Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

Economia resiste a incertezas e ganha tração

Imune às incertezas políticas, a atividade econômica ganha tração desde o fim do ano passado e mostra sinais promissores neste começo de 2018. Os indicadores já conhecidos levaram alguns economistas, como os da LCA Consultores, a revisar para cima ou colocar uma espécie de viés de alta nas suas projeções de crescimento para este ano. Na ponta mais otimista continua o Banco Fibra, que há alguns meses projeta expansão de 4,1%.

No Boletim Focus divulgado na segunda-feira pelo Banco Central (BC), a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 subiu de 2,7% para 2,8%. Isso ocorreu mesmo antes de ser conhecido o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que cresceu 1,41% entre novembro e dezembro, surpreendendo positivamente os analistas.

Esse movimento vem acontecendo apesar de uma leve piora da conjuntura política nas últimas semanas, com o enterro da reforma da Previdência e um cenário cada vez mais nebuloso para a disputa presidencial. O sentimento mais positivo em relação ao potencial da atividade econômica neste ano foi intensificado após a divulgação de alguns indicadores de dezembro, como a produção industrial e o próprio IBC-Br, que se revelaram melhores do que o esperado.

A indústria avançou 2,8% sobre novembro, na série com ajuste sazonal. Anteontem, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou ainda que, pelos seus cálculos, o investimento, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), registrou alta de 4,2% em dezembro. O dado indica que, ao fim de 2017, a FBCF rodava em ritmo mais forte, embora no acumulado do ano passado tenha recuado 2%.

Ao mesmo tempo, o cenário para a inflação se mostra mais comportado que se previa, o que pode abrir espaço para um eventual corte adicional nos juros básicos, dos atuais 6,75% para 6,5% ao ano. Por conta do desempenho mais expressivo visto em dezembro, os dados de janeiro podem se mostrar mais modestos.

Os sinais dados pelos indicadores antecedentes já conhecidos são mistos. Dessazonalizados pela Tendências Consultoria, o fluxo pedagiado de veículos pesados (0,3%) e a produção de veículos (2,4%) tiveram queda em relação a dezembro. A confiança industrial ficou estável, mas subiram o fluxo pedagiado de veículos leves (0,1%), a atividade do comércio (0,1%), a confiança do consumidor (0,5%), a expedição de papel ondulado (0,7%) e as vendas de veículos (1,2%). Esses dados de janeiro não impedem o viés favorável para a economia.

"O debate está mudando", disse nesta semana o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. Dentro da equipe econômica do banco, vem ganhando força a discussão sobre a possibilidade de o PIB crescer acima da possibilidade de o PIB crescer acima da estimativa atual de 3% neste ano. "Isso contrasta com o [cenário menos otimista] que a gente tinha há um tempo", afirmou. Esse otimismo maior é explicado por uma retomada do crédito de toda a economia, "que joga impulso na atividade econômica", e pela queda generalizada da inadimplência.

Outros fatores positivos recentes destacados pelo Itaú são o crescimento mais disseminado da produção industrial e o início de uma geração mais forte de empregos formais. O PIB mensal calculado pelo próprio Itaú Unibanco (PIBIU) teve alta de 0,5% em dezembro na comparação com o mês anterior. Para janeiro, a previsão é que o indicador cresça 0,2%. A LCA Consultores, por sua vez, elevou a projeção de crescimento de 2018 de 2,5% para 2,8%, destacando que a melhora da atividade econômica parece se sobrepor às incertezas no cenário político. Para a consultoria, o resultado favorável de dezembro do IBC-Br "sugere que a economia brasileira encerrou o ano passado crescendo em ritmo um pouco mais firme do que vínhamos antecipando".

Esse resultado fez a LCA mudar também a previsão de crescimento para 2017, de 0,9% para 1%, o que elevou ligeiramente a herança estatística estimada para 2018, calculada em 0,4% - antes, era zero. Isso significa que, se o PIB terminar o ano no mesmo nível projetado pela LCA para o fim do ano passado, a economia terá expansão de 0,4% em 2018. Para o PIB do quarto trimestre de 2017, a ser divulgado em 1º de março pelo IBGE, a LCA acredita que houve um avanço de 0,2% sobre o trimestre anterior, em termos dessazonalizados.

Fatores como os juros no menor patamar histórico, o início de uma redução dos spreads bancários, a maior disposição dos bancos em conceder empréstimos, a melhora na confiança dos empresários e o cenário externo favorável jogam a favor da atividade mais forte, diz Francisco Pessoa Faria, economista da consultoria.

As incertezas políticas continuam como o maior risco para a atividade. "Ainda existe uma indefinição enorme sobre as candidaturas presidenciais", diz. Mesmo assim, as dúvidas sobre a eleição não contaminam a economia por enquanto, afirma ele. Pessoa também destaca as altas da produção de veículos (24,6%) e do fluxo pedagiado (2,4%) em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, resultado que considera um retrato mais fiel da atividade do que as variações mensais, mesmo dessazonalizadas.

Para Thiago Xavier, economista da Tendências, a alta de 1,41% do IBC-Br em dezembro já confirmava esse ritmo maior de crescimento. Portanto, a possível queda de índices em janeiro "tem que ser visto à luz de um dezembro muito bom". "É uma certa acomodação, que não coloca em risco as perspectivas positivas para o início de 2018", diz. Flávio Serrano, economista-sênior do Haitong, tem opinião semelhante. "Dado que o comércio não foi muito bom em dezembro, a tendência é de um resultado um pouco melhor em janeiro. No caso da indústria, deve acontecer o contrário."

Nos cálculos de Marco Caruso, economista do Banco Pine, o IBC-Br do quarto trimestre de 2017 deixa uma herança estatística de 1% para os três primeiros meses deste ano. Ele também afirma que a tendência é que em janeiro a atividade "devolva um pouco desse dezembro forte". "Mas ainda assim a história do primeiro trimestre é uma história boa."

 

Governo não desistiu da reforma da Previdência, afirma Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a insistir nesta quarta-feira que o governo não desistiu da reforma da Previdência e que, por isso, não faz sentido falar em “plano B, C ou o que for”. Ele descartou qualquer aumento de imposto em 2018 para compensar a não aprovação da reforma porque ela, “de fato, tem efeito a prazo maior”. “Se não houver reforma da Previdência, será necessário aumento de imposto no futuro”, avaliou.

Em entrevista a Rádio Bandeirantes, o ministro notou que, quando chegar ao fim a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, a reforma da Previdência volta a ser “a prioridade número um”. Sobre a lista de projetos prioritários divulgada pelo governo após a suspensão da tramitação da reforma, Meirelles disse que ela “não é nova”. “A lista analisa e prioriza projetos de lei que já estão em tramitação no Congresso”, disse. “Há um mal-entendido sobre o que é a tal lista de projetos”, complementou.

Ele fez a avaliação ao ser perguntado sobre as críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Meirelles lembrou que a maioria dos projetos listados já estão no Congresso e que o foco passou para eles após a intervenção federal no Rio de Janeiro impedir a tramitação da reforma da Previdência. “A simplificação tributária já está em andamento há muito tempo na Receita”, continuou.

Ele descartou qualquer aumento de imposto neste ano, como a recriação da CPMF. “A CPMF pune quem tem renda menor. No momento, não há necessidade de recriar a CPMF no Brasil”, disse. O ministro também saudou o resultado do índice de atividade do Banco Central (BC), o IBC-Br, que teve “um crescimento altíssimo em dezembro”, o que indica que a “economia brasileira está caminhando mais forte na direção certa”.

Meirelles ressaltou ainda os baixos índices de inflação e explicou que “nenhum país quer inflação zero”. “Um pouco de inflação controlada é fundamental para todo país”, disse. Para ele, o “brasileiro, em média, está ganhando poder de compra devagar” e “o desemprego está caindo e vai continuar, mas não cai do dia para a noite”.

 

Maia diz que Temer sugeriu criar impostos para financiar segurança

Ao chegar para participar da reunião de líderes na liderança do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou ao Valor que o presidente Michel Temer (MDB) lhe sugeriu a criação de impostos para financiar a segurança pública. Ele afirmou, porém, que a criação de tributos não seria possível, porque o decreto de intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro inviabiliza a tramitação de propostas de emendas à Constituição (PECs).

"Para nossa infelicidade, não tem condições de criar imposto. Eu disse ao presidente que a intervenção inviabilizava, porque não pode aprovar emenda [à Constituição] por causa do decreto. Qualquer criação de imposto, só para o próximo ano", afirmou Maia.

O presidente da Câmara afirmou que tentará votar novamente nesta quarta-feira a Medida Provisória 800/17 e de seu projeto de lei de conversão, que autoriza a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a rever os contratos com as concessionárias de rodovias federais para alongar o prazo de execução de investimentos previstos originalmente. "Vamos tentar votar a MP 800 e o projeto que aumenta a pena para crimes com uso de explosivos, seu roubo ou roubo com uso de armas. Alguns deputados estão em dúvida sobre a MP 800 e é importante esclarecer nessa reunião".

 

Ibovespa reduz alta, mas renova recorde em dia de exterior agitado

A temida ata do Fed gerou uma forte oscilação no mercado de bolsa local nesta quarta-feira (21), mas não impediu o Ibovespa de renovar a máxima histórica acima dos 86 mil pontos. Com a ata, a discussão sobre a alta de juros nos Estados Unidos continua, mas não muda a aposta de que o crescimento das economias globais ainda representa importante fluxo para a renda variável. Pela primeira vez na história, o Ibovespa terminou a sessão acima dos 86 mil pontos: subiu 0,29%, aos 86.052 pontos.

Durante o dia, o índice chegou a avançar até os 87.358 pontos — somente 3% abaixo de meta dos principais bancos de investimento, de 90 mil pontos — logo depois da divulgação da ata do Fed, que veio de fato menos “hawkish” (tendência pelo aperto monetário) do que o esperado.

O mercado, porém, digeriu a ata e se acomodou mais de mil pontos abaixo do pico do dia, porque o documento não afastou a discussão sobre alta de juros. Nas bolsas americanas, a perda de força foi tamanha que forçou fechamento negativo e pesou sobre o Ibovespa. Mas o saldo do debate é que a renda variável, tanto nos EUA, quanto no mundo, ainda representa maior atratividade mesmo em um cenário de quatro altas de juros neste ano, cmo indica a ata do Fed (o BC dos EUA), divulgada nesta quarta — depois de saídas sucessivas da bolsa, os estrangeiros já voltaram a colocar quase R$ 2 bilhões nos últimos pregões.

Além disso, as perspectivas de liquidez para os emergentes e a força que o Brasil vem mostrando é evidente: o Ibovespa conseguiu subir em dia negativo lá fora. O volume forte do dia, de R$ 12,4 bilhões, também mostra o reposicionamento dos investidores nas ações brasileiras, em especial Itaú Unibanco (+1,32%, a R$ 52,35) e outros bancos.

O volume foi 29% superior à média de R$ 9,6 bilhões de fevereiro. Também é o maior desde que passou o susto com a onda de vendas globais de ativos e o investidor voltou para a bolsa, em 6 de fevereiro — o giro naquele pregão foi de R$ 14,5 bilhões.

Eletrobras

Vale ênfase no noticiário local, também importante catalisador para a alta consistente do Ibovespa ao longo do dia. Depois que o governo suspendeu a votação da reforma da Previdência, a privatização da Eletrobras concentrou a confiança do mercado e levou os papéis a terem mais um dia de intensos ganhos. No fim da manhã desta quarta, os indicativos do relator da privatização, José Carlos Aleluia (DEM-BA), de que uma primeira aprovação do projeto deve acontecer até a primeira quinzena de abril levou a ON e a PNB da companhia a renovarem máxima histórica.

Na reta final do pregão, porém, os ativos chegaram a zerar altas com a notícia de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, teria dito que o governo não tem e não terá votos para aprovar a desestatização No saldo final as ações se tem e não terá votos para aprovar a desestatização. No saldo final, as ações se recuperaram: a ON subiu 2,05% e a PNB avançou 1,30%.

 

Lançamentos podem crescer até 25% em São Paulo neste ano

A combinação de taxas de juros menores, inflação mais baixa e maior confiança do consumidor tem resultado no aumento do volume de projetos imobiliários apresentados ao mercado paulistano, o maior do país. Incorporadoras que responderam por mais de 40% dos lançamentos realizados na cidade de São Paulo no ano passado projetam elevar de 20% a 25% o Valor Geral de Vendas (VGV) em 2018, segundo pesquisa da área de Inteligência de Mercado do Grupo Zap Viva Real.

"A projeção é um enorme alento para o mercado e indica que a demanda por habitação continua muito ativa", afirma o vice-presidente de inteligência de mercado do Zap Viva Real, Caio Graco Bianchi. O levantamento incluiu Cyrela, Even Construtora e Incorporadora, Tegra Incorporadora, Trisul, MRV Engenharia, Exto Incorporação e Construção, Tenda, Diálogo, Econ, Vitacon, Plano & Plano, You Inc, Cury Construtora e Kallas.

Em 2017, o VGV total de lançamentos realizados na capital paulista chegou a R$ 13,8 bilhões, segundo o Zap Viva Real, com alta de 16% na comparação com 2016. Apesar o ano ter sido marcado pelo primeiro crescimento desde 2013, o VGV corresponde apenas à metade dos R$ 27,1 bilhões de 2011, quando o setor viveu seu auge. Para efeito de comparação, os dados foram atualizados pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Se a faixa de crescimento de 20% a 25% estimada pelas 14 incorporadoras incluídas no levantamento do Zap Viva Real for estendida a todo o mercado paulistano, o setor lançará de R$ 16,6 bilhões a R$ 17,3 bilhões em São Paulo neste ano. A pesquisa apontou que há quem espere que o número consolidado possa chegar a R$ 20 bilhões. "A recuperação do setor no fim do ano passado sinaliza expectativa positiva para 2018. Incorporadoras estão retomando projetos", diz o diretor Brasil do portal Properati, Renato Orfaly.

Na avaliação do Secovi-SP, o número de unidades lançadas ficará estável na cidade de São Paulo em 2018, ante as 28,7 mil unidades do ano passado. Com alta de 48%, em 2017, os lançamentos interromperam três quedas anuais consecutivas. "Não sabemos se será possível aprovar um volume maior de projetos em 2018", disse, em entrevista coletiva, o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci. S

egundo ele, conforme as tipologias de imóveis apresentados, o VGV lançado pode crescer ante os R$ 13,8 bilhões de 2017. O Secovi-SP projeta, porém, que o volume vendido terá crescimento de 5% a 10%, ante as 23,6 mil unidades do ano passado.

Em 2017, as vendas aumentaram 46% em volume, e o VGV comercializado cresceu 28%, para R$ 11,4 bilhões. Segundo o Secovi-SP, o ano foi dos imóveis econômicos. Dos lançamentos, metade tinha valor até R$ 240 mil e, das vendas, 41% das unidades se enquadraram nesta faixa. Há previsão de lançamentos em todas as faixas de renda na capital paulista.

Para a Cyrela, São Paulo responderá por mais de 80% dos lançamentos do ano. A incorporadora pretende elevar o VGV lançado de forma expressiva, principalmente na capital paulista, segundo o diretor financeiro, Miguel Mickelberg. Um terço dos lançamentos da companhia vai se enquadrar no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, por meio das joint ventures Cury e Plano & Plano, um terço será para o médio padrão e o outro terço, para as faixas média-alta e alta.

O diretor da Cyrela ressalta a demanda reprimida por imóveis em função da queda de lançamentos do setor nos últimos anos, a redução dos juros e o aumento da captação da poupança. No segmento de alta renda, parte das aplicações financeiras já começa a ser direcionada para a compra de imóveis e, de acordo com o executivo, a maior parte dos bancos que atua em financiamento imobiliário baixou taxas. "Esperamos que caia mais", disse Mickelberg.

Ontem, o presidente do Secovi-SP, Flávio Amary, defendeu que as taxas de financiamento imobiliário sejam reduzidas para que mais famílias possam ter acesso ao crédito. "Os bancos elevaram as taxas nos períodos de alta da Selic. Com a queda, não vemos reduções de maneira generalizada", disse Amary. A Tegra (ex- Brookfield Incorporações), que lançou R$ 700 milhões na cidade de São Paulo, em 2017, projeta R$ 1 bilhão para 2018. "O cenário eleitoral e a Copa do Mundo são pontos de atenção, mas não nos inibem de lançar R$ 1 bilhão na capital", diz o diretor de incorporação São Paulo, João Mendes.

Os projetos têm perfil de médio-alto a altíssimo padrão, com unidades de 40 metros quadrados a 220 metros quadrados. Do que foi lançado em 2017 na cidade, pelo menos metade de cada empreendimento foi vendida no ano. Dany Muszkat, presidente da Even, outra incorporadora que pretende elevar lançamentos neste ano, conta que tem sido necessário conceder menos descontos para vender imóveis neste início de ano. Os projetos estão em fase de aprovação, e a Even vai apresentá-los ao mercado principalmente a partir do segundo trimestre.

Na capital paulista, a incorporadora terá produtos do segmento emergente ao alto padrão. Muszkat reitera que a apresentação dos novos projetos estão condicionados ao bom desempenho de venda de lançamentos e de remanescentes. A MRV, maior incorporadora no país e principal operadora do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, projeta lançamentos superiores a R$ 1 bilhão na cidade de São Paulo em 2018.

A companhia já lançou 35% do Gran Reserva Paulista, seu principal projeto na capital paulista. Se os 65% restantes forem apresentados neste ano, corresponderão ao VGV de R$ 1 bilhão, ou seja, a mais de 10% dos seus lançamentos de 2018, segundo o copresidente Eduardo Fischer. Há dois outros projetos previstos para esse mercado, com VGV que somará entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.

 "Com a economia melhor e o desemprego caindo, a demanda só aumenta", diz Fischer. A Trisul tem como meta de lançamentos para este ano de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões, ante os R$ 683 milhões de 2017. A Exto projeta, para 2018, R$ 610 milhões, seu maior VGV anual, depois de ter lançado R$ 500 milhões no ano passado. A empresa desenvolve projetos dos padrões médio-alto e alto em alguns bairros das zonas Oeste e Sul da capital paulista. Já a Vitacon - concentrada em produtos de média e alta renda e acesso a infraestrutura de mobilidade na cidade - pretende elevar seus lançamentos dos R$ 830 milhões de 2017 para R$ 2 bilhões.

 

Brasil cai e tem pior lugar em ranking de corrupção nos últimos 5 anos

O Brasil caiu 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), publicado nesta quarta-feira pela organização Transparência Internacional. De um total de 180 nações analisadas no relatório de 2017, o país despencou para a 96ª colocação no ranking global, contra a 79ª colocação da pesquisa anterior. O índice brasileiro saiu de 40 para 37 pontos, numa escala de 0 a 100, em que zero significa alta percepção de corrupção e 100 representa elevada percepção de integridade.

Qualquer nota menor que 50 no IPC mostra que o país está falhando em lidar com a corrupção. Com a queda na pesquisa de 2017, o Brasil se encontra na pior situação dos últimos cinco anos e empata com Colômbia, Indonésia, Panamá, Peru, Tailândia e Zâmbia, além de se posicionar atrás de países como Timor Leste, Sri Lanka, Burkina Faso, Ruanda e Arábia Saudita. Somente Libéria e Bahrein apresentaram recuo maior que o do Brasil, de 32 e 33 posições, respectivamente.

Segundo a Transparência Internacional, uma das explicações para a trajetória de queda do Brasil no índice é explicado pelos efeitos de grandes operações como a Lava-Jato. “As grandes operações de investigação e repressão dos últimos anos trouxeram avanços importantes, como a redução da expectativa de impunidade”, analisa Bruno Brandão, representante da Transparência Internacional no Brasil. “Contudo, não houve em 2017 qualquer esboço de resposta sistêmica ao problema. Ao contrário, a velha política que se aferra ao poder sabota qualquer intento neste sentido”, conclui.

Nas Américas, a última colocação fica novamente com a Venezuela, que caiu duas posições em relação ao estudo de 2016 e, com seus 18 pontos, figura na posição 168 do ranking global. O país presidido pelo chavista Nicolás Maduro está atrás inclusive do Haiti, que subiu dois pontos, para 22, colocando-se em 157º no ranking global. O mais bem posicionado no continente americano é o Canadá, que está na oitava colocação, com 82 pontos, seguido pelos Estados Unidos, com 75 no índice.

 

Cresce aposta em IPCA de 3,5% a 4%, mesmo com atividade forte

Mesmo com a recuperação mais firme e mais disseminada da atividade econômica, a inflação deverá seguir tranquila neste ano. Com a grande capacidade ociosa e o legado benigno dos baixos índices de preços do ano passado, os serviços e as medidas de núcleos, que buscam reduzir a influência dos itens mais voláteis, mostram um cenário inflacionário benigno.

Nesse ambiente, ganha força a aposta de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará no intervalo de 3,5% a 4% neste ano, confortavelmente abaixo da meta de 4,5%, a despeito do crescimento mais forte em 2018. Também ajudam as expectativas de inflação bem ancoradas, assim como a avaliação de que o câmbio se manterá relativamente tranquilo ao longo do ano, como observa o economista Leandro Negrão, do Bradesco.

O crescimento expressivo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em dezembro, de 1,4% sobre novembro, não muda o panorama inflacionário vislumbrado pelo banco, segundo Negrão. "O cenário de inflação segue bem comportado e até com viés de baixa", diz ele, que projeta um IPCA de 3,9% em 2018 e de 4,25% em 2019.

Na semana passada, o Santander reduziu a projeção para o IPCA deste ano de 3,8% para 3,5%. Um dos motivos foi o resultado bem abaixo das estimativas do indicador em janeiro, afirma a economista Mirella Hirakawa, do Santander. O indicador subiu 0,29%, menos que o piso das projeções dos analistas consultadas pelo Valor Data, de 0,33%. Os serviços também evidenciaram uma inflação domada - esses preços aumentaram apenas 0,16% no mês passado, bem abaixo do 0,59% de dezembro. Com peso de cerca de 35% no IPCA, o grupo inclui itens como empregado doméstico, mensalidades escolares, médico, conserto de automóvel e passagens aéreas.

Para Mirella, os serviços fecharão este ano em 3%, uma desaceleração expressiva em relação aos 4,5% de 2017 e aos 6,5% de 2016. Ela destaca também a expectativa de um aumento mais modesto para os preços do grupo educação, o que contribui para moderar a variação dos serviços neste ano. Para Mirella, o item cursos regulares subirá 3,5% em 2018, metade da variação registrada em 2017.

Essa inflação mais baixa de educação será captada pelo IPCA de fevereiro. Negrão observa que, além do efeito da baixa inflação passada, a situação da economia reduz o poder das escolas de reajustar preços. Ainda há muita folga de recursos na economia, depois de o PIB ter encolhido 3,5% em 2015 e outros 3,5% em 2016. Em 2017, o crescimento ficou na casa de 1%, segundo previsões dos analistas. Mesmo com a retomada em curso, o cenário para a inflação segue "muito benigno", diz Negrão.

 Para ele, esse ambiente é garantido por fatores como a inflação recente em níveis baixos, o reajuste moderado do salário mínimo e as expectativas ancoradas, além da elevada ociosidade. Negrão conta ainda com um câmbio tranquilo, fechando em R$ 3,20 neste ano e em R$ 3,30 no ano que vem. Na visão do Bradesco, o PIB crescerá 2,8% em 2018 e 3% em 2019. O economista do Bradesco também ressalta as perspectivas favoráveis para os serviços, citando uma medida que expurga do grupo os itens empregado doméstico e mão de obra, os quais refletem diretamente o efeito do salário mínimo. "A inflação de serviços excluindo esses dois itens deverá passar de 3,4% no final de 2017 para 2,8% em março de 2018", diz Negrão, referindo-se à média dos últimos seis meses, ajustada sazonalmente e em termos anualizados.

A chamada inflação subjacente de serviços, que exclui os grupos de turismo, serviços domésticos, cursos e comunicação, também mostra uma inflação das mais tranquilas, segundo Mirella. Essa medida é acompanhada de perto pelo Banco Central (BC), reunindo itens mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Depois de chegar a subir 9,4% em 2015, esses conjunto de serviços teve alta de 6,3% em 2016, de 3,7% em 2017 e caminha para fechar o ano em 2,95%, acredita a economista do Santander. "Como existe muita ociosidade, há espaço para a economia crescer sem gerar pressões inflacionárias", resume Mirella.

Ela tampouco acredita que o IBC-Br de dezembro muda o quadro para o IPCA. O Santander estimava alta de 1,3% para o indicador, muito próxima do resultado de 1,41%. O mercado esperava um número na casa de 1%. "Isso não altera o nosso cenário de inflação ainda comportada", afirma Mirella, reiterando a grande capacidade ociosa na economia. Para o PIB, o Santander projeta uma expansão de 3,2% neste ano e também no ano que vem. Mesmo com um câmbio mais desvalorizado, de R$ 3,50 em dezembro, Mirella vê um IPCA tranquilo, de 3,5% em 2018 e de 4% em 2019. Seria necessária uma depreciação bem mais intensa para afetar os preços com mais força.

O Santander acredita que o BC cortará os juros em mais 0,25 ponto percentual, derrubando a Selic para 6,5% ao ano. Negrão e Mirella mencionam ainda a trajetória benigna do núcleo por exclusão, que desconsidera os preços administrados (como tarifas públicas) e alimentação no domicílio). Mirella estima que esse núcleo deve terminar 2018 em 2,7%, depois de atingir 5,8% em 2016 e 3,1% em 2017. Tudo isso contribui para um IPCA bastante controlado - acima dos 2,95% do ano passado, já que os alimentos deverão ter variação positiva, e não deflação com em 2017, mas ainda assim bastante abaixo dos 4,5% da meta deste ano. O consenso do mercado aponta um IPCA de 3,81% em 2018.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Desoneração da folha permanece para dez setores

o governo começa perdendo a queda de braço para o Congresso, ao menos quando o assunto é a reversão da desoneração da folha de pagamento, uma das poucas medidas do pacote econômico recém-anunciado a ter efeito direto no Orçamento. O projeto deve sair do Congresso com número maior de setores poupados do que o inicialmente previsto e efeito fiscal bastante incerto. No projeto original, o governo mantinha o benefício para alguns setores, como o de comunicação, construção civil e transporte de passageiros (subdividido em metrôs, rodovias e ferrovias).

A expectativa é que isso fosse preservado pelo Congresso. Além dos setores originalmente poupados, a Folha apurou que, nas negociações com os parlamentares, devem ser mantidos no regime que reduz os custos da folha pelo menos mais sete setores: telemarketing, confecção, calçados, transporte de cargas, moveleiro, máquinas e equipamentos e aviação. O relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), fala em um número mais amplo --dez setores, mas não revela quais são eles. "O que dá para assegurar é que o governo já sabe que o projeto não sai da comissão como entrou", diz o deputado.

Silva afirma que alguns dos setores incluídos na regra, iniciada em 2011, não são intensivos em mão de obra, mas podem receber tratamento tributário diferenciado para estimular a economia. Os parlamentares, diz o relator, levaram em conta não só o uso intensivo de mão de obra, como também a forte concorrência com produtos importados. Consideraram ainda setores que agregam tecnologia e são estratégicos para a economia, além daqueles que poderiam até mesmo deixar o país sem esse tipo de estímulo fiscal.

O relator garante que, mesmo com uma cara diferente, o projeto sai em breve. "Posso dizer que esse item da pauta é café morno", diz Silva, em referência a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que qualificou as 15 medidas econômicas do governo anunciadas na segundafeira (19) como "café frio". Silva diz que é possível votar o projeto na comissão especial que analisa o tema até março, liberando o texto para ser avaliado no plenário da Câmara, no máximo, entre março e abril.

Procurado, o Ministério da Fazenda disse por meio de sua assessoria que, como o projeto de lei de reoneração da folha tramita no Congresso e está sujeito a alterações, não vai se manifestar sobre a questão neste momento. OBJETIVOS A política de desoneração da folha de pagamento foi desenhada no governo Dilma Rousseff para favorecer a contratação de mão de obra.

Especialistas dizem, no entanto, que a regra resultou em custos fiscais elevados, sem a garantia de que tenha gerado emprego. Em seu auge, em 2015, a renúncia fiscal chegou a R$ 25,2 bilhões. O dado mais recente, que compreende de janeiro a julho de 2017, mostra que o governo deixou de arrecadar R$ 7 bilhões. A ideia é que, com o fim dessa política, as empresas favorecidas voltem a calcular as contribuições devidas à Previdência de acordo com a folha de salários, e não mais conforme o faturamento.

É possível, no entanto, que, além de perder a briga em relação ao número de setores que devem ser mantidos na regra antiga, o governo também deve conseguir bem menos do que deseja em termos de recursos e ainda corre o risco de obter algum resultado apenas em 2019. A regra de desoneração da folha tinha cinco setores, grupo que hoje passa de 50. O atual governo tentou revertê-la com medida provisória, que o Congresso ia deixar caducar e acabou revogada.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Com recuo da Caixa, bancos privados se articulam para operar FGTS

Em meio à restrição de capital da Caixa Econômica Federal, os bancos privados começaram a estudar a possibilidade de operar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O foco dessas instituições, entretanto, é apenas o Pró-Cotista, linha de financiamento de imóveis com taxas menores para trabalhadores com recursos no fundo. Neste momento, os bancos calculam se a aposta vale a pena. Isso porque, diferentemente das demais linhas, a prestação de contas na linha do FGTS é maior do que nas modalidades tradicionais.

Essa discussão ainda é interna em cada banco, mas, nos bastidores, já se cogita a possibilidade de apresentarem uma proposta conjunta do setor, pelo Pró-Cotista, ao Conselho Curador do Fundo via a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No caso das áreas de saneamento e mobilidade urbana, os bancos privados não demonstram tanto apetite, por mais que o governo queira.

Ter é poder. Os bancos garantem que podem entregar retorno acima dos 3% exigidos pelo FGTS. O interesse das instituições não se dá só pelo fato de o crédito imobiliário fisgar clientes por até 30 anos, mas também por permitir a oferta de penduricalhos, como cartão de crédito, seguros e produtos de investimento.

Temor. A movimentação dos bancos privados preocupa, por outro lado, os donos de construtoras. Empresários temem que essas instituições cobrem spreads maiores (diferença de quanto um banco paga para captar e o quanto cobra para emprestar), o que poderia esfriar as vendas exatamente em um momento em que o mercado demonstra recuperação ainda incipiente. Criticam, ainda, o fato de os bancos não demonstrarem interesse em toda a operação do FGTS.

Nada bobos. Esse produto é tido como o ‘filé’ do mercado imobiliário e do próprio FGTS. Não é para menos. Essa é a linha mais atrativa do setor, perdendo apenas para o Minha Casa, Minha Vida. Com juros que variam de 7,5% a 8,6% ao ano, contra um custo de captação de 3% – remuneração paga ao FGTS -, esses empréstimos somaram mais de R$ 6 bilhões no ano passado. De 2018 a 2021, o orçamento da linha Pró-Cotista é de R$ 5 bilhões anuais. 

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