Segunda-feira

VALOR

Crédito teve expansão em 23 de 26 setores em março

A busca das empresas por crédito tem sido disseminada entre os setores empresariais, refletindo a necessidade de recursos em meio à pandemia. No setor produtivo, porém, é difundida a opinião de que o volume e as condições do crédito ofertado ainda deixam a desejar. Neste caso, entidades setoriais cobram participação maior da União na concessão de garantias, principalmente nos empréstimos para companhias menores.

Dados do Banco Central (BC) mostram que o estoque de empréstimos em março cresceu em 23 de 26 setores na comparação com fevereiro. O saldo total no período subiu 6,4%, a R$ 1,536 trilhão. Para efeito de comparação, em fevereiro apenas dez setores apresentavam crescimento. Já em março do ano passado, foi registrada alta em 17 setores.

“A procura por crédito foi realmente maior do que a usual em março”, diz Renato Fonseca, gerente de pesquisa e competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mas ele afirma que a oferta não acompanhou a demanda na mesma velocidade. No caso da indústria, o estoque de crédito cresceu R$ 40,8 bilhões em março, alta de 7%.

O maior aumento percentual, de 31,1%, veio do setor automobilístico, que tem pleiteado ajuda específica do governo federal. Na sexta-feira, a Anfavea mostrou que a produção do setor caiu 99,3% em abril, na comparação com abril de 2019. Já a alta de empréstimos para o setor de serviços foi ainda maior em números absolutos, alcançando R$ 49,1 bilhões, ou 6,1%.

Ao analisar os 26 setores dentro de indústria, serviços e agropecuária, apenas três tiveram queda no estoque entre fevereiro e março: serviços de informação e comunicação (menos R$ 91 milhões), obras de infraestrutura (R$ 208 milhões) e serviços industriais de utilidade pública (R$ 594 milhões). Outro problema apontado é a concentração dos empréstimos nas maiores companhias.

Reportagem publicada pelo Valor em abril mostrou que, da alta de R$ 92,3 bilhões do estoque em março, aproximadamente R$ 81 bilhões foram para grandes empresas. “A procura por crédito cresceu exponencialmente”, diz Carlos Melles, diretor presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Mas não há apetite para emprestar ao micro e pequeno empresário. Existe uma aversão ao risco doentia.”

Para diminuir o empoçamento, Melles sugere que o Tesouro entre como garantidor de parte dessas operações. Ele cita como exemplo o convênio estabelecido com a Caixa, que oferece R$ 7,5 bilhões a micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEI). Nesse caso, a proporção das garantias se divide em 80% para o Sebrae e 20% para a Caixa. “Mas a Caixa nos disse que não adianta garantirmos 80%”, afirmou, destacando que o banco teme perder os 20% restantes.

Por isso, Melles propôs ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o Tesouro arque com os 20%. “Se acho que as empresas vão quebrar, não empresto. Ninguém em sã consciência faz isso”, diz Fonseca, da CNI. “O Tesouro vai ter que encampar mais risco. Existe a chance de as empresas quebrarem e não pagarem o Tesouro? Existe, mas ela vai ser maior se deixar as empresas quebrarem e depois tentar socorrê-las.”

Para Izis Ferreira, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), há condições de melhorar não só o volume de concessões, mas o prazo de pagamento, com reflexos positivos sobre a inadimplência. “Não haverá queda da inadimplência na crise, mas a alta pode não ser explosiva”, diz.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não quis conceder entrevista. Números divulgados na semana passada pela entidade mostram que a concessão diária média para empresas cresceu 78% entre 16 de março a 24 de abril, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

Para abril, a avaliação das entidades é que a procura por crédito continuou maior do que a oferta. É o que mostra, por exemplo, pesquisa ainda não divulgada pela CNI. “Seguimos ouvindo reclamações”, diz Fonseca.

 

FOLHA

Em live com Itaú, Guedes diz que '200 milhões de trouxas' são explorados por seis bancos

Em videoconferência promovida pelo Itaú BBA, o ministro Paulo Guedes (Economia) criticou a concentração do sistema bancário do Brasil. Para ele, com reformas e ampliação de investimentos, a economia ficará mais competitiva.

“Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis; em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, disse neste sábado (9).

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, participava do debate. O grupo faz parte da lista de seis maiores bancos do país, assim como duas instituições financeiras públicas, o Banco do Brasil e a Caixa.

Após o deslize, o ministro fez um esforço para explicar a afirmação. Guedes declarou que não foi uma recriminação a algum banco específico ou a uma determinada empreiteira.

“Eu, quando falo sempre que somos 200 milhões de trouxas com seis bancos, seis empreiteiras, seis isso, seis aquilo, eu quero muito mais enfatizar a importância da competição. [...] Mercados pouco competitivos são menos convenientes para os consumidores”, afirmou.

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Ele frisou que, apesar da concentração bancária, isso não significa que algum banco tenha feito algo errado, e sim mostra que a economia brasileira é hostil, com alta carga tributária, por exemplo.

Então, o ministro buscou ressaltar que as seis maiores instituições financeiras do país foram as que conseguiram sobreviver a esse ambiente.

A crítica ao sistema bancário foi dita enquanto Guedes defendia reformas estruturantes no país para estimular investimentos e criar uma classe média empreendedora como forma de estimular a economia.

Segundo ele, dessa forma, haveria inclusive maior valorização dos trabalhadores, já que a mão-de-obra seria menor.

 

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