Sexta-feira

Itaú lança crédito imobiliário atrelado ao rendimento da poupança

Em terceiro lugar no mercado de financiamento imobiliário, o Itaú Unibanco apresentou nesta quinta-feira uma série de medidas para acelerar no setor. O conjunto de ações prevê redução de taxas de juros, o lançamento de uma linha indexada pela poupança e a oferta de crédito com garantia do imóvel financiado.

As medidas reforçam a aposta do banco numa modalidade de crédito de longo prazo, risco baixo e bom potencial de fidelização do cliente. "A gente está renovando nosso posicionamento nesse mercado, tão importante para a economia", afirmou Danilo Caffaro, diretor de crédito imobiliário do Itaú, em entrevista a jornalistas. "Estamos encarando como o primeiro passo de uma jornada de transformação [no segmento]."

Uma das iniciativas é o lançamento de uma modalidade de financiamento à aquisição de imóveis indexada pela poupança. A linha terá um componente fixo de 3,99% ao ano, mais uma variável atrelada ao rendimento da aplicação financeira, que no cenário atual corresponde a 70% da Selic. Com isso, a taxa final para os clientes hoje é de 5,39% ao ano.

"A poupança tem como referência a variação da Selic, mas tem um teto. Por isso,traz dois elementos que oferecem conforto aos clientes. O limitador do teto da poupança traz a garantia de que a parcela não vai passar de determinado valor e o saldo devedor é amortizado todos os anos", disse Alexandre Zancani, diretor-executivo do Itaú.

Em abril banco já havia lançado uma linha atrelada à poupança para incorporadoras. "Houve aceitação muito grande. Até o fim do ano, essa alternativa já ganha liderança em relação às demais oferecidas pelo banco", afirmou Thales Silva, diretor de crédito imobiliário no Itaú BBA.

Em paralelo, o Itaú também reduziu para TR mais 6,9% ao ano a taxa de sua linha de crédito imobiliário convencional, e aumentou de 80% para 90% o valor financiável do imóvel. Segundo Caffaro, a ideia é oferecer aos clientes um cardápio, para que eles escolham a opção mais conveniente.

O Itaú anunciou ainda o lançamento do crédito com garantia no imóvel financiado, uma nova modalidade de "home equity". Com base em nova resolução do Banco Central (BC), os clientes poderão tomar crédito pessoal com taxas a partir de 0,56% ao mês. "Passa a ser uma funcionalidade do nosso crédito imobiliário, é um valor agregado", disse Caffaro.

 

Copom deve manter Selic em 2%

Depois de nove reduções consecutivas na taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a Selic inalterada na mínima histórica de 2% anuais na próxima semana. Essa visão é praticamente unânime entre as 79 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor. Dessas, 78 projetam estabilidade do juro básico na semana que vem.

Apenas uma casa, a Oxford Economics, acredita em um corte de 0,25 ponto percentual. A ampla maioria dos analistas também espera que o nível de 2% seja mantido até o fim do ano. No total, 72 instituições acreditam nesse cenário, enquanto as outras projetam ao menos um novo corte no juro básico ainda em 2020. Os economistas do banco Sicredi são da ala que aponta para a Selic abaixo de 2% neste ano.

Para eles, embora o Copom deva optar pela manutenção da taxa na semana que vem, um novo corte em outubro deve ser entregue para responder ao fato de as expectativas de inflação do próximo ano permanecerem abaixo da meta. Assim, eles veem o juro em 1,75% em outubro e ao longo de 2021.

Para o Sicredi, porém, esse cenário está sujeito a algumas condicionantes. “Primeiro, do ponto de vista global, existe um risco referente à pandemia, onde seria necessária não apenas uma diminuição do número de casos, mas também a produção e disseminação de vacinas. No Brasil, o fiscal é o maior condicionante do cenário e entendemos que seja necessária a manutenção do regime fiscal brasileiro e a retomada da agenda de reformas”, afirmam.

 Na avaliação de Helcio Takeda, diretor de pesquisa econômica da Pezo, a manutenção da Selic em 2% na semana que vem e por um período prolongado está dada. Aos riscos fiscais, somam-se as surpresas positivas sequenciais no lado da atividade econômica e o descompasso entre os preços ao consumidor e os IGPs, que devem estar presentes no balanço de riscos do Copom. “São elementos que sugerem cautela, favorecendo a manutenção da Selic e indicando que o eventual espaço para corte residual deixou de ser necessário neste cenário base atualizado, pavimentando o caminho para que as expectativas de inflação permaneçam ancoradas”, diz.

A Pezco projeta que a Selic permanecerá nos atuais 2% até o fim do ano e que, em 2021, o processo de normalização dos juros levará a taxa aos 3,75% em dezembro. Em relação ao início da normalização da política monetária, as apostas dos agentes variam bastante no momento.

Para 28 das instituições consultadas, o cenário para os preços ao consumidor continuará comportado no próximo ano e permitirá a manutenção da Selic nas mínimas históricas. Por outro lado, 51 casas esperam que uma normalização do juro básico comece já no ano que vem. O Santander, por exemplo, está entre os que projetam estabilidade da Selic em 2% pelo menos até o fim de 2021.

Na visão do superintendente de pesquisa econômica do banco, Mauricio Oreng, “é possível que o Copom decida colocar menos ênfase na possibilidade de queda do juro no curto prazo, principalmente em decorrência de um percebido aumento nas preocupações quanto às perspectivas fiscais”.

 Além disso, Oreng nota que a aparente recuperação mais firme da atividade também reduz a percepção de urgência de estímulos adicionais. Quanto às pressões inflacionárias mais recentes, o economista diz esperar que o Copom siga descartando a possibilidade de pressões mais disseminadas e persistentes de preços.

O economista lembra que os números de inflação ainda mostram pressões bastante fracas na inflação subjacente, enquanto os fundamentos inflacionários continuam bem comportados, diante da ampla ociosidade do mercado de trabalho e as expectativas de inflação ancoradas.

Para a economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Solange Srour, seria interessante que, em algum momento, o Copom enfatizasse que a política monetária não atua em resposta a choques primários de oferta, estando atento aos impactos secundários deles. Ela, contudo, aponta que isso não deve ocorrer já nesta reunião, “somente se os choques mostrarem mais persistência ao longo das próximas divulgações do IPCA”.

Vale lembrar que, na última reunião do colegiado, foi implementado o “forward guidance” condinal à manutenção do atual regime fiscal e às expectativas de inflação. Na visão da economista do Credit Suisse, a ferramenta não deve sofrer alterações, já que não houve nenhuma grande mudança nas condicionantes. “O atual regime fiscal permanece bastante incerto, mas sem desvio significativos em relação à última reunião”, diz.

Também o economista-chefe da Vinland Capital, Aurelio Bicalho, acredita na manutenção do “forward guidance” inalterado, embora avalie que a ferramenta pode ser mais efetiva. “A condicionalidade à política fiscal foi muito bem colocada pelo Banco Central, mas as condições relacionadas à inflação para determinar uma alta de juros deixam margens para interpretações de que os juros podem subir no início do ano que vem, embora não pareça ser esse o plano de voo”, afirma Bicalho. Para ele, portanto, é possível algum ajuste na linguagem para deixar o “guidance” mais claro.

 

Juros baixos e competição levam a inovações no financiamento imobiliário

O ambiente de juros baixos e o aumento da competição têm proporcionado uma série de inovações no crédito imobiliário, que passa a contar com opções variadas para quem constrói ou está em busca da casa própria. O passo mais recente foi dado pelo Itaú Unibanco, que lançou nesta quinta uma modalidade de financiamento à aquisição de imóveis indexada pela poupança. O banco já havia começado a oferecer essa possibilidade para clientes pessoa jurídica em abril, atendendo a uma demanda das incorporadoras.

Agora, na opção apresentada aos clientes do varejo, a linha terá um componente fixo de 3,99% ao ano, mais uma variável atrelada ao rendimento da poupança, que no cenário atual corresponde a 70% da Selic. Com isso, a taxa final para os clientes ficaria hoje em 5,39% ao ano — menor que a oferecida pelo próprio banco nos contratos atrelados à TR.

De acordo com simulações apresentadas pelo Itaú, a nova modalidade permite que as prestações sejam, em média, 20% menores que na linha convencional e o saldo devedor sempre é reduzido com os pagamentos. “A poupança tem como referência a variação da Selic, mas tem um teto. Por isso, traz dois elementos que oferecem conforto aos clientes.

O limitador do teto da poupança traz a garantia de que a parcela não vai passar de determinado valor e o saldo devedor é amortizado todos os anos”, disse Alexandre Zancani, diretor-executivo do Itaú, a jornalistas. Os outros grandes bancos que atuam na área também vêm apresentando novos formatos de crédito. A Caixa puxou a fila ao lançar, no ano passado, linhas indexadas pelo IPCA — que já acumulava em agosto cerca de R$ 10 bilhões em operações.

O banco também começou a oferecer, no início de 2020, financiamentos com taxas prefixadas, mas, dado o cenário de juros baixos, a modalidade ainda não decolou. Nos dois casos, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, pretende resolver o descasamento entre o funding da poupança, que tem liquidez diária, e os contratos de longo prazo. O executivo também pretende securitizar a carteira.

 

Questão fiscal será decisiva para rating brasileiro em 2021, diz Fitch

A questão fiscal - em especial o destino do teto de gastos - será decisiva para o rating brasileiro em 2021, sinalizou a diretora-gerente de ratings soberanos para as Américas da Fitch, Shelly Shetty. Durante evento on-line realizado pela agência de classificação de risco, a executiva apontou fortes pressões para um aumento de despesas pelo governo no ano que vem e riscos de abandono da principal âncora fiscal do país.

“Vamos continuar a monitorar as discussões envolvendo o Congresso sobre consolidação dos programas sociais e a introdução de uma renda básica, além do grau em que tais iniciativas pressionam o teto de gastos”, disse em resposta ao Valor a diretora-gerente de ratings soberanos.

Segundo Shelly, no ano que vem as pressões sobre o teto de gastos vão aumentar e será mais difícil a manutenção da regra fiscal. “A percepção é que fica um pouco mais difícil para o Brasil cumprir a regra do teto em 2021”, afirmou a executiva. A Fitch colocou o país em perspectiva negativa em maio. A diretora citou três fatores que vão pressionar mais do que em anos anteriores.

 De acordo com Shelly, a inflação baixa comprime o gasto público, porque a norma limita a alta à inflação do período anterior. Um segundo ponto diz respeito à redução de despesas discricionárias. Para a analista, “os gastos discricionários já foram cortados no osso”, e praticamente não sobra espaço a mais reduções. Uma terceira fonte de pressão vem dos estímulos relacionados à pandemia.

A diretora da Fitch chamou a atenção para a discussão de tornar permanente o auxílio emergencial, o que elevaria as despesas do governo. “Há rumores de se tornar permanente o ‘coronavoucher’ em uma renda básica”, ponderou. Ainda que o Orçamento de 2021 tenha sinalizado que o teto de gastos será mantido, a executiva lembrou que as discussões sobre o programa ainda estão pendentes. “Do ponto de vista de rating, temos de olhar esse debate mais de perto e a possibilidade de o país decidir abandonar o teto, que é uma importante âncora fiscal”, afirmou.

Shelly, contudo, ressalvou haver cenários no qual o teto não seja abandonado e sim tenha algum tipo de flexibilização, com retirada de alguns gastos da norma. “Nesse caso, teremos de avaliar que tipo de flexibilidade foi adotada. Qualquer mudança no teto de gastos tem de ser feita de uma maneira que tenha credibilidade.” Sobre as propostas de reforma tributária e administrativa, Shelly comentou que o envio pelo governo é um bom sinal de engajamento com o Congresso.

No caso da reforma administrativa, o objetivo é lidar com uma linha de despesas cara e rígida, além de melhorar a eficiência do setor público. “Entretanto, ainda é muito cedo para avaliar se a reforma será alterada, diluída ou mesmo aprovada pelo Congresso este ano. Assim, teremos de esperar para ver as economias que ela trará e se elas serão suficientes para aliviar significativamente a pressão sobre o teto de gastos”.

Shelly lembrou ainda que nos próximos anos a região entra em novo ciclo eleitoral. “Em 2021 e 2022, novos ciclos eleitorais vão reduzir a capacidade de aprovar reformas para consolidar as contas fiscais”, afirmou.

Nesse sentido, a janela de aprovação de reformas no Brasil começa a se fechar a partir da metade do ano que vem. A diretora de ratings soberanos da Fitch também chamou a atenção para a alta do endividamento do país. Segundo a analista, “já começamos a ver um crescimento do endividamento de curto prazo nos últimos meses”.

 

Linha indexada à poupança avança para incorporadoras

Lançado em abril, o financiamento indexado pela poupança para incorporadoras deverá se tornar, ainda neste ano, a principal linha de crédito imobiliário para pessoa jurídica no Itaú BBA. Em quatro meses, o volume concedido ou em processo de contratação na modalidade soma R$ 1,3 bilhão.

Outros R$ 650 milhões estão em fase de negociação avançada e devem ser fechados até o fim deste ano ou no início do próximo. “Dentre as alternativas que oferecemos, essa foi a que ganhou mais tração e a gente espera que a linha se torne o carro-chefe até o fim do ano”, afirmou Thales Silva, diretor de crédito imobiliário a pessoa jurídica do Itaú BBA, ao Valor.

A linha era uma demanda das incorporadoras diante da queda da Selic. Ao mesmo tempo, é positiva para o banco por casar melhor o funding da poupança com a taxa de financiamento dos projetos, do que os contratos atrelados à Taxa Referencial (TR). Nesta quinta, o Itaú Unibanco deu um novo passo ao lançar o crédito indexado pela caderneta também para pessoas físicas.

De acordo com Silva, foi uma demanda das próprias empresas do setor, que veem na linha uma possibilidade de impulsionar as vendas, já que a taxa para o cliente final é mais baixa, hoje, do que as oferecidas no crédito atrelado à TR. “Ajuda a suportar a agenda de crescimento dos nossos clientes”, disse.

As linhas tradicionais do Plano Empresário, corrigidas pela TR, continuam sendo oferecidas às incorporadoras e algumas ainda preferem essa modalidade, com a qual estão mais familiarizadas. O objetivo, afirmou Silva, é oferecer alternativas. Segundo Miltom D’Avila, superintendente de crédito imobiliário do Itaú BBA, o crédito imobiliário a pessoas jurídicas está sendo retomado, depois de ter parado logo no início da crise, e as empresas começam a desengavetar lançamentos.

“Os projetos já estão voltando para a mesa”, acrescentou Silva. Dados da Abecip, associação das instituições financeiras que atuam no setor, apontam que o crédito à construção totalizou R$ 11,902 bilhões entre janeiro e julho no Brasil.

As concessões do Itaú para empresas do segmento somaram R$ 1,399 bilhão nesse período. O atendimento ao setor imobiliário para pessoas jurídicas foi transformado no fim do ano passado em uma área de negócios do Itaú BBA, responsável pelo atendimento a esses clientes não apenas no crédito, mas também, por exemplo, em operações no mercado de capitais.

 

FOLHA

Retomada no Brasil não será em V e deve perder ritmo no 4º trimestre, diz BNP Paribas

A recuperação da economia brasileira não será em V, como tem propagado o ministro da Economia Paulo Guedes, avalia o banco francês BNP Paribas.

Segundo Gustavo Arruda, economista chefe do banco, o terceiro trimestre poderá dar essa impressão, quando é esperada alta forte do PIB, após queda de 9,7% no segundo trimestre, mas a partir do quarto trimestre a retomada deve perder ritmo, com o início da retirada dos estímulos fiscais de combate à pandemia no Brasil.

Na visão do banco, também as eleições americanas devem trazer volatilidade aos mercados globais no fim de ano, prejudicando o crescimento da economia mundial e dos países emergentes. O cenário básico do BNP é de que o democrata Joe Biden seja eleito, mas com um processo conturbado, com acusações de fraude por parte de Donald Trump.

O BNP Paribas revisou nesta quinta-feira (10) sua estimativa para o desempenho do PIB brasileiro em 2020 de uma queda de 7% para recuo de 5%.

Conforme Arruda, o fator determinante na melhora da projeção foi o desempenho melhor do que o esperado da economia do país no segundo trimestre, com a recuperação da atividade se iniciando em maio –quando era esperada pelo banco apenas para junho.

“A explicação dessa surpresa é a política fiscal”, avaliou Arruda, em coletiva de imprensa para apresentar a revisão de cenário do banco.

“Nosso cenário era de um coronavoucher com duração de três meses, talvez cinco já com redução de valores e um custo de 2,5% do PIB. Hoje vemos que ele vai custar 5% do PIB sozinho, sem contar todas as outras medidas implementadas, isso surpreendeu e ajudou muito no processo de suavização da crise.”

Apesar dessa melhora na projeção para o desempenho da economia no ano, o economista chefe do BNP Paribas avalia como improvável uma recuperação em V.

“No terceiro trimestre, vai parecer um V, porque nosso PIB caiu 9,7% no segundo trimestre e deve recuperar na casa de 8% no trimestre seguinte. Mas isso não deve continuar, devido ao início da retirada dos estímulos.”

Arruda destaca que é bastante diferente um cenário com 65 milhões de pessoas recebendo um auxílio emergencial de R$ 600 e outro com menos pessoas recebendo R$ 300. “Isso vai necessariamente afetar a dinâmica de crescimento nos próximos trimestres.”

Assim, o BNP Paribas projeta alta de apenas 1% do PIB no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior com ajuste sazonal, e estabilidade no primeiro trimestre de 2021, quando é esperado o fim do auxílio emergencial e também de outros programas de estímulo, como o BEm (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda).

O crescimento trimestral médio esperado para o próximo ano é de 0,5%, o que deve levar o PIB a uma alta de 3%, após a queda de 5% esperada para esse ano.

Com isso, o BNP Paribas avalia que o Brasil só deve retornar ao patamar de atividade anterior à crise por volta da metade de 2022.

INFLAÇÃO E CENÁRIO FISCAL

Diante deste cenário de uma demanda ainda contida por bastante tempo, Arruda avalia que a inflação não preocupa, apesar do repique recente nos preços dos alimentos. E acredita que há espaço para a taxa básica de juros se manter em 2% pelo menos até o fim de 2021, voltando a subir apenas no ano seguinte.

O BNP Paribas projeta que a inflação encerre 2020 em alta de 1,5%, chegando a 3% em 2021 e convergindo para a nova meta de 3,5% somente em 2022.

Quanto à trajetória da dívida pública, o banco espera que ela feche esse ano a 96% do PIB, caminhando para 98% a 99% no próximo ano, com uma estabilização a um patamar entre 90% e 95% a partir de 2022.

O pressuposto para esse cenário de estabilização é que o governo volte a receber recursos do BNDES a partir do próximo ano e especialmente em 2022. “O BNDES ainda deve algo como R$ 230 bilhões a R$ 250 bilhões ao governo federal e isso ajuda a reduzir o tamanho do endividamento.”

Arruda destaca que o cenário atual é muito distinto daquele anterior à pandemia, quando se esperava que a dívida bateria a um nível máximo de 75% a 76% do PIB e começaria cair nos próximos anos com a queda dos juros e a devolução do BNDES.

“Não dá para brincar com política fiscal, atingimos níveis elevadíssimos de dívida pública e daqui aos próximos anos vamos precisar necessariamente passar por um período de austeridade, apesar das pressões sociais para aumento de gastos”, afirma Arruda, reforçando a importância da manutenção de juros baixos para que a dinâmica da dívida seja administrável.

O BNP Paribas trabalha com um cenário de cumprimento do teto de gastos no próximo ano. Assim, avalia que a eventual criação do programa Renda Brasil poderá ser viabilizada com uma readaptação do orçamento, mas sem criação de novos gastos.

“O debate sobre se o teto de gastos é a melhor âncora fiscal pode existir, mas não nesse momento. Nesse momento o que vemos é um gasto muito grande e o importante é a sinalização de que o compromisso fiscal permanece.”

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