Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Financiamento imobiliário com poupança cresce 8,1% em abril

Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança alcançaram R$ 4,11 bilhões em abril, o que significa crescimento de 8,1% em relação a março e de 31,2% na comparação anual. Os dados são da Abecip, associação das instituições que atuam no setor, para quem os números reforçam os sinais de recuperação.

Nos primeiros quatro meses do ano, o volume de operações somou R$ 15,3 bilhões, alta de 15,9% frente ao mesmo período do ano passado. Quando se olha para os 12 meses até abril, o desempenho ainda mostra queda de 0,3% em relação ao período imediatamente anterior, para R$ 45,25 bilhões. Os bancos privados continuam à frente da Caixa em volume de operações com recursos da poupança — tendência que começou a ficar visível no começo deste ano.

O Bradesco lidera o ranking de financiamento a aquisição e construção, com R$ 4,01 bilhões financiados entre janeiro e abril. O Santander aparece em segundo lugar, com R$ 3,306 bilhões e o Itaú Unibanco, em terceiro (R$ 2,982 bilhões). A Caixa é a quarta colocada, com R$ 2,945 bilhões. Na manhã desta quinta-feira (24), o presidente da Caixa, Nelson de Souza, afirmou que é estratégia do banco reduzir as operações com recursos da poupança após os resgates que ocorreram na caderneta em 2015 e 2016.

 

TCP estima retomada do setor imobiliário em 3 anos

A assessoria de investimentos TCP Latam tem expectativa de retomada do setor imobiliário nos próximos dois a três anos. O diretor da TCP, Ricardo Jacomassi, ressalta que parte das incorporadoras têm conseguido repassar custos de produção para os preços dos imóveis, embora a perda dos últimos três anos ainda não tenha sido recuperada, e que a alavancagem das empresas vêm caindo. A redução da Selic para 6,5% se reflete em taxas menores de financiamento à produção.

Segundo Jacomassi, a captação de R$ 40 milhões para um cliente da TCP foi negociada à taxa de 20% em março de 2016. Dois anos depois, empréstimo concedido do mesmo valor foi fechado à taxa de 9%. "Tem havido mais flexibilidade do crédito", diz o diretor da TCP. O executivo cita que, durante a crise, empresas do setor imobiliário tiveram forte impacto dos distratos e algumas tiveram de recorrer à recuperação judicial.

"A alavancagem das companhias e a restrição do crédito bancário levaram a uma paralisação geral do setor. A situação começa a melhorar, neste ano, com a queda da Selic", diz Jacomassi. Segundo o executivo, o desempenho da taxa de desemprego se mostra como o gargalo para que haja mais clareza em relação às expectativas para o setor. "Acredito que haverá melhora no indicador nos próximos seis meses", afirma Jacomassi.

O diretor da TCP acrescenta que a velocidade de recuperação do setor pode aumentar se um candidato à presidente que se mostre favorável às reformas sair na frente na disputa eleitoral. A TCP estima crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção de 2% neste ano, incluindo mercado imobiliário, saneamento e infraestrutura.

 

Economia mais fraca acelera estrago da greve

O quarto dia da greve dos caminhoneiros ampliou o número de empresas paralisadas total ou parcialmente em consequência do protesto e intensificou o desabastecimento no comércio. A falta de matérias-primas começou a afetar setores importantes da indústria, como celulose e química. Ontem, o governo anunciou uma trégua com os líderes do movimento, esperando que a situação se normalize nos próximos dias.

Além da prática difundida em muitos setores de trabalhar com níveis baixos de estoques, a expectativa de uma demanda fraca à frente ajuda a explicar o risco de desabastecimento enfrentado por muitas empresas, avaliou o gerente-executivo de competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca.

Para ele, por não acreditarem numa recuperação mais forte da atividade, muitas companhias preferem não acumular estoques, ainda mais num cenário em que muitas estão endividadas e o custo do capital de giro é alto. A combinação de um fator estrutural - a indústria trabalhar pouco estocada - com um conjuntural parece ter aumentado o impacto da paralisação.

A fábrica da Eldorado Brasil, produtora de celulose da J&F Investimentos e da Paper Excellence (PE), vai operar em ritmo reduzido caso a greve persista. Unidades da Klabin, da Fibria e, da Suzano Papel e Celulose também estariam enfrentando esse problema e a situação seria "crítica", segundo uma fonte. Em alguns casos, o impacto na operação seria iminente. As empresas não quiseram se posicionar imediatamente.

A Eldorado produz mais de 1,7 milhão de toneladas por ano de celulose de eucalipto em uma unidade de Três Lagoas (MS). O transporte da madeira a partir de florestas na região para a fábrica está interrompido. Bloqueios proíbem a passagem de caminhões para os terminais portuários, onde ocorrem 90% das movimentações para exportação.

A greve também afetou o transporte de produtos que saem dos polos petroquímicos para os portos e a chegada de matérias-primas importadas às indústrias químicas, segundo a Abiquim (a associação das empresas do setor).

A Nestlé informou em nota que, como outras empresas de alimentos e bebidas, enfrenta dificuldades para receber insumos e abastecer suas unidades de produção. Ontem, o Carrefour decidiu limitar a quantidade de produtos comprados em algumas lojas, especialmente perecíveis - cujos estoques são os primeiros a acabar.

O presidente do Carrefour no Brasil, Noël Prioux, disse que a iniciativa, definida para algumas lojas, é uma forma de dar a mais pessoas o direito de comprar os bens de que precisam. Em Ribeirão Preto (SP), uma unidade avisava aos clientes que limita a venda de no máximo "cinco unidades de cada item por compra".

Segundo a empresa, o estoque varia de 30 a 40 dias, a depender da mercadoria e, no caso de produtos de alto giro, como itens da cesta básica, de 8 a 10 dias. No GPA, dono das bandeiras Extra, Assaí e Pão de Açúcar, já faltam itens de hortifrúti nos estabelecimentos. "A partir de hoje [ontem], os estoques de carnes e aves também começam a ser impactados, o que poderá causar faltas pontuais em lojas Extra e Pão de Açúcar", afirmou a varejista, em nota.

A greve causa problemas no abastecimento de redes de 14 Estados, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A direção da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) no Brasil determinou a suspensão das atividades de suas fábricas em Betim (MG) e em Goiana (PE) por causa dos bloqueios nas rodovias do país.

A montadora espera que as atividades possam ser retomadas na segunda-feira. Nos dias parados, a empresa antecipará o trabalho de inventário de peças e componentes, feito a cada seis meses. Edmundo Lima, diretor-executivo Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), disse que grandes redes de moda relataram falta de produtos, principalmente em lojas de shopping centers, que têm menos estoques.

Levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) com associados indicou que cerca de 70% das lojas têm problemas devido ao desabastecimento. Devido à greve, o faturamento das empresas de revestimento cerâmico caiu 85% nesta semana, segundo o diretor-superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), Antonio Carlos Kieling.

A situação ocorre nos principais mercados - interior de São Paulo, Santa Catarina e Nordeste. As indústrias não recebem matéria-prima e não conseguem despachar mercadorias nessas regiões. O ritmo de produção nas obras da MRV Engenharia foi reduzido em algumas praças, como a cidade de São Paulo, Campinas e o Rio. "Há falta de insumos, principalmente de concreto. As concreteiras estão sem cimento", diz Eduardo Fischer, copresidente da empresa.

A movimentação do porto de Paranaguá (PR) caiu 27% ontem, de acordo com a APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina). Um dos três berços do corredor responsável pelo escoamento de grãos parou de funcionar. Com isso, o porto teve queda nas exportações de granéis de 85 mil para 60 mil toneladas diárias. A importação de fertilizantes foi interrompida nos berços de atracação em que o transporte da carga é feito por caminhões - apenas os berços que operam com esteiras seguem funcionando. A movimentação de fertilizantes caiu de 25 mil para 10 mil toneladas diárias.

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) pediu que os caminhoneiros liberem cargas com gases medicinais, medicamentos e outros insumos. Em algumas unidades, o estoque de oxigênio usado em cirurgias e pacientes na UTI está no limite, segundo a Anahp, que reúne os 106 maiores hospitais particulares do país.

 

Caixa pode voltar a crescer no crédito

Com uma melhora expressiva nos resultados e mudança na composição da carteira de crédito, a Caixa Econômica Federal não apenas resolveu sua situação de capital sem a necessidade de aportes da União como abriu espaço para voltar a crescer. O banco registrou lucro líquido de R$ 3,191 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 114,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O lucro maior foi usado para reforçar o patrimônio da Caixa, que corria o risco de ficar abaixo do mínimo exigido pelo Banco Central. Com isso, o índice de capital nível 1 (de melhor qualidade) da instituição atingiu 12% - bem acima do mínimo de 9,5% válido a partir do ano que vem. Para efeito de comparação, em março do ano passado, o índice estava em 8,9%.

Com a alta no lucro, a rentabilidade da Caixa saltou para 14,8% no primeiro trimestre deste ano. "Foi uma das melhores aplicações que o governo poderia ter para seu capital", afirmou Arno Meyer, vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, ao comparar o retorno com a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 6,5% ao ano.

A rentabilidade ficou acima inclusive da obtido pelo Banco do Brasil, que ficou em 13,2% no trimestre, embora seja inferior à dos concorrentes privados. O resultado da Caixa é consequência do trabalho de redução de despesas e melhoria no resultado de intermediação financeira, afirmou o presidente do banco, Nelson Antônio de Souza. "A melhora no índice de capital permite algum aumento da carteira, de maneira prudente", afirmou, em entrevista coletiva.

O banco não divulga projeções, mas Souza disse que o balanço permite uma expansão de até 4% no crédito neste ano. O saldo dos financiamentos da Caixa atingiu R$ 700,2 bilhões no primeiro trimestre, queda de 0,9% em relação ao fim do ano passado e de 2,1% em 12 meses.

A retração ocorreu na carteira comercial, com a estratégia do banco de se concentrar nas linhas de menor risco e que exigem menos capital, como o crédito imobiliário e para infraestrutura, segundo Souza. Assim como os demais concorrentes de grande porte, a Caixa vem anunciando reduções no juros das linhas de crédito.

O presidente do banco diz que o objetivo da estratégia é tornar as taxas do banco competitivas, mas não necessariamente as menores. Mesmo com a redução da carteira de crédito, em especial nas linhas comerciais, que são mais rentáveis, a margem financeira da Caixa apresentou uma alta de 1% em relação ao trimestre do ano passado, para R$ 12,4 bilhões. Mas o ganho maior na intermediação financeira veio da queda de 27,7% das despesas de provisão contra calotes, para R$ 3,7 bilhões.

O índice de inadimplência na carteira do banco encerrou março em 2,9%, alta de 0,65 ponto percentual no trimestre, mas praticamente estável em 12 meses. O resultado também foi puxado pelas receitas de prestação de serviços e tarifas, que avançaram 6,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado para R$ 6 4 bilhões.

Outra fonte de melhora no lucro veio da redução das despesas. Após os planos de demissão voluntária promovidos pelo banco, os gastos com pessoal apresentaram queda de 12,5% em relação aos três primeiros meses do ano passado. Embora a situação de capital tenha sido equacionada, a Caixa não descarta ir a mercado externo para realizar uma captação de recursos com títulos de dívida (bônus), segundo Meyer.

As regras permitem que as instituições financeiras componham até 1,5 ponto percentual do índice de capital com bônus perpétuos (sem data de vencimento). A operação, contudo, só ocorrerá quando o balanço do banco não apresentar mais ressalvas. A auditoria PwC tem feito ressalvas em razão das investigações de corrupção envolvendo administradores e exadministradores do banco, que ainda estão em andamento.

Meyer espera que a ressalva saia do balanço ainda no primeiro semestre deste ano, o que abriria espaço para o banco emitir bônus nos últimos seis meses do ano, dependendo das condições de mercado.

 

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