Sexta-feira

Santander vê juros, dólar e inflação maiores e risco de agitações sociais, mesmo com auxílio

A economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, afirmou que a economia brasileira vai piorar antes de melhorar, com a formação de uma tempestade perfeita no final do primeiro semestre, marcada por desemprego recorde, contágio da pandemia ainda elevado, inflação bem acima da meta, moderação da atividade, inadimplência e recuperações judiciais em alta.

Isso deve se refletir em queda na popularidade do governo, com possibilidade de agitações sociais e político-institucionais que podem adicionar nebulosidade às perspectivas macroeconômicas. Sem perspectiva de aprovação de reformas econômicas robustas, a expectativa é de manutenção do risco fiscal.

O banco trabalha com a hipótese de criação de um programa temporário de transferência de renda com custo de R$ 25 bilhões, fora do teto de gastos, compensado por reformas que podem gerar alguma economia a partir do próximo ano e favorecem a manutenção do teto até 2024. Mais especificamente, a aprovação de uma PEC Emergencial que garanta pelo menos o congelamento de salários do funcionalismo por mais um ano.

Em relação à pandemia, a instituição considera um cenário de agravamento associado à escassez de vacinas. Estima que cerca de metade da população brasileira estará imunizada no final do ano, considerando 59% da população vacinada com uma eficácia média de 60% das vacinas, além de algumas pessoas com imunidade adquirida por infecções anteriores. A imunização coletiva ficaria para 2022.

A retomada de uma mobilidade “normal” se daria apenas no final de 2021.

O banco projeta um dólar a R$ 5,20 no final de 2021 e R$ 5,40 no final de 2022. As projeções anteriores estavam abaixo de R$ 5,00.

Também revisou a projeções de inflação de 3% para 3,6% neste ano e manteve os 3,2% projetados para 2022. Para o banco, a inflação será um dos itens detratores da confiança e do ambiente político e alcançará o pico de 7% no acumulado em 12 meses em junho, antes de convergir para a meta.

A estimativa para a taxa Selic passou de 2,5% para 4% ao ano em dezembro de 2021. O banco manteve as projeções para a evolução do PIB em queda de 4,1% para 2020 e alta 2,9% para 2021, mas revisou para baixo a previsão para 2022: alta de 2,3%, contra 2,5% anteriormente.

“A gente vai ter uma conjugação de fatores econômicos no segundo trimestre do ano, com essa queda de PIB sendo percebida, um desemprego muito alto, que pode chegar a 18 milhões de desempregados, a questão da rolagem da dívida, com o Tesouro rolando no primeiro semestre o que rolava em um ano. Enfim, uma conjunção de fatores que podem redundar também em uma perda de popularidade presidencial nesse período”, afirmou Vescovi nesta quinta-feira (11), após a divulgação de relatório com as novas estimativas.

“Se a gente tiver um excesso de volatilidade e fatores de risco sobre a macroeconomia brasileira, ambiente institucional, político, se vier muita agitação, dado que a gente vai ter pressões sociais fortes, dada a tempestade perfeita que eu citei no segundo trimestre, isso pode trazer também um dólar mais pressionado e pressões altistas sobre a inflação.”

 

Novo auxílio deve ter quatro parcelas de R$ 250; contrapartidas virão em 2 PECs

Governo e lideranças do Congresso avançaram nas negociações para a concessão de mais uma etapa do auxílio emergencial com valor de R$ 250 em quatro parcelas, com custo total de cerca de R$ 30 bilhões. O benefício deve começar a ser concedido em março com término em junho.

Já há entendimento político de que a concessão do auxílio terá de ser dada por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de orçamento de guerra, semelhante, mas não igual à aprovada em 2020. Na prática, o orçamento de guerra permitiu que o governo ampliasse os gastos no combate à pandemia livre das “amarras” das regras fiscais.

Agora, as medidas de contrapartidas de corte de despesas e de renúncias fiscais, cobradas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, serão divididas em duas etapas.

A “PEC de guerra”, que se espera esteja aprovada até a primeira semana de março, conterá uma versão mais compacta de medidas fiscais com base em um texto que já está no Senado, o do pacto federativo, que tem como relator o senador Márcio Bittar (MDB-AC).

Essa PEC terá a cláusula de calamidade e permitirá que os gastos para o pagamento do auxílio não sejam incluídos no espaço no teto de gastos, a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação, nem no Orçamento de 2021.

A segunda PEC conterá a outra parte das medidas mais duras de corte de despesas, com o objetivo de sustentar a sobrevivência do teto de gastos até 2026. As lideranças buscam fechar um compromisso para que essa segunda PEC fiscal esteja aprovada até junho, quando terminará o pagamento do auxílio. A ideia é consolidar o que os líderes do governo têm chamado de “fortalecimento das âncoras fiscal e monetária”, com a garantia da sobrevivência do teto de gastos e aprovação da autonomia formal do BC.

A expectativa é de que até o fim da próxima semana a divisão das medidas entre as duas PECs esteja concluída. Segundo fontes envolvidas nas negociações, esta semana de discussões entre Guedes e lideranças do Congresso termina com o consenso de que o instrumento legal para o pagamento do auxílio emergencial é via “PEC de guerra”. Pareceres da área jurídica do Ministério da Economia e da Advocacia-Geral da União (AGU) apontaram essa necessidade. Consultoria do Senado também deverá apresentar parece nessa direção.

Nessa primeira PEC, será retomado o estado de calamidade com as medidas de ajuste. Detalhes técnicos do que será aproveitado da PEC que deu origem ao orçamento de guerra ainda estão sendo discutidos entre o governo e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O mundo político queria o valor do auxílio em R$ 300 em seis parcelas, enquanto o ministro Guedes de R$ 200 em três parcelas. O meio termo deve prevalecer, segundo apurou a reportagem. Ou seja, devem ser pagas quatro parcelas de R$ 250. O presidente Jair Bolsonaro em discurso ontem deu o tom da estratégia ao falar que “não basta apenas conceder mais uma período de auxílio, mas é preciso ter responsabilidade fiscal”. Bolsonaro disse que uma nova rodada do auxílio emergencial deve ser paga a partir de março e por um período de até quatro meses. A leitura na área econômica é de que as medidas fiscais serão aprovadas na primeira e na segunda PEC.

Bolsa Família

Está descartado o movimento inicialmente de ampliação agora do Bolsa Família, que ficará para o segundo semestre depois do fim do auxílio. Até o fim da semana que vem, também deverão estar fechados os parâmetros do público-alvo do novo auxílio.

A ideia é pagar para todas as famílias que são elegíveis ao Bolsa Família (cerca de 19 milhões) mais 11 milhões de informais que, se calcula, estão ainda enfrentando dificuldade por conta da pandemia. A dificuldade maior é identificar quem de fato nesse grupo precisa do auxílio agora. Vários recortes de público estão sendo feitos com base nos dados do Cadastro Único e nos pagamentos que foram feitos no auxílio anterior.

Com a PEC aprovada, o pagamento do auxílio será feito por meio de contratação de dívida, sem que as despesas passem pelo Orçamento de 2021.

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