Segunda-feira

VALOR

Focus: Projeção para PIB interrompe sequência de quedas e sobe a 0,82%

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 interrompeu, enfim, um ciclo de 20 quedas consecutivas com uma leve alta, de 0,81% para 0,82%, na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada permaneceu em 2,10%.

O Ministério da Economia revisou sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano de 1,6% para 0,81% no relatório de receitas e despesas do último bimestre. A economia brasileira encolheu 0,2% no primeiro trimestre de 2019, em comparação ao fim do ano passado, feitos os ajustes sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de maio. O PIB do segundo trimestre será conhecido em 29 de agosto.

 

Instituições privadas olham para Minha Casa Minha Vida

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), operado pela Caixa e, em escala muito menor, pelo Banco do Brasil, começa a atrair o interesse de bancos privados. O Bradesco discute a possibilidade de financiar obras voltadas à faixa 3 (famílias com renda de R$ 4 mil a R$ 7 mil), em que não há subsídio. “Estamos conversando com a Caixa sobre impactos e custo de observância. O risco é diferente”, afirma o diretor de crédito imobiliário, Romero de Albuquerque.

A ideia é entrar na faixa 3 — com perfil mais próximo ao de clientes do Bradesco — para “ganhar experiência”. Porém, Albuquerque não descarta a possibilidade de avançar para as rendas mais baixas num segundo momento.

O Santander criou um grupo de trabalho para estudar o financiamento ao MCMV, diz Robson Bhering, superintendente de negócios imobiliários para pessoa jurídica. Já o Itaú BBA “não tem conforto” para entrar no programa hoje, mas acompanha as discussões, diz André Gailey, diretor comercial de corporate e imobiliário.

O vice-presidente de habitação da Caixa, Jair Mahl, considera positiva a entrada de competidores no MCMV e acha válido começar pela faixa 3. “Mas é importante entrar em todas as faixas. Senão, você não cumpre a função social”, diz. O MCMV é financiado com recursos do FGTS, um possível atrativo num momento em que o mercado discute a necessidade de diversificar o funding.

Em paralelo, o setor discute novos indexadores para as operações com recursos da poupança. A Caixa vai lançar linhas baseadas no IPCA, com o intuito de permitir a securitização. Nos contratos de pessoa física, as taxas poderão ficar em IPCA mais 1% a 6%, dependendo do relacionamento com o banco e do imóvel, como noticiou o Valor no início de junho. O modelo não está fechado. Os bancos privados dizem não ver demanda por IPCA hoje, mas não descartam oferecer o produto.

 

Governo projeta crescimento intenso do crédito só em 2021

O ministério da Economia prevê um crescimento modesto para o crédito neste e no próximo ano, com um ritmo mais intenso a partir de 2021. Pela primeira vez, a Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta abriu suas estimativas de expansão do estoque de financiamentos bancários.

Para 2019, a expectativa oficial é de crescimento médio de 4,9%. Para 2020, a projeção é de alta de 4,5%. Os números fazem parte da chamada "grade de parâmetros" orçamentários, elaborada bimestralmente pela secretaria para subsidiar as projeções de arrecadação pela Receita Federal e de despesas em outras áreas do governo.

Parte das estimativas, como PIB e inflação, eram tornadas públicas nos relatórios e outras não, ficando apenas internamente disponíveis, como era o caso do crédito. As projeções para as taxas de expansão dos financiamentos na economia servem para subsidiar, por exemplo, os cenários para arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O ministério divulgou suas estimativas até 2023. O quadro para o crédito começa a se acelerar de forma mais intensa a partir de 2021, quando a taxa de crescimento médio atinge 5,8%, passando para 6,6% em 2022 e chegando a 7,3% em 2023, último ano projetado.

Ao Valor, uma fonte da área econômica explicou que a queda na taxa de expansão em 2020 ante 2019 não significa necessariamente uma perda de ritmo dessa variável econômica. Segundo ele, o movimento se deve a questões de cálculo estatísticos ligados à taxa de inflação menor esperada para o ano que vem e sua composição no momento de projeção. Isso porque no primeiro semestre, avaliou a fonte, os índices de preços ficaram mais pressionados. "Isso afeta a taxa nominal de crescimento deste ano", explicou.

A mesma fonte informou que são utilizados diferentes modelos econométricos para as projeções de crédito. Alguns deles apontavam taxas de crescimento bem maior, chegando até a 12%. A metodologia da SPE prevê fazer uma espécie de média ponderada dos modelos e trabalhar de forma "conservadora", dado que os números são utilizados para projetar as receitas.

Além disso, o mesmo interlocutor apontou que os cenários tendem a melhorar com a aprovação final da reforma da Previdência, o que removeria uma fonte de incerteza, elevando investimentos e o crescimento econômico, assim como a demanda por crédito. Em seu último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em junho, o Banco Central (BC) revisou para baixo a sua projeção para o crescimento do estoque do crédito neste ano, de 7,2% para 6,5% - sempre em termos nominais. Ainda assim, é uma estimativa maior do que a da SPE. O cenário do BC contempla um crescimento "sustentado pelas operações com recursos livres", cujo saldo total deve ter alta de 11,6%, nos cálculos da autoridade monetária.

O órgão também calcula altas de 2,5% no crédito para pessoas jurídicas e 7,2% para pessoas físicas. As projeções "estão em linha com a manutenção de níveis confortáveis de inadimplência e de comprometimento de renda das famílias com serviços financeiros", diz. Além disso, espera que "as principais modalidades de crédito livre (veículos, crédito pessoal e cartão de crédito) mantenham o ritmo atual" de crescimento.

A Tendências Consultoria calcula crescimento nominal de 6% do estoque de crédito neste ano e de 7,4% no ano que vem. A consultoria enxerga uma conjuntura mais favorável para os empréstimos tanto do lado da demanda, em função dos juros mais baixos e de alguma melhora do mercado do trabalho, quanto do lado da oferta, por causa da inadimplência menor. Fatores como a queda da taxa básica de juros (a Tendências calcula que a Selic ficará em 5,75% no fim deste ano) e a entrada em vigor do cadastro positivo devem dar maior força à expansão do crédito, de acordo com Isabela Tavares, economista da consultoria.

Menos otimista em relação ao crédito bancário, Mauricio Oreng, economistachefe do Rabobank, afirma que o país ainda está "passando por um processo de desalavancagem dos excessos de governos anteriores". "Não vejo grande espaço para crescimento dos empréstimos feitos pelos bancos" em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), diz. "Esse não deve ser um motor de expansão da atividade."

Na visão dele, a tendência é que o impulso para o crescimento da economia venha mais do mercado de capitais do que do crédito bancário. Os juros "estruturalmente mais baixos" aquecem, por exemplo, a demanda por títulos com retornos maiores, ligados ao mercado de capitais. Uma mudança destacada pelos economistas diz respeito à perda de espaço do crédito direcionado.

A Tendências espera alta de 1,9% - queda de 2,1% quando descontada a inflação. Já o BC calcula crescimento ainda menor, de 0,4%. "Esse cenário é compatível com a continuidade do processo de queda na participação dos bancos públicos no total do saldo das operações de crédito", diz. "É como se o mercado de crédito ficasse com um motor ligado para a frente e outro para trás [ligado aos bancos públicos]", afirma Oreng.

 

ESTADÃO

Bolsonaro cogita mudar valor da multa do FGTS em demissão sem justa causa

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 21, que poderá rever no futuro o percentual da multa do FGTS paga ao empregado demitido sem justa causa. Atualmente, o trabalhador recebe 40% do fundo. Ele disse também que o anúncio da liberação das contas ativas e inativas do FGTS deverá acontecer na próxima quarta-feira, 24.

"O valor não está na Constituição, mas o FGTS está no artigo 7º, acho que o valor é uma lei, vamos pensar lá na frente. Mas antes disso a gente tem que ganhar a guerra da informação, eu não quero manchete amanhã dizendo 'o presidente está estudando reduzir o valor da multa'. O que eu estou tentando levar para o trabalhador é o seguinte: menos direitos e emprego; todos os direitos e desemprego", disse.

Para alterar o valor da multa, o presidente precisará encaminhar ao Congresso uma proposta de lei complementar para regulamentar o tema já que a multa é uma cláusula pétrea da Constituição.

Na sexta-feira, o presidente criticou a multa, mas no sábado ele afirmou que não pretende extingui-la. Ele repetiu a explicação de que sua fala se deu no contexto da criação da penalidade.

"Eu critiquei a multa, o  presidente era o Fernando Henrique Cardoso, eles resolveram, para não aumentar o desemprego, aumentar o valor da multa. Então em um primeiro momento, você não manda ninguém embora, mas também não contrata", disse.

Prevista na lei que instituiu o Fundo de Garantia, a multa equivalia a 10% sobre o saldo das contas vinculadas. Com a Constituição de 1988, o valor subiu para 40%. Em 2001, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi criada uma contribuição social de mais 10% para ajudar a cobrir o pagamento de expurgos inflacionários de planos econômicos.

A discussão sobre a multa se dá no momento em que o governo planeja anunciar a liberação de parcela de contas ativas e inativas do FGTS. O Estadão/Broadcast revelou que a ideia é que um porcentual - que varia entre 10% e 35% do saldo - seja liberado de acordo com o valor que cada trabalhador tem no fundo. Outra ideia é restringir o saque dos recursos nas demissões sem justa causa com a opção de retirar uma parte a cada ano no mês de aniversário.

A jornalistas, Bolsonaro ressaltou que as medidas econômicas de seu governo estão avançando e citou como exemplo a aprovação do primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara. "Aprovação da reforma da Previdência fez a bolsa [de valores] se estabilizar acima dos 100 mil pontos", disse.

Hoje pela manhã ele se reuniu, em momentos diferentes, com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Bolsonaro explicou apenas que tratou sobre questões segurança com Heleno e de articulação com o Congresso com Ramos. Sobre Onyx, ele brincou: "ele está quase dormindo comigo", disse.

Bolsonaro também participou de um culto evangélico na igreja Sara Nossa Terra e depois foi almoçar em galeteria de Brasília.

 

Sem novidades aqui, mercado olha para queda dos juros lá fora

Neste período de recesso parlamentar e sem novidades por aqui, o mercado financeiro está apenas marcando o passo e tem as expectativas divididas entre a retomada da votação da reforma previdenciária, em agosto, e as medidas econômicas que o governo deve anunciar para tentar destravar a economia. Os movimentos têm sido mais para ajustes e balizados pelas expectativas com o cenário externo, onde se fortalece, de acordo com os analistas, a perspectiva de redução das taxas de juro, como parte dos estímulos para reanimar a economia dos países desenvolvidos.

O avanço da reforma previdenciária aqui é visto como importante sinalização de que o País retomou a trilha da solvência, deixando de lado o risco de quebra, uma percepção que poderia voltar a atrair o capital estrangeiro para investimentos produtivos, animando a economia real, e financeiros, como a compra de ações na bolsa de valores.

Medidas de estímulo ao crescimento também podem indicar pistas sobre os rumos da economia no curto prazo e segmentos com perspectivas mais favoráveis para quem investe em bolsa de valores. A expectativa de liberação do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para saque dos trabalhadores já anima o setor de comércio varejista, que torce para que os recursos liberados do fundo sejam carreados para o consumo.

Este também seria o objetivo do governo com a medida, embora economistas vejam outros destinos, provavelmente até mais prioritários, como o pagamento de dívida. Ou até uma aplicação financeira, para quem não está com dinheiro carimbado, em opção mais rentável que o baixo rendimento de 3% que o dinheiro do fundo rende por ano.

Enquanto aguarda também divulgação das regras de liberação dos recursos do FGTS, prevista para os próximos dias, o mercado financeiro segue trabalhando em ambiente morno, atento às possíveis novidades mais relevantes sobre a reforma previdenciária.

“A diminuição de notícias vindas de Brasília, com o recesso parlamentar, pôs o mercado em compasso de espera, com foco no exterior e também no rumo dos juros, lá fora e aqui”, afirma Felipe Silveira, analista de Investimentos da Coinvalores.

O possível corte dos juros no exterior animaria por tabela os mercados domésticos de ações e dólar porque poderia atrair mais capital estrangeiro para aplicação no País. Um fluxo que tenderia a estimular a valorização da bolsa de valores e deprimir as cotações do dólar, pelo aumento de oferta de moeda americana vinda do exterior.

Uma redução dos juros nos principais países desenvolvidos, onde a rentabilidade já beira zero e pode ser até negativa, encorajaria investidores estrangeiros a migrar para o mercado doméstico, sobretudo para a compra de ações, agora que a reforma previdenciária está bem encaminhada no Congresso e a tributária poderia seguir igual caminho.

Por essas e por outras, a expectativa continua favorável para a bolsa de valores, avalia Silveira, para quem o principal risco para os mercados no curto prazo é externo, os ruídos provocados pelo embate comercial entre EUA e China.

Para o analista da Coinvalores, embora a perspectiva seja positiva, a trajetória da bolsa de valores dependerá em boa medida dos sinais de melhora nos resultados dos dados de empresas que indiquem o início de recuperação da atividade econômica.

O gerente de Tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini, também projeta um cenário positivo para os mercados neste segundo semestre, com o avanço de reformas previdenciária e tributária no Congresso, eventos que, além de animar o mercado de ações, poderiam trazer a cotação do dólar para patamares ainda mais baixos.

Os mercados passam por correções, com os investidores ocupados em promover ajustes, à luz de uma perspectiva em que não falta confiança sobre a aprovação da reforma previdenciária no Congresso. A votação em segundo turno na Câmara está prevista para 6 de agosto e em seguida o projeto segue para o Senado, também para votação em duas rodadas.

A paradinha no mercado financeiro é vista pelos especialistas como uma oportunidade para que investidores avaliem a diversificação de suas posições, em busca de rentabilidade mais atraente que a da renda fixa, em um momento que ganha força a defesa de parte dos economistas e analistas sobre a necessidade de corte da taxa básica de juros, a Selic.

O debate deve esquentar nesta semana, que antecede à da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para os dias 30 e 31 de julho. Um dos que acreditam na redução da Selic, Silveira diz que uma reação positiva dos mercados ao provável corte deve ser menor que a negativa em caso de eventual manutenção da taxa em 6,50% ao ano.

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou o pregão de sexta-feira com baixa de 1,21%, em 103.451,93 pontos, acumulando queda de 0,44% na semana. A valorização acumulada no ano está em 17,71%.

O dólar foi cotado por R$ 3,75 no fechamento de sexta, com valorização de 0,16% na semana. No ano, a moeda americana acumula desvalorização de 3,35%, até o momento.

 

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