Quinta-feira

VALOR

Mercados sofrem com volatilidade diante de risco de desidratação da PEC

O mercado financeiro enfrentou momentos de tensão durante a tarde desta quarta quando os investidores se depararam com o risco de uma desidratação ainda maior na PEC Emergencial, cuja votação de destaques estava prevista para continuar após o fechamento desta edição.

O Ibovespa chegou a virar para o terreno negativo em momentos de grande volatilidade, enquanto os juros futuros saltaram às máximas do dia. O alívio só veio, de fato, com a melhora do ambiente externo e a sinalização dos aliados do governo de que a proposta não passaria por mudanças mais significativas.

Depois de perder pontualmente a marca de 110 mil pontos quando caía 1,2% nas mínimas do dia, o Ibovespa voltou ao terreno positivo e terminou em alta de 1,3%, aos 112.776 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,533 bilhões. Já no mercado de juros futuros, as taxas terminaram o pregão quase no zero a zero, mas em níveis bem distantes dos observados nas máximas do dia.

O rendimento do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, por exemplo, saiu de 7,99% para 7,98% em um dia de instabilidade, que contou com queda firme durante a manhã. “Parecia que tudo estava amarrado na terça, depois de a PEC ter vindo do Senado sem mudanças. Mas aparecem esses destaques, e com certeza o governo estudou bem como usá-los como uma concessão política”, diz Bernardo Zerbini, gestor responsável pela área macro da AZ Quest.

“Daqui para frente precisamos ver quais serão as concessões políticas que irão acontecer em comparação à agenda econômica do governo. Por isso, há mais incerteza e você sempre fica com uma pulga atrás da orelha.” Um dos momentos mais tensos do pregão ocorreu durante a votação de um destaque que permitia o reajuste do salário dos servidores públicos.

Analistas viram dificuldade para o destaque ser derrubado, o que gerou preocupações com o descontrole das contas públicas. No entanto, a decisão dos parlamentares de rejeitar a medida abriu caminho para uma melhora no mercado, embora a cautela ainda prevaleça.

O acordo feito pelo governo para manter o congelamento dos salários, mas permitir a progressão de carreira, também foi acompanhado pelos agentes do mercado. “Embora o impacto fiscal seja um pouco pior do que o texto aprovado no Senado, se a Câmara garantir o teto de R$ 44 bilhões para o auxílio e mantiver o congelamento dos gastos públicos a medida ainda deve ter um efeito líquido positivo no fim das contas”, afirma um gestor.

“É possível olhar pela perspectiva de copo meio cheio. As progressões custariam entre R$ 500 milhões e R$ 2 bilhões ao ano. Mas os custos de todos os destaques, caso aprovados, seriam muito maiores”, diz Tiago Sampaio Cunha, gestor da Grou Capital.

Ele afirma que, além do resultado melhor do que o temido, o mercado também se beneficiou pelo projeto que facilita a aquisição de vacinas e o ambiente externo mais positivo. O que contribuiu para as bolsas em Wall Street foi a aprovação do novo pacote de socorro nos EUA, no valor de US$ 1,9 trilhão, e uma certa acomodação no ritmo de alta dos juros americanos.

Com isso, o novo ânimo ajudou o grupo de ações mais sensíveis ao ciclo econômico, que também apresentam descontos maiores devido aos efeitos da pandemia. Entre os destaques ficaram Embraer ON e Via Varejo ON, com ganhos superiores a 10%, enquanto Gol PN e CVC ON tiveram valorização na casa de 9%.

“Muitos setores ainda estão com os preços [das ações] descontados por causa dos estragos da pandemia, enquanto o superciclo das commodities reflete os estoques baixos, o que impulsionou os prêmios das matérias-primas negociadas no mercado internacional”, explica o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.

Segundo ele, os segmentos ligados a viagens (turismo, transporte aéreo e aviação) e entretenimento seguem atrativos. Apesar do impulso, a leitura de boa parte do mercado é que uma tendência de alta mais consistente depende de uma melhora no processo de vacinação e combate à pandemia.

“O mercado pode se antecipar, mas a decisão [sobre investir nesses segmentos] depende da sua avaliação sobre o timing da melhora. Como acho que ainda teremos três semanas bem ruins, talvez seria melhor esperar um pouco”, diz Leonardo Morales, gestor do ASA Investments. “É cedo ainda para afirmar que chegou a hora dessas descontadas”, acrescenta.

Para Galdi, da Mirae, o principal obstáculo da bolsa continua sendo o lado político. “O risco fiscal é preocupante e ainda tem muito ruído político em relação à aprovação das reformas”, observa.

Entre os pontos de alerta, o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após revogar seus direitos políticos, revelou uma tentativa de “mostrar uma roupagem mais moderada” em vez de um tom mais agressivo, mas não reverteu a percepção negativa no mercado, avalia o economista Silvio Campos Neto, da Tendências.

Para ele, o tom mais ameno de Lula evita um agravamento das preocupações entre os investidores, mas isso não é suficiente para agradar ao mercado, dado o histórico dos governos do PT. Assim, apesar de indicações de diálogo com outros grupos em seu discurso, Lula ainda manteve uma postura anti-privatizações e anti-reformas.

“Isso não surpreende, mas o mercado também não perdoa o risco de insistir na ideia que o Estado é a solução. Isso seria repetir os erros das gestões passadas”, diz.

 

Senado aprova projeto que torna Pronampe política de crédito permanente

O Senado aprovou nesta quarta-feira (10) projeto de lei que torna o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) uma política oficial de crédito de forma permanente. A matéria vai à Câmara dos Deputados.

As instituições financeiras poderão emprestar crédito no âmbito do programa com taxa de juros anual máxima de 6% ao ano mais a Selic. Para os empréstimos tomados no ano passado, quando o programa ainda era considerado uma medida emergencial, a taxa era de 1,5% mais a Selic.

A ideia é dar um tratamento diferenciado às micros e pequenas empresas, consolidando os pequenos negócios “como agentes relevantes de sustentação, transformação e desenvolvimento da economia nacional”, apontou a relatora, senadora Kátia Abreu (PP-TO).

“Essas pequenas e microempresas empregam 50% da mão de obra de carteira assinada do país, são 90% das empresas e produzem 27% do PIB”, defendeu. O Pronampe concedeu mais de R$ 37,5 bilhões em empréstimos em 2020, abrangendo mais de 440 mil empreendedores.

Apesar disso, Kátia diz que ainda há resistência do setor financeiro em apoiar esses negócios. “Há uma descrença e uma falta de entusiasmo do sistema financeiro brasileiro de financiar essas micros e pequenas empresas. Isso precisa ser restabelecido e modificado, e um dos instrumentos poderosos que nós temos para isso é esse projeto de lei”.

A linha de crédito concedida no âmbito do Pronampe corresponderá a até 30% da receita bruta anual obtida no ano anterior. No caso das empresas que tenham menos de um ano de funcionamento, o limite do empréstimo corresponderá a até 50% do seu capital social ou a até 30% de 12 vezes a média da sua receita bruta mensal apurada no período, desde o início de suas atividades — o que for mais vantajoso.

As Instituições participantes do Pronampe operarão com recursos próprios e poderão contar com garantia a ser prestada pelo FGO Pronampe, até 100% do valor de cada operação garantida, com cobertura pelo fundo da inadimplência limitada ao valor máximo segregado pelo Administrador do FGO para a garantia da carteira da instituição participante do Pronampe, não podendo ultrapassar 85% da respectiva carteira.

O ponto mais controverso da matéria foi a prorrogação do prazo de carência dos empréstimos concedidos por mais seis meses, a partir da publicação da lei. Na terça-feira (9), o governo já havia autorizado um alongamento de três meses no prazo, de oito para 11 meses.

O líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), avisou que a base do governo vai trabalhar para retirar este dispositivo durante a análise da proposta na Câmara.

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