Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Quatro petroleiras globais entram no pré-sal brasileiro

As rodadas de partilha marcaram, na última sexta-feira, a entrada de quatro petroleiras globais no pré-sal brasileiro - Exxon, BP, Qatar Petroleum e CNODC - e a presença de 12 companhias diferentes na competição que rendeu R$ 6,15 bilhões ao governo. A diversificação de empresas, contudo, não se traduziu em estreias na operação e todas as áreas arrematadas ficaram nas mãos das três principais operadoras do país: Petrobras, Shell e Statoil.

Considerado um sucesso no mercado, o leilão mostrou ainda que as empresas não têm grandes problemas de trabalhar com o regime de partilha, que pode ser extinto se vingar a ideia manifestada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ). Com direito de preferência exercido em três áreas, a Petrobras foi a protagonista das rodadas: arrematou metade dos blocos negociados nos leilões e desembolsará R$ 1,14 bilhão em bônus.

O presidente da estatal, Pedro Parente, classificou como "bem sucedida" a investida e afirmou que as aquisições estão dentro de seu planejamento financeiro. Ele não descartou, porém, a possibilidade de a empresa vir a ser carregada nos investimentos pelos "sócios de primeira grandeza", como Shell, Repsol Sinopec, BP e a China National Oil and Gas Exploration and Development Corporation (CNODC), subsidiária da PetroChina. "O que acontece é que a gente fecha a parceria para a realização do leilão e depois começam conversas complementares onde outras questões são discutidas. Essa questão [carregamento] pode vir a ser discutida, mas não há nada relevante", disse, após os leilões.

O resultado das rodadas mostrou ainda como é difícil antecipar a estratégia das petroleiras. A expectativa de que a ExxonMobil se tornasse operadora não se confirmou, ainda que a americana tenha sido uma das maiores pagadoras de bônus: R$ 1,2 bilhão, por 40% da área Norte de Carcará, ao lado da Statoil e da Petrogal (subsidiaria da Galp no Brasil). A aquisição garante a estreia da Exxon no polígono do pré-sal - na 14ª Rodada de blocos exploratórios a empresa chegou a arrematar oito blocos com potencial para pré-sal, na Bacia de Campos, mas ainda não há descobertas confirmadas que indiquem a existência de recursos abaixo da camada de sal.

A Exxon também tentou, nos leilões de sexta, comprar a área de Peroba, mas perdeu a disputa para o consórcio Petrobras/BP/CNODC, que ofereceu uma parcela de 76,96% da produção para a União. Outras estreantes no pré-sal são a britânica BP (que está sem produzir no Brasil desde a venda de Polvo, para a PetroRio), a Qatar Petroleum e a CNODC (embora sua controladora, por meio da CNPC, seja sócia do projeto de Libra). Os leilões do pré-sal contaram com 11 vencedores diferentes, entre as 16 habilitadas. Apenas a Ouro Preto Energia participou da rodada sem sucesso.

Chevron, Petronas (Malásia) e a Ecopetrol (Colômbia) se inscreveram, mas foram as ausências notadas dos leilões - que confirmaram, ainda, o reforço da posição de figuras já presentes no pré-sal: Petrogal, China National Offshore Oil Company (CNOOC), Repsol Sinopec e a Total. "Os leilões trouxeram saudável variedade de empresas que operam em águas profundas ao Brasil, que se reafirmou como um dos principais destinos de investimentos", diz o diretor de pesquisas da consultoria Wood Mackenzie para a América Latina, Horácio Cuenca.

Além da Petrobras, uma das participações mais agressivas foi a da Shell, que fortaleceu sua posição no pré-sal. A companhia, que já operava a área de Gato do Mato e não conseguiu adquirir nenhum bloco na 14ª Rodada, em setembro, fez oferta por todas as seis áreas negociadas nos leilões e levou três, duas delas como operadora.

Por essa participação vai pagar R$ 332,5 milhões de bônus. Com a investida bem-sucedida, a anglo-holandesa garantiu Sul de Gato do Mato, área adjacente à descoberta de Gato do Mato (bloco BM-S-54). A aquisição foi comemorada pelo presidente da Shell Brasil, André Araújo. Isso porque a compra vai acelerar o desenvolvimento da produção da descoberta original de Gato do Mato - projeto que estava parado desde que se descobriu que parte do campo se estendia para fora da concessão.

Araújo disse que a empresa pagou o valor que achou justo e entrou "onde achou que deveria entrar". Segundo ele, os blocos adquiridos foram uma aposta no Brasil que exigirá investimentos adicionais aos US$ 2 bilhões que vai investir anualmente até 2020. Sócia da Shell em Gato do Mato, com 20%, a Total, por sua vez, se limitou a manter o mesmo percentual na área unitizável (interligada a área já leiloada e passível de exploração unificada).

A Total concentrou sua participação nos leilões nesse único ativo - a francesa acaba de adquirir a Maersk, o que pode explicar a atuação tímida. Na avaliação de uma fonte do governo, o fato de Exxon e Total não terem saído das licitações como operadores, se contrapõe ao sucesso de Petrobras, Shell e Statoil. Isso pode levar as concorrentes a serem mais agressivas nos leilões do ano que vem.

 

Investimentos deverão seguir em declínio até fim da década

Levantamento realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que os investimentos no país vão seguir em desaceleração até o fim da década, apesar do plano de privatizações do governo e do fim da recessão.

Mapeamento do Comitê de Análise Setorial (CAS) do banco mostra que os setores de infraestrutura e indústria preveem investimentos médios anuais de R$ 225,3 bilhões para o período de 2017/20 - 7% menos que os R$ 243,3 bilhões realizados no ano passado. Isoladamente, o setor de infraestrutura deve atrair R$ 104,6 bilhões por ano, na média do período. Em 2017 serão R$ 114,9 bilhões, 8% menos que em 2016 (R$ 124,8 bilhões), em termos reais. E o valor seguirá em declínio nos anos seguintes.

 

Mapa de temperatura da atividade mostra aquecimento moderado

A economia brasileira passa por um processo de aquecimento moderado, aponta um índice de temperatura da atividade elaborado pela Tendências Consultoria Integrada. Composto por 21 indicadores de produção, consumo, crédito, emprego e renda, o índice corrobora a avaliação dominante entre os analistas de que está em curso uma recuperação gradativa.

Segundo a média dos três meses encerrados em agosto, 23,8% dos indicadores têm desempenho bom ou muito bom (classificados como "quentes"), 47,6% estão no terreno neutro e 28,6% exibem um comportamento fraco ou muito fraco (identificado como "frios").

Para Alessandra Ribeiro, coordenadora de macroeconomia e política da Tendências, o mapa de temperatura é condizente com o diagnóstico de reação gradual da economia. Ela projeta uma expansão do PIB no terceiro trimestre de 0,2% em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. Se confirmada, será a terceira alta consecutiva nessa base de comparação.

Para 2017, Alessandra estima crescimento de 0,7% e, para 2018, de 2,8%. No começo do ano, os indicadores com aquecimento superaram 40%. Alessandra relaciona esse movimento em especial à supersafra agrícola e ao começo da retomada da indústria automotiva, com impactos positivos sobre a produção industrial e o setor varejista. Ainda que o mapa indique mais recentemente uma parcela menor de setores com desempenho "quente", Alessandra diz que ele reforça a avaliação de que a economia está se recuperando.

Segundo ela, os fundamentos apontam para a continuidade da retomada, como a melhora do emprego, a inflação baixa e a queda dos juros. Também ajuda o recuo nos spreads (a diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas cobradas nos empréstimos), diz Alessandra. Tudo isso favorece principalmente o consumo das famílias.

Em agosto, a produção industrial, as vendas no varejo restrito e o volume de serviços recuaram em relação a julho, mas o movimento foi visto como uma oscilação normal pela maior parte dos analistas. No ano passado, a fatia de indicadores com um desempenho "frio" superou os 60% em vários momentos, como na média móvel de setembro e na de outubro. Atualmente, o mapa de calor mostra uma parcela maior no terreno neutro, o que significa crescimento em linha com a média histórica, diz Alessandra.

Os 21 indicadores do mapa de temperatura são ajustados sazonalmente pela Tendências, apresentados em média móvel trimestral. A ideia é "reduzir a volatilidade e os efeitos sazonais específicos de cada um dos indicadores selecionados", diz a nota sobre o índice, escrita pelos economistas Bruno Levy e Thiago Xavier.

Entre os dados utilizados, estão o fluxo de veículos leves e o de veículos pesados, a expedição de papelão ondulado, a produção de veículos leves e a de caminhões, as concessões de crédito e os indicadores de inadimplência para a pessoa física e para empresas, a confiança do consumidor e da indústria, o nível de utilização de capacidade da indústria, o estoque de empregados em diversos setores da economia e as vendas de supermercados e automóveis. Os dados passam ainda por um processo de "normalização".

Com isso, é possível "avaliar o desempenho de um indicador em relação a sua própria evolução histórica, a partir do número de desvios-padrões comparados à média de variações históricas", afirmam Levy e Xavier.

As classificações "quente" e "fria" estão associadas a maior ou menor dinamismo do indicador em relação ao próprio desempenho passado. Os indicadores com melhor desempenho na média móvel trimestral até agosto foram expedição de papelão ondulado, vendas dos supermercados, concessões de crédito para pessoa jurídica e inadimplência de pessoas físicas e empresas. Entre os de pior resultado, estão emprego no comércio, construção, serviços e administração pública e o fluxo de veículos leves.

 

Real pode ter pior outubro desde 2008

Faltando apenas dois pregões para o fim do mês, outubro caminha para deixar um gosto amargo para investidores voltados para ativos de risco e emergentes. E no Brasil não tem sido diferente. O real pode registrar o pior desempenho para o mês desde os solavancos da crise financeira global de 2008. E as aplicações em títulos prefixados ameaçam terminar outubro no zero a zero - pior retorno em dois anos e nada previsível num mercado que ainda possui uma das maiores taxas reais de juros no mundo.

Analistas ainda insistem que o mal-estar que tem atingido bônus e moedas emergentes em geral se trata mais de um ajuste técnico do que de mudança de fundamentos. "O diferencial de crescimento a favor de emergentes está melhorando, e isso é associado a períodos de bonança para moedas e títulos", diz o executivo de uma gestora internacional dedicada a investimentos em mercados em desenvolvimento.

Para ele, a sólida conta corrente brasileira coloca o real em destaque entre seus pares, a despeito da queda dos juros. O Morgan Stanley segue com recomendação de compra de real contra peso mexicano, enquanto Deutsche Bank, BNP Paribas e UBS veem a moeda brasileira mais próxima de R$ 3 do que do patamar atual, de R$ 3,2436.

Na semana passada, porém, a taxa de câmbio brasileira teve a maior queda desde a crise gerada pela JBS, em maio. O desempenho seguiu o mau humor internacional, afetado pelo que já parece ser uma mudança na dinâmica dos fluxos globais.

Com base em dados da consultoria EPFR, o BofA relata saída líquida de US$ 700 milhões de fundos dedicados a ações de mercados em desenvolvimento na semana passada - primeiro resultado negativo em dez semanas. Também houve resgate de recursos de fundos de renda fixa de emergentes em moeda local, o primeiro desde o fim do ano passado. "É o primeiro sinal de que 'yields' mais altos nos EUA estão ditando uma pausa na caça aos retornos", dizem profissionais do BofA.

Mesmo com o ajuste de baixa de sexta, o dólar ainda sobe 2,45% ante o real em outubro. Mantido esse ritmo, será a maior valorização desde a alta de 6,23% em novembro de 2016, quando o mundo foi chacoalhado pela eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Considerando apenas meses de outubro, é a valorização mais intensa desde o salto de 13,45% daquele mês em 2008.

A pressão se estende à renda fixa. O índice IRF-M - que mede o desempenho de uma carteira de títulos prefixados - tem retorno de apenas 0,06% em outubro, bem abaixo da taxa de 1,48% de setembro. Com isso, o indicador calculado pela Anbima está a caminho do pior mês desde setembro de 2015 (-1,45%), quando o mercado brasileiro foi tomado por uma espiral negativa devido à escalada da crise política.

O aumento das incertezas políticas domésticas contribuiu para o mau humor. O embate entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e da República, Michel Temer, elevou as preocupações com a reforma da Previdência. Apesar de esperada, a vitória de Temer em denúncia contra ele na Câmara veio mais apertada e gerou dúvida sobre a capacidade do governo de negociar uma reforma previdenciária minimamente aceitável pelo mercado. Mas o fraco desempenho dos ativos domésticos neste mês de outubro foi permitido sobretudo pela piora do sentimento no exterior.

Os mercados internacionais vinham ajudando as praças locais a se manter no azul. Mas em setembro desenhou-se um ajuste, intensificado neste mês. No centro das preocupações estão a escolha do novo presidente do Federal Reserve (Fed, BC americano) e a possibilidade de mais altas de juros, conforme a economia americana dá sinais mais contundentes de força e o plano fiscal de Trump avança.

O efeito dessa confluência de fatores tem deixado sua marca no câmbio emergente. Um índice do Deutsche Bank que mede o desempenho de uma lista de divisas desses países acumula baixa de 1,43% em outubro. Mantido esse ritmo, será a maior queda mensal desde o tombo de 4,30% de novembro passado, mês da eleição de Trump.

Pelos mesmos motivos, as aplicações em títulos soberanos de emergentes em moeda local perdem 1,73%, segundo outro índice do Deutsche. É o ajuste negativo mais intenso desde a vitória de Trump (-4,30%). Como resultado, as operações de arbitragem com taxas de juros têm gerado perdas. O chamado "carry trade" ocorre quando um investidor se financia em moedas de juro baixo e aplica os recursos em papéis de mercados com retornos mais elevados.

O risco dessa estratégia é a perda de valor da divisa e dos bônus emergentes, o que tem acontecido neste momento. Um índice do Barclays para os lucros de "carry trade" acumula queda de 1,60% em outubro, para uma mínima em 13 meses. Ao mesmo tempo, a percepção de risco em relação a moedas emergentes aumenta.

Um índice também do Barclays que mensura essa variável sobe 3,27% em outubro, após salto de 6,90% em setembro. O indicador não avançava por dois meses seguidos desde maio e junho do ano passado.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Economistas projetam inflação maior este ano

Os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA para este ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo BC, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,06% para 3,08%. Há um mês, estava em 2,95%. Já a projeção para o índice de 2018 permaneceu em 4,02%, ante 4,06% quatro semanas atrás.

Na prática, as projeções de mercado divulgadas hoje no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente acima do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%). 

Na semana passada, o BC atualizou, por meio do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), suas projeções para o IPCA: 3,3% em 2017, 4,3% em 2018 e 4,2% em 2019.

 Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus seguiu em 3,05%. Portanto, estas casas também preveem que o BC cumprirá a meta, já que a inflação ficará acima do piso de 3,0%. Para 2018, a estimativa do Top 5 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,81% e 4,09%, respectivamente.

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017 e 2018. O Focus trouxe hoje que a mediana das previsões para a Selic este ano permaneceu em 7,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 seguiu em 7,00% ao ano, igual a um mês atrás.

O mercado financeiro manteve sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. A expectativa de alta para o PIB deste ano seguiu em 0,73% no Relatório de Mercado Focus. Há um mês, a perspectiva estava em 0,70%. Para 2018, o mercado manteve a previsão de alta do PIB, de 2,50%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,38%.

O Relatório mostrou que a projeção para a cotação da moeda americana no fim de 2017 foi de R$ 3,16 para R$ 3,19. Há um mês, estava em R$ 3,16. O câmbio médio de 2017 foi de R$ 3,17 para R$ 3,18, ante R$ 3,17 de um mês antes.

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS