Segunda-feira

Tanure quer tornar Gafisa e Tecnisa na “nova AmBev”

A fusão entre Gafisa e Tecnisa - se concluída - fará da empresa combinada a partir das duas incorporadoras “a nova AmBev do mercado”, segundo o investidor Nelson Tanure, que participa do capital da Gafisa por meio da Planner Redwood Asset Management. A gestora é a maior acionista da companhia, com 30% de participação. A Gafisa tem o capital pulverizado, sem controle definido. Tanure disse ao Valor que a intenção é que empresa resultante da fusão entre Gafisa e Tecnisa seja a melhor e não a maior do setor imobiliário brasileiro.

Na quarta-feira, a Tecnisa divulgou ter recebido proposta não solicitada da Gafisa de combinação de negócios das duas empresas. Segundo Tanure, a motivação para a busca da associação seguiu lógica de mercado e econômica. “São empresas complementares. Juntas, podem reduzir em quase R$ 100 milhões as despesas e fazer captações com taxas de juros menores.”

Tanure afirmou que, se a operação for concretizada, é importante que “a tradição das duas empresas seja preservada” e, para isso, as negociações só fazem sentido se ocorrerem amigavelmente. “É muito importante que Meyer Nigri [controlador da Tecnisa, fundador e presidente do conselho de administração] continue na nova empresa”, acrescentou o investidor.

Tanure disse ainda que será necessário buscar talentos “dentro de casa e no mercado”, para a companhia combinada. Ontem, as ações da Gafisa encerraram o pregão da B3 com alta superior a 12%, em meio às negociações para unir as operações com a Tecnisa, cujos papéis terminaram em queda. Após ajustes, as ações da Gafisa fecharam com valorização de 12,60%, a R$ 5,81, maior cotação desde 11 de agosto.

O giro financeiro somou R$ 93,2 milhões, o maior desde 6 de julho. Já a ação da Tecnisa encerrou o dia com baixa de 0,19%, cotada a R$ 10,53. O volume financeiro, de R$ 40,8 milhões, ficou abaixo ao registrado na quarta-feira (R$ 62,2 milhões). Na quarta-feira, as ações de ambas recuaram diante do ceticismo à proposta, uma vez que combinações de negócios entre incorporadoras não têm um histórico muito favorável, e as sinergias da operação não estão muito claras.

Para um gestor, a alta de ontem das ações da Gafisa mostra reavaliação do mercado. “Acredito que o mercado fez contas, avaliou as potenciais sinergias e gostou do fato de que a Gafisa está focada em fazer isso [fusão] acontecer”, disse.

 

Mercado teme espiral negativa no câmbio

As preocupações com o risco de uma nova espiral negativa no mercado de câmbio voltaram a rondar os negócios na última semana. O dólar disparou contra o real mesmo depois da decisão da Câmara de manter o veto presidencial à possibilidade de reajuste de salários de servidores públicos - algo que, em tese, traria alívio aos investidores. Dessa forma, o movimento do mercado local ameaça ter só uma direção, sem participantes que se atrevam a entrar na mão contrária, vendendo moeda americana.

Na última sexta-feira, o dólar comercial se manteve pressionado durante toda a sessão e encerrou em alta de 1%, a R$ 5,6078. Essa foi a primeira vez desde o dia 20 de maio que a taxa de câmbio encerra acima de R$ 5,60. O movimento foi amenizado apenas com nova intervenção do Banco Central, que injetou US$ 650 milhões no mercado à vista.

Essa dinâmica foi observada durante toda a semana. O dólar acumulou alta de 3,29% no período, enquanto a autoridade monetária vendeu um total de US$ 1,79 bilhão no mercado à vista (duas atuações na quinta e outra na sexta) e US$ 500 milhões via swap cambial (em um leilão extraordinário na quarta-feira).

A dificuldade de encontrar quem atue na contraparte - com exceção do Banco Central - persiste mesmo com o real sendo um ativo extremamente depreciado na comparação com outras moedas, o que, a princípio, abre espaço para arbitragem entre elas. No ano, a moeda brasileira acumula depreciação de 28,5% - movimento que corresponde a uma alta de 39,85% do dólar por aqui. A lira turca, segunda pior divisa de 2020, tem desvalorização de 18,92% no período.

Nesse cenário, há quem defenda uma atuação mais enfática por parte da autoridade monetária, o único participante relevante nessa ponta. “O BC não precisa ter regra para atuar e pode continuar com atuações mais erráticas, mas poderia vir com mais força, às vezes, e quebrar a dinâmica de alta”, diz Joaquim Kokudai, gestor da JPP Capital.

“Deveria vir mais forte em alguns momentos de estresse, quando tem um descolamento sem motivo. Aí pode pesar a mão. São oportunidades para fazer isso.” Boa parte do mercado avalia que um alívio de fato só deve acontecer quando os fundamentos da economia estiverem melhores ou quando outros fatores técnicos tenham sido amenizados.

O executivo-chefe da Armor Capital, Alfredo Menezes, ressalta que a necessidade dos bancos de comprar, até o final do ano, um volume expressivo de dólares para se adequarem às novas regras do “overhedge” pode ser um dos fatores que limitam a ação da autoridade monetária.

“Como temos cerca de US$ 15 bilhões que os bancos precisarão comprar até dezembro, não faz sentido o BC por um caminhão de dinheiro agora e derrubar o dólar sabendo que vai ter outro fluxo de saída. Seria só fazer um movimento em V”, diz Menezes, que já comandou as tesourarias do Bradesco e do BCN. “Nesse sentido, talvez seja melhor soltar aos poucos, até para limitar a volatilidade. Se não tivesse overhedge, o BC até poderia entrar mais pesado.”

Sobre a ausência de participantes na ponta vendedora, Menezes observa que, além das preocupações relativas à política e à trajetória fiscal - que naturalmente fazem o investidor buscar a segurança do dólar -, mudanças normativas nos últimos anos retraíram a participação de duas figuras antes importantes naquele lado. De um lado, as tesourarias de bancos estrangeiros passaram a arbitrar menos as diferenças entre moedas após a implementação das regras de Basileia 3.

De outro, os exportadores deixaram de repatriar integralmente suas receitas após o Banco Central permitir que eles mantivessem suas divisas fora do Brasil. Na época, durante a gestão de Guido Mantega na Fazenda, a medida foi desenhada justamente para amenizar a sobrevalorização do real. Mesmo assim, havia interesse em trazer esses recursos e aproveitar o ganho da Selic. “Com os juros nesse patamar, eles não estão mais internalizando dólares. Agora é só por questões de fluxo de caixa”, diz Menezes.

Os analistas do Bank of America (BofA) continuam com uma recomendação neutra a respeito do real e esperam que a moeda termine este ano em R$ 5,40 contra o dólar, apesar da melhora na conta corrente e da taxa de câmbio real relativamente fraca - a mais baixa em 15 anos. “O real sofreu uma grande desvalorização durante este ano devido a menores taxas de juros e saídas de mercados emergentes. Esperamos que a moeda seja negociada no intervalo de R$ 5 a R$ 5,50 e esperamos que o Banco Central continue intervindo para mitigar a volatilidade. Esperamos que a taxa de câmbio permaneça fraca para refletir o alto prêmio de risco em meio ao frágil cenário macroeconômico e baixas taxas de juros”, dizem em relatório.

Mesmo com movimentos mais contidos nos demais mercados emergentes em agosto, o real tem sofrido dias de fraqueza adicional. Isso também reflete o fato de que o prêmio de risco soberano - medido pelo EMBI, por exemplo - está destoando da média dos emergentes nos últimos dias. Executivo-chefe da BGC Liquidez, Erminio Lucci diz que é difícil tecer críticas à atuação do BC em um momento de forte questionamento sobre a trajetória fiscal. “Se olharmos outros parâmetros, como a conta corrente, já vemos que há espaço para melhora. O nosso risco é totalmente macro e político”, diz.

“A direção do dólar mostra que, apesar das declarações do governo de que o teto será mantido, o mercado não está comprando esta história. O BC, nessa questão, não tem ingerência alguma. Só pode atuar para reduzir volatilidade.”

 

FOLHA

Com renda fixa em baixa, imóvel volta a ser opção de investimento

A taxa básica de juros está em 2% ao ano, menor patamar da história, e reduziu drasticamente a rentabilidade de aplicações em renda fixa. Com isso, imóveis voltaram a ser uma alternativa de investimento.

O negócio é vantajoso para aqueles que querem conservar o patrimônio. Porém, não estão dispostos arriscar na Bolsa ou em fundos de renda variável.

Economistas e consultores de finanças afirmaram que, nos últimos anos, o mercado imobiliário não era a melhor aplicação e muitos pregaram, inclusive, que, na ponta do lápis, valia a pena vender a casa própria e morar de aluguel para aplicar em renda fixa.

"Isso porque a rentabilidade com aluguel não chegava ao que se ganhava na renda fixa, com juros a mais de 14% ao ano. Fora a dor de cabeça. A situação dos aluguéis não mudou, a conjuntura econômica e essa comparação é que agora são diferentes", disse Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV.

O cenário mudou e a tendência agora é de crescimento do segmento. Em momentos de crise, quando outros ativos mostram volatilidade, o preço dos imóveis é pouco afetado.

Além disso, os juros baixos incentivam aqueles que querem financiar a moradia, o que também favorece a retomada do mercado imobiliário.

A caderneta de poupança, por exemplo, rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano.

A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.

"Hoje, com a Selic a 2% ao ano, o mercado imobiliário é beneficiado nas duas pontas, para quem quer retirar recursos da renda fixa para investir e para quem quer financiar a casa própria", disse o especialista.

Segundo simulação de Ajzental, a cada 1 ponto percentual de redução na taxa de juros, 1 milhão de famílias se tornam elegíveis para o financiamento imobiliário.

"Essa redução faz com que o valor das parcelas caiam. A avaliação do banco é feita com base no nível de comprometimento de renda do tomador e isso faz com que pessoas que ganham menos consigam financiar um imóvel de maior valor, que antes ela não podia", afirmou.

Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a tendência é que a renda do aluguel supere os ganhos com aplicações em renda fixa e a valorização dos ativos reais (imóveis) costuma aumentar com juros baixos.

Cálculos da entidade mostram que os ganhos acumulados em 12 meses com aluguel, que foi de 5,15% em maio, superam em 128% a Selic e 226% o rendimento da poupança. A valorização dos imóveis foi de 9% no período, 302% a mais do que a Selic e 474% a mais do que a poupança.

A conta foi feita ainda com a taxa básica de juros a 2,25% e dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) de variação da renda com aluguel e valorização de imóveis.

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, no entanto, ela caiu a 2% ao ano, o que diminui ainda mais a rentabilidade da poupança e de outros investimentos de renda fixa.

"Mesmo quem tem apetite ao risco precisa diversificar a carteira e geralmente isso é feito com títulos públicos ou outras aplicações de renda fixa. Acredito que muitos desses investidores vão comprar imóveis", afirmou o presidente da Abrainc, Luiz Antônio França.

Segundo plataforma digital de intermediação de crédito imobiliário —a CrediHome—, a procura por financiamento habitacional cresceu 181,27% em junho.

"O comportamento do consumidor mudou por causa da pandemia [da Covid-19], as pessoas ficaram mais em casa e a importância da casa própria cresceu", disse Bruno Gama, prrsidente-executivo da CrediHome, responsável pelo levantamento.

Segundo ele, a procura por crédito para reformas também aumentou. "Muitos vão permanecer em home office depois da crise e querem investir em melhorias ou ampliação, para o escritório, por exemplo", disse.

Uma pesquisa da OLX, site de classificados, também mostrou a tendência. Segundo a empresa, durante a pandemia, 19% das pessoas disseram ter aumentado o interesse em comprar imóvel e 41% mantiveram o desejo.

Para 48% dos entrevistados, no entanto, não poder visitar o imóvel presencialmente é o principal fator de preocupação. A pesquisa foi realizada entre 2 e 9 de julho com usuários da plataforma.

 

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