Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Focus: Projeções para IPCA em 12 meses e PIB 2017 têm novas altas

A mediana das estimativas dos economistas consultados para a inflação oficial brasileira nos próximos 12 meses teve uma nova alta na primeira pesquisa semanal Focus, do Banco Central, de 2018, divulgada nesta segunda-feira (8) com projeções colhidas até a última sexta-feira (5). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o regime de metas de inflação, deve acumular uma alta de preços de 3,93% em um ano daqui para a frente, segundo os analistas.

Na semana passada, a mediana das estimativas apontava para uma inflação de 3,90% nos 12 meses seguintes, vindo dos 3,86% apurados na semana anterior. As projeções para o mesmo indicador no fim deste ano e no de 2017 fechado, no entanto, não caminham numa única direção: as estimativas para a inflação medida pelo IPCA em 2017 subiram de 2,78% para 2,79%, enquanto para 2018 houve uma queda de 3,96% para 3,95%. Entre as instituições que mais acertam as projeções, as chamadas Top 5, não houve alterações nas apostas, mantidas em 2,78% para 2017 e 3,72% para 2018.

O número de dezembro deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima quarta-feira, dia 10. Crescimento Pequenos ajustes em direções opostas também foram verificados nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). A mediana das estimativas para o crescimento da economia em 2017 foi elevada de 1% para 1,01% entre uma semana e outra. Apesar de ser uma elevação “na margem”, como costumam dizer os economistas, já é a sexta alta seguida, em um processo que foi iniciado na pesquisa divulgada em 4 de dezembro, com respostas coletadas até o dia 1º, quando foi divulgado o PIB do terceiro trimestre.

Na ocasião, a mediana das projeções — que ficara estagnada por cinco semanas em 0,73% — subiu para 0,89%. Para 2018, a estimativa do mercado agora é de um crescimento de 2,69%, contra 2,70% na semana anterior. O PIB de 2017 só será conhecido em 1º de março, com a divulgação das Contas Nacionais Trimestrais pelo IBGE. As estimativas para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2018 ficaram inalteradas: em 6,75% segundo o mercado em geral, e em 6,50% entre os Top 5.

 

Empresas aproveitam ambiente favorável e antecipam captações

O mercado de captações externas iniciou 2018 a todo o vapor, com operações anunciadas já na primeira semana do ano e a sinalização de que o primeiro semestre seguirá aquecido. Com as incertezas que cercam as eleições presidenciais em outubro, as companhias correm para garantir o refinanciamento de suas dívidas. Rumo, Rede D'Or e Marfrig já têm encontros com investidores para emissão de bônus no mercado internacional, e JSL confirmou que está em fase avançada de estudo.

As estimativas de volume para o ano, segundo bancos de investimento consultados pelo Valor, vão de US$ 20 bilhões, na projeção mais pessimista, a US$ 35 bilhões, na mais otimista - em 2017, as emissões de bônus movimentaram US$ 32 bilhões. Mas há quem nem arrisque dar palpite, como é o caso do Bradesco BBI. "Temos muitos sinais positivos do lado dos investidores, de que estão com apetite pelo risco Brasil e que estão prontos para comprar novas emissões. Mas é difícil prever como será o ano inteiro", afirma Philip Paul Searson, responsável pela área de renda fixa internacional no banco.

O desempenho das captações brasileiras, especialmente no segundo semestre, vai depender do cenário político local, de quem serão os candidatos à presidente, da manutenção da agenda atual de reformas e do desempenho da economia, ressalta Hans Lin, responsável pelo banco de investimento do Bank of America Merrill Lynch (BofA).

Ele detém, no entanto, uma das estimativas mais otimistas, de US$ 35 bilhões. Por ora, o cenário segue favorável. A liquidez global continua alta e o fluxo de recursos para os fundos dedicados a países emergentes, positivo. Na primeira semana do ano, México e Argentina já levantaram, juntos, mais de US$ 10 bilhões em bônus soberanos. "Mesmo no contexto de alta do juro nos Estados Unidos, os emergentes continuam como opção para aumentar o rendimento das carteiras.

Hoje está barato para alongar dívidas com a demanda externa por papéis com prazo maior", afirma Alexandre Castanheira, diretor-gerente responsável pela área de mercado de capitais do Morgan Stanley. Ele espera um volume de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões em emissões externas brasileiras este ano. No Brasil, o cenário político ainda tem pouca influência sobre o preço dos ativos.

Para se ter ideia, os contratos de credit default swap (CDS) de cinco anos do país seguem a trajetória de baixa e eram negociados perto de 150 pontos-base na última semana, menor patamar desde o fim de 2014, um ano antes de o país perder o selo de grau de investimento pelas agências de classificação de risco. "Janeiro será um mês aquecido porque tem muitos vencimentos concentrados. Esperamos oito operações neste mês e 15 no primeiro trimestre, incluindo muitas estreias das empresas que nunca emitiram bônus", afirma Felipe Wilberg, diretor de mercado de capitais de dívida do Itaú BBA.

A estimativa da casa é que o volume emitido no ano fique em torno de US$ 25 bilhões. "Muitos mercados estão abertos - de bônus perpétuos, high yield e de curto prazo." Além das operações em curso, outros nomes são esperados, caso da Petrobras, que historicamente aproveita janeiro para refinanciar parte dos seus passivos e possui agora o benefício do acordo que suspende a ação coletiva ("class action") movida em decorrência de prejuízos provocados pela Lava-Jato. Hidrovias do Brasil, Eletrobras, BRF e CSN também teriam planos de captar recursos e, do setor financeiro, Bradesco e Banco do Brasil estariam acompanhando as condições para vender títulos perpétuos.

A expectativa do Santander é que o início deste ano supere o de 2017 pela maior concentração de operações em decorrência do processo eleitoral, conforme explica Guilherme Silveira, superintendente executivo da área de mercado de capitais de dívida. No primeiro mês do ano passado, as emissões somaram US$ 5,2 bilhões, sendo US$ 4 bilhões apenas de Petrobras, US$ 700 milhões de Fibria e US$ 500 milhões de Raízen.

"Vislumbramos sete operações em janeiro, sem incluir grandes nomes que emitem com mais agilidade e decidem de um dia para o outro, como Tesouro, Petrobras e Vale", diz o executivo. Em um cenário de estabilidade, 2018 teria potencial de superar 2017 em operações, afirma Silveira. Mas, dada a expectativa de volatilidade com a política, a aposta é de US$ 30 bilhões em operações no ano. Fernando Florêncio Campos, diretor de mercado de capitais e infraestrutura do Banco do Brasil, também espera um cenário semelhante. "Terá volatilidade como sempre há em qualquer país que tenha um evento como esse, mas entendemos que o mercado corre paralelamente", afirma o executivo, que espera que o ano repita o resultado de 2017. Entre as novidades, bancos esperam que as empresas voltem a levantar recursos em outras moedas, como o euro, após dois anos e meio sem esse tipo de captação.

Deve ganhar força também o movimento de estreia de empresas no mercado internacional, sendo boa parte delas sem receitas em dólar. Para elas, o custo da proteção cambial ("hedge") tem compensado ao considerar a contrapartida de um prazo mais longo e da possibilidade de levantar mais recursos.

A primeira da fila neste ano é a Rede D'Or, que pretende levantar entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões para financiar parte da expansão de sua rede de hospitais. O maior grupo hospitalar do país segue os passos de Rumo e JSL, novatas no mercado em 2017 e igualmente sem receitas em dólar. Os dois últimos nomes voltam a mercado nos próximos dias.

 

Decolagem e risco de severa turbulência

Por Gustavo Loyola (doutor em Economia pela EPGE/FGV, foi presidente do BC e é sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, em São Paulo)

A trajetória da economia brasileira no ano que agora se inicia pode ser comparada à de um avião que decola sujeito a forte risco de turbulências. De um lado, os indicadores conjunturais mostram, fora de qualquer dúvida, uma economia em aceleração, recuperando-se de seu pior mergulho recessivo das últimas décadas. De outro, poucas vezes o Brasil adentra num período eleitoral com tamanhas incertezas como em 2018.

Nesse cenário, a turbulência vinda da política pode abortar a decolagem da economia, ainda que esta esteja sendo impulsionada pelos poderosos motores da descompressão monetária. Na esfera da política, o efeito arrasa-quarteirão da Lava-Jato colocou o país diante do sério risco de eleição de um populista para a Presidência da República, não importa pertencer ele às hostes da direita ou da esquerda.

Nenhum dos líderes atuais das pesquisas de popularidade, Lula e Bolsonaro, tem perfil congruente com o de um estadista democrata praticante da responsabilidade macroeconômica e liderando o país para as reformas necessárias. O risco de fragmentação eleitoral do centro político é real e um segundo turno entre os mencionados Lula e Bolsonaro não é hipótese que possa ser descartada das decisões quotidianas dos agentes econômicos.

Nesse contexto, as expectativas dos agentes de mercado no decorrer dos próximos meses flutuarão ao sabor da maior ou menor probabilidade de aparecimento de uma candidatura competitiva que sirva de alternativa ao populismo desenhado pelos atuais líderes das pesquisas de opinião.

Idealmente, em um cenário otimista, essa terceira força traria consigo a expectativa de renovação da ética na política, capacidade de articulação com o Congresso Nacional e compromisso com as reformas e a responsabilidade macroeconômica. Porém, ao longo do ano, a aproximação das eleições sem que tal cenário benigno tenha chances de se materializar trará forte volatilidade nos mercados de juros e de câmbio, piora do prêmio de risco e retração ainda mais acentuada dos investimentos.

Vale ressaltar que tais impactos poderão ser magnificados dependendo de fatores externos como a condução da política monetária americana e as tensões geopolíticas associadas ao imprevisível governo Trump. Apesar de todos esses perigos, visto de hoje, o panorama é ainda o de recuperação cíclica da economia brasileira, realidade corroborada por indicadores positivos divulgados ultimamente com maior frequência, sendo muito provável que o país tenha mostrado crescimento próximo a 1% em 2017, percentual acima do previsto no início do ano passado.

Para 2018, a existência de folgada capacidade ociosa e a continuidade do estímulo monetário são os vetores principais que têm potencial para aquecer a economia ao longo do ano, o que poderia levar o crescimento do PIB para algo próximo dos 3%. A materialização deste cenário permitiria a recuperação modesta do mercado de trabalho e até mesmo o desempenho positivo do investimento, após muitos trimestres no terreno negativo.

Ocorre que, embora a situação macroeconômica de momento seja muito melhor do que a existente quando do impeachment de Dilma Rousseff, ainda persistem sem solução problemas estruturais graves, destacadamente no campo fiscal. Reconheça-se que a competente equipe econômica de Temer colheu algumas vitórias importantes nessa área. A transparência nas contas públicas foi restituída ao país, o teto constitucional de gastos foi aprovado pelo Congresso e o subsídio creditício, praticamente eliminado.

Graças aos esforços de Meirelles e do time econômico, logrou-se deter momentaneamente a escalada da despesa pública como proporção do PIB. Porém, a rigidez do gasto, principalmente por causa das despesas previdenciárias em crescente elevação, dificulta a reversão do déficit, na ausência de reformas estruturais. Por isso, teria feito uma grande diferença positiva para o cenário deste ano a aprovação da reforma previdenciária em 2017. Muito embora esteja prometida sua votação na Câmara dos Deputados em fevereiro próximo, o realismo político nos diz que as chances de sucesso nessa empreitada são estreitas, por causa principalmente da proximidade da data das eleições gerais.

O fracasso provável na votação da reforma da Previdência Social deve contribuir para azedar ainda mais o ambiente de expectativas e potencializar a volatilidade do ano eleitoral. Não bastasse isso, os sinais são de que o Congresso Nacional está muito mais propenso a dar curso, em 2018, a uma agenda legislativa de cunho expansionista do ponto de vista fiscal, em que pese a existência do teto constitucional para o crescimento da despesa pública.

Em síntese, as expectativas para a economia em 2018 têm uma característica binária, num ano em que os fatores políticos serão determinantes. Há uma enorme possibilidade de que a combinação entre a incompletude do ajuste fiscal estrutural e a ausência de um candidato viável de perfil reformista e pró-mercado leve a um desempenho pífio da atividade econômica mesmo na presença de estímulo monetário e capacidade ociosa.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

‘Chegamos ao atual nível de juro de maneira mais sustentável’, diz economista

Otimista, Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá capital e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, não vê contaminação do processo eleitoral na economia a ponto de levar o BC a antecipar movimento de correção da taxa básica de juros. “Como há um hiato relevante na economia, a política monetária deve ficar um tempo bem razoável no campo expansionista”, diz, ressaltando que, se houver uma acomodação, será para elevar a Selic para algo entre 8% a 8,5% anuais. A seguir, trechos da entrevista:

Estado: Como o sr. está vendo o balanço de riscos inflacionários para 2018?

Luiz Fernando Figueiredo: Mesmo com a economia acelerando um pouco, a recuperação não será nada muito forte, algo entre 2,7% e 3%. E ainda tem um hiato relevante para ser fechado. Como a inflação ficou bastante baixa recentemente, a inércia é favorável, com indexação que traz índices baixos do passado. Também não há realinhamento relevante de preços administrados. Mas, se a política monetária estiver ainda no campo expansionista, em algum momento o juro terá de se acomodar para um nível neutro, algo como entre 8%, 8,5% ao ano.

Qual o 'timing' disso?

É muito mais para o final do ano ou eventualmente no início de 2019. Como há esse hiato relevante na economia, a política monetária deve ficar um tempo bem razoável no campo expansionista. Dependendo do fato de termos capacidade de avançar nas reformas importantes, é possível, inclusive, chegar a uma taxa de juros estrutural um pouco mais baixa. Nesse caso, o BC teria de subir muito pouco o juro ou mesmo não subir.

Então a Selic pode durar mais tempo no atual nível do que a última vez em que chegou a 7,25%?

Sem dúvida, principalmente porque, desta vez, chegamos ao atual nível de juro de uma maneira muito diferente, mais sustentável. Embora tenhamos um problema fiscal tremendo ainda. Todos os fatores ligados ao processo inflacionário estão muito tranquilos, ou seja, nós chegamos nesse nível porque precisávamos chegar. Não foi por uma tentativa meio voluntariosa.

Se a reforma da Previdência não passar e o governo não aumentar imposto, a inflação não fecha essa conta?

Sim. E este seria o pior dos mundos. Mas eu não acredito nisso porque, daí, a inflação será o menor dos nossos problemas. Entraremos em um grau de instabilidade, de descontrole, de desarrumação da economia muito grande.

Qual o cenário eleitoral?

A continuidade das políticas que estão aí. É um cenário aonde a agenda do próximo governo será no sentido da consolidação fiscal que passa por uma reforma da Previdência, por gerar condições de estabilizar a trajetória da dívida em relação ao PIB.

 

Falta de crédito e burocracia travam mercado imobiliário

Para evitar perdas em 2018 e crescer de forma consistente em 2019, setor precisa de mais financiamento, novas regulamentações e medidas administrativas por parte do governo

» Amauri Segalla

São Paulo -- Uma conta simples demonstra como o setor imobiliário depende das ações do governo. Toda vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) corta um ponto percentual nos juros básicos, a renda mínima exigida para financiar um imóvel cai de 6% a 8%. Os especialistas vão ainda mais fundo nessa conta. A queda de um ponto percentual na Selic faz com que 1 milhão de famílias se tornem aptas a conseguir financiamento imobiliário de até R$ 200 mil.

Em 2017, os juros básicos caíram de 13% para 7% ao ano. A redução, portanto, tem potencial para incluir 6 milhões de famílias no mercado imobiliário brasileiro. Diante desses números, não seria exagero afirmar que, para destravar o setor, juros baixos são mais importantes do que aumento de salário. O raciocínio vale especialmente para os compradores de baixa renda, que respondem por 70% dos negócios. Para o fim de 2018, analistas projetam a Selic a 6,75% -- mais trabalhadores, portanto, poderão sonhar com a casa própria.

O setor viveu nos últimos anos um período sombrio. Inflação e juros altos associados ao desemprego e ao desmoronamento da renda levaram a um ciclo inédito de prejuízos. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que o ramo da construção civil fechou no vermelho pelo quarto ano consecutivo. De 2014 para cá, o setor eliminou 1 milhão de postos de trabalho. "Se não tivéssemos andado para trás, o PIB do Brasil em 2017 poderia ter crescido 1,3%", diz José Carlos Martins, presidente da CBIC. Segundo as mais recentes projeções, o crescimento econômico será de no máximo 1%.

No mercado imobiliário, os indicadores também estão longe do azul. Entre novembro de 2016 e outubro de 2017, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliárioe Poupança (Abecip), foram aplicados R$ 45,6 bilhões na compra e construção de imóveis com recursos das cadernetas de poupança, o que representa uma retração de 0,9% ante os 12 meses precedentes. Em novembro, os financiamentos totalizaram R$ 31,5 bilhões, queda de 14,7% ante outubro, e os empréstimos englobaram 13,5 mil unidades, 14,6% menos que no mês anterior.

O que explica números assim? Para ajustar as contas públicas, o governo cortou recursos, o que atingiu em cheio os negócios imobiliários. Em 2017, os investimentos federais caíram para o menor nível em uma década. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sofreu perdas de 40,9% entre janeiro e outubro, enquanto o Minha Casa Minha Vida, principal programa dedicado à baixa renda, encolheu 61,4%.

Para tirar o pé de freio, o setor espera uma série de regulamentações e medidas administrativas por parte do governo. O principal ponto é destravar o crédito na Caixa, afetado pelas novas regras de Basileia, um acordo internacional que endurece os requisitos para a liberação de empréstimos. Nessa área, o governo já está se mexendo. No segundo dia do ano, a Caixa informou que vai ampliar de 50% para 70% a cota do financiamento de imóveis usados. É fácil entender a importância do banco: a Caixa detém 70% da carteira de crédito habitacional do país.

Segundo José Carlos Martins, da CBIC, outro aspecto que precisa ser melhorado é a falta de agilidade do governo. Ele diz que há demora excessiva na contratação dos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida. Estima-se que, das 20 mil unidades autorizadas em junho, apenas mil foram contratadas até agora.

Sem dúvidas

A burocracia é um estorvo que afeta diversos setores, mas é especialmente nefasta para a atividade imobiliária. Estudo realizado pela Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e a CBIC, constatou que a burocracia nacional aumenta em 12% o valor final do imóvel para o proprietário. Isso equivale a R$ 18 bilhões por ano -- um prejuízo que poderia ser evitado com a melhoria dos processos.

O levantamento identificou 18 grandes entraves para a construção de imóveis. Entre eles estão atraso na aprovação dos projetos pelas prefeituras, falta de padronização dos cartórios e mudanças frequentes de leis que atingem obras já iniciadas, como alterações nos planos diretores e de zoneamento. Para que essas barreiras sejam superadas, a Abrainc diz que é preciso organizar um movimento nacional que envolva todas as esferas públicas, o que ainda está longe de ocorrer no Brasil.

O mercado brasileiro é marcado por particularidades. Não há clareza sobre as regras dos distratos, como são chamados os casos de desistência da compra do imóvel. Na maioria das vezes, as incorporadoras arcam com o prejuízo gerado pela quebra do contrato. Segundo Luiz França, presidente da Abrainc, nos Estados Unidos as normas não dão margens a dúvidas. Se o comprador desiste do negócio, ele perde toda a quantia investida até então. "As consequências de um distrato não são inofensivas", diz França. "Os distratos prejudicam a saúde financeira das empresas, o próprio comprador e toda a cadeia envolvida no segmento da construção."

Apesar das inúmeras mudanças que precisam ser realizadas pelos governos, o cenário é promissor. Com os fundamentos econômicos em ordem, a tendência é o setor virar o jogo já em 2018 e chegar a 2019 em situação bem mais confortável. Entidades, empresários e especialistas apontam diversos fatores para a retomada. A taxa de juros caiu. A poupança voltou. O estoque de imóveis está cada vez menor. A renda aumentou. A confiança dos empresários atingiu o nível mais alto em 3 anos. Se o governo fizer a sua parte, há razões de sobra para acreditar em um futuro repleto de bons negócios.

 

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