Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

FMI vê posição externa do Brasil consistente com fundamentos

A posição externa da economia brasileira em 2017 estava de modo geral consistente "com os fundamentos de médio prazo e as políticas desejadas", segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para a instituição, o resultado em conta corrente, que mostrou um déficit de 0,5% do PIB no ano passado, tende a se deteriorar neste ano, refletindo uma "melhora da posição cíclica" da economia, incluindo o investimento, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter um crescimento mais forte.

O FMI estima que o Brasil terá expansão de 1,8% em 2018, um ritmo mais intenso que o 1% do ano passado. Para a conta corrente, medida do resultado das transações com o exterior de bens, serviços e rendas de um país, o Fundo projeta um rombo de 1,2% do PIB neste ano. Em relatório divulgado ontem, o FMI diz que em 2017 a taxa real de câmbio efetiva (descontada a inflação e ponderada pelo peso dos principais parceiros comerciais) estava "de modo geral em linha" com os fundamentos da economia, sendo consistente com o "hiato da conta corrente".

Esse hiato mostra a diferença entre o resultado real da conta corrente, excluindo fatores cíclicos e temporários, e o nível visto pelo FMI como adequado. Já com base no índice e na metodologia da taxa real de câmbio efetiva pela chamada avaliação do balanço externo (EBA, na sigla em inglês), o real estaria de 9% a 23% sobrevalorizado em 2017. A avaliação do balanço externo leva em conta fatores como demografia, posição externa do país, qualidade institucional, intervenção no câmbio e excessos de crédito.

O FMI lembra que, depois da forte desvalorização ocorrida em 2015 e 2016, a taxa real de câmbio efetiva se apreciou cerca de 10% em 2017, refletindo melhoras nos termos de troca (a relação entre preços de exportação e de importação) e uma resposta positiva do mercado à agenda de reformas do novo governo. Estimativas até maio deste ano, porém, mostram que a taxa se desvalorizou em 11,4% em relação à média de 2017.

Ao comentar o resultado da conta corrente, o FMI nota que o déficit no ano passado encolheu para 0,5% do PIB, devido à demanda doméstica fraca, especialmente o investimento, e ao bom desempenho das exportações. Em 2016, o rombo ficou em 1,3% do PIB. A expectativa do Fundo é que o buraco se amplie em 2018 - para 1,2% do PIB -, aumentando gradualmente para cerca de 2% do PIB no médio prazo, à medida que a demanda privada se recuperar, o que seria parcialmente compensado pelo efeito do ajuste fiscal. "No entanto, um declínio nos termos de troca e uma desaceleração abrupta dos parceiros comerciais permanecem como um risco", adverte o FMI.

Ajustada ciclicamente, a conta corrente do ano passado teve um déficit de 1,8% do PIB, refletindo a grande ociosidade ainda existente na economia, de acordo com o Fundo. Ao levar em consideração as vulnerabilidades associadas à posição líquida internacional de investimento do país, que é negativa, a equipe de economistas do Fundo avalia como adequado aos fundamentos um déficit de 1,5% a 2,5% do PIB - em termos ciclicamente ajustados.

Desse modo, o resultado de 2017 estaria de modo geral em linha com os fundamentos. O relatório afirma ainda que o Brasil continua a atrair fluxos de capitais consideráveis. O volume de investimentos diretos no país é suficiente para financiar com folga os déficits em conta corrente, por exemplo.

"A diferença de juros, ainda grande apesar do recente relaxamento monetário, o grande mercado doméstico e os grandes amortecedores externos [caso das reservas internacionais] devem ajudar a atrair fluxos de capitais", diz o FMI, ponderando que a rigidez no orçamento, no setor bancário e nos mercados de trabalho e de produtos pode enfraquecer o interesse dos investidores, caso esses problemas não sejam enfrentados.

Na visão do Fundo, os fluxos de capital têm um perfil de risco favorável, mas condições financeiras globais mais apertadas, uma implementação fraca das reformas e a incerteza política continuam como riscos para a entrada de recursos. Essas avaliações fazem parte do Relatório do Setor Externo, documento divulgado anualmente pelo FMI, com a análise da posição externa de 29 países e da zona do euro. O Fundo recomenda que o país busque aumentar a poupança doméstica, com o objetivo de abrir espaço a uma expansão sustentada do investimento.

Além disso, o FMI também ressalta a importância do ajuste fiscal, destacando tanto o papel do teto de gastos como de uma reforma da Previdência para impulsionar a poupança pública. Para completar, esforços estruturais continuam necessários para melhorar a competitividade geral da economia, segundo o FMI.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

OMC diz que 'primeiros tiros' da guerra comercial foram disparados

O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo falou nessa quarta-feira sobre o aumento da tensão e das preocupações relacionadas à guerra comercial, que ameaças o comércio global. O brasileiro disse que "agora é a hora" para se falar sobre as questões comerciais.

"Quer você chame ou não uma guerra comercial, certamente os primeiros tiros foram disparados", afirmou o brasileiro durante a reunião dos membros OMC.

Sem citar os Estados Unidos, que vem aumentando as taxas de importação, Azevêdo disse em comunicado que a escalada [de taxações e disputas comerciais] representaria uma séria ameaça aos empregos, ao crescimento e à recuperação em todos os países.

Em comunicado, o diretor-geral alertou sobre o risco a longo prazo dos impostos sobre importação. "Há também um impacto sistêmico em potencial, que representa uma ameaça maior a longo prazo, especialmente se os países começarem a aceitar essa dinâmica tit-for-tat [retaliação equivalente] como algo normal".

O governo chinês impôs novas taxas às importações norte-americanas logo depois que as taxações do governo de Donald Trump passaram a valer. Países europeus, o México e o Canadá também estudam sobretaxar produtos importados dos EUA —também como resposta às medidas protecionistas de Trump relacionadas ao aço e ao alumínio.

Segundo Azevêdo, a situação exige uma resposta urgente da OMC. De acordo com o comunicado, o diretor-geral tem encontrado com líderes e ministros dos países-membros da organização em busca de soluções.

"O comércio afeta todas as nossas vidas. Por isso, peço a todos que acreditam no comércio como uma força do bem para falarem. Agora é a hora", afirma em comunicado.

Azevedo afirmou que tem visto progresso e um aumento no engajamento dos países às pautas da OMC. Para ele, mais países focados na organização podem ajudar a encontrar uma solução.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Cyrela entra no segmento de empréstimos e promete crédito em até dois dias

A Cyrela lançou a plataforma CashMe e dá entrada no segmento de empréstimos com imóveis em garantia. A primeira startup da incorporadora surgiu no final do ano passado para atender os próprios clientes da Cyrela. Este ano ela passou a conceder empréstimos com garantia de imóveis (home equity) também de outras incorporadoras e com a promessa de aprovar o crédito em até dois dias.

A ideia da startup surgiu no momento de crise, quando alguns parceiros da Cyrela não conseguiam financiamento no banco e acabaram pedindo à incorporadora. "É um mercado que as pessoas demoram para serem atendidas. O principal objetivo é ter agilidade e trazer custos atrativos pela nossa expertise de saber o valor do imóvel e tramites de registro e cartório, por exemplo", explica Paulo Gonçalves, Diretor de Finanças e Relações com Investidores.

Uma das vantagens do financiamento é que a análise e aprovação do crédito podem levar até 2 dias, segundo Gonçalves, enquanto a média do mercado é de 45 dias. A startup começou com clientes que compravam imóveis da própria Cyrela na planta e precisavam de financiamento. Hoje, ela financia até 60% do imóvel e propõe atender o mercado como um todo, seja para quem quitou apartamento e precisa de recursos para pagar dividas ou até para o empresário que precisa de capital de giro.

O foco da empresa é no pequeno e médio empresário com empréstimos entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões. O financiamento pode ser feito no prazo de até 12 anos com taxa de 1,25% a. M.

Em dois meses de testes, a startup já soma propostas de mais de R$ 40 milhões. A expectativa é que esse número chegue a R$ 500 milhões em 5 anos. Atualmente, o mercado de home equity movimenta R$ 15 bilhões. A expectativa é que em 10 anos esse número chegue a R$ 100 bilhões.

Menos construção, mais inovação

A empreitada da Cyrela no segmento de empréstimos e de startups vem para complementar o castigado mercado de construção, segundo Gonçalves.

Embora a incorporadora continue sendo o foco da Cyrela, ela está de olhos atentos nas startups que podem otimizar o setor, conta Juliano Bello, Diretor Administrativo Financeiro. Além da CashMe, 20 startups trabalham dentro da Cyrela nos mais diferentes segmentos, entre elas a Quinto Andar, por meio da qual mais de 2 mil clientes investidores da construtora já conseguiram alugar os imóveis adquiridos.

A companhia também automatizou todo o sistema de pagamento de IPTU com um projeto de inteligência artificial desenvolvido pela startup Nuveo, que gerou economia de R$ 1 milhão por ano em custo com multas de atraso.

Com foco na transformação digital do setor imobiliário a Cyrela criou o MitHub, grupo que inclui empresas como Grupo ZAP Viva Real, Astella, Brasil Bokers, Softplan, Athie, BNZ e Marco Poli, um dos maiores investidores anjo do País, fazem parte do grupo.

A ideia é que o grupo possa desenvolver negócios e auxiliar startups com mentorias. A Associação terá também um espaço de Coworking nos moldes do Cubo, do Itaú, para fomentar o desenvolvimento de novas startups do setor.

"O objetivo é desenvolvimento e futuro deste segmento que é um dos mais importantes do país", diz Juliano Bello.

 

Após baque de maio, junho será de recuperação na atividade, aponta FGV

Após a forte queda em maio, a atividade econômica se recuperou em junho, o suficiente, conforme mostram os dados até aqui, para o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 0,3% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, no cenário traçado por Claudio Considera, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Mais cedo, a FGV informou, pelo Monitor do PIB, que a atividade retraiu 1,5% em maio ante abril.

“O baque da greve no mês de maio fez com que todos os analistas ficassem muito pessimistas com o resto da economia, mas alguns números já mostram para a gente que está começando a haver um retorno. A confiança do consumidor já aumentou em julho. Em junho, parece que a indústria vai devolver um pouco do que perdeu em maio”, afirmou Considera, coordenador do Monitor do PIB da FGV.

Mesmo com a recuperação em junho, o segundo trimestre ficará marcado por uma irregularidade na atividade econômica. Considera lembrou que a greve de caminhoneiros seguiu tendo efeitos em junho. Em algumas atividades, especialmente na pecuária, algumas perdas podem ter sido permanentes, como no caso de matrizes para a criação de aves. O saldo final será o crescimento de 0,3% em relação ao primeiro trimestre.

A projeção do Ibre/FGV para o PIB de 2018 é de crescimento de 1,7%. Segundo Considera, essa alta é um “piso”. O maior risco para o cenário de atividade econômica daqui até o fim do ano é o processo eleitoral. “É o risco de se eleger um populista e os empresários pararem de investir, ou seja, se houver a perspectiva de que será eleito um candidato que vai continuar gastando, não vai fazer ajuste, não vai fazer reformas”, afirmou Considera.

 

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