Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Peso do fator 'economia' volta a crescer na eleição

A menos de um ano das eleições presidenciais, a economia voltou a ganhar destaque na lista dos principais problemas do país na opinião do eleitor. Liderados pelo desemprego, o peso dos problemas econômicos triplicou em relação a 2014. Três anos atrás, apenas 11% dos eleitores diziam que a falta de emprego, o salário ou a inflação, entre outros itens econômicos, eram os principais problemas do país, segundo pesquisa do Instituto Datafolha.

Hoje, esse índice subiu para 28%. A área social representa a principal preocupação para 43% dos eleitores, enquanto a corrupção é o maior problema para 15% deles. Economistas, analistas políticos e de pesquisas eleitorais dizem que a economia será o "grande eleitor" no pleito presidencial de 2018.

Após a recessão de 2014 a 2016 e na sequência do "pibinho" de 2017, o quadro será de retomada do crescimento, recuperação do emprego, inflação excepcionalmente baixa, alimentos baratos e juros baixos para o padrão brasileiro. Parece um cenário desenhado para eleger um candidato governista, que dê continuidade à atual gestão de política econômica, mas não será simples assim.

A questão é com qual momento da vida o eleitor vai comparar 2018. E a comparação não se dará pelos indicadores de emprego, inflação e Produto Interno Bruto (PIB). "É o filtro da percepção que determina a influência da política na economia e não o número frio do indicador, da estatística", observa Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores.

 

Volume de empréstimos do BNDES recua 20% no ano

O desempenho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em novembro continuou a mostrar um empresariado hesitante na hora de tomar recursos. Os empréstimos do banco nos 11 meses do ano somaram R$ 61,056 bilhões, queda de 20% ante igual período do ano passado, enquanto as consultas caíram 16% na mesma comparação, para R$ 88,070 bilhões.

No acumulado em 12 meses até novembro, os desembolsos caíram 24%, para R$ 72,844 bilhões, e as consultas recuaram 17%, para R$ 94,087 bilhões, sempre na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. O desempenho em novembro contribuiu para aprofundar a queda nas comparações acumuladas.

No mês passado, o banco emprestou R$ 5,879 bilhões, 23,82% abaixo dos R$ 7,718 bilhões de novembro do ano passado. Além disso, os desembolsos foram os menores para qualquer mês de novembro desde os R$ 5,309 bilhões de 1998. As consultas seguiram comportamento similar no mês passado.

O banco recebeu R$ 6,433 bilhões em consultas em novembro, 32,65% abaixo dos R$ 9,552 bilhões de igual mês de 2016. Neste caso, o desempenho foi o pior novembro desde os R$ 5,883 bilhões de novembro de 2001. Ainda em relação a novembro, as liberações para a indústria somaram R$ 1,11 bilhão, 37,88% abaixo de novembro do ano passado, quando o setor recebeu R$ 1,787 bilhão.

No caso da infraestrutura, as liberações atingiram R$ 2,311 bilhões, 2,20% abaixo dos R$ 2,363 bilhões de novembro de 2016. Na agropecuária, setor que tem desempenho positivo no acumulado do ano, os desembolsos em novembro caíram 4,51% ante novembro do ano passado, para R$ 1,354 bilhão. Em comércio e serviços, os desembolsos caíram 48,62% na mesma comparação, para R$ 1,104 bilhão.

Para o superintendente da área de planejamento do BNDES, Maurício Neves, embora os resultados mostrem um desempenho ainda fraco, alguns pontos específicos dão sinais que permitem ao banco enxergar um cenário de retomada a partir do começo de 2018. Neves ressalta que os desembolsos para a Finame - linha destinada ao financiamento de máquinas e equipamentos - dão boa indicação de uma possível recuperação da economia a partir do começo de 2018.

No acumulado entre janeiro e novembro, a Finame desembolsou R$ 17,62 bilhões, alta de 11% ante igual período do ano passado. No acumulado em 12 meses até novembro, foram R$ 19,41 bilhões, 7% a mais que nos 12 meses imediatamente anteriores. "A Finame cria investimento, que está voltando. É investimento em bens de capital", diz Neves.

Para o superintendente, a tendência é que 2017 seja visto como o "fundo do poço" na atual crise. "O banco atinge patamares de estabilidade, com consultas ao redor de R$ 100 bilhões [no acumulado em 12 meses]. Com a economia se recuperando ano que vem, essa estabilidade pode se reverter em crescimento no início de 2018.

Outra notícia positiva é o aumento dos desembolsos para micro, pequenas e médias empresas. Esse grupo recebeu R$ 26,52 bilhões este ano, 9% a mais que em igual período do ano passado. No acumulado em 12 meses, a alta é de 8%, para R$ R$ 29,388 bilhões.

 

Construtora média ocupa vácuo deixado pelas grandes

A aposta se confirmou. Construtoras de porte médio tomaram o lugar costumeiramente ocupado por grandes empreiteiras em obras de construção pesada, no vácuo do envolvimento delas na Lava-Jato. O primeiro sinal dessa mudança são os aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, leiloados em março. As operadoras que arremataram os terminais - todas internacionais - negociam a realização das obras com construtoras com receita líquida de até R$ 500 milhões, menos conhecidas nacionalmente.

A alemã Fraport está em negociações avançadas com a HTB e a Barbosa Mello, juntas em consórcio, para o aeroporto de Porto Alegre. E com a Passarelli e Método para o de Fortaleza. Nos dois casos, a operadora abriu a concorrência com altas exigências de "compliance" (regras de conformidade). Se tudo ocorrer dentro do esperado, os contratos devem ser assinados no início de 2018.

A suíça Zurich contratou a Racional para as obras do aeroporto de Florianópolis e a francesa Vinci Airports, que arrematou Salvador, mantém conversas com empresas de porte médio, brasileiras e estrangeiras. Apesar de a Vinci ter fechado, antes do leilão, um memorando de entendimento com a Queiroz Galvão que previa a prestação de serviço como EPC (sigla em inglês para engenharia, suprimentos e construção), a negociação não avançou, apurou o Valor junto a fontes de Brasília.

A engenharia completa do projeto do terminal baiano, em fase final de elaboração, está a cargo da Engecorps. A contratada pertence ao grupo espanhol de engenharia consultiva Typsa, que desenvolve grandes projetos e prestou serviço para os aeroportos de Madri e Barcelona, entre outros. Única com contrato fechado para obras nos aeroportos concedidos, a Racional atuou com a Zurich desde antes dos leilões. Levantou os investimentos necessários em cada projeto, para que a operadora fizesse as propostas na disputa.

A Racional se valeu da experiência adquirida nas obras do aeroporto de Confins, em que a Zurich é sócia da brasileira CCR no bloco privado, com 51% da concessão. Os outros 49% são da estatal Infraero. Newton Simões, presidente da Racional, explica que a principal exigência para continuidade da parceria após a vitória no leilão era que o investimento estimado durante o processo de licitação fosse igual ou menor ao desenvolvido no projeto, o que, segundo Simões, foi conseguido com sucesso. O envolvimento das grandes empreiteiras na Lava-Jato teve dois impactos para a mudança de perfil nesse leilão. Primeiramente, minou o crédito para as empresas de concessão com origem na área de construção entrarem na disputa para explorar os aeroportos. O objetivo era sempre ganhar a disputa para usar os serviços das empreiteiras coirmãs.

Foram os casos, por exemplo, do aeroporto do Galeão, que tinha a Odebrecht Transport como acionista e teve obras de expansão realizadas pela construtora Odebrecht; e de Guarulhos, cuja expansão foi tocada pela OAS, sócia na Invepar - uma das empresas que compõem o consórcio que explora Guarulhos.

O segundo efeito da Lava-Jato foi que, justamente porque as empresas brasileiras de infraestrutura não entraram na concorrência para explorar os aeroportos, as construtoras pertencentes ao mesmo grupo tiveram de competir num mercado maior. E nas mesmas condições que as empreiteiras de porte médio. A opção dos operadores de aeroportos por construtoras de porte médio foi deliberada. Os requisitos exigidos são "excelentes antecedentes, sólida capacidade de financiamento e condições de executar o contrato em tempo, forma e custo", diz uma fonte a par do assunto.

"Sem dúvida é uma oportunidade, o mercado vai sair chacoalhado. Mas acho que a maior parte dessas grandes empreiteiras deve voltar ao mercado. Eles têm uma tecnologia que não é fácil encontrar sucessão rápida no Brasil", afirma Simões. A exclusão das grandes empreiteiras é ainda mais relevante porque as obras de expansão envolvem valores altos.

A Vinci precisará investir cerca de R$ 2 bilhões, parte deles na ampliação do terminal de passageiros, na oferta adicional de 1.630 vagas no estacionamento, e em uma segunda pista. O acordo de concessão da Fraport Brasil-Porto Alegre e da Fraport BrasilFortaleza inclui um amplo programa de investimentos que vai da melhoria da infraestrutura de obras à tecnologia, com previsão de R$ 600 milhões para cada aeroporto.

O escopo prevê expansão dos terminais, extensão das pistas existentes, remodelação das áreas de taxis e de tráfego, e reformulação do sistema rodoviário do aeroporto. Os dois aeroportos terão novos sistemas automáticos de gerenciamento de bagagens, de controle de segurança e novas pontes de embarque.

Também será instalado wi-fi de alta velocidade. Em Florianópolis, a operadora estima investimentos totais na casa de R$ 500 milhões que incluem a construção de um novo terminal, com quatro vezes a capacidade do atual. Para a Racional, as obras, que devem durar até maio de 2019, representarão entre 20% a 25% do faturamento do ano que vem. Em 2016, a receita da empresa foi de R$ 460 milhões.

 

Há expectativa de redução adicional moderada nos juros, nota Ilan

Há expectativa de redução adicional “moderada” do juro básico, disse o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. Ele ponderou, contudo, que isso está sujeito à avaliação do cenário e dos fatores de risco, que demandam cautela da autoridade monetária. Entre os pontos que exigem atenção, o dirigente do BC mencionou a questão das reformas, cuja frustração de expectativas pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária, que pode se agravar se houver mudança no cenário internacional.

Por outro lado, também há risco positivo, observou, decorrente de possíveis efeitos secundários do choque favorável nos preços de alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos, além da possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação, o que pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Nesse sentido, o presidente do BC afirmou que há possibilidade de a inflação ficar abaixo da meta, mas salientou que esse é um “risco bom”, por ser mais fácil de resolver.

Ilan disse que a política monetária está no campo estimulativo, com juro real abaixo de 3%, e indicou que a inflação deve continuar baixa em 2018, em torno de 4%, continuando dessa forma nos anos seguintes. Sobre 2017, o dirigente da autoridade monetária espera inflação baixa, resultado da mudança de política econômica e da firmeza da política monetária e da queda de preços dos alimentos.

Ele destacou que este ano foi “produtivo”, salientou que até novembro o IPCA estava em 2,8% e que o juro chegou à mínima histórica, com retomada do crescimento econômico. Ilan notou que, sem alimentos, a inflação estaria no centro da meta, 4,5%, e que a queda do IPCA ocorre com a melhora nas expectativas de expansão da economia. Ele citou que os analistas esperam expansão de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, acima da taxa prevista para este ano, que deve ficar em torno de 1% de expansão.

 

BC reduz alíquotas do compulsório à vista e a prazo

O Banco Central reduziu de 45% para 40% a alíquota de recolhimento compulsório sobre depósitos à vista, e de 36% para 34% o percentual para depósitos a prazo. Segundo o Banco Central, a medida vai liberar R$ 6,5 bilhões à economia, “contribuindo para a redução estrutural do volume de depósitos compulsórios”.

A liberação de compulsórios foi implementada por meio da circular nº 3,987 do Banco central, publicado na noite desta terça-feira (19). Em nota, o BC informa que “a medida neutraliza, ainda, o efeito monetário previsto da entrada em vigor da redução do valor de referência de recolhimentos compulsórios a partir de 26 de dezembro, tendo pleno efeito a partir de 2 de janeiro, conforme a circular nº 3.823, de 24 de janeiro de 2017”.

Copom

Também nesta terça, o BC promoveu nova alteração no Regimento Interno do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão responsável por determinar a taxa básica de juros, a Selic. As notas do Copom voltam a se chamar atas, as reuniões não precisam acontecer, obrigatoriamente, às terças e quartas-feiras, mas sim preferencialmente nesses dias, e também foi extinto o instrumento do viés, que dava liberdade para o presidente do BC mudar a taxa de juros entre os encontros sem precisar convocar uma reunião extraordinária.

As alterações no regimento do BC são periódicas, sendo que a última tinha ocorrido em julho do ano passado, quando o BC determinou horário para a publicação das decisões do Copom. A mudança com relação aos dias da semana busca dar mais flexibilidade ao calendário do presidente e diretores.

Enquanto que o fim do viés decorre do pouco uso do instrumento. A última vez que o Copom estabeleceu um viés para a Selic foi em 10 de março de 2003 e o instrumento não foi utilizado. O viés só foi efetivamente colocado em prática em 10 de julho do ano 2000. Além disso, o termo viés no contexto de política monetária tem um contexto global diferente do adotado por aqui. O termo é usualmente utilizado para descrever a tendência esperada para as reuniões de política monetária e não em qual sentido a taxa vai se mover.

 

Selic em um dígito estende queda de juros ao médio prazo

Se a volatilidade pontual apresentada na trajetória das taxas finais restringese ao curtíssimo prazo, em um período de alguns anos, as perspectivas mudam completamente. "O cenário principal é que a gente volte a entrar num processo longo de redução de taxas finais e, mesmo se a Selic passar a subir em alguns anos, o juro final talvez não suba", afirma o economistachefe do Santander, Maurício Molon.

O cenário base do banco considera a permanência da taxa básica entre 6,5% e 7% ao ano até 2019. De acordo com o economista-chefe do Santander, quando se observam os comportamentos históricos da Selic e do juro ao consumidor há, pelo menos desde 2006, uma correlação forte entre os dois.

Molon explica que, se a curva da taxa básica for deslocada seis meses para frente, a aderência é grande para a das linhas para famílias. "Essa é a tendência geral da curva das taxas para pessoa física", afirma. Conforme a economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara, a situação do emprego formal deve apresentar progresso ao longo do próximo ano e, com isso, o cenário macroeconômico pode até mesmo se sobrepor à volatilidade esperada com as eleições. "Ao longo do ano que vem a melhora no mercado de trabalho deve continuar a se intensificar e, com isso, a gente vai ter impactos positivos para as taxas de juros, mais do que algum aumento de risco por conta de eleições."

Na análise da economista, "parte dessa queda da Selic a gente ainda vai ver sendo refletida nas taxas do crédito livre nos próximos meses e, mesmo se houver um encerramento da flexibilização da taxa básica, a queda vai continuar por algum tempo". O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFR), Ernani Teixeira Torres Filho, traça cenário semelhante para a taxa básica.

"Todo mundo acha, inclusive eu, surpreendente a inflação ter caído tanto e que a redução da taxa de juros do BC seja um processo que veio para ficar e vai se manter a despeito das eleições e, desse modo, uma taxa nominal de um dígito, que perdure em um prazo, por exemplo, de três anos é uma revolução no Brasil", diz.

Além das crises econômicas e política, explicam os especialistas, há outros fatores, alguns estruturais, que pressionam as taxas de mercado para cima. Conforme o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Altamiro Carvalho, a necessidade de financiamento do governo impacta diretamente a oferta de crédito. O crescimento acelerado da dívida pública drena recursos do mercado, que seriam direcionados aos empréstimos.

"O governo recorreu mais intensamente ao mercado nos últimos anos e tirou recursos, tanto que o saldo de financiamentos caiu violentamente entre 2015 e 2016", afirma. A concentração bancária é outro fator a atuar contra uma queda mais rápida das taxas. Segundo o economista da LCA, Vitor Velho, "a concentração do setor é muito grande e essa falta de concorrência entra muito na questão da composição do spread no Brasil", diz.

"No Brasil são apenas cinco grandes bancos", ressalta Torres Filho, da UFRJ. Para o economista, a concorrência fora do grupo de instituições dominantes do mercado começa a reduzir os "spreads" e, aos poucos, os maiores passam a reduzir esse custo. Mas trata-se de um processo lento. "Foi assim nos 2000 e vai ser agora", diz.

 

CMN pode discutir limite maior de FGTS em imóvel

Adotada para beneficiar a classe média e o setor da construção civil, a medida que aumentou o valor do imóvel que pode ser financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem "boa possibilidade" de ser prorrogada caso seja colocada em pauta em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) amanhã, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O CMN estabelece o limite do valor de imóvel que pode ser financiado dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o que envolve também o FGTS. Em fevereiro, o limite subiu de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão em São Paulo, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. Mas esse teto vale apenas até o fim deste ano. Recentemente, o conselho curador do FGTS aprovou a prorrogação, por mais um ano, da possibilidade do uso de recursos do fundo para quitar até 12 parcelas atrasadas de financiamento imobiliário.

Antes, era possível utilizar o saldo do FGTS para cobrir apenas três prestações em atraso. A medida foi tomada na mesma época em que foi anunciado o aumento do valor do imóvel que poderia ser financiado com recursos do FGTS para estimular o mercado imobiliário. Segundo o ministro, a princípio não está em discussão a mudança do limite de valor do imóvel que pode ser financiado com recursos. "Certamente, se analisado há uma boa possibilidade de ser prorrogado", destacou Meirelles em café da manhã com jornalistas.

 

Economistas projetam riscos fiscais relevantes para 2019

O ano de 2018 será uma janela positiva para a economia brasileira, mas a partir do ano seguinte os riscos, sobretudo os de natureza fiscal, aumentam significativamente. Essa é visão geral apresentada por economistas do mercado financeiro que participaram ontem de seminário realizado pelo jornal "Correio Braziliense".

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, 2018 será o ano de colher crescimento econômico de pelo menos 3%, com inflação baixa, refletindo as mudanças na política econômica e o que ela chamou de "agenda correta" do governo. "A história mostra que a economia brasileira reage quando se apertam os botões corretos, disse Zeina.

Para ela, cresceu muito a chance de o debate eleitoral do próximo ano ser mais maduro em termos econômicos e, por isso, é possível que haja baixa volatilidade no mercado. "Minha preocupação é 2019", disse Zeina, salientando a gravidade do problema fiscal, a necessidade de reforma da Previdência e questões como a viabilidade do teto de gastos e o cumprimento da regra de ouro fiscal. "O ano da verdade é 2019", disse, comparando com 2015, quando após as eleições o governo Dilma teve que fazer um forte ajuste.

O economista-chefe do banco UBS Brasil, Toni Volpon, projetou expansão de 3,1% para o PIB do ano que vem, impulsionado pela maior confiança com a mudança da política econômica, cenário externo benigno e juro baixo. Segundo ele, a recessão e a alta no desemprego resolveram o problema estrutural da inflação de serviços. "O dragão da inflação foi domado."

Segundo ele, 2018 deve marcar a melhor posição da economia brasileira desde 2010 -"ano mágico, mas que não era sustentável" -, mas salientou que o problema a ser resolvido é a situação fiscal. Segundo ele, a vantagem do ajuste gradual em curso é o menor custo social, mas a desvantagem é que não há sentido de emergência para uma condição fiscal grave.

Para Volpon, a situação externa positiva não vai durar, a janela que o país tem é pequena e, se não for aproveitada, o Brasil viverá situação semelhante à 2015, com situação externa hostil. A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara, projeta alta de 2,5% do PIB para 2018, com inflação de 3,8%.

Segundo ela, se houver reforma da Previdência, o desempenho pode ser melhor. "2018 está mais ou menos encaminhado, mas a dúvida é se vamos entrar em ciclo virtuoso", afirmou. Segundo Thais, a agenda de melhora na produtividade já está sendo realizada, com medidas como a TLP, mas salientou que é preciso pensar em outras agendas de longo prazo, como maior abertura comercial e reforma tributária.

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS