JORNAL DO COMÉRCIO
Rentabilidade apresenta leve melhora e investidor volta a olhar para imóveis
Redução da Selic e preço do metro quadrado atraente fizeram a relação entre aquisição e aluguel girar em torno de 5% ao ano, cifra inferior ao período pré-crise, mas melhor que dos últimos anos
Mesmo que de forma tênue, o mercado imobiliário já está recuperando o espaço perdido nos últimos dois anos para as aplicações de renda fixa e os títulos do governo, voltando assim à mira do investidor brasileiro. A projeção do mercado é que em 2018, com a queda da Selic e aumento da rentabilidade, a busca pelos ativos retome de forma consistente.
"Neste momento o investidor está analisando bastante [o comportamento] da Selic - que pode chegar a 7% [parâmetro para renda fixa] no ano - e buscando alternativas de aplicação", comenta o conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) Roberto Vertamatti.
Segundo ele, o mercado imobiliário é uma das alternativas e a partir do momento que mostrar uma recuperação mais consistente e, consequentemente, apresentar melhor rentabilidade, a busca por ativos retomará de forma concreta. A previsão dele, é que isso ocorra entre o segundo semestre de 2018 e o início de 2019.
Retorno
De acordo com o relatório de mercado da plataforma Imovelweb, o Index, em setembro, a cidade de São Paulo, mostrou uma melhora no indicador de rentabilidade. Segundo o levantamento, a relação do aluguel/preço de venda estabilizou em 5,4% ao ano e a rentabilidade imobiliária dos últimos 12 meses, terminados em setembro, ficou em 5%. O patamar, segundo o CEO do Imovelweb, Mateo Cuadras, ainda não está em níveis anteriores à crise, mas são considerados positivos. "Normalmente abaixo de 5% é mais preocupante, mas acima disso, segundo critérios internacionais, a rentabilidade é considerada boa", explica Cuadras. Nos parâmetros do Imovelweb Index, são necessários 18,8 anos de aluguel para se recuperar o gasto com a compra do imóvel em São Paulo (SP).
Para Cuadras, a tendência é que as outras capitais acompanhadas pelo Index, como Curitiba (PR) e Brasília (DF) também apresentem rentabilidade melhor em 2018. "Só o Rio de Janeiro (RJ) deve demorar um pouco mais, porque tem problemas que vão além do mercado imobiliário e são mais relacionados a questões locais", comenta o especialista.
Segundo o relatório de setembro da cidade do Rio de Janeiro (RJ), a relação aluguel e preço registrou uma baixa no primeiro semestre. Atualmente se mantém em torno de 4.1% anual. Desta forma, são necessários cerca de 24 anos de aluguel para recuperar o gasto da compra do imóvel.
Desafios
Mesmo com prognósticos melhores para o setor, Cuadras ressalta que a rentabilidade vista no período de 2010 a 2013, só devem ser vistos após 2018. "A queda foi muito forte e ainda deve demorar um pouco", sinaliza.
Um fator que pode impactar a velocidade desta "retomada", de acordo com Vertamatti da Anefac, é a falta de sinais mais claros de mudanças macroeconômicas, como a Reforma da Previdência. "Se não houver aprovação, o País vai crescer 1,5% ou 2% e não cerca de 3% como prevíamos para 2018. Isso reflete no mercado imobiliário e no emprego. Até vai continuar crescendo, mas de forma mais tênue", diz.
VALOR ECONÔMICO
Juros futuros sobem, com noticiário sobre energia e dólar forte
Os juros futuros a partir de 2019 subiram na BM&F nesta segunda-feira, sustentadas pela alta do dólar, que superou a marca de R$ 3,22 durante nesta tarde. Notícias sobre a possibilidade de a conta de luz ficar mais cara no ano que vem também deram fôlego ao movimento de compra de taxa.
Conforme publicou o Valor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende revisar a metodologia de definição das bandeiras tarifárias, a fim de reduzir a volatilidade dos preços e incluir, no cálculo, o nível dos reservatórios das usinas.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 tinha taxa de 7,293% ao ano (7,309% no ajuste anterior). O DI janeiro/2019 subia a 7,260% (7,240% no ajuste anterior). O DI janeiro/2021 ia a 8,900% (8,870% no ajuste anterior). E o DI janeiro/2023 tinha alta a 9,580% (9,540% no ajuste anterior).
As apostas dos investidores elevaram ligeiramente a projeção para a Selic ao fim de 2018, de cerca de 8,1% para 8,2%. De qualquer forma, a alta indica a preferência de adição de posições defensivas para o caso de a taxa básica voltar a subir ao longo do ano que vem, elevando o prêmio de risco já presente por causa das incertezas eleitorais. No curtíssimo prazo, porém, as apostas se mantiveram.
O mercado segue vendo corte de 0,75 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira e de 0,50 ponto no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro. Alguns agentes inclusive não descartam que o processo de alívio monetário se estenda para o começo de 2018. É o caso do BTG Pactual.
O banco vê como “plausível” a possibilidade de um “ajuste fino” na reunião de fevereiro, na forma de redução de 0,25 ponto percentual da Selic, o que levaria a taxa básica a 6,75% ao ano. Para o economista-chefe do banco, Eduardo Loyo, se o Copom repetir nas próximas comunicações a linguagem de “encerramento gradual” do ciclo de afrouxamento monetário junto com “(mais) redução moderada” no ritmo de cortes, criará uma “forte hipótese” a favor de um declínio final de 0,25 ponto da Selic na decisão de fevereiro.
Outra alternativa seria indicar claramente o fim do ciclo para dezembro. “Uma solução no meio do caminho seria adotar uma linguagem alternativa que, por ora, deixa a porta aberta para um ajuste fino em fevereiro, mas sem garanti-lo”, diz Loyo, que vê a opção de corte final de 0,25 ponto em fevereiro como “plausível”.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Modelo de 'campeãs nacionais' está fora de moda, diz presidente do BNDES
O modelo de “campeãs nacionais” não existe mais e “está fora de moda”, disse nesta segunda-feira, 23, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, em evento do setor de papel e celulose, em São Paulo. “O processo de eleger campeões nacionais saiu de moda. O que é moda agora é micro, pequena e média empresa. A gente tem um portfólio mais pulverizado e é até natural”, comentou.
Sobre um possível apoio do BNDES para a consolidação do setor de papel e celulose, com uma eventual fusão entre Fibria e Suzano, Rabello de Castro afirmou que o movimento não é viável neste momento. “O banco não tem tido tempo e emocional para avaliação de setores. O tempo que o banco tem gasto agora é para explicar o passado. Todo o capital humano trabalha para juntar papéis e atender pedidos dos mais diversos órgãos.”
Apesar disso, o presidente da instituição de fomento revelou que o BNDES avalia a compra de ativos da Caixa Econômica Federal. “(O BNDES) pode, eventualmente, selecionar alguns ativos que sejam do nosso interesse. Por enquanto simplesmente avalia, porque toda a programação financeira não cabe com a devolução de R$ 130 bilhões (ao Tesouro)”, disse.
Rabello de Castro explicou que o BNDES possui índice de Basileia (porcentual de capital mantido por bancos como precaução contra o risco de crédito) confortável, enquanto a Caixa tem posição menos confortável, devido ao elevado volume de empréstimos realizados no passado. “Esticou a corda dos trabalhos e o capital não cresceu da mesma forma. Eventualmente pode ocorrer alguma operação financeira (com o BNDES) com troca de ativos que possa reequilibrar a Caixa para que ela fique bem com a Basileia e que não prejudique o BNDES”.
Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental
O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.