de guerra” para conceder mais três parcelas de R$ 200 do auxílio emergencial aos informais, com custo total de cerca R$ 20 bilhões – valor semelhante ao previsto para compra das vacinas contra a covid-19.

Na avaliação de Guedes e sua equipe, esse novo texto da PEC precisa conter uma cláusula de calamidade pública, para dar segurança jurídica à concessão do auxílio emergencial com a edição de um crédito extraordinário, e estar associado às medidas fiscais contidas na PEC do pacto federativo.

Uma minuta do texto está sendo preparada pela equipe econômica para ser apresentada aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-PB). O diagnóstico apresentado pela equipe econômica é de que o auxílio emergencial é para o enfrentamento da covid-19 e o agravamento da pandemia pede um protocolo de crise com a cláusula de calamidade.

Como mostrou o Estadão, Pacheco e Lira, pressionados pelas suas bases de apoio, querem uma via expressa para a concessão do auxílio, com o argumento de que a urgência da pandemia não permite esperar a aprovação de medidas de contenção de gastos.

Mas o ministro, nas conversas dos últimos dias, vem argumentando que é preciso acionar a cláusula de calamidade e garantir contrapartidas em nome da responsabilidade fiscal e controle das contas públicas. Para a equipe econômica, essas medidas devem ser consideradas o novo marco fiscal para o País.

Conselho Fiscal

Sem a cláusula de calamidade, o risco apontado é de crime de responsabilidade fiscal. É ela que vai permitir que os gastos com o pagamento dos três meses do auxílio fiquem de fora do limite do teto de gastos (a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação), afastando também a necessidade de compensação para o cumprimento da meta fiscal.

Apesar da pressão dos presidentes do Senado e da Câmara, o sentimento na equipe econômica é de que as conversas estão avançando num tom muito positivo e que, após o acordo, a votação poderá ser rápida.

A ideia é que seja criado um Conselho Fiscal da República, com representantes dos três Poderes, incluindo do Tribunal de Contas da União. A cada três meses, o colegiado se reuniria num ritual parecido com o do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, responsável pela definição da taxa básica de juros.

Além de prever o acionamento dos chamados gatilhos (medidas corretivas para diminuir os gastos), a PEC prevê uma cláusula vinculante para que as mesmas práticas cobradas pelo TCU sejam praticadas pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.

“Se fizer mais um pacote fiscal sem nenhuma contraparte, a mensagem que será passada é que a trajetória da dívida vai continuar a subir e o prêmio de risco que os investidores vão pedir para manter a dívida brasileira pode ter um efeito, uma implicação de qual tipo de política que o Banco Central pode adotar”, avisou ontem o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em videoconferência direcionada a investidores internacionais.

Antes da negociação da nova retomada do auxílio, a estratégia inicial do governo era conceder, após a pandemia, o Bolsa Família e também criar o chamado Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), que nada mais é do que o nome fantasia dado pelo ministro Paulo Guedes para o chamado imposto de renda negativo, instrumento de transferência de renda para quem está trabalhando na informalidade e ganha menos do que um salário mínimo. O BIP seria destinado aos trabalhadores “invisíveis” e estaria associado à nova Carteira Verde Amarela, com menos encargos para a contratação.

 

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